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1. Princípios da Jurisdição
Princípio do Juiz Natural
Em um Estado Democrático de Direito é vedado a utilização dos tribunais de exceções, ou seja, uma corte criada para o julgamento de um determinado caso específico.
Nesse sentido, surge o Princípio do juiz natural que veda a criação de tribunal de exceção, bem como, determina que o juiz deve ser competente para julgar, ou seja, ele deve ter a atribuição legal para julgar aquela matéria e pessoa naquele local.
Princípio da investidura
Para a jurisdição ser exercida é necessário que alguém seja investido na função. A investidura ocorre através de concurso público de provas e títulos, em observância a CF/88.
Contudo essa regra não é absoluta tendo algumas exceções, por exemplo, a escolha dos Ministros do STF ou ingresso nos tribunais pelo quinto constitucional[1], feitos que independem de concurso público.
Princípio da indelegabilidade
A atividade jurisdicional é indelegável, somente podendo ser exercida, pelo órgão que CF/88 estabeleceu como competente.
Assim sendo após o processo ser recebido por um Juiz, ele não poderá delegar o julgamento a terceiro ou outro juiz.
Princípio da inevitabilidade
A lide, uma vez levada ao judiciário, não poderá às partes impedir a decisão do juiz. Existindo uma decisão as partes devem cumpri-la, independente da satisfação das partes sobre ela.
Princípio da inafastabilidade
Princípio de origem constitucional, previsto no art. 5º, XXXV, da CF/88, que determina que toda lesão ou ameaça de direito não poderá ser afastada do conhecimento do Poder Judiciário.
Entretanto existe uma exceção a qual se refere às questões da justiça desportivas, onde há a necessidade do esgotamento das vias administrativas desportivas para a lide seja levada ao Judiciário.
Princípio da inércia
As partes devem provocar a jurisdição, pois ela não age de oficio. Exceção: inventário, previsto no artigo 989 do CPC. Esse princípio é considerado também uma característica da jurisdição.
Princípio da aderência ao território
A jurisdição aderirá uma base territorial e será aplicada nessa base. Atenção, existem tribunais que sua aderência será em todo o território nacional como o STF.
2. Características da Jurisdição
Substitutividade
O magistrado (de forma imparcial), substituirá as vontades das partes, aplicando o bom direito, ou seja, a vontade Estatal que foi positivado (transformado em normas), através da lei que emana do povo.
Imparcialidade
O poder jurisdicional e decorrente da lei e não de critérios subjetivos, assim sendo, para a perfeita aplicação do direito é necessário que os membros pertencentes do Poder Judiciário atuem com imparcialidade, desprovidos de qualquer interesse particular sobre a lide.
Lide
Trata-se do conflito de interesse. Uma das partes tem uma pretensão, ou seja, um desejo, que é resistido por outra parte, nascendo um conflito de interesse.
Monopólio
Somente, um órgão no Brasil possui o poder jurisdicional, o Poder Judiciário. Essa regra não é absoluta, existem varias exceções como a arbitragem (Lei 9.307/96).
Inércia
A jurisdição deve ser provocada pelas partes para que ela se manifeste, ou seja, não se move por si só, de ofício. Entretanto temos exceções, por exemplo, o inventário (art. 989 do CPC).
Unidade
Apesar do amplo território brasileiro, a jurisdição é una. Isso quer disser que o mesmo direito é aplicado de forma uniforme em todo o Brasil.
As divisões especificas por matéria ou território (Justiça Federal, Justiça do Trabalho), são separações administrativas, feitas de cunho organizacional.
Definitividade
As decisões que surgem em decorrência do poder jurisdicional, tem uma capacidade tornarem imutáveis, o que é chamado de coisa julgada.
Tal fato, ocorre somente após o transcurso de toda fase recursal respeitando o princípio do duplo grau de jurisdição.
Espécies de jurisdição
Há uma divisão interna da jurisdição, feita de forma meramente pedagógica, que não retira a unicidade da jurisdição. Podendo dividi-la em contenciosa e voluntária.
A jurisdição contenciosa:
Objetiva a resolver litígios;
Existe uma lide para ser sanada;
Os participantes do processo são partes;
As decisões fazem coisas julgadas material (sobre o direito) e formal (sobre o processo);
O juiz deve limitar-se as direções estabelecida pela lei;
É composto através de um processo;
Vigora o princípio do dispositivo[2].
Já na jurisdição voluntária:
Vigora o princípio inquisitivo[3];
É composta de procedimentos;
O juiz utiliza a equidade;
Faz coisa julgada somente formal[4];
Os participantes do processo são interessados;
Objetiva uma homologação Estatal para negócios jurídicos.
[1] O quinto constitucional é um instituto, previsto na CF/88, que estabelece que 1/3 dos tribunais serão formados de advogados e Membros do Ministério Público com mais de 10 anos de exercício da profissão.
[2] Pelo o princípio do dispositivo
[3] Inquisitoriedade: não há contraditório, pois não há pretensão resistida.
[4] Conforme artigo1.1111 doCPCC.

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