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Farmacocinética Introdução É o estudo do movimento de uma substância química, em particular um medicamento no interior de um organismo vivo É o estudo dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção Absorção de medicamentos Em farmacologia: Uma série de processos pelos quais uma substância externa penetre sem lesão traumática chegando ao sangue Membranas biológicas (epitélio gastrointestinal, endotélio vascular e membrana plasmática) Constituição da membrana, pH do meio. pK do medicamento, transporte de membrana... Influencia do pH Maioria são ácidos ou bases fracas – solução aquosa apresentam-se parcialmente ionizados ionizados A proporção da parte ionizada para não ionizada de um medicamento será determinada pelo pH do meio onde ele está dissolvido e sua constante dissociação iônica (pK) Não necessariamente uma base tem pK acima de 7,0 ou que um ácido tem pH abaixo de 7,0. Ex.: barbitúricos – ácidos – pK acima de 7,0 Ex.: anilina – base – pK por volta de 4,4 A parte não ionizada das moléculas - caract. menos polar e mais lipossolúvel que a parte ionizada Memb. São predominantemente lipídica – a parte não ionizada é facilmente absorvida Carga de elétrons - primordial na determinação da vel. Absorção Classificação subst. Químicas terapêuticas: Subst. Química sem carga (apolar) Ácidos orgânicos Aminas orgânicas Subst. Química sem carga não sofre influencia do pH do meio – atravessam qualquer membrana biológica (pele, estômago e intestino) Ác. O pH do meio determina a velocidade de absorção Muito H+ no meio então a substt. está protonada ( neutra) – facilmente absorvido Bases – maioria contém aminas em sua molécula 1aria, 2aria, 3aria, 4aria Cada uma das 3 1ª pode ligar reversivelmente um próton aos elétrons não compartilhados 4aria permanece carregada não tendo sítio de ligação 1aria, 2aria, 3aria variam de lipossolubilidade de acordo com pH meio Em Ph ácido (estômago) permanece protonada – não atravessa a membrana Em pH alcalino (duodeno) não potonada - apolar Vias de administração Devemos considerar: Necessidade de efeito sistêmico ou localizado Latência para o efeito (curto ou longo) Características fisico-química do medicamento ( resistência a hidrólise em meio ácido...) Vias enteral (digestiva) Intestino delgado – principal local de absorção Apresenta extensa área vascularizada Bases fortes pK acima de 10 e ácidos fortes abaixo de 3 são mal absorvidos via oral Ruminantes – capacidade ruminal limitante, compartimento diluidor – velocidade de absorção pH Flora – tranformação metabólica Processos fermentativos Via oral Grande variação do pH Influencia na absorção e excreção do medicamento Carnívoros – veloc. esvaziamento gástrico – importante na velocidade de absorção – ID principal local de absorção Ruminantes dificilmente o rumem ficará vazio Via retal Sem efeito de primeira passagem Veia porta – biotransformação hepática – direto ao coração Desvantagem – absorção irregular e incompleta além de irritação da mucosa retal Restrita em medicina veterinária Via ruminal Uso restrito Apenas para medicamentos com ação neste Ex.: anti-helminticos Parenteral Mais usadas são: Intravenosa V: efeitos rápidos, grandes volumes, controle da dose adm. D: riscos de embolias, infecção, impropria para subst. Oleosas ou insolúveis Intramuscular V: velocidade relat. Rápida, volumes moderados, veículos aquoso, oleoso, suspensões e prep. De depósito D: dor, aparecimento de lesões musc. Subcutânea Absorção lenta e contínua. Absorção por fenestras entre cels do endotélio dos capilares e vasos linfáticos D: dor e necrose Também são: Intradermal – principalmente diag. (tuberculose, alérgenos Intraperitoneal – grandes volumes, tb em ans laboratório Intracardíaca – eventualmente para eutanásia Intratecal – memb. Que revestem o SNC. Diagn radiológico Epidural – acima da memb. Duramáter Intra-articular – necessidade de efeito antiinflamatório na articulação Vias transmucosas ou tópica Efeitos localizados Apresentam diferença da absorção percutânea de acordo com a espécie Ex.: organofosforados utilizados no controle de ectoparasiticida, quando aplicado sobre a pele apresentam diferentes toxicidade , de acordo com a espécie Existência de Lesão – absorção considerável podendo levar a efeito sistêmicos Primeira vista seguro – se conhecermos a toxicidade para as espécies Pour on ou spot on Controle de etoparasiticidas Aplicado sobre o dorso (pour on) ou cernelha (spot on) Piretródes – lipossolúveis Se difundem pela camada gordurosa existente sobre a epiderme agindo em toda a superfície corpórea Dependendo do princípio e do veículo pode ser absorvido e apresentar efeito sistêmico Via inalatória: Utilizada qnd o agente terapêutico é um gás Ex.: anestesia, bronodilatadores... Via intramamária Tratamento das glândulas mamárias Absorção É a passagem do fármaco do local em que foi administrado para a circulação sistêmica. Constitui-se do transporte da substância através das membranas biológicas. Em nível celular eles são absorvidos de diversas maneiras: Transporte passivo – o medicamento se desloca de uma área de maior concentração para outra de menor concentração sem gasto de energia celular. Transporte ativo – necessita de energia celular para transportar o medicamento de uma área de menor concentração para outra de maior concentração. Pinocitose Forma peculiar de transporte ativo que ocorre quando uma célula ingere uma partícula do fármaco. é geralmente empregada para o transporte de vitaminas lipossolúveis ( A, D, E e K). Velocidade de Absorção Mais rápida quando administrados pelas vias sublingual, intravenosa (cai direto na corrente sanguínea – biodisponível) ou por inalação. Mais lenta por via oral, intramuscular ou subcutânea (membranas da mucosa gastrointestinal, do músculo e da pele). Fatores que influenciam a velocidade de absorção Idade do paciente, Disfunções intestinais, alimentos, forma farmacêutica do medicamento, estado patológico Biodisponibilidade Todo medicamento ingerido deve ser quebrado e absorvido, de tal forma que o princípio ativo da substância (molécula que vai verdadeiramente atuar) possa estar disponível para executar a ação farmacológica desejada. (Efeito desejado). Cada medicamento possui uma velocidade de absorção própria, de tal forma que o seu princípio ativo esteja à disposição no seu local de atuação (sítio de atuação). A isso chamamos de BIODISPONIBILIDADE. BIODISPONIBILIDADE Segundo (LIEBERMAN e col., 1990), é definida como a quantidade e velocidade na qual o princípio ativo é absorvido, tornando-se disponível para a sua atuação no sítio de ação alvo. A biodisponibilidade e consequentemente o grau de absorção de uma substância, está intimamente relacionada com algumas variáveis, tais como: Grau de pureza da droga utilizada. Tipo de sal empregado. PH ideal para a absorção. Veículo empregado para administração. Presença de outras substâncias no tubo gastro intestinal. Em princípio, quanto mais rápido se dá a absorção de uma substância e quanto mais rápida estiver ela biodisponível, mais rápida será a sua ação terapêutica, desde que a dose absorvida seja suficiente para a obtenção do efeito desejado. Partindo dessa premissa, substâncias em solução, de uso sub-lingual, intra musculares e endovenosas são mai s rapidamente absorvidas que cápsulas e comprimidos, que necessitam de um processo preliminar de digestão. O ideal na administração de um medicamento é que possa ele ser absorvido em maior quantidade, em menor tempo possível e utilizado pelo organismo de forma a obter-se o efeito terapêutico desejado. Por vezes, o fracionamento de doses ou a associação de substâncias interferem na absorção, fazendo com que o pico da medicação não seja atingido diminuindo, com isso, a sua efetividade. Para algumas substâncias, a sua ingestão em dose única possui confirmação científica da sua maior efetividade, pois um pico máximo de absorção é atingido, o mesmo não acontecendo com doses fracionadas. Meia vida (t1/2) Tempo necessário para que a concentração de um determinado agente terapêutico se reduz à metade Ex.: administração de determinado medicamento: 100µg/ml 40min 50µg/ml Meia vida = 40 min O cálculo é feito a partir de 1 única dose Importância: intervalo entre medicações e recuperação de intoxicação A noção de disponibilidade de uma substância ativa nasceu da observação da não equivalência terapêutica entre espécies farmacêuticas idênticas. Uma mesma droga pode ter grau de pureza diferente e, em virtude da sua procedência, tipo de armazenagem sofrida, rigor no processo de fabricação etc.; pode ter um efeito terapêutico menor quando comparada a uma droga já testada. Uma mesma droga pode ter grau de pureza diferente e, em virtude da suaprocedência, tipo de armazenagem sofrida, rigor no processo de fabricaçãoetc.; pode ter um efeito terapêutico menor quando comparada a uma droga já testada. A dificuldade e, por vezes, a impossibilidade de realizar comparaçõesrigorosas entre uma mesma substância com origem diferente e validar seus resultados terapêuticos, levou à necessidade de determinar suabiodisponibilidade antes de admitir que estes são equivalentes e substituíveis entre si (AIACHE e col., 1983). Estes produtos certificados são testados tanto quanto a sua bioequivalência quanto a sua biodisponibilidade farmacêutica. No caso das indústrias farmacêuticas Brasileiras, a ANVISA obriga que um determinado número de amostras seja retirado dos lotes fabricados, estando à disposição dos órgãos governamentais para checagem em testes futuros, caso sejam necessários. Fatores que alteram o metabolismo Genéticos; Idade; Diferenças individuais; Fatores ambientais (fumar); Propriedades químicas dos fármacos; Via de administração Dosagem; Sexo; Alterações entre fármacos durante o metabolismo Distribuição É a passagem de um fármaco da corrente sanguínea para os tecidos. É afetada por fatores fisiológicos e elas propriedades físico-químicas da substância. Os fármacos pouco lipossolúveis, por exemplo, possuem baixa capacidade de permear membranas biológicas, sofrendo assim restrições em sua distribuição. Já as substâncias muito lipossolúveis podem se acumular em regiões de tecido adiposo, prolongando a permanência do fármaco no organismo. Além disso, a ligação às proteínas plasmáticas pode alterar a distribuição do fármaco, pois pode limitar o acesso a locais de ação intracelular. Biotransformação É a transformação do fármaco em outra(s) substância(s), por meio de alterações químicas, geralmente sob ação de enzimas inespecíficas. Ocorre principalmente no fígado, nos rins, nos pulmões e no tecido nervoso. Entre os fatores que podem influenciar no metabolismo dos fármacos estão as características da espécie animal, a idade, a raça e fatores genéticos, além da indução e da inibição enzimáticas. Capacidade de o corpo transformar um fármaco em determinada formulação numa forma mais hidrossolúvel, capaz de ser excretada. Em sua maioria os medicamentos são metabolizados por enzimas presentes no fígado, todavia pode ocorrer no intestino, plasma, rins. Principal função Favorecer a eliminação de um medicamento Inativação farmacológica Ocorre principalmente no fígado – efeito de primeira passagem Excressão É a retirada do fármaco do organismo, seja na forma inalterada ou na forma de metabólitos ativos e/ou inativos. A eliminação ocorre por diferentes vias que são em sua maioria pelos rins - através da urina, pelos pulmões, glândulas exócrinas ( sudoríparas, salivares e mamarias), da pele e do tubo digestivo. Exercícios 1. O que é biotransformação? Ela pode ser dividida em duas etapas É um conjunto de alterações químicas (ou estruturais) que as substâncias sofrem no organismo, geralmente, ocasionadas por processos enzimáticos, com o objetivo de formar derivados mais polares e mais hidrossolúveis. Ela pode ser dividida em: Mecanismo de ativação ou bioativação - que produz metabólitos com atividade igual ou maior do que o precursor. Ex.: a piridina é biotransformada no íon N-metil piridínico que tem toxicidade cinco vezes maior que o precursor. O mesmo ocorre com o inseticida Paration que é biotransformado em paraoxon, composto responsável pela ação tóxica do praguicida; Mecanismo de desativação - quando o produto resultante é menos tóxico que o precursor.
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