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Formação Geral.pdf

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Prévia do material em texto

ELIANA DOS SANTOS COSTA LANA
FORMAÇÃO GERAL
1ª edição
 
Universidade Braz Cubas - UBC
Mogi das Cruzes
2014
Reitor: Prof. Maurício Chermann
DIRETORIA DE UNIDADES EDUCACIONAIS
Coordenação Geral Acadêmica - EaD: Prof.ª Dra. Mara Yáskara Paiva Cardoso
Assessoria Administrativa: Adriane Aparecida Carvalho
Coordenação de Produção: Diego de Castro Alvim
Revisão de Textos: Adrielly Rodrigues, Taciana da Paz
Edição de Arte: Michelle Carrete
Diagramação: Amanda Holanda, Vanessa Lopes
Ilustração: Noel Oliveira Gonçalves, Everton Arcanjo
Impressão: Grupo VLS / Jet Cópias / MogiPress
Av. Francisco Rodrigues Filho, 1233 - Mogilar 
CEP 08773-380 - Mogi das Cruzes - SP
1ª edição 2014 
Foi feito o depósito legal. 
O autor dos textos presentes neste material didático assume total 
responsabilidade sobre os conteúdos e originalidade. 
Proibida a reprodução total e/ou parcial. 
© Copyright UBC 2014
Prof.ª Eliana dos Santos Costa Lana1*
* Mestre em Integração da América Latina, pela Universidade de São Paulo (USP - 2009). Título: Políticas 
Públicas para a Educação Escolar Indígena na América Latina: legislações de Brasil e Bolívia. Especialização em 
Textos Literários: aspectos sociais e psicológicos, pela Universidade Braz Cubas (2005). Graduação em Letras, pela 
Universidade Braz Cubas (2004). Atualmente é Docente da Universidade Braz Cubas, Mogi das Cruzes, São Paulo.
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 9
INTRODUÇÃO 11
UNIDADE 1
1GLOBALIZAÇÃO; TICS; RELAÇÕES DE TRABALHO 13
1.1 A ECONOMIA MUNDIAL E A GLOBALIZAÇÃO: 
FACES DA GLOBALIZAÇÃO 14
1.1.1 ECONOMIA MUNDIAL GLOBALIZADA; MAIOR 
CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZAS 18
1.2 A ORGANIZAÇÃO MODERNA DA SOCIEDADE DA 
INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO 24
1.2.1 OS DESAFIOS DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO 27
1.3 O CRESCIMENTO DA INFORMALIZAÇÃO NAS 
RELAÇÕES TRABALHISTAS 29
1.3.1 CRESCIMENTO DAS PRÁTICAS DE TERCEIRIZAÇÃO 
E SUAS CONSEQUÊNCIAS: VANTAGENS E DESVANTAGENS 32
1.4 CONSIDERAÇÕES DA UNIDADE I 36
UNIDADE 2
2AVANÇOS TECNOLÓGICOS; CIÊNCIA, TECNOLOGIA 
E SOCIEDADE; ECOLOGIA/BIODIVERSIDADE 45
2.1 AVANÇOS TECNOLÓGICOS 46
2.2 ECOLOGIA / BIODIVERSIDADE 51
2.3 BRASIL: RECURSOS NATURAIS; POLÍTICAS AMBIENTAIS 55
2.4 EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL 59
6
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ário
2.4.1 ECO 92 / RIO+20 62
2.5 CONSIDERAÇÕES DA UNIDADE II 67
UNIDADE 3
3POLÍTICAS PÚBLICAS. 
O RURAL E O URBANO. RESPONSABILIDADE 
SOCIAL: TRÊS SETORES 73
3.1 DIREITOS SOCIAS 74
3.2 POLÍTICAS PÚBLICAS 76
3.2.1 A DESILUSÃO COM A POLÍTICA: CORRUPÇÃO 79
3.3 RESPONSABILIDADE SOCIAL 84
3.3.1 SETOR PÚBLICO, PRIVADO E TERCEIRO SETOR 86
3.4 VIDA RURAL E URBANA 90
3.5 CONSIDERAÇÕES DA UNIDADE III 95
UNIDADE 4
4SOCIODIVERSIDADE; MULTICULTURALISMO; 
DEMOCRACIA; CIDADANIA; CULTURA E ARTE 103
4.1 DIVERSIDADE E MULTICULTURALISMO: 
UM DEBATE EM CURSO 104
4.1.1 O MULTICULTURALISMO COMO ESTRATÉGIA PARA A 
CRIAÇÃO DE POLÍTICAS DE RECONHECIMENTO 105
4.1.2 DEMOCRACIA / ÉTICA E CIDADANIA 108
4.2 INCLUSÃO SOCIAL 111
4.2.1 LEI DE COTAS 112
4.3 ESTADOS LATINO-AMERICANOS E POVOS INDÍGENAS 116
4.3.1 POVOS INDÍGENAS – POVOS EXÓTICOS E DISTANTES, 
OU PRESENTES? 120
7
Su
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io
4.4 AFRODESCENDÊNCIA 123
4.4.1 A ÁFRICA DE TODOS NÓS 124
4.5 CULTURA E ARTE: A RESPOSTA DO HOMEM 
AO DESAFIO DA EXISTÊNCIA 127
4.5.1 A IMPORTÂNCIA DA ARTE 130
4.6 CONSIDERAÇÕES DA UNIDADE IV 135
REFERÊNCIAS 141
9
A
pr
es
en
ta
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o
APRESENTAÇÃO 
Caro aluno (a),
Bem-vindo à disciplina de Formação Geral, na qual buscaremos 
compreender um pouco mais sobre a sociedade atual a partir do estudo 
de diversos temas relacionados. Meu nome é Eliana dos Santos Costa 
Lana, e como sua Professora, terei imenso prazer em acompanhá-lo nessa 
jornada. Sou Mestre em Integração da América Latina pela Universidade 
de São Paulo, e graduada em Letras pela Universidade Braz Cubas. 
Minha proposta inicial é que passemos a refletir juntos sobre 
as mudanças sociais dos últimos anos, e de que maneira interferem 
em nossas vidas, tanto no âmbito pessoal quanto como cidadãos e 
profissionais. Os temas que compõem esta disciplina, como você poderá 
comprovar ao longo do curso, versam sobre assuntos, como: o avanço 
da Globalização e suas consequências em questões como Relações de 
Trabalho, Avanços Tecnológicos, Mercado de Trabalho, Políticas Públicas, 
entre outros.
Atualmente, não há como desvincular os acontecimentos sociais, 
seja em relação à Política, à Tecnologia ou ao Mercado de Trabalho, 
da nossa formação intelectual, ou seja, da nossa formação acadêmica. 
Levando em consideração que um curso como Engenharia de Produção 
demanda cinco anos de formação, é possível questionarmos a respeito 
das condições que você encontrará no final da sua jornada acadêmica, já 
que ao iniciar o curso o mercado se encontra de uma forma, e após cinco 
anos, com os avanços tecnológicos, os desdobramentos da globalização 
e mesmo a reformulação política do País, o curso se encontre diferente. 
10
A
presentação
A disciplina de Formação Geral tem como principal característica 
levar você, como futuro profissional da Engenharia, a perceber que 
somente a técnica da área em que irá atuar já não é mais suficiente, pois, 
o conhecimento estático, ou seja, que não é atualizado constantemente 
se torna inútil para o mercado de trabalho em pouco tempo, tal o 
dinamismo da sociedade atual cada vez mais especializada. 
Assim, o conteúdo previsto para este semestre, na disciplina de 
Formação Geral, atende à legislação do Ministério da Educação (MEC) e 
está dividido em quatro unidades. Além do livro didático, você contará 
com teleaulas e a plataforma virtual. 
Então... Pronto para começarmos a discutir qual é o nosso papel 
numa sociedade realmente pulsante e dinâmica, que a cada novo dia 
nos convida a refletir sobre ela e como esse dinamismo interfere em 
nossa vida? Conto com você! 
11
In
tr
od
uç
ão
INTRODUÇÃO
O mundo atual está em constante modificação em todos os 
setores sociais. Após a revolução industrial, nada mais foi o mesmo. Por 
esse motivo, convido você para refletirmos sobre o fato.
Na disciplina de Formação Geral, podemos debater, discutir 
e refletir acerca do que nos rodeia, seja na área social, política, ou 
ambiental, e até mesmo das novas configurações da arte, por exemplo.
Incialmente, você terá, no livro didático, um breve estudo das 
questões sobre a Globalização e suas consequências na área econômica, 
ou seja, no novo modo de comercializar mercadorias entre países; a 
contribuição dos avanços tecnológicos, na área da informação e 
comunicação, e como esses dois fatores interferem de modo radical nas 
relações de trabalho. 
A seguir, vamos analisar um pouco mais os avanços tecnológicos 
que trouxeram novas formas de produzir, de pensar e de viver na sociedade 
atual. As grandes inovações na área da robótica, que modificaram o 
modo de produção de mercadorias, e as questões do uso excessivo dos 
recursos naturais para a produção são temas de estudos, cujo intuito 
é produzir mais, porém, com responsabilidade ambiental. Assim, não 
há como abordar esses avanços sem levarmos em consideração a 
preservação do bioma do planeta e, por esse motivo, o acréscimo do 
tema ecologia/biodiversidade.
Vamos continuar nosso estudo sobre um assunto fundamental 
para nossa vida pessoal, social e profissional: Políticas Públicas. Conhecer 
como e porquê são necessárias e qual sua função e importância para 
termos consciência dos nossos deveres e direitos como cidadãos. Vamos 
analisar, também, a corrupção, infelizmente parte do nosso cotidiano, e 
12
Introduçãoos impostos bastante discutíveis que pagamos. Nesse contexto, é possível 
também analisar o crescimento do número de ONGs, que propiciam 
à população menos favorecida os direitos sociais não assumidos pelo 
Estado. 
Na última unidade deste livro, você terá a oportunidade de 
participar do estudo de um tema muito atual, que faz parte da área 
de Ciências Humanas desde a década de 1980: a Sociodiversidade e o 
Multiculturalismo. Abordaremos questões referentes à afrodescendência, 
aos povos indígenas e às políticas de reconhecimento relacionadas à 
inclusão social. Desde 2003, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) 
incluiu, na grade curricular das escolas brasileiras, esses temas com vistas 
à tolerância e ao respeito ao outro: um dos principais fundamentos de 
uma democracia e de um país multicultural como o Brasil.
Por fim, não podemos nos furtar a abordar dois temas que 
explicam a história da humanidade, a Arte e a Cultura, que conta a 
trajetória do homem e seu fazer no mundo; que nos conduz ao belo, 
ao eterno, e que nos torna mais sensíveis e prontos para entender que 
cada povo tem sua cultura, e que cada cultura humana é essencial para 
a sobrevivência de seus indivíduos. Não há uma mais importante que 
outra. 
Pronto para começarmos? Seja bem-vindo (a) e mãos a obra!
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1Globalização; TICs; 
Relações de Trabalho
OBJETIVOS DA UNIDADE
• Refletir sobre as questões sociais e econômicas 
relacionadas ao fenômeno da globalização em decorrência 
das inovações tecnológicas e suas interferências nas 
relações de trabalho;
• Ampliar sua capacidade comunicativa e sua percepção 
para as várias possibilidades de leitura do mundo por 
meio de uma atitude crítica e reflexiva.
HABILIDADES E COMPETÊNCIAS
• Compreensão do assunto proposto a partir do 
entendimento das afirmações presentes nos textos;
• Entendimento para interpretar os itens que compõem 
a unidade, de modo a compreender o dinamismo da 
sociedade atual, e a correlação que há entre eles.
Disponível em: http://mcartuns.xpg.uol.com.br/globalizacao.html>. Acessado em: 19/10/2013.
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lobalização; TIC
s; Relações de Trabalho
1.1 A ECONOMIA MUNDIAL E A GLOBALIZAÇÃO: 
FACES DA GLOBALIZAÇÃO1 
Quem já não ouviu a frase “estamos na era da globalização e da 
informação”? Você já ouviu? Entretanto, essa é uma questão que ainda 
gera dúvidas e incertezas a respeito dos resultados desse fenômeno, em 
razão das alterações profundas na mudança do papel do Estado, ou seja, 
no gerenciamento das políticas públicas, que reduz sua interferência em 
questões sociais. Somos pegos de surpresa com as novidades acerca da 
economia, da organização de produção, dos conflitos entre países, e até 
mesmo as questões ambientais estão na ordem do dia. Temos que estar 
preparados para enfrentar novos desafios todos os dias e, sem dúvida, 
compreendê-los para que possamos contribuir de alguma forma para 
vencê-los.
 
 
Disponível em: <http://geoprofessora.blogspot.com/search/label/Globalização>. Acessado em: 19/10/2013.
Verdade é que, as sociedades sempre se comunicaram de alguma 
forma, pois, de acordo com historiadores, as grandes navegações foram 
o ponto de partida para o processo de globalização, com o crescimento 
expressivo no setor comercial em diferentes partes do mundo. Por 
1 Globalização: sf. Processo de integração entre as economias e sociedades dos vários países, 
especialmente no que se refere à produção de mercadorias e serviços, aos mercados financeiros, e á 
difusão de informações [PL.:-ções] (Dicionário Aurélio).
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esse motivo, surgiu a necessidade do aumento de produção de bens 
para serem comercializados entre esses países. A Revolução Industrial, 
durante os séculos XVIII e XIX, trouxe a solução para o aumento da 
produção, além de modificar substancialmente o trabalho. Assim, o 
trabalho artesanal foi substituído pela produção em série, resultado da 
inovação, que teve como principal marco a máquina a vapor. 
Mas, foi a partir do século XX, que esse processo se intensificou, 
por conta da aceleração do desenvolvimento das tecnologias da 
informação e telecomunicações. Não podemos esquecer a grande 
contribuição da massificação do uso da internet na década de 1980, 
quando teve início a utilização do Computador Pessoal, e, em 1990, o 
uso da internet para uso comercial, o que fez com que se expandisse 
globalmente a produção, o capital.
Entretanto, para o professor da Universidade de Columbia, nos 
Estados Unidos, e Nobel da Economia, em 2001, Joseph Stiglitz2, 
a globalização, que poderia ser uma força 
propulsora de desenvolvimento e da redução 
das desigualdades internacionais, está sendo 
corrompida por um comportamento hipócrita 
que não contribui para a construção de uma 
ordem econômica mais justa e para um mundo 
com menos conflitos. (PRADO, 2007). Disponível 
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_artte
xt&pid=S1415-98482007000300007>. Acesso em: 
12/10/2013.
Nessa nova modalidade econômica, em que o mundo se tornou 
um grande mercado, os critérios que prevalecem são o lucro e o consumo 
individualista. Outra característica é o crescimento das corporações e 
2 Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel da Economia em 2001, em seu mais recente livro “Making 
Globalization Work” (Fazendo a Globalização Funcionar), diz que esse processo está produzindo “países 
ricos com pessoas pobres”.
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s; Relações de Trabalho
megafusões entre setores variados, ou seja, as indústrias buscam, nesse 
tipo de negociação, sobreviverem no mercado globalizado, pois o poder 
das grandes corporações é infinitamente maior do que o poder das 
economias nacionais. O resultado desse poder criou uma economia 
instável para os países subdesenvolvidos, que participam com apenas 
30% do comércio global, e, assim, os países ricos ficam mais ricos e os 
pobres mais pobres.
O capitalismo, para manter sua hegemonia, 
reorganiza suas formas de produção e consumo 
e elimina fronteiras comerciais para integrar 
mundialmente a economia. Trata-se de mudanças 
no sentido de fortalecer o capitalismo, o que é dizer: 
fortalecer as nações ricas e colocar os países mais 
pobres na dependência, como consumidores. Essas 
alterações nos rumos do capitalismo se dão, no 
entanto, no momento em que o cenário mundial em 
todos os aspectos é bastante diversificado. A onda 
da globalização e da Revolução Tecnológica encontra 
os países (centrais ou periféricos, desenvolvidos ou 
subdesenvolvidos) em diferentes realidades e desafios, 
dentre os quais o de implementar políticas econômicas 
e sociais que atendam aos interesses hegemônicos, 
industriais e comerciais de conglomerados financeiros 
e de países ou regiões ricas, tais como a América do 
Norte, Japão e União Européia (LIBÂNEO e OLIVEIRA, 
1998, p. 599-600, grifos dos autores).
Uma das razões para que os países pobres não consigam participar 
mais efetivamente desse crescimento econômico, são os subsídios 
que os países ricos aplicam em sua produção interna. Esse cenário é 
propício para que as empresas multinacionais vendam seus produtos 
em praticamente todos os países, com o aumento de suas filiais por 
todo o globo. Mas, o que deveria ser lucrativo para os países em que 
essas filiais são implantadas, não acontece, pois, os lucros e as decisões 
de investimento e o desenvolvimento da tecnologia permanecemnos 
países sede das grandes corporações.
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PARA REFLETIR
Neoliberalismo e globalização
Os conceitos de neoliberalismo e globalização estão ligados 
porque o neoliberalismo surgiu graças à globalização e 
mais concretamente à globalização da economia [...].
Na política, neoliberalismo é um conjunto de idéias 
políticas e econômicas capitalistas que defende a não 
participação do estado na economia, onde deve haver 
total liberdade de comércio, para garantir o crescimento 
econômico e o desenvolvimento social de um país.
O neoliberalismo defende a pouca intervenção do governo 
no mercado de trabalho, a política de privatização 
de empresas estatais, a livre circulação de capitais 
internacionais e ênfase na globalização, a abertura da 
economia para a entrada de multinacionais, a adoção de 
medidas contra o protecionismo econômico, a diminuição 
dos impostos e tributos excessivos e etc. 
O neoliberalismo é bastante criticado, pois muitos 
acreditam que a economia neoliberal só beneficia 
as grandes potências econômicas e as empresas 
multinacionais, que países pobres ou em processo de 
desenvolvimento acabam sofrendo com os resultados de 
uma política neoliberal, causando o desemprego, baixos 
salários, aumento das diferenças sociais e dependência 
do capital internacional.
Disponível em: <http://www.significados.com.br/
neoliberalismo/>.Acesso em 15/10/2013
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s; Relações de Trabalho
1.1.1 ECONOMIA MUNDIAL GLOBALIZADA; MAIOR 
CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZAS
Iniciemos esse tópico com uma estatística em relação à economia 
mundial globalizada, que acentua a concentração de riquezas. 
A concentração do capital e o crescente abismo entre 
ricos e pobres (48 empresários possuem a mesma 
renda de 600 milhões de outras pessoas em conjunto) 
e o crescimento do desemprego (1,2 bilhões de 
pessoas no mundo) e da pobreza (800 milhões de 
pessoas passam fome) são os principais problemas 
sócias da globalização [...] (SANTOS e ANDRIOLI, 
2005. Disponível em:
<http://www.rieoei.org/deloslectores/905Santos.
pdf> . Acesso em 15/10/2013.
Por conta de o mercado mundial ser controlado por grandes 
corporações, as diferenças entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos 
se ampliam cada vez mais. Por esse motivo, muitos movimentos contra 
a globalização surgiram em todo o mundo, alegando que as conquistas 
desse fenômeno não estão à disposição de todos, e que as multinacionais, 
com seu poder econômico sem precedentes, moldam o mundo segundo 
seus interesses econômicos.
Embora a negociação do comércio mundial tenha de seguir as 
normas da Organização Mundial do Comercio (OMC), que regulam 
a comercialização de mercadorias e serviços, não raras vezes, o que 
prevalece são os interesses das grandes corporações. Para os países 
subdesenvolvidos, resta disputar o mercado oferecendo as estruturas 
necessárias para que essas empresas abram suas filiais em seus territórios.
A presença das grandes multinacionais dos mais variados setores 
é responsável por 70% do comércio mundial, e procuram países que 
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ofereçam maiores vantagens financeiras, principalmente, incentivos 
fiscais e mão de obra barata. O mais grave é que muitas dessas empresas 
controlam recursos naturais, terras e jazidas minerais nos países em que 
estão inseridas.
 
 
PARA REFLETIR
Vamos analisar um poema de Drummond e verificar, segundo 
ele, a nossa condição atual de cidadão globalizado.
Eu, etiqueta
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
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lobalização; TIC
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Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-lo por mil, açambarcando 3
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado( grifo nosso).
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
3 Dicionário Aurelio - v.t.d. Pegar alguma coisa de maneira exclusiva; tomar para si (algo) sem 
que outras pessoas usufruam dos mesmos benefícios; monopoliza
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Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer, principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas4 piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
4 Dicionário Aurelio - s.f. Tipo de galeria coberta por peças de madeira, geralmente ornada por 
trepadeiras (barrotes), assentadas em pilares.
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lobalização; TIC
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Minhas idiossincrasias5 tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mar artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
(Carlos Drummond de Andrade)
Como é possível perceber após a leitura do poema, principalmente 
nos versos em destaque, é que a globalização trouxe, além das questões 
políticas, sociais e econômicas, a mudança de comportamento em 
relação ao consumismo exacerbado da economia capitalista. O que se 
5 Dicionário Aurelio - s.f. Maneira de ver, sentir, reagir peculiar a cada pessoa. (É uma disposição 
do temperamento, da sensibilidade que faz com que um indivíduo sinta, de modo especial e muito seu, 
a influência de diversos agentes.)
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sente é como se fosse uma obrigação ser um consumidor de marcas 
famosas para ser aceito pela sociedade. Segundo Drummond, é nesse 
momento que perdemos nossa identidade e passamos a ser mera coisa, 
igual, ou seja, somos a etiqueta do produto que usamos. 
Por essas e outras razões, já mencionadas, é possível 
encontramos defensores da globalização e críticosà globalização, e 
nesse sentido, podemos afirmar que não se trata de uma situação, na 
qual há unanimidade em seu conceito. Segundo Santos e Andrioli, 2005 
Disponível em:
<http://www.rieoei.org/deloslectores/905Santos.pdf> . Acesso 
em 15/10/2013.
Esse processo, da forma como ele atualmente vem 
acontecendo não deveria sequer ser chamado 
de Globalização, já que atinge o globo de forma 
diferenciada e exclui a sua maior parte – se observarmos 
a circulação mundial do capital, podemos constatar 
que a maioria da população mundial (na Ásia, na 
África e na América latina) permanece excluída.
O paradoxo, nesse contexto, é que a humanidade poderia ter 
sido beneficiada com as oportunidades do avanço tecnológico que 
desencadeou a globalização dos mercados. Mas, o que vemos, é que 
apesar de conseguirmos produzir muito, continuamos ainda hoje a ter 
gente faminta, desempregada e sem lugar para morar. 
É evidente, hoje, que a iniquidade da distribuição da riqueza 
mundial se agravou nas duas últimas décadas: 54 dos 84 países menos 
desenvolvidos viram o seu Produto Nacional Bruto (PNB) per capita 
decrescer nos anos 80; em 14 deles, a diminuição rondou os 35%; 
segundo o Relatório do Programa para o Desenvolvimento das Nações 
Unidas de 2001 (PNUD, 2001).
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Por fim, entre a face boa e a face ruim da globalização, o resultado, 
até então, nos dá conta de que esse fenômeno se caracteriza pelo aumento 
da imigração de cidadãos de países pobres para países ricos, houve um 
aumento significativo do desemprego nos países subdesenvolvidos, o que 
resultou no crescimento do subemprego e da economia informal. Todos 
esses acontecimentos nos levam a outra questão: as relações trabalhistas 
que sofreram enorme interferência no processo de produção do mundo 
globalizado, o que será abordado mais adiante. 
Antes, vamos refletir acerca do papel do desenvolvimento 
tecnológico, principalmente no que se refere à comunicação, e o 
quanto o domínio das novas tecnologias interferem na vida do cidadão, 
tanto na área profissional, quanto na vida pessoal e social, além de ser 
atualmente uma necessidade cada vez maior para entrar e permanecer 
no mercado de trabalho. 
1.2 A ORGANIZAÇÃO MODERNA DA SOCIEDADE 
DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO
A sociedade atual é marcada por mudanças num ritmo cada vez 
maior. Essas mudanças exigem um novo posicionamento do homem, 
seja na forma de pensar ou de agir, cujo principal motivo é o papel da 
informação. Há a necessidade de buscar maior número de informações 
para ter acesso ao que acontece dentro e fora das organizações, dos 
países, e do mundo de um modo geral. Diferente de outros bens, a 
informação é utilizada de variadas formas sem que perca seu valor.
Na sociedade da informação, o conhecimento do indivíduo, 
a capacidade de saber usar esse conhecimento com inteligência, 
é o diferencial para o êxito num mercado de trabalho cada vez mais 
competitivo. Porém,
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Uma das maiores interrogações que estão no horizonte 
próximo, no quadro da sociedade da informação, é 
a ameaça da info-exclusão. Parece evidente que o 
curso da história caminha para um ponto em que 
não saber operar com tecnologias de comunicação 
e informação será equivalente ao analfabetismo 
funcional. Quem aí se deixar fixar terá uma enorme 
desvantagem competitiva ao nível do emprego e da 
cidadania. (MARQUES,1998, p. 15).
Entretanto, não se deve confundir informação com conhecimento. 
Não raras vezes já ouvimos a seguinte afirmação “temos excesso de 
informação e pouco conhecimento”, ou seja, conhecimento é o 
resultado de uma análise profunda das informações.
No contexto da globalização, esses dois elementos são de 
fundamental importância econômica, pois é a partir deles que se criam 
riquezas, além de procurar meios que dêem ao cidadão melhor qualidade 
de vida. 
Assim sendo, para que a sociedade da informação 
possa ser considerada uma sociedade do 
conhecimento é imprescindível que se estabeleçam 
critérios para organizar e selecionar as informações, 
e não simplesmente ser influenciado e “moldado” 
pelos constantes fluxos informativos disponíveis 
(COUTINHO E LISBÔA, 2011, p. 10).
Nesse sentido, a palavra conhecimento é, muitas vezes, 
utilizada de forma indevida, porque na verdade há muita informação, 
que é disseminada numa velocidade espantosa, e mais, o acesso ao 
conhecimento ainda é precário nos países subdesenvolvidos que 
possuem um sistema educacional atrasado ou de má qualidade.
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PARA REFLETIR
 
 
 
Fonte: ANGELI Filho, Agnaldo. Modernização do ensino público (charge). 
http://prontofaleiadistancia.blogspot.com.br/ Acesso em 20/10/2013
O desenvolvimento econômico e humano deficiente dos países 
subdesenvolvidos se deve em grande parte à falta de infraestrutura nas 
escolas desses países. Como você pode ler nas entrelinhas dessa charge, 
o autor faz uma sátira em relação ao conceito que, principalmente o 
governo brasileiro tem de educação de boa qualidade, numa sociedade 
pautada nos avanços tecnológicos que devem estar presentes na área 
educacional, e que, como se pode perceber, não existe. 
Apenas comprar equipamentos, como computadores, e enviá-los 
às escolas, não significa que houve modernização do ensino. Para que 
todos tenham acesso à tecnologia, é preciso ter uma estrutura adequada, 
professores treinados e condições mínimas para que todos participem. 
Caso contrário, continuaremos a fortalecer o novo analfabetismo: o 
analfabetismo tecnológico. Este pode ser entendido como a incapacidade 
do cidadão de ler o mundo digital, de dominar os conteúdos relacionados 
à informática, como, no mínimo, a internet, o editor de textos e as 
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ferramentas disponíveis para este domínio. Para alguns estudiosos atuais, 
esta é a nova e mais violenta forma de manter as desigualdades sociais 
da sociedade contemporânea. Nome? Exclusão digital!
Assim, caro aluno (a), nesse momento, pode-se afirmar que 
você participa das vantagens dessa nova sociedade (da informação, 
tecnológica), pois, com esse advento, os espaços de conhecimento se 
ampliaram, e hoje é possível estudar fora do espaço escolar, pois você 
pode, em qualquer lugar, desde que tenha acesso á internet completar 
seus estudos na modalidade EAD.
1.2.1 OS DESAFIOS DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
Como vimos, o avanço da tecnologia da informação e comunicação 
mudou o mundo. Novas formas de interagir, tanto no campo econômico, 
de visão de mundo, de relacionamentos entre os povos e, principalmente, 
das questões culturais, têm hoje uma nova configuração. Mas, como 
entender e conviver com mudanças tão radicais? Como a sociedade se 
comporta diante desses fatos?
A palavra mudança talvez nunca estivesse tão presente e 
necessária em nossa vida como hoje em dia. Atualmente, vive-se em 
uma era de mudança de paradigmas, transformações e metamorfoses 
no âmbito geral da sociedade.
Segundo Maria Alice Borges (2000), a busca pela compreensão 
dessa fase tem se intensificado, surgindo novos métodos de pesquisas 
e estudos para a compreensão do mundo que passa constantemente 
por diversas mudanças. Exemplo disso é o mundo virtual que permitiu 
alterações significativas, rompendo as barreiras do tempo e espaço, 
em que tudo é realizado em tempo imediato, em que os maiores bens 
passarama ser a informação e o conhecimento.
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Ainda segundo a autora, a sociedade moderna, em que vivemos 
atualmente, tem como o grande desafio fazer com que tal modernidade 
e virtualidade não interfiram na identidade intrínseca da cultura dos 
povos.
De acordo com Churchman (1972, apud BORGES, 2000), a 
princípio, existem diversos problemas que a moderna tecnologia pode 
resolver, como a capacidade tecnológica de alimentar, vestir, oferecer 
educação adequada a todos os habitantes do mundo. Porém, as soluções 
de todos esses problemas estão barradas na falta de mobilização e 
organização para fazê-los.
A sociedade da informação é uma realidade que tem como premissa 
o desenvolvimento da humanidade e dos benefícios econômicos, em 
que a interdisciplinaridade é fundamental, mas mesmo com a sociedade 
cada vez mais integrada e globalizada, o indivíduo ainda tem, em suas 
mãos, o controle de seu futuro.
Pode-se verificar, que estamos vivendo um momento de 
transição em que estar atualizado é uma questão de sobrevivência, 
quem detém conhecimento e informação possui as ferramentas para o 
sucesso. Apesar de tais acontecimentos serem somente consequências 
de uma vontade coletiva antiga e a sociedade ter se transformado 
em um sistema globalizado, a sociedade da informação e os avanços 
tecnológicos somente terão um fundamento efetivo para a solução dos 
problemas mundiais quando houver uma mudança de pensamento e 
posicionamento da sociedade, a fim de buscar a organização para fazer 
a diferença.
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1.3 O CRESCIMENTO DA INFORMALIZAÇÃO NAS 
RELAÇÕES TRABALHISTAS
A globalização em conjunto com os avanços tecnológicos dos 
últimos tempos, promoveu mudanças radicais nas relações trabalhistas, 
principalmente nos países pobres, ou rotulados de terceiro mundo. Estes 
encontram maiores dificuldades em competir com os países ricos, pois 
não conseguem exportar seus produtos por conta da política de subsídio 
interno adotada pelos países ricos e desenvolvidos tanto economicamente 
quanto autosuficientes em estrutura tecnológica. Como resultado dessa 
política, houve a redução do valor de mão de obra e o aumento do 
desemprego, cuja causa é atribuída ao alto grau de desenvolvimento 
tecnológico na produção industrial. A automatização de tarefas, antes 
executada pelos funcionários, é, hoje, função de robôs, e sendo assim, se 
terceirizam as funções técnicas, consolidando o desemprego estrutural, 
pois não se encontra mais um trabalhador que permaneça na mesma 
empresa por muitos anos.
Até pouco tempo, as relações de trabalho 
eram caracterizadas por meio de contratos formais 
realizados entre ‘patrões’ e ‘empregados’, [...] 
Quanto mais tempo o trabalhador ficasse em uma 
empresa, maiores eram suas chances de ‘fazer 
carreira’ e menor a possibilidade de ser rompido o 
vínculo trabalhista. O perfil do trabalhador médio 
era constituído por indivíduos do sexo masculino, de 
baixa escolaridade, formado ‘no chão de fábrica’, que 
trabalhava nas indústrias, diretamente nas linhas de 
produção (ARROIO E RÉGNIER. Disponível em: http://
www.senac.br/BTS/272/boltec272d.htm. Acesso em 
15/10/2013.
E hoje? A competição pelo mercado de trabalho está acirrada, ou 
seja, não há mais garantia de estabilidade no emprego, em consequência 
da exigência deste mercado em absorver cada vez mais mão de obra 
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qualificada. A pressão por uma produtividade maior, a instabilidade 
no emprego, e a sensação de insegurança criaram uma nova relação 
patrão/empregado, hoje denominado “colaborador”. Se antes, ter um 
emprego com carteira assinada dava ao trabalhador a sensação de 
segurança para ele e sua família, atualmente é apenas temporário, e 
este já tem consciência de que é preciso qualificar-se constantemente 
para acompanhar o novo modelo das relações de trabalho. 
Os fatores que levaram à modificação dessas relações são vários, 
já mencionados anteriormente, como o fenômeno da globalização 
econômica resultante dos avanços tecnológicos em informação e 
comunicação, além da mudança do perfil dos trabalhadores, que se 
antes era predominantemente de homens, hoje, as mulheres também 
fazem parte deste universo de forma abrangente. 
Como pode perceber, a globalização tem várias faces, pois, se de 
um lado aumentou a produção de bens e transformou o mundo em um 
grande mercado, por outro, fez surgir a necessidade de mão de obra barata, 
a qual é conseguida em países subdesenvolvidos, o que faz com que a 
população (com salário reduzido) desses países fique fora dos benefícios 
que a sociedade capitalista produz. Uma das causas pode ser atribuída às 
precárias condições de políticas públicas de boa qualidade desses países em 
áreas essenciais para o desenvolvimento: educação, saúde, saneamento, 
ou seja, os direitos sociais a que todo o cidadão faz jus.
Em relação à informalização das relações trabalhistas, Lucci 
(2005), esclarece que há atualmente um novo modo de praticar essas 
elações, ou seja, os serviços que exigem mão de obra menos qualificada 
são terceirizados, cujo propósito é reduzir custos e salários, além de não 
terem de arcar com o ônus dos direitos trabalhistas conquistados após 
muita luta. Mas, no mercado globalizado esta prática é uma necessidade 
por parte das empresas nacionais para concorrerem com o capital 
externo. Lucci diz ainda que para concorrer com o capital externo, as 
empresas nacionais são obrigadas a diminuir custos, reduzir salários e 
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demitir funcionários. A mão-de-obra menos qualificada é descartada 
e adota-se a prática da terceirização do trabalho (para serviços gerais, 
limpeza, vigilância, manutenção de equipamentos menos sofisticados, 
etc.), eliminando-se muitos dos direitos dos trabalhadores e eliminando-
se muito das conquistas sindicais.
Enfim, como citado anteriormente, o desenvolvimento tecnológico 
na produção industrial criou um novo perfil de trabalhador que requer 
constante aprimoramento do seu conhecimento na área que atua, 
além de flexibilidade, com visão do todo. Ademais, outros requisitos ou 
competências são fundamentais para concorrer no mercado de trabalho, 
como, por exemplo, o domínio das novas tecnologias, a polivalência6, a 
sociabilidade, o domínio de língua estrangeira, principalmente o inglês, 
entre outros. 
 
PARA REFLETIR
“O crescimento econômico de um país está estreitamente 
vinculado com a oferta e a demanda de capital humano. 
Uma vez que o crescimento econômico está enlaçado com 
a igualização do poder de compra e qualidade de vida da 
população. A melhoria da qualidade de vida da população 
impulsiona o mercado de consumo que viabiliza o crescimento 
econômico”.
“O crescimento econômico de um país está aliado às 
inovações tecnológicas para adequarem as necessidades 
contextuais e as exigências de uma economia globalizada”.
“A educação é uma área de investimento que pode 
propiciar benefícios sócio-político-econômico-jurídico-
ético que venham a assegurar uma distribuição de renda 
mais igualitária, crescimento econômico, desenvolvimento 
social, desenvolvimento humano e trabalho humano melhor 
qualificado”.
6 Dicionário Aurelio - Polivalente: adj. m+f. que exerce diversas funções: um empregado 
polivalente
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SUANNO, Marilza Vanessa Rosa.Crescimento econômico 
e igualdade social. Disponível em: <http://www2.uol.com.
br/aprendiz/n_colunas/coluna_livre/id160602.htm>. Acesso 
em 15/10/2013.
1.3.1 CRESCIMENTO DAS PRÁTICAS DE TERCEIRIZAÇÃO E 
SUAS CONSEQUÊNCIAS: VANTAGENS E DESVANTAGENS
Para alguns estudiosos, como o advogado especializado em 
Direito do Trabalho e Previdenciário, José Salvador Torres Silva, é preciso 
não confundir “terceirização” do trabalho com “precarização” do 
trabalho, que frequentemente ocorre. Para ele, a terceirização nada 
mais é que a necessidade que uma empresa tem de contratar uma outra 
empresa para fins como manutenção, conservação/limpeza, segurança, 
dentre outros, sem que para isso demita funcionários já existentes na 
empresa. Ao contrário, segundo ele, a precarização se confirma quando 
a empresa demite funcionários diretos com o objetivo de diminuir a 
folha de pagamento, ou os encargos tributários, e contrata uma empresa 
terceirizada.
Nesse contexto, o que se entende por precarização é que, ao 
contratar uma empresa terceirizada, há a redução dos benefícios de 
modo geral, pois a empresa contratante não possui vínculo com a 
empresa contratada. Como se sabe, a legislação trabalhista brasileira 
é bastante onerosa (impostos excessivos) sobre a folha de pagamento 
das empresas. Esse sistema de contratação de mão de obra é, hoje, um 
sério problema não só para as empresas privadas, com também para 
as públicas. No que se refere às públicas a intenção é gerar emprego e 
renda.
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Assim, a terceirização precarizará o trabalho 
sempre e quando provocar a redução do salário, dos 
benefícios; promover a rotatividade dos trabalhadores 
no local de trabalho; acarretar o aumento da jornada 
de trabalho e dos riscos de acidente de trabalho - uma 
vez que o trabalhador terceirizado, normalmente, tem 
menor capacitação técnica para o exercício da função 
– acarretar a perda à possibilidade de ascensão na 
carreira, arrefecimento da categoria profissional, etc. 
(SILVA, 2008. <http://www.migalhas.com.br/mostra_
noticia_articuladas.aspx?op=true&cod=72951>. 
Acesso em 12/10/2013. 
Como você pode perceber, esse novo modelo de relação trabalhista 
não é tão simples de se praticar, pois há, digamos, no pacote, sérios 
problemas a serem considerados. A terceirização pode ser concebida 
como um investimento e, por esse motivo, deve-se ter cuidados 
específicos para sua realização, porque, como qualquer investimento, 
há vantagens e desvantagens.
Uma das vantagens é que a empresa prestadora de serviços 
não administra as questões trabalhistas que fica por conta da empresa 
contratante e, dessa forma, passa a ocupar-se em intensificar o 
treinamento de seus funcionários e melhorar a qualidade do serviço 
prestado, ou seja, do seu produto final, além de aumentar sua 
competividade no mercado. 
Para Scavassa, 2013:
Neste sentido, almeja-se criar e sustentar 
vantagens competitivas, tendo como propósito 
maximizar os lucros, reduzir custos, aumentar a 
participação de mercado e tornar os produtos e serviços 
mais competitivos. Nesse sentido, a terceirização 
surge com destaque e se solidifica como uma das 
atividades mais eficientes na gestão de recursos 
humanos das atividades secundárias da instituição. 
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Essa ferramenta busca e trabalha tudo aquilo que 
não é essencial e estratégico para a atividade-fim da 
empresa. Disponível em: <http://www.ipog.edu.br/
uploads/arquivos/8a75bdca0b696681aa606fb30e
bc2677.pdf.> Acesso em 30/10/2013.
Resumindo, a vantagem desse sistema pode ser uma solução para 
que a empresa possa investir em sua atividade principal, incorporar novas 
tecnologias e ganhar competitividade. Nesse sentido, a terceirização está 
mais sólida e eficiente para realizar atividades secundárias empresariais, 
pois, trabalha com o que não é essencial a atividade-fim.
Quanto à desvantagem, o mais prejudicado é o funcionário 
terceirizado, pois, nesse modelo, o vínculo empregatício é temporário, 
o que faz com que não possa contar com uma renda fixa, porque o 
contrato de trabalho geralmente é feito com prazo estipulado e nem 
sempre é renovado. 
Voltamos, então, a questão da insegurança que esse tipo de 
relação trabalhista gera no funcionário terceirizado. Como já afirmado 
anteriormente, do emprego garantido pela “carteira assinada” com a qual 
o trabalhador se sentia seguro, passamos à insegurança e à instabilidade 
pelas quais passam os trabalhadores que optam por esse seguimento. 
Mas, não só os trabalhadores que optam por esse seguimento têm 
problemas, pois as empresas contratantes devem ter em mente que é 
preciso uma pesquisa séria antes de contratar a terceirizada, para mais 
adiante não serem surpreendidos por questões trabalhistas ou por uma 
prestação de serviço de má qualidade (nohall).
 
CONHEÇA MAIS
Leia a notícia do Jornal Estadão, na qual é possível perceber 
que as desvantagens são muito graves.
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Estudo aponta desvantagens de terceirizados 
05 de outubro de 2011 | 3h04
LU AIKO OTTA / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Os trabalhadores terceirizados ganham 27,1% 
a menos que os diretamente contratados, trabalham 
três horas semanais a mais, têm menos benefícios e 
estão mais sujeitos a acidentes de trabalho e morte. 
É o que mostra estudo elaborado pelo Dieese e pela 
Central Única dos Trabalhadores (CUT), apresentado 
no seminário promovido pelo Tribunal Superior do 
Trabalho (TST). 
O estudo relata que até no Palácio do Planalto 
há cerca de 300 funcionários terceirizados que 
não conseguem receber atrasados. A prestadora 
de serviços que os contratou deixou de atender a 
Presidência em dezembro de 2010 e não pagou 
parte dos salários. O Planalto obteve autorização na 
Justiça para bloquear os R$ 477,7 mil para entregar 
diretamente aos funcionários, que foram contratados 
por outra empresa de serviços terceirizados. 
O risco de “calote” é um dos maiores problemas 
enfrentados pelos trabalhadores, diz o estudo. 
Sobretudo no setor público, onde as prestadoras 
de serviço são contratadas por licitações em que o 
critério é o menor preço, é comum elas prometerem 
prestar serviços por valores que não cobrem os direitos 
trabalhistas. Não raro essas empresas “desaparecem”, 
deixando dívidas. 
Além de ganhar menos e trabalhar mais, 
os terceirizados são empregados em funções que 
trazem maior risco. O estudo cita levantamento da 
seção mineira do Dieese, pelo qual morreram 239 
trabalhadores no setor elétrico entre 2006 e 2008, 
desses 193, ou 80,7%, eram terceirizados. 
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Enfim, o que se pode concluir das afirmações acima é que as 
relações de trabalho da sociedade atual requerem amadurecimento, 
uma legislação mais rígida, além da preocupação com o trabalhador 
terceirizado, pois estamos tratando de seres humanos e não de 
mercadorias. Acredita-se que com o avanço cada vez mais intenso 
da tecnologia, as questões emprego/desemprego e novas formas de 
organização do trabalho virão. O que se espera é que se encontrem 
respostas que sejam satisfatórias para ambos: empresa/funcionário, e 
que a prática do lucro, acima de tudo, não fortaleça ainda mais o abismo 
que há entre países ricos e países pobres.
1.4 CONSIDERAÇÕES DA UNIDADE I
Caro aluno (a),
Chegamos ao final da Unidade I. 
Nesse momento, vamosrefletir acerca do que foi discutido até 
aqui. 
Você deve ter percebido que agrupamos três tópicos que se 
correlacionam, ou seja, a Globalização, a Tecnologia da informação, 
comunicação, e as Relações de trabalho. Não há como tratar de um sem 
mencionar o outro, pois, como afirmado, a globalização atingiu o seu 
ápice com o advento dos avanços tecnológicos nas áreas de informação 
e comunicação, e esses dois elementos modificaram substancialmente a 
vida de todos os cidadãos ao redor do mundo. 
Essa modificação gerou novas formas de comércio, de criação 
de novas empresas, principalmente de filiais de grandes multinacionais 
em países considerados subdesenvolvidos ou de terceiro mundo, cuja 
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criação trouxe consigo a exploração de mão de obra barata, bem como 
a exploração dos recursos naturais, além dos incentivos fiscais praticados 
pelos países que recebem estas filiais beneficiando as multinacionais.
Toda essa mudança de comportamento do mercado mundial, 
que em tese, deveria facilitar o comércio entre os povos e, com isso, 
beneficiar a todos, não aconteceu, ao menos até hoje. Os países ditos 
ricos, ou de primeiro mundo, continuaram a intensificar a expansão 
de suas fronteiras econômicas e capitalistas, e os países pobres, ou 
de terceiro mundo, sendo o celeiro das condições para que tal fato se 
concretizasse.
O lucro a qualquer preço deixou de lado o fator capital humano, 
que na verdade é o responsável pelo desenvolvimento econômico de 
qualquer país. Muitos teóricos abordam esse fato em seus trabalhos e 
pesquisas, e são unânimes em afirmar que da forma como se conduz 
esse fenômeno atual, não se deveria denominar “Globalização”, pois, 
nem todos participam de igual para igual de tudo o que a sociedade 
moderna produz. 
Grande parte da humanidade está excluída deste processo, 
seja, em relação à aquisição de bens, seja pela qualidade de vida que a 
globalização deveria trazer. Como já afirmado, temos inúmeros países 
que ainda não propiciam ao seu povo, o básico para uma vida digna: 
educação de boa qualidade, saneamento básico, habitação, trabalho 
digno, saúde e cultura geral, sem falar das condições de trabalho a que 
são submetidos todos aqueles que por falta de qualificação profissional, 
ou ficam fora do mercado e entram para a economia informal, ou se 
sujeitam ao trabalho terceirizado que não lhe proporciona segurança e 
continuidade.
Embora esse novo sistema de relações de trabalho não possa ser 
visto apenas de um ponto de vista, ou seja, desvantajoso, pois, como 
você deve ter percebido, tem como característica responder à demanda 
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do mercado, e propiciar às empresas incorporar novas tecnologias e 
ganhar competitividade.
Assim, ao final desta Unidade, espero ter contribuído de alguma 
maneira para sua reflexão acerca do universo em que está inserido, e na 
qual, ao final de sua jornada acadêmica, estará pronto para colaborar com 
seus conhecimentos para que a sociedade seja, além de desenvolvida, 
tecnológica e rica, mais humana. 
Até a próxima Unidade...
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TESTE SEU CONHECIMENTO
 
1. (Uesc) Globalização econômica é o termo utilizado para designar um 
crescente processo de integração das economias nacionais que vêm 
transformando a superfície do planeta num espaço econômico cada vez 
mais unitário. Isso significa que os produtos e os capitais transitam entre 
os países com liberdade cada vez maior, determinando que a economia 
assuma um caráter cada vez mais planetário. (MÉDICI; ALMEIDA, 1999, 
p. 5).
As informações do texto e os conhecimentos sobre globalização 
permitem concluir:
a) A visão do Estado como uma instituição geradora de emprego 
e protetora do trabalho provocou modificações na estrutura de 
produção, o que culminou com a democratização do domínio da 
tecnologia.
b) O processo de globalização, na década de 90 do século XX, 
foi marcado pelos princípios neoliberais, pela privatização de 
empresas estatais e pelo aumento do desemprego.
c) O avanço nos meios de comunicação tornou o mundo uma 
aldeia global, sendo os preconceitos e a xenofobia combatidos e 
desestimulados em todos os países.
d) A globalização beneficiou o estado do bem-estar social, imprimiu 
mais autonomia às nações porque eliminou o protecionismo no 
comércio internacional.
e) A globalização, do ponto de vista geopolítico, favoreceu 
o desenvolvimento dos países periféricos e desacelerou o 
imperialismo no planeta.
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2. (Uesc) Nas últimas décadas, muitos países que tinham uma economia 
voltada basicamente para o setor primário têm recebido em seus 
territórios, filiais ou subsidiárias de multinacionais, fato que vem 
modificando profundamente seus perfis econômicos e suas funções 
dentro da atual divisão internacional do trabalho. (DIT) (BOLIGIAN; 
BOLIGIAN, 2004, p. 276).
Com base nas informações do texto e nos conhecimentos sobre a DIT e 
suas implicações, é correto afirmar:
a) A implantação das multinacionais, nos países periféricos, gerou 
grandes lucros, porque o lucro era reinvestido no seu território, 
diversificando o processo produtivo.
b) A nova DIT não alterou as desigualdades no processo produtivo, 
mas possibilitou o dinamismo da economia de todos os países do 
Terceiro Mundo, devido à interferência estatal.
c) Os países de industrialização clássica, como o Brasil, o México 
e a Argentina, saíram mais fortalecidos do que os demais 
países periféricos, porque os investimentos externos produtivos 
priorizam esses mercados.
d) Essa nova Distribuição Internacional do Trabalho caracteriza-se 
pela mudança do perfil econômico das nações periféricas e pela 
diminuição da dependência econômica dessas nações.
e) Os países centrais, na nova Distribuição Internacional do Trabalho, 
fornecem produtos e serviços com alto conteúdo tecnológico e 
os países periféricos, produtos de primeira e segunda geração 
industrial.
3. (UFPA) O atual espaço geográfico mundial, nos últimos anos, 
tem passado por um acelerado processo de reestruturação, fruto da 
revolução tecnológica e da abertura dos mercados nacionais. Sobre a 
referida reestruturação do espaço geográfico mundial, é correto afirmar 
que:
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a) Há uma crescente interdependência dos mercados, fruto da 
abertura das economias nacionais e do avanço tecnológico dos 
meios de transportes e comunicações, o que tornou a circulação 
mais rápida, intensificando os fluxos de mercadorias, capitais e 
informações. 
b) O novo espaço industrial se caracteriza por funcionar em 
rede e, embora a gestão empresarial seja mantida nas 
principais metrópoles globais, a produção está cada vez mais 
desconcentrada, direcionando-se às grandes cidades.
c) A dimensão cultural da globalização provoca a padronização dos 
costumes, tendo como referência os hábitos dos países centrais, 
sobretudo dos Estados Unidos. Essa tendência enfrenta resistência 
em algumas regiões do mundo, como o Oriente Médio, porque 
grande parte da população dessa região busca um modo de vida 
mais consumista.
d) A reestruturação da economia mundial altera o mundo do 
trabalho, o que provoca a expansão do desemprego estrutural. 
Esse novo tipo de desemprego ocorre nos países periféricose é 
fruto de mudanças irreversíveis, como a automação das atividades 
e a desconcentração produtiva.
e) Há um fortalecimento das transnacionais, pois estas assumem 
várias funções que antes eram exercidas pelos Estados, como 
o controle dos meios de comunicações e energia. Além disso, 
essas corporações vêm expandindo suas áreas de influência, por 
meio de processos de fusões e aquisições, o que tem eliminado 
as fronteiras políticas e econômicas dos Estados Nacionais.
4. (UFSCAR) O contínuo avanço tecnológico global não parece estar 
garantindo que as sociedades futuras possam gerar, unicamente por 
mecanismos de mercado, postos de trabalho, ainda que flexíveis, 
compatíveis em qualidade e renda com as necessidades básicas da 
população mundial. A lógica da globalização e do fracionamento das 
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lobalização; TIC
s; Relações de Trabalho
 
cadeias produtivas incorporou parte dos bolsões mundiais de mão-de-
obra barata sem necessariamente elevar-lhes a renda. Os postos de 
trabalho formal crescem menos que os investimentos diretos. Se, por 
um lado, surgem oportunidades bem remuneradas no trabalho flexível, 
por outro, o setor informal também abriga o emprego muito precário 
e a miséria. E, especialmente nos países da periferia, os governos – 
comprometidos com a estabilidade – não têm orçamento suficiente e 
estruturas eficazes para garantir a sobrevivência dos novos excluídos. 
O paradigma do emprego está em definitiva mudança e há inúmeras 
razões para preocupação quanto ao futuro da exclusão social no novo 
século (Gilberto Dupas. A lógica da economia global e a exclusão social. 
Revista de Estudos Avançados, set/dez 1998).
A análise do texto e da tirinha permite afirmar:
a) O texto aborda o desemprego típico do taylorismo-fordismo. A 
partir dele, valorizou-se mais a estatística relativa ao número de 
trabalhadores sem emprego, à qual a tirinha faz referência.
b) Na tirinha, a personagem Mafalda faz alusão ao desemprego 
enquanto indicador econômico-estatístico. O texto demonstra 
que a lógica da globalização reduz a oferta de empregos e amplia 
a exclusão social.
c) O texto aponta o aumento da informalidade, o que amplia a 
taxa de desemprego referida na tirinha, visto que o trabalhador 
informal pertence exclusivamente à população inativa.
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d) O aumento da taxa de desemprego referida na tirinha aumenta a 
pobreza e a exclusão social, sobretudo em países desenvolvidos, 
onde o avanço tecnológico mais intenso é responsável pelo 
desemprego conjuntural.
e) A lógica da globalização é fracionar e dispersar as atividades 
produtivas no espaço e não reduzir os postos de trabalho. 
Assim, as regiões que recebem muitos investimentos diretos não 
apresentam aumento da taxa de desemprego à qual a tirinha faz 
referência.
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2Avanços Tecnológicos; 
Ciência, Tecnologia e 
Sociedade; Ecologia/
Biodiversidade
OBJETIVOS DA UNIDADE
• Refletir sobre as questões sociais e econômicas 
relacionadas aos avanços tecnológicos, bem como sobre 
questões ambientais e quais são os entraves para a 
proteção e preservação do planeta; 
• Ampliar a capacidade comunicativa e a percepção para 
as várias possibilidades de leitura do mundo por meio de 
uma atitude crítica e reflexiva.
HABILIDADES E COMPETÊNCIAS
• Entendimento para dominar o assunto proposto a partir 
do entendimento das afirmações presentes nos textos;
• Capacidade de interpretar os itens que compõem a 
unidade, de modo a compreender o momento pelo 
qual passa o planeta e a responsabilidade do homem 
em minimizar os efeitos da degradação e exaustão dos 
recursos naturais.
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vanços Tecnológicos; C
iência, Tecnologia e Sociedade; Ecologia/Biodiversidade
Disponível em http://tecnologiasemidiasnaeducacao.blogspot.com.br/2009/05/blog-post_28.html. Acessado 
em: 21/10/2013).
2.1 AVANÇOS TECNOLÓGICOS
Desde os primórdios da humanidade, o homem busca modificar 
o mundo à sua volta, na tentativa de fazer da sua existência algo melhor. 
Mas, ao mesmo tempo em que existe essa possibilidade, ele se vê diante 
da sua fragilidade, a qual gera incerteza quanto ao futuro. Somos capazes 
de criar máquinas para substituir atividades, antes apenas possível de 
serem realizadas por mãos humanas, mas temos dificuldade em controlar 
a nova realidade que se instaurou após os avanços tecnológicos.
As mudanças hoje são cada vez mais frequentes e com intervalo 
de tempo tão mínimo que, por vezes, nem percebemos. Resultado da 
atividade humana que evoluiu ao longo da história com o propósito 
de realizar os desejos humanos, seja para o seu conforto diário ou no 
campo do trabalho para produzir mais em menos tempo.
Num futuro não muito distante, mudanças mais drásticas poderão 
ocorrer, pois há, atualmente, um grande avanço na área da manipulação 
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egenética, que certamente trará outra forma de relacionamento 
homem/natureza. A existência do ser humano, tal como entendemos 
e conhecemos ao longo da história, é muitas vezes posta em dúvida, 
por conta do avanço da tecnociência. Até mesmo as questões éticas 
do que é certo ou errado tem sua concepção modificada na sociedade 
contemporânea.
 
CONHEÇA MAIS
Há uma diferença entre ciência e tecnologia. 
A ciência é baseada em comprovação de hipóteses que 
são submetidas ao crivo da crítica, ou seja, que resistam a 
condições de refutabilidade previamente estabelecidas. 
A tecnologia decorre do domínio de uma técnica destinada 
a determinado fim ou uso.
Apesar de distintas, ciência e tecnologia se complemetam, 
pois o avanço de uma está intimamanete ligado e depende 
da outra. 
A ciência fornece subsidios para o aprimoramento da 
teconologia. Daí, o termo tecnociência.
Como consequência do avanço da ciência e da tecnologia, 
vivemos em uma sociedade dependente da tecnociência, que promove 
a criação de novos mecanismos e altera de modo substancial a vida do 
homem. Mas, se por um lado contribui para o desenvolvimento social, 
por outro, gera polêmicas sobre as vantagens e desvantagens. Ao tratar 
das vantagens, podemos pensar nas grandes descobertas da ciência 
para a cura de inúmeras doenças; o domínio da mecânica; da eletrônica 
e as tecnologias da informação e comunicação que auxiliam o homem 
a viver melhor. 
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Entretanto, o conforto decorrente do avanço tecnológico não 
é democrático, uma vez que não está ao alcance da parte expressiva 
da população mundial. Grande parte dos bens da área é voltada ao 
consumo de uma minoria privilegiada, ficando excluída parte expressiva 
da população mundial.
 
(Disponível em: <professorwalter.wordpress.com>. Acessado em: 21/10/2013).
Nesse momento, instaura-se uma dicotomia1, ou seja, por um 
lado há a liberdade proveniente de uma sociedade tecnocientífica, que 
recorre a diversos tipos de engenhos que, de uma forma ou de outra, 
modificam o quotidiano dos indivíduos em todo o mundo. Por outro, a 
dependência social em relação a elas, o que gera discussões sobresuas 
vantagens e desvantagens. 
Destaca-se que a tecnologia é muito mais do que 
simples máquinas e equipamentos, ela abrange 
simultaneamente o conjunto compreendido pelos 
conhecimentos técnicos – científicos e também pelos 
conhecimentos empíricos das pessoas. (TEIXEIRA, 
2013, p. 1).
1 Dicionário Aurélio. Dicotomia: s.f. Divisão em dois; oposição entre duas coisas.
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eEmbora se possa afirmar que o avanço tecnológico e científico é 
responsável pelo desenvolvimento e crescimento da sociedade, e devido 
a esse avanço, que o homem pode orgulhar-se de conseguir dominar 
novas técnicas em quase todos os setores importantes para a sociedade 
contemporânea. Dentro desse contexto, ou seja, de uma sociedade 
comandada por processamento em bits, surge um novo modo de agir 
do homem.
Além da dependência e dos impactos provocados pelo avanço 
tecnológico, principalmente no que dizem respeito às áreas do 
conhecimento, todos os setores sociais foram profundamente afetados, 
alterando os referenciais outrora tidos como imutáveis. Nesse novo 
mundo, o homem busca nas suas atitudes e reações novas maneiras de 
pensar e conviver. 
Mas não podemos negar que a revolução econômica resultante 
da contribuição da tecnologia da informação criou uma nova versão de 
mundo, e essa nova versão não alterou somente o mundo, a política e 
a economia, mas, também, o valor das informações que circulam cada 
vez com mais rapidez e precisão.
Além do capital tangível, temos agora um capital 
intangível – a informação. As organizações continuam 
funcionando como máquinas e se relacionando 
como provedores do mercado global. As pessoas são 
tratadas como “capital humano” – ainda uma coisa –, 
ou como “capital intelectual” – uma mercadoria. 
(TÔRRES, 2005, p. 192).
No Brasil, apesar dos esforços, as pesquisas em ciência e 
tecnologia estão longe do avanço dos países ricos, embora aqui existam 
alguns poucos centros de excelência na área. Mas as previsões não 
são animadoras, como afirmou o físico Roberto Nicolski, Diretor da 
Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec) em entrevista a 
Revista Época, em 2009. Para ele, a falta de investimentos em tecnologia 
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poderá bloquear o crescimento econômico do País, porque a indústria 
brasileira está atrasada tecnologicamente. O Brasil paga suas despesas 
de importação de máquinas para o setor industrial e matérias-primas 
com as exportações do agronegócio. 
Nicolski (2009) afirma que para crescer, o País terá que importar 
sempre mais, e por esse motivo, pode-se chegar ao ponto de não 
conseguir pagar a conta apenas com mineração e agronegócio. O Brasil 
não consegue tornar sua indústria competitiva por falta de tecnologia 
em consequência do modelo de desenvolvimento industrial do passado, 
ou seja, o país não se modernizou no que se refere a política tecnológica 
para corrigir essa situação. 
Enfim, explica que estamos a caminho de um apagão tecnológico, 
ainda que não possa dizer que ele vai acontecer com certeza porque a 
economia tem um alto grau de imprevisibilidade. Mas afirma que é o 
risco que corremos se continuarmos com a política atual.
 
CONHEÇA MAIS
O professor do DIN/UEM e doutor em Ciência da Computação, 
Antonio Mendes da Silva Filho, publicou na revista Espaço 
Acadêmico nº 40, em setembro de 2004, o gráfico abaixo e 
a seguinte afirmação: 
 
 
 
 
Figura 1: Inclusão Social para fazer Inclusão Digital 
(Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.br/040/40amsf.htm>. Acesso em 13/10/2013).
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e[...] O mero acesso às tecnologias digitais não é 
suficiente para incluir os excluídos digitais. Responda-
me leitor: de que vale dispor de um computador se 
você não tem renda para pagar uma assinatura básica 
de telefone que permitirá o acesso a Internet? Agora, 
se você tem renda, ainda assim torna-se necessário 
outro elemento que é a educação, pois de nada vale 
dispor de renda e equipamentos e não saber como 
ou até mesmo porque utilizar e acessar as tecnologias 
digitais ou TIC’s. [...] educação e renda são fatores 
primordiais para o acesso às tecnologias digitais [...].
Agora que já refletimos um pouco mais acerca dos avanços 
tecnológicos, das consequências sociais, econômicas, do aumento de 
produção de bens resultantes desses avanços, vamos ver qual a relação 
desses fatos com questões ambientais e como a tecnologia pode ser 
uma aliada na redução de resíduos tóxicos, poluição, entre outros.
2.2 ECOLOGIA / BIODIVERSIDADE
Frequentemente, as pessoas se referem à ecologia e à 
biodiversidade como se tivessem o mesmo significado. Portanto, antes 
de entrarmos no assunto propriamente dito, vamos esclarecer. 
Ecologia é ramo da Biologia que estuda as interações entre os 
seres vivos e o meio onde vivem. A palavra ecologia tem origem no grego 
“oiks”, que significa casa, e “logia”, estudo, reflexão. Assim, podemos 
entender que ecologia é o estudo da casa, ou do lugar onde se vive.
Já, biodiversidade, segundo Guedes e Soares (2007, p. 1) : 
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O termo biodiversidade, segundo Artigo 2 da 
Convenção sobre Diversidade Biológica (Brasil, 
2002), pode ser entendido como a variabilidade dos 
organismos vivos de todas as origens, abrangendo 
os ecossistemas terrestres, marinhos, e outros 
ecossistemas aquáticos, incluindo seus complexos; 
e compreendendo a diversidade dentro de espécies, 
entre espécies e de ecossistemas. Dentro deste 
conceito é importante ressaltar a inclusão da espécie 
humana como componente fundamental do sistema e 
altamente dependente dos serviços e bens ambientais 
oferecidos pela natureza.
Diferença explicada, veja os estudos sobre o meio ambiente, a 
produção de resíduos e o aquecimento global. 
As gerações que nos antecederam, principalmente da era pós-
industrial, não tiveram a preocupação em proteger o planeta, e, hoje, 
precisamos tentar minimizar os problemas ambientais causados pela 
expansão do uso indiscriminado dos recursos naturais, bem como dos 
efeitos que a queima de combustível fóssil causa ao meio ambiente e à 
natureza como um todo.
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eAlguns autores, como o jornalista Vilmar Berna (2010), editor da 
Revista e do Portal do Meio Ambiente, esclarecem que nem todas as 
pessoas que contribuem para o desmatamento, prejudicando a fauna 
e aumentando a poluição ambiental, são leigas no assunto. Muitas 
possuem mais conhecimento do que a maioria da população, mas 
deixam de usar o que sabem sobre ecologia, natureza e vida silvestre 
para destruir e matar. Pode ser que esse comportamento seja resultado 
da reprodução cultural aprendida ao longo da história e da cultura de 
cada povo, pois não se trata de um ou outro indivíduo apenas, mas das 
relações culturais, sociais e tecnológicas de sua sociedade.
Para o autor, o fato de o ser humano entender por natureza 
apenas plantas e animais e nãose sentir parte dela, faz com que a 
destruição seja vista como algo que não o atingirá, já que ele se 
sente o dono do universo, ou que está a seu serviço, ou, ainda, que 
existe apenas para atender às suas necessidades. “A visão de que o 
planeta não nos pertence, que nós é que pertencemos ao planeta não 
tem cabimento numa sociedade baseada no consumismo e, por isso 
mesmo, no materialismo, que valoriza o ter em vez do ser!” (BERNA, 
2010), disponível em http://rmai.com.br/v4/Read/299/a-importancia-da-
educacao-socioambiental.aspx. Acesso em 21/10/2013.
Nesse modelo econômico que é capitalista, que tem como 
principal característica o consumismo e que produz cada vez mais, não 
é levado em conta que é preciso limitar a produção, pois os recursos 
naturais não são ilimitados.
Além da biodiversidade, ou riqueza biológica, toda nação possui 
mais duas formas de riqueza: a cultural e a material, que são mais fáceis 
de compreender e assimilar, pois fazem parte do nosso cotidiano. O 
que ocorre com a riqueza biológica é que ela não é levada muito a 
sério, porque não é vista como parte do patrimônio de uma nação. 
Atualmente, a palavra biodiversidade tem sido utilizada de forma ampla 
e tanto serve para designar a diversidade biológica, quanto as variáveis 
genéticas dos indivíduos e os processos ecológicos.
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CONHEÇA MAIS
Variabilidade genética - diferença existente entre indivíduos 
da mesma espécie quanto a características específicas, como 
a cor dos olhos. 
Diversidade biológica - número de espécies.
Processos ecológicos - por exemplo, quanto se está 
absorvendo de energia por espécies existentes em algum 
local.
É importante conhecer e preservar a biodiversidade, porque 
ela é uma fonte fundamental de pesquisas nas áreas de produção de 
alimentos, medicamentos, indústrias, entre outros produtos importantes 
para o bem-estar do homem. Tão importante quanto a língua de um 
povo, ou sua cultura, é a biodiversidade, parte do patrimônio de uma 
nação, cujas riquezas levaram milhões de anos para serem construídas.
 
OUTRAS MÍDIAS
Durante a ECO 92, no Rio de Janeiro, uma garota canadense 
de doze anos se fez ouvir por seis minutos na defesa da 
biodiversidade. Seu discurso foi visto e ouvido por todo o 
mundo. Vale a pena refletir acerca das ações do homem em 
relação à natureza, mas com outro olhar: não somente da 
preservação do planeta, mas do que fazer para que a terra 
seja um lugar de igualdade, na qual todos os homens possam 
usufruir do mínimo necessário para viverem dignamente. 
Passar do discurso apenas para a realização de fato.
A garota que calou o mundo por 6 minutos - Eco 92 
Legendado 
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=SlZi6if 
fOGc>.
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e2.3 BRASIL: RECURSOS NATURAIS; POLÍTICAS 
AMBIENTAIS
Disponível em: http://envolverde.com.br/ambiente/brasil/brasil-maior-exportador-de-riquezas-naturais> . 
Acesso em 25/10/2013.
Grande parte do povo brasileiro desconhece as riquezas naturais 
do Brasil e o fato de que somos o maior exportador de produtos primários. 
A população tem conhecimento de que exportamos grãos, como a soja, 
por exemplo, mas desconhece que também são exportados por preços 
irrisórios, recursos naturais e, principalmente, água, ou seja, é o País 
mais explorado em suas riquezas naturais. 
Segundo Vigna (2012), nossa cultura ainda tem arraigada a 
ideia de que somos um País com vocação para a agricultura e celeiro 
do mundo, resultado da história das monoculturas praticadas em 
outros tempos, como o café. Modificaram a nomenclatura, porque 
hoje é “agronegócio”, mas a visão de País agrícola continua como no 
tempo dos coronéis das grandes fazendas, embora tenham mudado os 
produtos, atualmente com ênfase na cultura do açúcar/etanol e a soja.
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A pauta de exportação brasileira, mesmo diversificada, 
ainda se concentra em grãos e minérios. O ferro, por 
exemplo, representa cerca de 90% dos bens minerais 
exportados. Assim, a “vocação” de país exportador de 
bens primários vai sendo degradando as terras férteis 
e impactando sobre todas as dimensões da vida das 
comunidades locais e regionais. (VIGNA, 2012, p. 1).
Para o autor, o Estado brasileiro favorece as multinacionais ao 
aprovar leis que estimulam o desmatamento e programas para facilitar 
a exploração predatória do solo e subsolo nacional, como a Portaria 
3032 da Advocacia Nacional da União, além de um Código Florestal 
3que não favorece as questões de preservação ambiental. Um exemplo 
de inconsistência entre o discurso ambiental e a prática, acontece 
atualmente na bancada ruralista do Congresso Nacional, que reclama 
para si a decisão sobre a demarcação das terras indígenas, com o intuito 
de burlar a lei maior deste País, ou seja, o inciso XI, do artigo 20, da 
Constituição Federal de 1988: 
[...] nas terras ocupadas pelos índios são asseguradas 
a “participação no resultado da exploração de 
petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins 
de geração de energia elétrica e de outros recursos 
minerais no respectivo território […]”. Ou que o § 2º, 
do art. 231, garanta que as “terras tradicionalmente 
ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse 
permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das 
riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes”.
2 Portaria nº 303 da AGU, que trata de demarcação e uso de terras indígenas. O texto da 
Portaria é viciado e dá resolução a favor dos proprietários de terras, da bancada ruralista, e dos 
interessados nas obras do PAC. A Portaria foi publicada no dia 16 de julho e tem recebido inúmeras 
críticas por desrespeitar e restringir os direitos territoriais dos povos indígenas. (Disponível em: <http://
terradedireitos.org.br/tag/portaria-3032012/>. Acessado em: 25/10/2013).
3 LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm>.
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eEmbora as afirmações acima nos apresentem um quadro instável 
de políticas relacionadas ao cumprimento da legislação, a qual, muitas 
vezes é pautada em questões econômicas, o texto do Ministério do Meio 
Ambiente (MMA, 2013), apresenta outra versão dos fatos.
O Brasil é conhecido como possuidor da maior diversidade 
biológica do planeta, além da sua particular variedade climática, ou seja, 
um gigantesco patrimônio ambiental. O maior desafio que enfrentamos, 
atualmente, é o da conservação destes recursos. 
“Garantir, pois, que a utilização dos recursos naturais 
seja feita de forma apropriada, de acordo com os 
pressupostos fundamentais do desenvolvimento 
sustentável, é nossa missão e desafio”. (MMA, 2013). 
Entretanto, há, além da pressão sobre a utilização dos recursos 
naturais disponíveis, de forma sustentável, em que a preocupação maior 
incide em questões como o extrativismo e a expansão da fronteira 
agrícola, uma demanda direcionada à solução da enorme desigualdade 
social que impera nesse País. 
Nesse sentido, o Ministério do Meio Ambiente tem se esforçado 
para garantir que o uso dos recursos naturais brasileiros seja feito de 
forma responsável,

Outros materiais