Buscar

Psicoses e Neuroses

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Psicoses e Neuroses
Saúde Mental e Psiquiátrica
Profa. Ms. Marissol Bastos de Carvalho
SURTO 
Ocorrência aguda, se instala de modo repentino, produz sequelas (muitas irreversíveis)
Surtos sucessivos? Recorrência (surgimento de novo episódio após estado assintomático)
O indivíduo pode após o surto se distanciar dos amigos, apresentar dificuldades na vida social
DIAGNÓSTICO
Diagnóstico dos transtornos mentais através do exame clínico e após a presença dos sinais e sintomas por pelo menos 6 meses.
FATORES DE RISCO
Antecedentes familiares
Multifatorial 
Família disfuncional
Grande número de eventos estressantes (exemplo: luto)
Morte prematura de um dos pais
Ter sido negligenciado quando criança e adolescente
Ter sofrido abuso sexual/físico/moral
Viver em um ambiente com altos índices de violência
Psicoses 
Esquizofrenia
Transtorno Afetivo Bipolar (Transtorno Bipolar do Humor)
Neuroses 
Ansiedade Generalizada
Transtorno de Pânico
Transtorno Depressivo Maior
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
Anorexia Nervosa
Bulimia Nervosa
ESQUIZOFRENIA 
Transtorno mental crônico
Caracterizado por sintomas psicóticos (alucinações e ou delírios) que prejudicam significativamente o funcionamento e envolve alterações das emoções (humor e afeto) e comportamento.	
Prevalência aproximadamente de 1 a 1,5% da população mundial.
Idade de início: rara antes dos 10 anos e após os 40.
Gênero: proporção de homens para mulheres 1:1.
Taxa de tentativa de suicídio é em torno de 50%, com êxito em 10%.
Incidência de violência não é maior que na população geral.
Deterioração da vida laboral e social.
Diminuição da preocupação com a higiene e aparência pessoal.
A fotógrafa britânica Alice Evans estava na universidade quando teve o 1o episódio de esquizofrenia. Depois do diagnóstico, ela não saiu da casa dos pais durante 10 anos.
Abaixo, Alice dá seu depoimento à BBC. 25/10/15
Eu tinha 20 anos e estava na universidade quando fiquei muito mal. Tinha vindo de um vilarejo rural e era minha 1ª. vez em uma cidade.
Tinha 3 empregos para pagar a faculdade e ainda estudar. Tudo isso foi muito pesado. Com o passar do tempo parei de dormir e foi aí que os problemas realmente começaram.
Senti como se o mundo tivesse perdido as cores. Tudo se transformou em um tom tedioso de cinza. Pensamentos e frases começaram a desaparecer de minha mente. Eu pensava em algo e deixava ir em embora. Puf! E não conseguia falar. As palavras simplesmente não saíam da minha boca.
Eu tinha medo o tempo todo, especialmente quando comecei a ouvir outras vozes no rádio e TV. Eu não sabia o que estava acontecendo e não tinha ideia do quanto já estava doente.
Um fim de semana, enquanto andava pela cidade, notei que não havia pessoas, de repente todas elas desapareceram e todos os prédios tinham desabado. Eu estava andando sozinha em uma cidade abandonada.
Quando você está no meio do episódio psicótico aquela experiência do mundo é sua realidade.
A fotógrafa britânica Alice Evans estava na universidade quando teve o 1o episódio de esquizofrenia. Depois do diagnóstico, ela não saiu da casa dos pais durante 10 anos.
Abaixo, Alice dá seu depoimento à BBC.
Quando você vive a psicose, na maior parte do tempo você está assustada demais para falar.
Um dia saí de casa, desorientada, sem saber onde ia. Vaguei pelas ruas confusa, entrei em ônibus para tentar ir para casa sem saber para onde ele ia.
De algum modo, não sei como, amigos me encontraram angustiada e me levaram para a casa dos meus pais. Depois disso, eu não saí da casa durante 10 anos.
Meus pais me levaram a um psiquiatra que conversou gentilmente comigo e me deu remédios para diminuir os sintomas "positivos" da esquizofrenia. Entre estes estão alucinações, ilusões e a confusão que eu estava tendo.
Foi muito bom ouvir o diagnóstico. Esquizofrenia. Pelo menos eu sabia com o que tinha que lidar, tinha uma resposta e poderia seguir em frente.
Os medicamentos ajudaram quase imediatamente, mas eu realmente queria conversar com alguém em sessões de terapia. Na época havia falta de verbas para este tipo de tratamento na rede pública, algo que continua sendo um problema para pessoas com problemas mentais hoje.
Com os remédios, comecei a fazer pequenos avanços. Comecei a falar um pouco e conseguia tomar banho. Qualquer um que diga que doença mental não é debilitante está errado.
A fotógrafa britânica Alice Evans estava na universidade quando teve o 1o episódio de esquizofrenia. Depois do diagnóstico, ela não saiu da casa dos pais durante 10 anos.
Abaixo, Alice dá seu depoimento à BBC.
Infelizmente, no fim do ano seguinte, eu tinha engordado 63,5 quilos devido aos EC.
Os sintomas podem ser divididos em "positivos" e "negativos". Já os sintomas negativos incluem falta de motivação e reclusão. Estes sintomas, geralmente, duram mais tempo.
Depois de alguns anos consegui um emprego em um pub local. Colocava os fones de ouvido e ouvia música enquanto trabalhava, então eu gostava muito. Mas, infelizmente, eu ficava doente e não conseguia manter um emprego. Tudo parecia ser um círculo vicioso.
Eu gostava de arte e música antes da doença e minha mãe me convenceu a entrar em um grupo de teatro.
Fiquei com medo de conhecer novas pessoas e atuar em um palco, mas todos me receberam bem e eu fiquei com um papel na peça que estavam encenando.
Não conseguia lembrar minhas falas, mas ninguém parecia se importar.
Meu melhor amigo me apoiava muito. Contei a ele que tinha esquizofrenia, um dia ele anunciou que planejava entrar na universidade e sugeriu que eu tentasse também.
Estava aterrorizada, mas, com o apoio dele, tentei. Para minha surpresa, fui aceita na Escola de Arte Chelsea. Minha vida começou.
A fotógrafa britânica Alice Evans estava na universidade quando teve o 1o episódio de esquizofrenia. Depois do diagnóstico, ela não saiu da casa dos pais durante 10 anos.
Abaixo, Alice dá seu depoimento à BBC.
Comecei a fazer fotos e filmes que expressavam como eu meu sentia. Me comunicava melhor por aqueles meios do que por palavras.
Fui indicada para uma equipe de saúde mental que me ajudou a ser mais independente. Os funcionários e estudantes do colégio me deram todo o apoio que precisava.
2 anos atrás, passei 10 dias em cuidados intensivos com um quadro grave de asma. Me recuperei o bastante para a cirurgia que me ajudou a perder peso.
Comecei a trabalhar como voluntária em uma instituição de caridade de saúde mental. Eles me indicaram para terapia, o que foi fundamental na minha recuperação.
Mas a organização teve cortes de verbas e o escritório onde eu trabalhava foi fechado. Antes disso, eles me ajudaram a tentar o mestrado na Royal College of Art e eu comecei a trabalhar como professora. Agora tento o doutorado.
Precisei de 20 anos para chegar a este ponto da recuperação e ainda tenho problemas. Esquizofrenia é uma doença muito difícil de conviver e tenho sorte de ter o apoio da minha família e amigos.
Se pudermos desafiar o preconceito, conseguir investimento apropriado em saúde mental, demonstrar gentileza e dar apoio aos que enfrentam problemas como esquizofrenia, então as pessoas não serão abandonadas pelo tempo que eu fui.
TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR (TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR)
Caracterizado por episódios de depressivos e maníacos durante o curso da doença, com períodos de remissão
Prevalência mundial: 1%
Gênero: proporção de homens para mulheres 1:1
https://youtu.be/RrWBhVlD1H8
TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR (TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR)
Episódio maníaco: euforia, exaltação do humor, delírios de grandeza, alucinações visuais
Redução da necessidade de sono!
Pressão de fala, fuga de ideias
Distraibilidade
APM ou aumento da atividade
Envolvimento excessivo em atividades prazerosas com um alto potencial para dolorosas consequências (sexo de risco, compras compulsivas)
ANSIEDADE
Ansiedade emoção, sem objetivo específico, provocada pelo desconhecido e precede a todas as novas experiências, como o ingresso na escola, início em um novo emprego ou ter
um filho
A diferença do medo é que este tem origem específica em algo que o indivíduo pode identificar e descrever
O medo produz ansiedade!
Ansiedade faz parte da vida diária!!
Mas 10 a 20% da população sofre de um transtorno de ansiedade.
Expressa diretamente por meio de alterações fisiológicas e comportamentais ou indiretamente com formação de sintomas.
ANSIEDADE GENERALIZADA
Caracteriza-se pela presença de sintomas ansiosos excessivos, na maior parte dos dias, por pelo menos 6 meses
Sintomas: angústia, tensão, preocupação, nervosismo, irritabilidade, insônia, dificuldade em relaxar, angústia constante, dificuldade em concentração
Sintomas físicos: cefaleia, dores musculares, dores ou queimação no estomago, taquicardia, formigamento e sudorese
Prevalência: 5% da população mundial
Idade de início: adolescência
Gênero: levemente maior nas mulheres
15
TRANSTORNO DE PÂNICO
Caracteriza-se por crises intensas de ansiedade, nas quais ocorre descarga do sistema nervoso autônomo 
Sintomas: taquicardia, suor, tremores, desconforto respiratório ou sensação de asfixia, náuseas, formigamento, medo de morrer ou de enlouquecer
Início abrupto
Pico de 5 a 10 minutos e de curta duração (~ 1 hora)
Recorrentes e com o desenvolvimento de receio de novas crises e das implicações de um novo episódio
Pode ser acompanhada ou não de agorafobia 
Prevalência: 1,5 a 3% para o transtorno, mas ataques variam de 3 a 4%
Idade de início: adolescência e na faixa de 35 anos, mas pode surgir em qualquer idade
Gênero: 2 a 3 vezes mais comum em mulheres
16
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR
1ª. Causa de incapacidade entre todos os problemas de saúde
Sintomatologia: tristeza patológica, apatia, irritabilidade, desesperança, anedonia, fadiga, insônia ou hipersônia, perda ou aumento do apetite, diminuição da libido, déficit de atenção e concentração, lentificação psicomotora, ideação suicida
Prevalência: 15 (até) 25% (mulheres) 
Gênero: 2 vezes maior em mulheres
Idade: 40 anos, rara na infância. * 
*Dados recentes sugerem aumento na proporção de indivíduos menores de 20 anos (2% em pré-púberes e de 6% em adolescentes, a distribuição por sexo com taxa igual em ambos os sexos, ou ligeiramente maior para o masculino até a adolescência quando se torna mais freqüente em mulheres). 
https://youtu.be/z-IR48Mb3W0
17
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR E GRAVIDADE
Leve: sintomatologia típica
Moderada: acréscimo de pensamentos de morte
Grave: presença de ideação suicida
Grave com sintomas psicóticos: mesmo sem a presença de ideação suicida, os sintomas psicóticos aumentam a gravidade
18
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR E TIPOS
Sazonal: inverno
Sintomatologia física aumenta com a idade, na 3ª. Idade pode ser confundida com demência, necessária a diferenciação com pseudodemência
A partir de 3 episódios classifica-se como recorrente. Cronicidade 
19
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR NO CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL
Gestação: ~20%
Disforia puerperal (Post-partum blues): ~70%
Depressão puerperal:~20%
Psicose puerperal:~ 0,2%
20
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR NO CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL: FATORES DE RISCO
Baixo suporte social
Menoridade/Baixa idade materna
Solteira
Baixo nível socioeconômico e educacional
Antecedentes de aborto induzido
História de parto problemático anterior 
Depressão gestacional
Depressão fora do ciclo gravídico-puerperal
Disforia pré-menstrual
Eventos estressantes
Violência doméstica
21
TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (TOC)
Prevalência: 2,5% 
Idade de início: fim da adolescência e início da vida adulta
* pode surgir na infância, mais precoce nos meninos (6 aos 15 anos)
Gênero: 1:1
Curso: crônico
https://youtu.be/DhlRgwdDc-E
22
ANOREXIA NERVOSA
Prevalência: aparentemente maior em países desenvolvidos como EUA, Europa e Japão.
Gênero: 8 vezes maior em mulheres.
Idade de início: 13 aos 20 anos
3ª. causa mais frequente de doença crônica em países desenvolvidos nesta faixa etária, superada apenas pela asma e obesidade.
23
ANOREXIA NERVOSA: CRITÉRIOS
Recusa em manter o peso acima do mínimo normal adequado à idade e à altura; por ex, perda de peso, levando à manutenção de peso corporal 15% abaixo do esperado ou durante o período de crescimento, ter um peso corporal 15% abaixo do esperado.
Ausência de 3 ciclos menstruais consecutivos
Medo intenso do ganho de peso ou de se tornar gorda, mesmo com peso significativamente inferior.
Perturbação no modo de vivenciar o peso corporal, tamanho ou forma; por ex, a pessoa reclama que se sente “gorda”, mesmo quando obviamente tem peso inferior.
24
BULIMIA NERVOSA
Idade de início: 16 e 19 anos
Prevalência: 2 a 4%
Gênero: predominantemente feminino (9:1)
Pode começar a partir de um quadro de anorexia nervosa preexistente, o que ocorre em 30% dos casos.
Binge (hiperfagia)
Comportamento compensatório
2 a 3 X/sem em 3 meses no mínimo
Medo mórbido de ganho de peso
Peso dentro do IMC
25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	Alvarenga PG, Andrade AG. Fundamentos em psiquiatria. São Paulo: Manole; 2008.
	Carvalho MB. Psiquiatria para a Enfermagem. São Paulo: Rideel, 2012.
	Kaplan HI, Sadock BJ, Grebb JA. Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica. Porto Alegre: Artmed; 7ª ed, 1997.
	Stefanelli MC, Fukuda IMK, Arantes EC. Enfermagem psiquiátrica: em suas dimensões assistenciais. Barueri: Manole; 2008.
	Stuart GW, Laraia MT. Enfermagem psiquiátrica: princípios e prática. Porto Alegre: Artmed; 6ª ed, 2001.
26

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais