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1 Universidade Federal do Pampa – Campus Bagé Engenharia de Alimentos Operações Unitárias da Engenharia de Alimentos I – BA001163 Profª. Drª. Catarina M. de Moura ELUTRIAÇÃO T.T.A. SANTIAGO¹, A.L. GONÇALVES², T.R. SILVA³ Universidade Federal do Pampa, Curso de Engenharia de Alimentos e-mail: andressa.glima@outlook.com², mst_cp@hotmail.com¹, t.rafaellesilva@gmail.com³. RESUMO Na operação Unitária o primeiro processo é caracterização das partículas, atraves de tecnicas e equipamentos estudam as caracteristicas granulometria das particulas. Este artigo aborda o processo de classificação de uma amostra de terra de diatomácea através de ensaios de elutriação, com o objetivo de determinar as velocidades de arraste no elutriador, as curvas de análise granulométrica diferencial e acumulada, os diâmetros médios de Sauter, mássico e volumar e a eficiência global e individual do elutriador. As curvas de análise granulométrica obtidas assemelharam-se com dados encontrados na literatura. Os diâmetros médios de Sauter encontrado a partir da realização do ensaio de elutriação da terra diatomácea foi4,451139751µm, respectivamente. Pôde-se observar também que quanto maior a vazão da bomba peristáltica e a velocidade de arraste do fluido, uma maior quantidade de partículas é carregada. A eficiência global estimada em aproximadamente 75,92% mostrou-se satisfatória na separação da terra diatomácea, revelando que esta operação é uma técnica promissora de separação e caracterização para amostras de menor granulometria. 1.INTRODUÇÃO A elutriação éa operação unitária de separação de partículas sólidas, tendo como base a diferença de diâmetro e de densidade (CREMASCO,2010).Este processo é utilizado para separar partículas demasiadamente finas, de tamanho inferior ao que pode ser separado por peneiras, em vários tamanhos graduados (PERRY,1997).A operação unitária de elutriação refere-se á operação baseada na diferença entre a velocidade média do fluido e a velocidade terminal da partícula. O sistema de elutriação é dividido em duas colunas onde amostra de partícula é alimentada perto do topo da primeira coluna, enquanto o fluido e alimentado com vazão volumétrica perto dessa mesma coluna. As partículas de diâmetro ou massa especifica menor são carregadas para a segunda coluna de diâmetro maior que o da primeira coluna, enquanto as partículas que apresentam maior diâmetro do que aquelas carregadas são coletadas no fundo da coluna (CREMASCO,2012). Variando-se a velocidade de escoamento, descobre-se o valor necessário para evitar a decantação das partículas. Esta será a velocidade de decantação do material. Para que ocorra o deslocamento, é necessário que exista uma força diferencial de densidade entre a partícula e o fluido e ainda que uma força externa de campo atue sobre o sistema proporcionando um movimento relativo sólido-fluido. A força de campo normalmente é gravitacional, mas quando a partícula é muito pequena, torna-se ineficaz a gravidade para movê-la através do fluido, e nesse caso aplica-se uma força no fluido no sentido contrário ao da gravidade gerando uma força de arraste fazendo com que a partícula sólida se mova (RAYMANN). 2. MATERIAIS E MÉTODOS Foi utilizado no ensaio de Elutriação a terra de diatomácea, apresentada na Figura 1. Figura 1 – Terra diatomácea. Fonte: Autores (2017). O equipamento utilizado para o ensaio foi um conjunto de elutriação exibido na Figura 2. Figura 2 – Bomba (a) e Conjunto elutriação (b). Fonte: Autores (2017). Para a realização do ensaio, colocou-se a massa de 5 g de terra diatomácea, previamente pesada na torre de elutriação, fixando bem o papel filtro no funil de Büchner. O papel filtro (previamente pesado) tem a função de reter a massa transportada pelo elutriador. Configurou-se a bomba peristáltica para as vazões desejadas, e quando acionada, iniciou-se a cronometragem do tempo dos ensaios. Dado o tempo de elutriação estimado, desligou-se a bomba peristáltica e a de vácuo. Os filtros foram retirados e acomodados na estufa cerca de 24 h a 60 °C para secagem. A fim de verificar a massa de terra diatomácea real retida a cada elutriação, pesaram-se os mesmos. O processo de elutriação foi repetido para cada vazão. Realizou-se ainda um teste de proveta para verificar a vazão real da bomba peristáltica, onde para cada vazão ajustada na bomba fixou-se um tempo e verificou-se o volume dentro da proveta obtendo assim a vazão real da bomba. 3. METODOLOGIA DE CÁLCULO Estimadas as velocidades terminais das partículas, a fim de verificar o regime de escoamento, utilizou-se o Método de Perry (considerando as partículas de terra diatomácea de geometria esférica) dado pela relação coeficiente de arraste/Número de Reynolds, apresentada na Equação 1: O número de Reynolds da partícula (Rep) foi determinado através de uma tabela e a partir da relação CD/Rep, pode-se determinar o número de Reynolds. Sendo os valores encontrados consideravelmente baixos e próximos a 1, concluiu-se que a elutriação ocorreu em escoamento em Regime de Stokes, podendo- se assim utilizar a Equação 2 para determinar o diâmetro das partículas: Determinou-se a fração retida, , com as massas retidas nos filtros, de acordo com a Equação 3: Baseando-se nos dados encontrados, foi possível obter o diâmetro de Sauter, de acordo com a Equação 4: Por fim, para a determinação da eficiência individual e global do elutriador, fez-se uso da relação representada pela Equação 7: (5) 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados obtidos no experimento estão apresentados na tabela 1: Tabela 1: Posição do controlador, vazão, velocidade das partículas, diâmetro das partículas e eficiência individual do controlador. Posição do controlad or Q (m³/s) V(m/ s) Dp (um) ɳi(%) 1 2,58E-07 5,09 E-06 3,7113 67 3,4588 81 2 4,06E-07 8,00 E-06 4,6556 2 7,9968 01 3 0,000000 6 1,18 E-05 5,6630 75 12,534 72 4 1,27E-06 2,50 E-05 8,2351 83 24,060 53 5 0,000001 71 3,37 E-05 9,5603 71 27,870 87 Fonte: Autores (2017). Observou-se a partir da análise da Tabela 1, que quanto maior a vazão da bomba peristáltica, o conjunto deelutriação envolveu e carregou maior número de partículas. O valor encontrado para o diâmetro médio de Sauter foi: 4,451139751µm mostra-se condizentes com o resultado esperado quanto à caracterização granulométrica das partículas. A análise granulométrica diferencial e acumulada (passante e retida) é dada pelas Figuras 3 e 4, respectivamente. Figura 3 – Curva Análise Granulométrica Fonte: Autores(2017). Figura 4 - Curva de analise granulometrica (passante e retida). Fonte: Autores(2017). O valor de pico da Figura 3 representa a o ensaio com maior fração retida no filtro (partículas de diâmetro ± 5,66 µm). Mesmo o diâmetro médio de Sauter encontrado (4,451139751µm) não estando na faixa do valor de pico na figura, ainda representa a amostra, pois a variação na vazão dos ensaios de elutriação deu-se de forma elevada. Se o ensaio tivesse sido iniciado partindo-se de uma vazão menor e mantido uma evolução gradual e de menor módulo, obter-se-iam dados suficientes para uma análise mais detalhada e logo uma caracterização mais eficiente. Observa-se que as curvas obtidas na Figura 4 assemelham-se às encontradas na literatura, de acordo com Foust, 2008. Sendo assim consideradas aceitáveis. O valor da eficiência global estimado em aproximadamente 75,92% revela que a classificação da terra diatomácea pelo processo de elutriação foi satisfatória, ou seja, 75,92% das partículas foram analisadas e classificadas quanto ao seu diâmetro. 6. CONCLUSÃO O diâmetro médio de Sauter encontradoa partir da realização do ensaio de elutriação da terra diatomácea foi de 4,451139751µm. As curvas de análise granulométrica diferencial (passante e acumulada) obtidas assemelham-se à literatura de acordo com Foust, 2008, podendo considerá-las assim satisfatórias. As velocidades de arraste utilizadas no elutriador, os diâmetros de partícula e a eficiência individual para cada velocidade apresentados na Tabela 1 mostraram que uma maior quantidade de partículas é carregada quando a vazão e a velocidade de arraste do fluido são maiores. A partir da realização deste experimento, conclui-se que os ensaios de elutriação apresentaram uma eficiência global de 75,92%, o que significa afirmar que esta operação unitária é uma técnica promissora de separação e caracterização para amostras de menor granulometria. Fr a çã o M as si ca Diâmetro de partícula (um) Distribuição Granulometrica Fr a çã o M as si ca Diâmetro particula (um) Analise Granulometrica ( passante e retida) Retida Passante 7. NOMENCLATURA Figura 5 – Nome e unidade das simbologias usadas ao longo do artigo. Fonte: INCROPERA (1990) 8. REFERÊNCIAS Bomba Peristáltica. Disponível em <http://www.technopump.com.br/bomba- peristaltica.htm>. Acesso em: 08 de Setembro. de 2017. CREMASCO, M. A. Operações Unitárias em Sistemas Particulados e Fluidomecânicos. Blucher, São Paulo, 2012. INCROPERA, F.P.; DEWITT, D.P. Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa, 3a edição, LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., R. J. 1990. RAYMANN, F. P. Projeto de dimensionamento de um sistema de leito fluidizado gás-sólido. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Disponível em: <http://conferencias.utfpr.edu.br/ocs/index.ph p/sicite/2012/paper/viewFile/401/166>. Acesso em: 3 de Setembro. de 2017.
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