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Monitoramento e Avaliação em Serviço Social Unid II

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MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
Unidade II
5 O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO DA AVALIAÇÃO COM O MONITORAMENTO E 
O PLANEJAMENTO SOCIAL
Nesta unidade a avaliação será tratada como elemento essencial no processo de gestão. Serão, no 
primeiro momento, abordados os conceitos e as finalidades da avaliação propriamente dita, e, depois, 
os da avaliação no planejamento. Também vamos tratar de exemplos de instrumentos, da apresentação 
de resultados e da análise de um especialista em gestão sobre a importância do monitoramento. No 
segundo momento, vamos abordar a integração entre monitoramento e avaliação, como estratégia para 
um bom resultado. 
5.1 Conceito e finalidade da avaliação 
Avaliar é o ato de calcular, de formar um juízo crítico de valor sobre determinada condição, a qual 
pode ser melhorada por meio de uma gestão pública eficiente. Estamos usando esse entendimento para 
iniciarmos a discussão sobre a avaliação de planos, programas e projetos. 
Utilizando a ideia de Magalhães (2003), vamos trazer o exemplo de uma avaliação informal:
Um musicista poderá avaliar aspectos de um concerto de piano que passa 
despercebido a um mero apreciador e, de certa forma, estará julgando-o 
com base na sua formação musical. Outro espectador, cujo conhecimento 
não implique formação específica na área da música, irá ao concerto 
somente para deleitar-se, sem os olhos de um julgador. A não ser que a 
orquestra desafine de forma gritante, pequenos senões nem serão notados. 
Sua apreciação tem o olhar (ou o ouvido) apenas do senso comum, do gosto. 
Já um terceiro personagem, que não aprecie esse tipo de evento, sequer irá 
ao concerto e, de pronto, já fez a sua avaliação com base em seus valores e 
interesses (MAGALHÃES, 2003, p. 37).
Os três exemplos foram expostos para mostrar que nosso ato tem sempre um cunho avaliativo. No 
primeiro, a avaliação do concerto baseou-se em um saber, mesmo que o objetivo de assisti-lo fosse 
apenas entretenimento; nos dois últimos, os avaliadores foram levados pelo senso comum, pela sensação 
do “gosto, não gosto” ou do “vi e não gostei” (o que, neste último caso, leva à suposição de um perfil de 
fundamentação crítica).
Outra questão apresentada pelos expectadores é a sua sociabilidade com a música, bem como o seu 
grau de criticismo, seu interesse e sua formação, demonstrando suas escolhas e seu juízo de valor.
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Unidade II
Diferentemente do caso anterior, na avaliação formal o senso comum não pode estar presente em 
nenhum momento. Para tanto, na modalidade formal, pressupõe objetivos e direcionamento teórico-
metodológico escolhido e definido já no planejamento. 
As escolhas teórico-metodológicas dos profissionais estão relacionadas aos valores e à visão de cada 
um. Para Magalhães (2000), uma avaliação formal traz consigo o estabelecimento de critérios. Estes 
servem de ponto de referência à leitura que o profissional faz do objeto. 
Nesse sentido, podemos afirmar que a avaliação formal depende da capacitação do profissional e/
ou da equipe envolvida no processo de planejamento, execução, monitoramento e avaliação da gestão. 
Em síntese, “a avaliação é um substantivo plural, dada a sua multidimensionalidade. É o resultado 
de um estudo, de um diagnóstico, por meio dos quais se abrem possibilidades de novos caminhos” 
(CARVALHO, 2005, p. 43). 
O avaliador deve estar disposto a colher as informações sem julgamento prévio. Para Magalhães 
(2003), o compromisso está na capacidade técnica, instrumental e ética dos profissionais. 
A postura ética do profissional, bem como sua disponibilidade em acolher, em instrumentalizar-
se tecnicamente e em realizar autocrítica são fatores propícios ao aperfeiçoamento do trabalho 
desenvolvido e das interações socioprofissionais, haja vista as relações de força que lhes são inerentes. 
Quanto maior for a instrumentalidade teórica e técnica, mais fácil será impor-se profissionalmente, no 
sentido de fazer-se entender no âmbito da área de competência da profissão.
 Lembrete
Avaliar é o ato de calcular, de formar um juízo crítico de valor sobre 
determinada condição, a qual pode ser melhorada por meio de uma gestão 
pública eficiente.
Princípios Fundamentais do Código de Ética dos Assistentes Sociais
• Reconhecimento da Liberdade como valor ético central e das demandas políticas a 
ela inerentes – autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais.
• Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo.
• Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda a 
sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis, sociais e políticos das classes 
trabalhadoras. 
• Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação 
política e da riqueza socialmente produzida. 
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MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
• Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure a universalidade 
de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como 
sua gestão democrática. 
• Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito 
à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das 
diferenças. 
• Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas 
existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento 
intelectual. 
• Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma 
nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero. 
• Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem 
dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores. 
• Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o 
aprimoramento intelectual, nas perspectiva da competência profissional. 
• Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por questões de 
inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, opção sexual, idade e 
condição física.
Fonte: CFESS (1993, p. 23-4).
 Observação
O Código de Ética do Profissional dos Assistentes Sociais materializa-
se pela Resolução CFESS nº 273/1993. Foi aprovado em 15 de março de 
1993, com as alterações introduzidas pelas Resoluções CFESS nº 290/1994 
e 293/1994. 
O processo avaliativo exige do profissional um papel demasiadamente importante, pois tem 
o compromisso de acolher a singularidade de determinadas realidades, bem como de colher dados 
relevantes para o que se deve avaliar. Esse entendimento faz do avaliador um técnico que precisa ter 
clareza de que o resultado de sua avaliação expressará uma particularidade, condições que podem 
implicar a necessidade de uma intervenção, assim como de expressar um resultado positivo ou negativo 
de um trabalho e/ou de um investimento. No caso da política social, pode demonstrar o uso dos recursos 
públicos na resolução de carências sociais destinados certamente a uma população em condições de 
vulnerabilidade. 
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Unidade II
Baptista (2003) vai além ao afirmar a necessidade de o profissional utilizar um conhecimento 
acumulado sobre o objeto e o processo de avaliação, mostrando-nos que o avaliador deveráser um 
especialista no assunto. 
5.2 Avaliação no planejamento 
Partimos do entendimento de Baptista (2000) de que a avaliação é parte do processo de planejamento. 
Muitas vezes, os profissionais responsáveis pela execução das políticas não estão preparados para dar 
visibilidade a esse processo, mas é importante destacar que essa dificuldade tem limitado os resultados 
das políticas sociais.
No entendimento da autora: 
A avaliação está presente dialeticamente em todo o processo de planejamento: 
quando se inicia a ação planejada, inicia-se concomitantemente sua 
avaliação, independentemente de sua formalização em documentos. Não 
é, portanto, o seu momento final, mas aquele em que o processo ascende 
a outro patamar, reconstruindo dinamicamente seu objeto, objetivos e 
procedimentos (BAPTISTA, 2000, p. 114). 
Elementos da dialética são reconhecidos no processo de avaliação, utilizando as ideias da autora, 
que os destaca: 
• dimensão do futuro: a avaliação permite que se faça no presente uma 
análise crítica do passado;
• dimensão da historicidade: não se faz apenas com a recuperação 
do processo histórico, mas na sua recuperação e reconstrução na 
particularidade da intervenção;
• dimensão da contradição: a avaliação é um questionamento do 
planejamento, uma vez que se coloca em questão a proposta, bem 
como sua execução e seus resultados. Nessa dimensão é perceptível 
que nenhuma solução pareça boa; sempre haverá sugestões novas, 
condições alteradas e, por fim, novas alternativas;
• dimensão do enfrentamento da reificação: a avaliação do desempenho 
do planejado dependerá da capacidade de resolução do imediato, 
do planejador e do executor. A avaliação permite que se faça no 
presente uma análise crítica do passado, o que não se faz apenas 
com a recuperação do processo histórico, mas na sua recuperação e 
reconstrução na particularidade da intervenção. Durante a avaliação 
ocorrem questionamentos do próprio planejamento de contribuir 
para ajustes e resolução dos problemas (BAPTISTA, 2000, p. 79). 
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MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
De acordo com as análises de Baptista (2000), podemos afirmar que o planejamento é a etapa 
de maior questionamento e ocorre a partir de critérios determinados e de variáveis, condições que 
permitem detectar erros e bloqueios que podem dificultar os resultados. 
Principais problemas que podem ser encontrados no planejamento de questões da área social: 
• precariedade dos processos científicos e metodológicos de mensuração de dados sociais, 
principalmente os de natureza qualitativa;
• ausência de um referencial de estudos que permita determinar os efeitos de medidas macrossociais 
em todas as dimensões do sistema;
• dificuldade para estabelecer a natureza estatística de relação entre indicadores, principalmente 
quando o processo envolve muitas espécies de mudanças, algumas a curto, outras a médio ou 
longo prazo, as quais estão naturalmente relacionadas;
• preocupação com resultados imediatos, que na área social, muitas vezes, são mais significativos 
que as respostas de longo prazo, e menos tangíveis.
Devemos levar em conta, no processo de avaliação, que as mudanças nas condições trabalhadas se 
alteram pela ação dos instrumentos mobilizados na sua realização pelas forças internas (organizações) 
e na conjuntura histórica em que a realidade é inserida. Para Baptista (2000):
As diversidades e benefícios não previstos, provocados por essas 
determinações, podem enviesar o curso do processo, modificando seus 
resultados, tanto em termos da eficiência da ação, quanto de sua eficácia 
para o alcance dos objetivos e da efetividade da resposta idealizada 
(BAPTISTA, 2000, p. 116).
Descrição do projeto 
(resultados, procedimentos 
e registro)
Confronto (metas e análises 
da eficiência, eficacia e 
efetividade)
Sugestões de realinhamento
Parâmetros (metas)
Descrição dos dados 
Figura 6 – Principais itens do documento de avaliação
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De acordo com os dados anteriores, compreendemos que o documento de avaliação de um projeto 
deve trazer os seguintes elementos: 
• descrição;
• análise das metas (alcançadas ou não) em tempo, volume e espaço; 
• demonstrativo do processo de monitoramento e sua frequência;
• confronto e análise dos indicadores de eficácia, eficiência e efetividade; 
• sugestões de aperfeiçoamento.
5.2.1 Principais indicadores de avaliação: eficiência, eficácia e efetividade 
Para Baptista (2000), os critérios mais usados em avaliação são aqueles relacionados à eficiência, 
à eficácia e à efetividade da ação. Acredita a autora que um planejamento comprometido tenha de 
desenvolver formas de ação com esses propósitos. 
Eficiência 
Eficácia
Efetividade
Figura 7 – Critérios usados em avaliação
5.2.1.1 Avaliação da eficiência
A avaliação da eficiência tem como objetivo obter maior resultado com menores custo e esforço. 
“Deve ser necessariamente crítica, estabelecendo juízo de valor sobre o desempenho e os resultados que 
o mesmo propicia” (BAPTISTA, 2000, p.117).
Sabe-se que são critérios da eficiência aqueles relacionados com o rendimento administrativo e 
técnico de uma ação. Nesse processo incluem-se a otimização dos recursos e os resultados de maior 
qualidade. 
Essa avaliação crítica da execução da ação planejada é tão mais importante 
quanto maior for o número de participantes na intervenção: as interpretações 
sobre o processo e os resultados das ações podem ser bastante diferentes e 
constituírem-se em vieses na execução. A correção desses desvios pode ser 
feita retomando o planejamento e o ocorrido, analisando suas carências, 
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tomando como base as evidências percebidas, compatibilizando as atividades 
que se realizam separadamente, mas que têm objetivos comuns: visão das 
ações realizadas se funde com a preparação de novas ações, novas políticas, 
novos planos (BAPTISTA, 2000, p. 117-8). 
5.2.1.2 Avaliação da eficácia
A avaliação da eficácia está relacionada aos objetivos (gerais e específicos), estabelecendo o grau de 
alcance desses objetivos e, quando houver fracasso, compreendendo suas razões.
São avaliados os efeitos diretos e indiretos da ação, incluindo aqueles que não foram previstos, 
mas que a ação levou a resultados contrários. Exemplo: a gestão municipal da assistência social lança 
um projeto de qualificação profissional para produtores de doces artesanais que atinge número de 
qualificados significativo. 
A segunda etapa é a inclusão, no mundo do trabalho, desses egressos; porém, com o passar do tempo, 
foi verificado que esses qualificados passaram a concorrer, no mercado de trabalho de produtores de 
doces artesanais, com os já existentes, mas, diante de uma demanda de produtores maior que a oferta 
dos consumidores, alguns produtores, principalmente os mais velhos, perderam sua clientela.
Como resultado, houve o desemprego de um número significativo dos produtores de doces, uma vez 
que foi verificado que a demanda de consumidores permaneceu a mesma, enquanto a de produtores 
dobrou, e, assim, 50% dos velhos e novos produtores ficaram sem clientes, situação que levou ao 
desemprego dos velhos e a não inclusão, no mundo do trabalho, de egressos do curso. 
A conclusão é que faltou, nesse projeto, um levantamento do mercado consumidor, etapa feita no 
planejamento, e, como resultado de sua eficácia, é possível afirmar que seus objetos foram contrários 
aos esperados. 
A respeito disso, Baptista (2000) afirma: 
Nesse sentido, em uma avaliação, a compreensão desses aspectos deve estar 
sempre presente, para que não se analise a intervenção em si, esquecendo 
suas determinações: é importante ressaltar que não é só a intervenção 
programada nem o cotidiano previsto e conhecido que irão determinar o 
desenvolvimento e os resultados da ação, existem eventos não previstos que 
influenciam substancialmente os resultados de uma ação programada. Essas 
determinações poderão estar em diferentes níveis: poderão ser internas 
à ação, estar relacionadas à organização onde a ação opera ou ainda à 
sociedade (BAPTISTA, 2000, p. 118).
Especialistas afirmam que na avaliação da eficácia o mais importante é analisar os efeitos da 
ação, ou seja, a ação e o produto. Isso exige o estabelecimento de instrumentos de controle, bem 
como o acompanhamento do trabalho e dos rendimentos. Para Baptista (2000, p. 119): “É importante 
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operacionalizar os aspectos fundamentais da proposição, de forma a permitir seu acompanhamento e 
avaliação de seu alcance”.
5.2.1.3 Avaliação da efetividade 
A avaliação da efetividade diz respeito aos impactos do planejamento sobre uma dada realidade, 
ou seja, sobre o objeto. “Nessa perspectiva, o ponto de vista da avaliação é o da totalidade e a questão 
é vista como uma totalidade parcial integrada em totalidades mais amplas” (BAPTISTA, 2000, p. 120). 
Sabe-se que a avaliação da efetividade questiona a proposta, os objetivos e as ações desenvolvidas 
em sua capacidade de dar respostas, de resolução de problemas. 
5.2.1.4 Avaliação do Plano Municipal de Assistência Social 
É elemento estratégico para a implantação de um sistema, define os objetivos, o foco e a 
intencionalidade das ações e permite a articulação antecipada dos resultados e dos impactos, 
possibilitando antever aquilo que se quer alcançar. (BRASIL, 2008). 
O Plano de Assistência Social é um instrumento de planejamento estratégico que organiza e regula 
a execução da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) na perspectiva do Sistema Único de 
Assistência Social (Suas). 
A responsabilidade pela elaboração do PMAS (Plano Municipal de Assistência Social) é do órgão 
gestor, e a aprovação cabe ao Conselho de Assistência Social.
 
Elaboração 
(órgão gestor)
Aprovação 
(Conselho 
Municipal)
PMAS
,
Figura 8 – Definição da elaboração do PMAS
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MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
O Plano de Assistência Social deve ser elaborado pelo gestor nas três esferas de governo, devendo 
ser construído para uma gestão e ser submetido à aprovação do conselho. 
Para superar a prática conservadora assistencialista e clientelista que marca o início da assistência 
social, o Plano da Assistência Social é compreendido pelo Suas como: 
Instrumento fundamental para a construção de uma política planejada, 
efetiva e de impacto sobre as situações de vulnerabilidade e risco sociais 
identificadas nos territórios; 
Parâmetro básico para a democratização do processo decisório; 
Mecanismo para viabilizar a inserção da assistência social ao sistema de 
planejamento global do município, bem como aos sistemas de planejamento 
da assistência social nos âmbitos estadual e federal (BRASIL, 2008, p. 30).
De acordo com o Suas, o plano é mais que uma ferramenta técnica: é essencialmente político, pois 
processa conhecimento da realidade social e mobiliza forças políticas. Assim, quanto mais democrática 
e participativa for a construção do plano, mais apoio e consenso terá para a sua execução. 
Essas informações têm como objetivo chamar a atenção do leitor para a importância dessa ferramenta 
no processo de gestão da política social. A partir de agora, vamos adentrar a avaliação do PMAS. 
O plano de assistência social requer avaliação e reajustes constantes, seja em face de novos 
acontecimentos ou situações, seja para correção dos objetivos e de estratégias anteriormente definidas 
ou realizadas ao longo de sua implementação.
A avaliação do plano pode obedecer a critérios e perspectivas diferentes; isso dependerá de quem 
a realiza, de quais são as intenções na avaliação e do contexto da realidade. Esses são alguns dos 
condicionantes.
Analistas de políticas públicas definem a avaliação como instrumento político-gerencial, requisitado 
para melhorar a ação existente e contribuir para aprimorar o conhecimento sobre uma realidade, 
possibilitando a continuidade e a permanência da política, rompendo com a descontinuidade desta. 
Também possui imperativo ético, demonstrando os critérios e o uso dos recursos, privilégio da 
transparência da aplicação dos recursos públicos pelo plano, bem como a importância da qualidade e 
da participação da sociedade. 
A avaliação é instrumento estratégico para a execução do plano, pois torna possível identificar seus 
ganhos e perdas, além de sustentar agentes sociais de informação que contribuam para o seu ajuste, 
aperfeiçoamento e o exercício do controle social.
A configuração do Suas exige, para garantia do direito, atuação permanente e contínua. Com esse 
formato, a avaliação é fundamental para o alcance de ações autônomas com a participação dos seus 
usuários. 
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A geração da informação, operando as estratégias de produção, armazenamento, organização, 
classificação e disseminação de dados por meio das ferramentas tecnológicas disponíveis e em 
desenvolvimento, é elemento fundamental a ser devidamente incorporado na cultura institucional 
vigente (BRASIL, 2008, p. 65). 
Formulação do plano: na avaliação inicial 
(ex-ante), propicia a definição das questões a 
serem tomadas, bem como o balanço dos fatores 
complicadores e facilitadores em relação às 
condições de exequibilidade e viabilidade.
Execução do plano: a avaliação e o 
monitoramento assumem uma retroalinhadora 
do plano e acompanham os avanços, os ajustes e 
as adequações necessárias.
Avaliação final do plano: avaliação (ex-post), 
momento de coletar e analisar informações que 
formulem juízo de valor em relação ao resultado 
final e seus efeitos sobre a condição inicial e a 
população. 
Figura 9 – Fases de execução do plano
 Lembrete
As etapas do plano devem ser construídas coletivamente, contando 
com a participação de usuários e de parceiros, num espaço pedagógico que 
possibilite o aprendizado. 
Deve ser previsto um sistema de acompanhamento e avaliação para o Plano 
como um todo, através de indicadores comuns a todos os programas como, 
por exemplo, acesso a serviços, protagonismo, autonomização, participação, 
engajamento comunitário, etc., e indicadores específicos para cada programa 
e ações, adequados aos objetivos que se quer atingir em cada um, como 
ganho de habilidades específicas, ampliação da renda e outros. É importante 
definir claramente o objeto da avaliação e seus focos de concentração, ou 
seja, sob que ângulos, espaços e temporalidade serão avaliados (BRASIL, 
2008, p. 65-6). 
Na avaliação do plano, é importante buscar mais que resultados quantitativos, pois esta deve ser 
vista como um processo que traz resultados que vão além da análise do alcance dos objetivos e das 
metas. Deve-se analisar se houve mudanças no comportamento da população, se ocorreu contribuição 
para a intersetorialidade etc.73
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MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
 Saiba mais
Para saber mais, não deixe de consultar:
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. 
CapacitaSuas. Planos de Assistência Social: diretrizes para elaboração. 
Brasília: SNAS/IEE-PUCSP, 2008. v. 3. Disponível em: <http://www.mds.
gov.br/assistenciasocial/secretaria-nacional-de-assistencia-social-snas/
cadernos/caderno-suas-volume-3-planos-de-assistencia-social-diretrizes-
para-elaboracao/caderno-suas-volume-3-planos-de-assistencia-social-
diretrizes-para-elaboracao>. Acesso em: 15 out. 2013. 
6 INSTRUMENTO, APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS, ANÁLISE DE UM 
ESPECIALISTA EM AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E 
ROTEIRO DE AVALIAÇÃO DE PLANO E PROJETO 
O relatório é um dos instrumentos mais utilizados para a apresentação dos resultados de uma 
avaliação, que pode ser de um projeto, de um programa, de um plano e até mesmo de indicadores de 
desenvolvimento humano. 
6.1 Instrumento
Vamos apresentar o Relatório Anual de Gestão, que se destina a registrar e sintetizar as informações 
sobre os resultados alcançados na política de assistência social, bem como a probidade de seus gestores 
em nível nacional, estadual, municipal e no Distrito Federal. 
O relatório tem também a função de divulgar às instâncias formais e de controle da Assistência Social, 
ao Ministério Público, ao Poder Legislativo e à sociedade os resultados alcançados e a regularidade da 
gestão. 
Como demonstra o modelo de instrumento exposto a seguir (Gestão 2011), os aspectos avaliados são: 
• identificação;
• precisão orçamentária da assistência social para o ano; 
• gestão dos recursos financeiros do cofinanciamento estadual;
• quantidade de trabalhadores alocados no Órgão da Assistência Social no Cras e no Creas;
• rede socioassistencial, de acordo com as proteções sociais; 
• detalhamento das ações realizadas.
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Unidade II
Como pode ser verificado no modelo de instrumento utilizado para o registro dos dados a 
serem avaliados, o que buscamos apresentar foi o cumprimento das realizações e dos resultados, 
em virtude das metas priorizadas e estabelecidas no Plano de Ação Anual, bem como a aplicação 
dos recursos em nível nacional, estadual e municipal, no exercício daquele ano. Esse relatório será 
elaborado pelo gestor e submetido ao conselho seguindo padrões e determinações da Política 
Nacional da Assistência Social. 
6.2 Resultados de avaliação
Para mostrar resultados, apresentamos duas avaliações: a primeira traz um relatório da Agência 
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o qual aponta que obras consideradas prioritárias para a garantia 
de fornecimento de energia nas cidades-sede dos jogos da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, estão 
atrasadas. O segundo exemplo apresenta partes do relatório que trata da demonstração dos resultados 
da evolução do financiamento da assistência social. 
Ambos são considerados exemplos de resultados, o que implica a demonstração em partes, sem 
compromisso, da apresentação. 
Exemplo 1. Veja esta notícia: 
Ministério nega risco de falta de energia durante a Copa de 2014
O Ministério de Minas e Energia divulgou nesta terça-feira (22) nota em que nega risco 
de faltar energia nas cidades do país que vão sediar os jogos da Copa de 2014. “As reuniões 
de acompanhamento, coordenadas pelo MME, permitem afirmar, com absoluta segurança, 
que não há risco de desabastecimento durante a Copa”, diz a nota.
Um relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aponta que obras 
consideradas prioritárias para a garantia de fornecimento de energia nas cidades-sede 
dos jogos da Copa de 2014 estão atrasadas. De acordo com o documento, publicado em 
dezembro, Porto Alegre é a cidade onde a situação mais preocupa. A fiscalização da agência 
aponta que estão atrasadas 96% das obras tocadas pela CEEE, concessionária de distribuição 
de energia na capital do RS.
Reportagem publicada nesta terça pelo jornal Folha de S. Paulo, com base no relatório, 
diz que “o fornecimento de luz para a Copa do Mundo de 2014 está ameaçado em boa parte 
das cidades-sede, diferentemente do que vem sustentando o governo”. 
De acordo com o ministério, um grupo de trabalho “acompanha e monitora”, desde 30 
de agosto de 2010, as obras prioritárias para garantir o fornecimento de energia no país 
durante a competição. A nota aponta ainda que, ao contrário do que afirma a reportagem, 
o relatório da Aneel conclui que “a maioria desses atrasos não oferece risco iminente ao 
abastecimento de energia para a Copa de 2014”.
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MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
Obras complementares
O diretor-geral da Aneel, Nelson Hübner, disse que a maior parte das obras do setor de 
energia voltadas para a Copa é destinada apenas ao reforço das instalações. Segundo ele, 
o Brasil já teria, hoje, condições de sediar o mundial, com a sua demanda por energia, com 
baixíssimos riscos de falha no fornecimento. 
“A grande maioria delas é de obras complementares. São obras de confiabilidade, que a 
Fifa exige”, disse ele, citando como exemplo a necessidade de instalação de dupla estrutura 
para alimentação de energia nos estádios da Copa.
Hübner afirmou que obras desse tipo, na área de distribuição de energia, são realizadas 
rapidamente e os atrasos constatados pelo relatório podem ser revertidos em poucos meses. 
Ele voltou a negar risco de falha no fornecimento de energia nas cidades-sede.
De acordo com ele, um novo relatório da fiscalização da agência com informações 
atualizadas sobre o andamento das obras voltadas para a Copa deve sair em cerca de três 
semanas.
Fonte: Amato (2013). 
Exemplo 2. Veja partes deste relatório:
Os dados a seguir são do relatório de avaliação do financiamento da assistência social, retirado do 
Caderno SUAS (BRASIL, 2011). 
Para melhor compreensão, vamos apresentar partes desse relatório para clarear o entendimento 
sobre a construção dessa avaliação. 
Partimos do entendimento de que a introdução é a parte do relatório que tem a finalidade de 
apresentar o que será tratado no documento. 
Na Introdução, encontram-se os conteúdos do relatório, os procedimentos metodológicos adotados 
e os elementos de análise. Leia: 
O relatório em questão apresenta dados sobre o financiamento da Assistência Social 
no período de 2002 a 2010, com enfoque nos dois últimos exercícios. São apresentados 
gráficos, mapas e tabelas que demonstram a evolução do financiamento e da cobertura 
das ações na área de assistência social ofertadas pelo setor público no período analisado. 
Considerando que a provisão da proteção social brasileira é de corresponsabilidade das três 
esferas de governo, o relatório aponta como os recursos são executados e se distribuem 
regionalmente e ao longo do tempo, o grau de cofinanciamento de estados, Distrito Federal 
e municípios e a contribuição da União para a consecução dessa política. 
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Unidade II
De modo a auxiliar a compreensão do leitor, são descritos os procedimentos 
metodológicos que orientaram a definição da fonte de informações, o recorte dos dados 
orçamentários e a adoção do índice de inflação. Inicialmente, é retratada a evolução dos 
recursos da Assistência Social na União, indicando o nível de crescimentodesses recursos 
no período analisado, além de uma análise de sua evolução frente ao gasto social federal. 
Em seguida, analisa-se a evolução do montante investido e do número de beneficiários 
dos três principais programas do MDS: Benefício de Prestação Continuada (BPC), Programa 
Bolsa Família (PBF) e Acesso a Alimentação, responsáveis pelo elevado incremento dos 
recursos destinados à Assistência Social, especialmente a partir de 2004. 
Por fim, são apresentados gráficos que ilustram a participação dos entes federados no 
financiamento da política de Assistência Social, identificando o grau de participação da 
União, dos estados, [do] Distrito Federal e dos Municípios, bem como procedendo à análise 
da totalidade dos recursos destinados à Função 08 (Assistência Social) frente ao Produto 
Interno Bruto (PIB). Nos anexos são expostas as tabelas com o detalhamento dos dados que 
subsidiaram o Caderno Suas.
Fonte: Brasil (2011, p. 11). 
As Notas Metodológicas têm a função de apresentar para o leitor os objetivos do relatório, as 
variáveis e as principais estratégias utilizadas: 
O presente relatório tem como objetivo consolidar os dados para o mapeamento e [o] 
monitoramento do financiamento da Assistência Social no Brasil no período de 2002 a 
2010, em atendimento ao inciso VI do artigo 11 da Portaria MDS nº 329, de 11 de outubro 
de 2006, que institui e regulamenta a Política de Monitoramento e Avaliação do Ministério 
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. 
Para elaboração deste Caderno, foram consideradas como financiamento da Assistência 
Social as despesas classificadas pelos entes na função orçamentária “Assistência Social” 
(Função 08). Por função orçamentária entende-se o maior nível de agregação das diversas 
áreas de despesa que competem ao setor público, como Saúde, Educação, Previdência 
(Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999). 
Os dados do orçamento da União e dos repasses do Fundo Nacional de Assistência 
Social (FNAS) aos estados, Distrito Federal e municípios nos anos analisados foram extraídos 
do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi). Os recursos 
dos exercícios anteriores (2002 a 2010) correspondem aos valores liquidados na execução 
orçamentária de cada ano. 
Em relação ao exercício corrente, a dotação autorizada, isto é, dotação inicial (Lei nº 
12.381, de 9 de fevereiro de 2011) acrescida de créditos adicionais, refere-se à data de 
30/06/2011.Os valores de 2012 correspondem ao Projeto de Lei Orçamentária Anual – PLOA 
2012, encaminhada ao Congresso Nacional no final do mês de agosto (PL nº 28/2011-CN), 
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MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
e os dados relativos aos recursos de 2012-2015 constam da Proposta de Plano Plurianual 
(PPA), Projeto de Lei nº 29/2011-CN. 
Quanto à evolução financeira dos recursos da União com a Assistência Social, são 
apresentadas duas análises de dados: a primeira considera as despesas gerais, o que inclui 
serviços, programas, projetos e benefícios da Assistência Social, e a segunda considera 
apenas os serviços e projetos, subtraindo os benefícios destinados às seguintes ações de 
transferência de renda: Renda Mensal Vitalícia (RMV), Benefício de Prestação Continuada 
(BPC), Programa Bolsa Família (PBF), bolsa do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil 
(Peti) e bolsa do Agente Jovem (AJ). 
Na análise da evolução percentual do recursos da Assistência Social em relação à 
Seguridade Social, esta última é considerada como o somatório das despesas nas funções 
Saúde (Função 10), Previdência Social (Função 09) e Assistência Social (Função 08). 
Para proceder às correções dos recursos de 2002 a 2011 foram utilizados os índices 
de inflação do índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-IBGE), índice oficial 
utilizado pelo Governo Federal. Os índices correspondem à data de 30/06/2011. 
Em relação à evolução do Benefício de Prestação Continuada (BPC), os dados atualizados 
são disponibilizados mensalmente pelo Departamento de Benefícios Assistenciais da 
Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS), no portal do Ministério do Desenvolvimento 
Social e Combate à Fome (www.mds.gov.br). Os dados relacionados ao Programa Bolsa 
Família foram disponibilizados pelo Departamento de Operações da Secretaria Nacional de 
Renda de Cidadania (Senarc) e os dados orçamentários do programa Acesso à Alimentação 
foram extraídos do SIAFI, enquanto os dados físicos foram fornecidos pela Secretaria 
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) do MDS. Os valores considerados 
foram liquidados na execução dos Programas em cada ano. Com o intuito de facilitar a 
comparação entre os exercícios, os gráficos da evolução dos recursos do BPC, PBF e Acesso 
à Alimentação também foram corrigidos pelo IPCA-IBGE. 
Na análise da participação dos entes federados no financiamento da Assistência Social, foram 
utilizados dados extraídos do SIAFI (União) e do Sistema de Coleta de Dados Contábeis dos Estados, 
Distrito Federal e Municípios (SISTN). Foram contabilizados como repasses da União aos estados, 
Distrito Federal e municípios não apenas aqueles realizados pelo Ministério do Desenvolvimento 
Social e Combate à Fome via Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS/MDS), mas também os 
referentes a ações de acesso a alimentação como construção de cisternas, aquisição de alimentos 
da agricultura familiar, implantação de banco de alimentos, educação alimentar e nutricional, 
instalação de restaurantes e cozinhas populares, entre outros.
Para os estados e o Distrito Federal, o relatório utilizado foi o da Execução Orçamentária 
dos Estados. Já no caso dos municípios, as informações são provenientes do banco de dados 
Finanças do Brasil (Finbra – Dados Contábeis dos Municípios). A extração foi realizada em 
30 de junho de 2011. Tais informações contábeis são oficiais, pois são declaradas pelos entes 
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Unidade II
da Federação com a ratificação dos prefeitos e governadores. Entretanto, os demonstrativos 
estão sujeitos a erros de preenchimento ou mesmo de classificação, bem como à ausência 
de registro de informações por alguns entes, o que reforça a importância do cumprimento 
do artigo 51 da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000) que dispõe 
sobre a obrigatoriedade dos estados, Distrito Federal e municípios de prover a STN de 
informações sobre as despesas por função orçamentária, entre elas a Assistência Social.
Cabe ressaltar, também, que os dados do Finbra não incluem a totalidade dos municípios 
do país, sendo os seguintes quantitativos de municípios que tiveram suas informações 
contábeis validadas pela STN: 4.825 municípios em 2002; 4.769 em 2003; 3.429 em 2004; 
4.355 em 2005; 4.807 em 2006; 5.295 em 2007; 5.050 em 2008; 5.247 em 2009 e 5.048 em 
2010 até a data da extração.
Por fim, considera-se cofinanciamento o valor declarado pelo ente subtraído do valor 
repassado pela União, via Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (FNAS) e 
outras despesas classificadas como Função 08). Em virtude do cumprimento do percentual 
mínimo estabelecido constitucionalmente para despesas com Saúde ou Educação, é possível 
que haja gastos em Assistência Social indevidamente classificados nessas funções. Como 
não é possível ainda identificar os recursos transferidos dos estados aos municípios, pode, 
eventualmente, existir alguma duplicidade entre os gastos declarados por esses entes.
Fonte: Brasil (2011, p. 12-3). 
Nesse relatório as análises foram apresentadas, em sua maior parte, por meio de gráficos. Geralmente, 
o usode gráfico é adotado para fazer comparações e avaliações – nesse caso, para apresentar uma 
análise da evolução do financiamento da assistência social durante um período de dez anos. 
Vamos aos exemplos: 
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
2002
1,7
0,9
1,6 1,4
1,8
2,2 2,3
2,6 2,5
2,9 2,7
2,7
2,1
2,5
2,9 3,0
3,2
2,9
3,2
2,8
5,8
2003 2004 2007 20102005 2008 2011*2006 2009
R$
 b
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2012**
Assistência Social - valores nominais
Assistência Social - valores corrigidos pelo IPCA-IBGE até 30.06.11
* Lei + crédito: 30 de junho de 2011.
** PLOA 2012. 
Figura 10 – Evolução financeira dos recursos da União para serviços, programas e projetos de Assistência Social, 2002-2012 
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MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
12%
10%
8%
6%
4%
2%
0%
2002
0,97%
4,20%
4,65%
6,53% 6,56%
7,84% 8,11%
8,54% 8,71%
9,14% 9,16%
10,29%
0,96%
1,53% 1,43%
1,82% 2,02%
2,29% 2,35% 2,61% 2,17% 2,55%
2003 2004 2007 20102005 2008 2011*2006 2009 2012**
* Lei + crédito: 30 de junho de 2011.
** PLOA 2012. 
% orçamento total % da seguridade social
Figura 11 – Evolução percentual dos recursos da Assistência Social em relação ao orçamento total da União e à 
Seguridade Social, 2002-2012
Agora veja estes exemplos: 
1,2%
1,0%
0,8%
0,6%
0,4%
0,2%
0,0%
2002
0,14%
0,61%
0,90%
0,67%
0,74%
0,81%
0,77% 0,77%
0,65% 0,68%
0,59%
1,10%
0,19%
0,16% 0,16%
0,19% 0,19% 0,21% 0,18% 0,19%
0,14%
0,27%
2003 2004 2007 20102005 2008 2011*2006 2009 2012**
* Lei + crédito: 30 de junho de 2011.
** PLOA 2012. 
% orçamento total % da seguridade social
Figura 12 – Evolução percentual dos recursos para serviços, programas e projetos de Assistência Social em relação 
ao orçamento total da União e à Seguridade Social, 2002-2012
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Unidade II
1,20%
1,00%
0,80%
0,60%
0,40%
0,20%
-
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
1995 1996 1997 1998 1999 2002 2005 2006 20082007 200920032000 2001 2004
* Lei + crédito: 30 de junho de 2011.
** PLOA 2012. 
Em % do PIB Em R$ bilhões constantes de dez/2010
1,6
0,08 0,09
0,17
0,24
0,29
0,40
0,49
0,60
0,66
0,75
0,83
0,91 0,93
0,97
1,08
1,8
3,6
5,2
6,4
9,2
11,6
14,8
16,2
20,1
22,9
26,6
29,6
33,3
37,0
Em
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Figura 13 – Trajetória do Gasto Social Federal, 1995 a 2009: Assistência Social
As figuras anteriores apresentam a evolução do financiamento da assistência social: destacam 
o percentual do aumento dos recursos anualmente; o aumento dos recursos da união para serviços, 
programas e projetos da assistência social; o aumento em relação à seguridade social; a trajetória dos 
gastos sociais; e a composição do gasto social federal por área de atuação. 
Podemos verificar que os gráficos representados nessas figuras buscaram apresentar indicadores de 
análise que nos levam a uma leitura do grau de evolução dos recursos nos dez anos demonstrados no 
relatório.
A apresentação da figura a seguir tem como objetivo demonstrar a evolução do recurso do programa 
de transferência de renda Benefício de Prestação Continuada (BPC). 
Veja o exemplo:
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MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
12.000
11.000
10.000
9.000
8.000
7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
2002 2003 2004 2007 20102005 20082006 2009
Em
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205
758
919 500 629
732 830
948
1.051
484 602
705 811
933 1.049
425 542 645 748 886
1.018
1.114
1.890
2.355
2.739
3.152
3.688
4.160
1.511
1.914
2.257
2.592
3.004
3.402
887
220
226 279
277
252
1.194
385
380
328
1.463
Sudeste Nordeste Centro-Oeste Sul Norte
Nota: valores corrigidos pelo IPCA de 30 de junho de 2011. 
Figura 14 – BPC (Pessoa idosa): Evolução dos recursos por região, 2002-2010
Esse relatório também traz indicadores de avaliação do recurso de transferência de renda repassado 
aos beneficiários do Bolsa Família, um programa que tem a finalidade de transferir renda às famílias 
em condições de vulnerabilidade e risco social. É considerado um dos melhores exemplos do mundo de 
combate à miserabilidade. A avaliação dos resultados desse programa tem levado o Brasil a patamares 
de desenvolvimento mais elevados nos últimos anos.
Leia o texto a seguir. 
Evolução do Programa Bolsa Família
O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transferência de renda com 
condicionalidades, que beneficia famílias em situação de pobreza (com renda mensal por 
pessoa de R$ 70 a R$ 140) e extrema pobreza (com renda mensal por pessoa de até R$ 70). 
No ano de 2010 foi investido o montante de R$ 14,84 bilhões no atendimento a 12,78 
milhões de famílias, o que representou um aumento de 108,6% no volume de recursos 
aplicados e de 94,4% no número de famílias atendidas em relação ao ano de 2004 [...].
O Programa Bolsa Família apresentou ao longo do período 2004-2010 uma evolução 
crescente de beneficiários e recursos aplicados (à exceção da região Nordeste, que 
apresentou uma leve queda na execução orçamentária de 2009 para 2010, embora tenha 
sofrido variações ao longo do tempo. A evolução crescente da execução orçamentária 
está relacionada não apenas com o aumento da cobertura do Programa, mas também 
com as atualizações do valor de referência para caracterização da condição de pobreza 
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Unidade II
(linha de pobreza para concessão do benefício), com uma maior efetividade no alcance dos 
beneficiários e com reajustes nos benefícios concedidos que objetivam não só corrigir a 
defasagem dos valores, mas também recuperar a perda com a inflação. 
Fonte: Brasil (2011, p. 26).
14.000
13.000
12.000
11.000
10.000
9.000
8.000
7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
2004 2005 2008 20102006 2007 2009
Em
 m
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õe
s
605 876 905 908 968
1.409
1.051
398 471 533 603 881665
812
787 976 1.174 1.417
1.734
1.554
291
Nordeste Sudeste Centro-OesteSulNorte
1.589
2.193
2.419 2.638
2.997
3.675
3.1723.956
4.599 5.247 5.890
6.836
7.145
7.186
Nota: Valores corrigidos pelo IPCA de 30 de junho de 2011. 
Figura 15 – Bolsa Família: Evolução dos recursos por região, 2004-2010
O relatório que estamos apresentando traz indicadores de um entendimento ampliado da evolução 
do financiamento, além de gráficos que demonstram os resultados da participação dos entes federados 
no cofinanciamento da assistência social. 
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MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2004 2005 2008 20102006 2007 2009
União Estados e Distrito Federal Municípios
8,5% 10,0%
8,4% 7,3% 7,0%
8,0% 7,2%
18,0% 16,0% 13,8% 14,8% 16,0% 14,0% 14,4%
75,5% 75,0% 77,8%
78,1% 77,0% 78,0%78,4%
Figura 16 – Participação dos entes federados no financiamento da Assistência Social, 2004-2010
Julgamos importante trazer o exemplo das Considerações Finais, muito usadas para apresentar um 
posicionamento crítico do estudioso ou do especialista responsável pela avaliação. Esse é também o 
espaço adequado para apresentação de sugestões e recomendações.
Decorridos sete anos de implantação do Sistema Único de Assistência Social, conquista 
do processo democrático e participativo, materializado nas conferências e nos conselhos, 
e, ainda, principal deliberação da IV Conferência Nacional de Assistência Social, realizada 
em caráter extraordinário em dezembro de 2003, pode-se dizer que muito já se avançou 
na construção de um modelo que contempla mudanças não apenas no modo de operar, 
mas, também, no modo de financiar a política de Assistência Social. Trata-se de um marco 
importante na história recente das políticas sociais brasileiras, institucionalizado pela Lei nº 
8.742/93, alterada pela Lei nº 12.435/2011, que concebeu efetivamente à Assistência Social 
o status de política pública, de acordo com a Constituição Federal vigente. 
No âmbito da gestão de uma política pública, a destinação orçamentária e a sua 
execução, ou seja, seu efetivo financiamento, constituem importantes indicadores das 
prioridades de atuação e intervenção do setor público. Conhecer as dotações envolvidas, as 
escolhas feitas no âmbito da política e seus avanços e/ou desafios compõe uma importante 
ferramenta para o exercício do controle social do Estado pelo cidadão, compreendendo o 
Estado a serviço do interesse público. 
Nesse sentido, este trabalho vem cumprir com uma importante tarefa para esta 
discussão: o monitoramento do volume de recursos apontados pelo Governo Federal, 
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estados, Distrito Federal e municípios na política de Assistência Social. Após análise 
dos dados apresentados, pode-se afirmar que houve no período de 2002 a 2010 um 
claro comprometimento com a agenda social e, em especial, a partir de 2005, com a 
concretização de um sistema descentralizado, territorializado e cofinanciado, pautado 
pela corresponsabilidade entre as esferas de governo na provisão da Assistência Social 
como política pública. 
Houve uma clara expansão dos recursos principalmente no nível federal, o que 
representou incremento tanto em relação ao orçamento da Seguridade Social quanto em 
relação ao orçamento total e ao Gasto Social Federal. Tal incremento dos recursos relaciona-
se principalmente à ampliação da cobertura e do valor dos benefícios dos programas 
de transferência de renda, em especial o BPC e o Programa Bolsa Família, benefícios 
socioassistenciais que têm contribuído com a redução da extrema pobreza no país. 
Ainda, a evolução dos recursos totais contabilizados na Função Assistência Social 
(União + cofinanciamento dos estados, Distrito Federal e municípios) frente ao PIB indica 
a prioridade macroeconômica dada a essa política nos últimos anos, na medida em que 
revela a proporção do gasto efetivo na política diante do total de recursos mobilizados pelo 
Governo Federal. 
À União cabe a maior parcela no financiamento da Assistência Social, se consideradas 
as transferências realizadas diretamente aos cidadãos. Por outro lado, o tímido 
aumento na participação dos municípios no cofinanciamento da política em 2010 
demonstra a necessidade de se avançar na municipalização das ações da Assistência 
Social, sobretudo no que se refere à prestação dos serviços socioassistenciais de caráter 
continuado. 
Fonte: Brasil (2011, p. 39).
 Saiba mais
Para ler mais sobre esse assunto, acesse:
BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria 
Nacional de Assistência Social. Caderno Suas V: financiamento da assistência 
social no Brasil. Brasília: MDS/Sagi/SNAS, 2011. Disponível em: <http://www.
mds.gov.br/assistenciasocial/secretaria-nacional-de-assistencia-social-snas/
cadernos/cadernos-suas-financiamento-da-assistencia-social-no-brasil/
cadernos-suas-financiamento-da-assistencia-social-no-brasil>. Acesso em: 
15 out. 2013. 
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MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
6.3 Entendimento de especialista sobre a avaliação da assistência social
Vamos apresentar uma reflexão de Ana Fonseca, gestora e pesquisadora da política social do governo 
Lula: 
O Brasil não conta com um sistema de avaliação e monitoramento das políticas 
sociais. Os ministérios setoriais (saúde, educação) têm suas secretarias ou 
diretorias e suas bases de dados. No âmbito dos Estados, o procedimento não 
é muito diferente, contando também com instituições de pesquisas. Mesmo 
assim, o Brasil não é um país com vasta tradição na discussão sistemática de 
políticas públicas. Os centros de reflexão que tratam do assunto são poucos. 
Os governos costumam ter uma atitude de desconfiança em relação a este 
tipo de estudo em função do temor de críticas. A burocracia tende a definir 
uma política pública como uma combinação de uma legislação setorial e 
uma alocação de recursos. E, infelizmente, até recentemente a avaliação de 
políticas públicas era apenas um componente compulsório nos empréstimos 
internacionais, uma exigência dos órgãos financiadores internacionais. Este 
quadro vem mudando lentamente nos últimos anos, em paralelo com a 
consolidação do regime democrático no país. Na esfera federal, instituições 
como o Ipea buscam reorganizar-se para ocupar esta lacuna. ONGs e empresas 
de consultoria passaram a desenvolver estudos avaliativos para instituições de 
caráter público e privado, nacionais e internacionais. Empresas e consultores 
privados começaram a ocupar este mercado. E mesmo no plano estadual e 
local organizações públicas e privadas começam a investir mais na avaliação 
de políticas de governo (FONSECA, [s.d.]). 
A reflexão de Fonseca ([s.d.]) traz uma crítica importante na discussão da avaliação das políticas 
sociais: a de que o Brasil não tem a cultura de avaliar os resultados das ações do Estado. Essa posição é 
alvo de inquietações daqueles que buscam medir e conhecer o alcance da gestão e dos investimentos 
públicos para o acesso aos direitos sociais e à cidadania.
Curiosamente a preocupação que ganha a atenção da mídia é a avaliação 
das políticas e seus resultados. Não há uma equivalente atenção para com 
os processos de formulação de políticas. E aqui cabe uma diferenciação 
importante: formulação (ou desenho) de políticas públicas não é uma 
área onde estamos tão bem assim. A administração pública federal ainda 
enfrenta severos déficits de capacidades, em especial, nas áreas relacionadas 
com quadros técnicos capazes de proporem métodos consistentes que 
traduzam as prioridades do governo. Portanto quando falarmos de avaliação 
de políticas públicas é importante termos em mente os contextos de sua 
formulação (FONSECA, [s.d.]).
Ainda sobre o interesse em conhecer os resultados alcançados com as políticas sociais, a análise 
demonstra que está concentrado somente nos resultados, e não no processo de formulação. Considerando 
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que o resultado de uma política está intimamente ligado ao seu processo de formulação, temos a 
preocupação de não sabermos cobrá-los daqueles que têm nas mãos a execução desse bem público.
Nos livros-texto sobre políticas públicas o capítulo dedicado à avaliação 
de políticas em geral faz menção a várias modalidades de avaliação.Esta 
seção costuma vir na sequência de uma discussão sobre monitoria, o 
acompanhamento de como uma política está sendo implementada, ou seja, 
o monitoramento [no correto desempenho das tarefas].
Na avaliação são comuns os recortes. Um recorte, por exemplo, é a 
diferenciação da avaliação em ex-ante, ex-post e em processo. Outra 
diferenciação importante é a das metodologias quantitativas e qualitativas 
(FONSECA, [s.d.]).
No entendimento de Fonseca ([s.d.]), a avaliação é tratada nas obras sobre políticas públicas como 
um elemento que deve subsidiar a avaliação. No sentido de demonstrar o entendimento que se tem 
sobre o assunto, ela apresenta os principais recortes que se fazem. 
As avaliações ex-ante, como o nome diz, são avaliações que antecedem a 
implementação de uma política. Frequentemente fazem parte de diagnósticos 
que podem ou não dar origem, na sequência, a políticas públicas. 
Estas avaliações às vezes estão presentes em documentos internacionais 
como os Relatórios das Agências das Nações Unidas como os produzidos 
pelo PNUD sobre Desenvolvimento Humano, pela Unicef sobre a situação da 
criança e pela OIT sobre a situação das relações de trabalho.
Noutros casos, as avaliações constam em textos que subsidiaram a 
elaboração de programas de partidos que disputam o governo, como no 
caso das contribuições do Instituto da Cidadania, do Instituto Teotônio 
Vilela ou da Fundação Tancredo Neves (FONSECA, [s.d.]).
Conforme a autora, a avaliação ex-ante é utilizada como elemento de diagnóstico que pode dar 
origem a um programa ou projeto e até mesmo a propostas de campanhas partidárias. 
Instituições financeiras como o Banco Mundial e o Banco Interamericano 
de Desenvolvimento costumam incluir nos empréstimos um percentual 
de recursos, mesmo que pequeno, para avaliar os resultados dos seus 
financiamentos. Organizações que trabalham com cooperação técnica 
internacional como o DFID (Ministério do Desenvolvimento Britânico), a Cida 
(agência de cooperação técnica para o desenvolvimento canadense), a GTZ 
alemã ou a Sida sueca, assim como ONGs internacionais como a Fundação 
Ford também costumam investir na avaliação de políticas e programas, 
embora em escala menor, local ou regional.
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Avaliações em processo são fundamentais para a introdução da correção 
de rumos no decorrer do processo de implementação de políticas públicas. 
Elas ajudam a fazer a coisa certa. São as avaliações feitas, por assim dizer, 
“em tempo real”. E elas são mais sensíveis politicamente, porque afetam 
diretamente os responsáveis políticos e técnicos pela condução das políticas.
Diferentemente dos processos de monitoramento, a avaliação em processo 
destina-se a problematizar, em profundidade, a direção, os produtos e 
os resultados que a política esteja produzindo enquanto ela está sendo 
implementada (FONSECA, [s.d.]).
No entendimento da autora, a avaliação em processos pode ser mais adequada e eficaz, uma vez que 
avalia em tempo real a execução, os resultados e seus responsáveis. Mas, para uma boa execução, requer 
alguns cuidados, como a incorporação dos resultados na implementação da política pública. 
Neste sentido é importante que as pessoas e/ou instituições que a conduzam 
sejam ao mesmo tempo independentes [...] do governo em função do 
distanciamento necessário requerido, mas também profissionalmente 
respeitadas pelo governo e parceiros responsáveis pela implementação 
da política, de modo a assegurar que as conclusões da avaliação sejam 
incorporadas ao processo decisório afeto à implementação do programa 
(FONSECA, [s.d.).
A respeito do entendimento sobre os aspectos quantitativos e qualitativos explorados nas 
pesquisas, Fonseca ([s.d.]) destaca as dificuldades que os órgãos responsáveis pela gestão da 
informação enfrentam no governo federal, mas que também é dos Estados e dos municípios, 
uma vez que a ausência ou a falta de levantamento dos resultados alcançados ou a demora na 
disponibilidade desses dados não tem permitido que gestores e equipes que atuam na política 
social tenham informações que possam orientar os rumos a serem tomados nas próximas etapas. 
Corroborando a exposição da autora, temos o entendimento de que o sistema de informação, 
monitoramento e avaliação dos governos estão bastante aquém das necessidades de gestão das políticas 
públicas. Nesse assunto, o Brasil precisa caminhar com mais compromisso e estudo. Embora sejam 
visíveis algumas iniciativas, muito pouco se tem avançado nesse sentido.
A outra diferenciação mencionada envolve a ênfase em aspectos 
quantitativos e qualitativos. Cada vez mais os métodos quantitativos 
ganham prestígio e notoriedade em função de sua universalidade 
metodológica. Há quem diga que “o que não se mede não tem como ser 
avaliado”. Mas as coisas não são bem assim. Naturalmente, quanto mais 
dados disponíveis em tempo real se tiver para avaliações sobre o que está 
se passando, melhor. Mas os órgãos públicos que trabalham com bases 
de dados, como o IBGE, a Fundação Seade, as Secretarias de Educação e 
Saúde, entre outros, enfrentam problemas graves de disponibilização de 
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estatísticas de forma confiável e tempestiva. Assim sendo, o resultado é 
que as avaliações quantitativas acabam se restringindo a situações onde 
os dados estejam disponíveis, geralmente com alguns anos de atraso, isto 
é, avaliações ex-post ou ex-ante.
Avaliações qualitativas geralmente são mais pragmáticas no sentido de não 
aspirarem a grandes representações do conjunto da realidade. Costumam ser 
desenvolvidas sob a forma de estudos de casos com a finalidade de produzir 
insights. Envolvem trabalho de campo, verificação in loco do que está se 
passando, valorização de entrevistas e métodos de observação como formas 
de coleta de evidência empírica. E trabalham com dados também, mas os 
disponíveis in loco combinados com os agregados das grandes bases. Não 
produzem necessariamente generalizações, mas subsidiam a identificação 
de problemas que permitem correções tempestivas de rumos (FONSECA, 
[s.d.]).
 Observação
Não restam dúvidas de que existem dificuldades de produção de 
avaliação da política social com apresentação do seu resultado qualitativo 
no Brasil, ou seja, daquele que busque apresentar os impactos, a reflexão 
histórica e a totalidade. Um resultado que nos remete ao método dialético. 
Veja a seguir a avaliação sobre o governo Lula e seus investimentos na política de assistência social, 
especialmente no programa de transferência de renda Bolsa Família para combater a fome e a extrema 
pobreza. 
Os desafios do Governo Lula na área social são públicos: combater a fome e 
a pobreza extrema (o Objetivo do Milênio Número um, conforme Declaração 
dos Dirigentes Mundiais presentes na chamada Cúpula do Milênio das 
Nações Unidas), promover a inclusão social, aumentar a eficiência do gasto 
social, promover a segurança alimentar e combater a desigualdade do país 
[...] O método de avaliação que estamos privilegiando – em especial no caso 
do programa Bolsa Família – é o chamado de rapid assessment approach 
(abordagem da avaliação rápida) que valoriza aspectos qualitativos e 
quantitativos, mas que valoriza mais o primeiro aspecto porque o desafio 
de produzir feedbacks em tempo hábil é levado em consideração com maior 
frequência.
Como se pode observar [...], o Governo Lula está fazendo um esforço 
significativo para aumentar os gastos com a área social, em que pese a 
política de austeridade fiscal em execução. Estamos pilotandoum dos 
maiores programas de transferência de renda do mundo, que foi construído 
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sem interromper programas fragmentados que estavam em execução de 
forma desarticulada e ineficiente, processo este determinado pelo Presidente 
Lula.
A preocupação maior do governo é a de atingir as populações mais 
carentes do país, sempre que possível, em parcerias pactuadas com os 
Estados e municípios que desenvolvem iniciativas semelhantes. São práticas 
profundamente inovadoras com as quais o país não está acostumado, onde 
o ganho político é compartilhado pelos três entes da federação brasileira. 
E está funcionando, como demonstra a experiência em Estados como São 
Paulo, Rio de Janeiro e Ceará (FONSECA, [s.d.]).
A autora chama a atenção para a importância dada pelo governo Lula ao programa de transferência 
de renda Bolsa Família e o apresenta com otimismo em seu processo de iniciação, quando foi respeitada 
a continuidade de benefícios já existentes, não deixando a população desprovida de seus direitos. 
O MDS foi criado para dar vertebração à política de desenvolvimento 
social do governo. Sob sua jurisdição encontram-se políticas e programas 
específicos do ministério e/ ou que envolvem coordenação interministerial. 
A gestão transversal, interinstitucional e intergovernamental é um dos 
maiores desafios de nossas práticas de gestão pública. Para este trabalho 
o governo precisa [...] de avaliações ex-ante e ex-post que nos orientem e 
conduzam. Mas para enfrentar o desafio de mudar a realidade de miséria 
extrema que o país enfrenta, não é possível esperar avaliações de caráter 
mais acadêmico tipo ex-post. 
O Cadastro Único com o qual o governo trabalha possui uma série de 
problemas e comporta muitos aperfeiçoamentos ainda. Os recursos gastos 
com as políticas sociais são ainda insuficientes, mas precisam também ser 
mais bem-gerenciados para que os ganhos de eficiência produzidos possam 
ser alocados no atendimento de mais famílias.
A gestão das condicionalidades de alguns programas recentemente foi 
estruturada, mas ainda há muito que ser feito para que seja realizada com 
a flexibilidade e precisão requeridas. Há todo um esforço em curso para se 
produzir ganhos de produtividade na gestão dos gastos sociais. E é isso que 
dá credibilidade à demanda por mais recursos para combater a pobreza. 
O Estado não tem o direito de ser ineficiente, nem para com os cidadãos 
contribuintes, nem para com os cidadãos que dele dependem para ter 
assegurada a proteção social e até para sobreviver (FONSECA, [s.d.]).
Nesse momento, é dado destaque à criação de condicionalidades de alguns programas, as quais 
têm o objetivo de contribuir para uma gestão pública sem desperdício do dinheiro público e com maior 
possibilidade de atendimento aos seus usuários. 
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“O MDS atribui tanta importância ao tema que criou uma secretaria para dedicar-se especialmente 
a ele – primeiro no âmbito do MDS e posteriormente no âmbito do conjunto do governo –, em parceria 
com órgãos como o Ipea e o IBGE” (FONSECA, [s.d.]).
A autora enfatiza a criação da avaliação pelo MDS em parceria com órgãos como o IBGE e o Ipea, a 
fim de contribuir para o processo de avaliação da política de assistência social. 
A construção de uma cultura de avaliação depende, no entanto, de um 
maior foco em uma discussão mais estruturada do processo de políticas 
públicas desde sua entrada na agenda até sua implementação, passando 
pelos momentos da formulação e tomada de decisão. Para isso temos que 
formar quadros que, na esfera dirigente, na burocracia, nos três níveis 
de governo, nas ONGs, na mídia, no Congresso e no Judiciário, procurem 
abordar a problemática da ação governamental dentro de um horizonte 
mais amplo: o do interesse público. (FONSECA, [s.d.]). 
6.4 Roteiro de avaliação: plano e projeto
Para a apresentação desses roteiros, utilizamos como base a obra de Baptista (2000). Com o intuito 
de tornar mais adequado ao nosso propósito, utilizamos o termo avaliação no lugar de análise.
Quadro 5 – Roteiro da avaliação de um plano 
Apresentação Apreciação sobre:
• a redação
• a distribuição gráfica
• a clareza e a distribuição das ilustrações
Estrutura • O documento inclui todas as partes integrantes do 
plano?
• Há equilíbrio, inter-relação orgânica e coerência entre 
os diversos itens? 
Análise de conteúdo • Qual a natureza do plano?
• Qual a natureza da ação?
• Qual a natureza da intervenção?
• Qual a natureza das diretrizes? 
• O conteúdo refere-se a todo o sistema ou a parte dele? 
• Existe equilíbrio entre as diferentes partes; do sistema? 
• Essa abordagem se faz integrada ou justaposta?
• Esse conteúdo é aplicável no nível decisório do órgão? 
• É viável política, técnica e economicamente, ou sua 
viabilidade depende de fatores não controláveis?
• O conteúdo é coerente entre a dimensão do plano e a 
dimensão da situação a que ele se refere? 
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Avaliação técnica: 
• identificação 
• justificatia
• diagnóstico 
• objetivos
• política de ação
• estratégias 
• Devem-se incluir na identificação do plano os 
elementos indispensáveis para diferenciá-lo em relação 
à entidade e à equipe.
• A justificativa deve ser esclarecedora quanto à 
pertinência da realização do plano: se realmente há 
fundamentação que priorize o plano ou esclareça a 
prioridade da escolha.
• É importante que o diagnóstico apresente os principais 
elementos que compõem a questão, oferecendo dados 
que cubram suficientemente a problematização; 
questione se a avaliação esteve fundamentada em 
uma teoria e se contou com indicadores e parâmetros 
estabelecidos no planejamento; avalie se os elementos 
que compõem a questão foram suficientemente 
analisados e correlacionados; e traga resultados 
de avaliação que indiquem os elementos que 
fundamentaram as prioridades e escolhas.
• Deve responder se objetivos e metas foram definidos 
com clareza e precisão; se são operacionáveis ou 
foram operacionados; se as metas foram quantificadas 
(espaço, tempo e volume); questionar e responder se 
objetivos e metas são compatíveis, complementares e 
coerentes com as finalidades da instituição e da política.
• Verificar se a política de ação adotada corresponde 
aos objetivos e metas definidos no planejamento, e se 
possibilita número maior de beneficiários e menores 
custos.
• Avaliar se as estratégias são adequadas e suficientes, e 
se proporcionam maior aceitação do plano.
Avaliação dos recursos: 
• financeiros
• humanos
• institucionais 
• Avaliar se os recursos financeiros foram explicitados por 
região e por área de atividade; se foram indicados os 
prazos, as fontes e para onde vão os recursos; saber se 
as verbas estão adequadas ao diagnóstico social e se o 
plano é coerente com o montante dos recursos.
• Saber se a distribuição dos recursos humanos é 
suficiente em quantidade e qualidade.
• Verificar se nos recursos institucionais estão previstos 
os instrumentos legais, indispensáveis à execução do 
plano. 
Quadro 6 – Roteiro de avaliação de um projeto 
Identificação Apresentação sobre: 
• redação
• disposição gráfica
• clareza e precisão (ilustrações e referências) 
Análise de conteúdo:
• estrutura
• prioridade e alternativa• Quanto à estrutura, o documento deve incluir todas 
as partes que integram o projeto; verificar se existe 
equilíbrio e relação entre os itens.
• A respeito de prioridade e de alternativa, a abordagem 
é importante no momento da proposta, pois trazem 
contribuições relevantes para o tratamento do 
problema. É importante questionar se há coerência 
entre a dimensão do problema e a dimensão do projeto, 
e quais efeitos podem gerar.
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Análise técnica:
• identificação
• objetivos e metas
• justificativa
• detalhamento do projeto 
• recursos 
• medidas de implementação 
• Partir da identificação do projeto: os elementos 
essenciais para identificá-lo e situá-lo em relação à 
entidade e à equipe; o título deve ser coerente com o 
conteúdo.
• A respeito de objetivos e metas, averiguar se há 
coerência entre a finalidade do projeto e a instituição; 
se os objetivos são ou não adequados ao problema 
abordado; se as metas foram quantificadas; e se metas 
e objetivos foram definidos claramente e com precisão.
• A justificativa deve esclarecer a importância do 
projeto; trazer os principais elementos que cubram 
suficientemente o problema a ser enfrentado; e 
apresentar as demandas detectadas, as técnicas 
adequadas etc.
• O detalhamento do projeto necessita deixar claras as 
suas ações, se os resultados previstos no planejamento 
foram alcançados; deve apresentar se as técnicas, os 
instrumentos, o local, o momento e os responsáveis 
pelo resultado foram adequados; requer apresentação 
de indicadores de resultados, em planilhas, por exemplo. 
• Os recursos devem ser previstos no projeto; ter 
indicação da fonte, ser especificado e oferecer 
possibilidade de cálculo.
• Avaliar se os recursos humanos correspondem ao 
indicado em quantidade e qualidade; se as instalações 
previstas são suficientes para a realização do projeto.
• Avaliar, para as medidas de implementação, como os 
instrumentos legais, administrativos e técnicos foram 
previstos, bem como analisar se os trâmites legais 
foram equacionados. 
Após a discussão sobre avaliação, a partir de agora temos como objetivo trazer uma análise sobre a 
integração do monitoramento e da avaliação com o planejamento social. 
Integração do monitoramento e da avaliação com o planejamento social
A partir de agora você poderá vivenciar o entendimento da integração entre o monitoramento e a 
avaliação, como fruto oriundo do planejamento social.
Dois assuntos serão privilegiados ao trabalharmos a temática ora empreendida: os desafios do 
monitoramento e da avaliação e os benefícios gerados no processo de gestão. 
No primeiro momento, ao adentrar o terreno de discussão sobre os desafios do monitoramento 
e da avaliação, teremos como um dos eixos norteadores a discussão de desafios que se 
materializam na dificuldade de participação da sociedade civil, de forma geral, nas ações oriundas 
do planejamento social.
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 Observação
Não se trata de mostrar a participação como único desafio no âmbito do 
planejamento social, mas de tratar a questão como um desafio importante 
a ser enfrentado pelo gestor social que, algumas vezes, neutraliza a 
potencialidade dos movimentos de reconstrução de algumas ações e 
políticas públicas.
Destacamos, em especial, a importância do compromisso do profissional de Serviço Social, na 
lógica de fomentar a participação dos sujeitos coletivos e, assim, dar luz ao seu projeto profissional, 
ou Projeto Ético-Político Profissional. Nesse item, cumpre destacar a importância do assistente social 
também quando do empreendimento de ações que combatam a potencialização da Questão Social e 
de suas expressões. Nessa medida, o profissional deve propiciar ações que combatam a banalização da 
pobreza, da ausência de participação, de interesses individuais em detrimento de interesses coletivos. 
O assistente social, nesse processo, poderá oportunizar condições por meio da empreita de ações que 
visem à inclusão social e ao combate às desigualdades, frutificando, assim, estratégias de fortalecimento 
e desenvolvimento local.
No segundo momento, ao tratar dos benefícios gerados pelo monitoramento e pela avaliação no 
processo de gestão, será possível vivenciar reflexões sobre a importância do papel da gestão social e seus 
principais desafios.
Sabemos que a gestão social, como fruto pensado à luz do planejamento social, muito tem a contribuir 
para a construção de novas realidades e, logo, de novas condições de vida em sociedade. Embora tenhamos 
inúmeros projetos societários, para o Serviço Social, a vocação da gestão social deve sempre nos conduzir ao 
rompimento de paradigmas e ainda à construção do protagonismo dos sujeitos sociais.
O monitoramento e a avaliação, nesse momento, devem ser visualizados como aliados da gestão 
social, logo devem determinar novos horizontes à sociedade, sobretudo, no que se relaciona às políticas 
públicas.
O assistente social inserido nas equipes de planejamento e gestão social deve posicionar-se de 
forma que faça a leitura da realidade e, em consequência, ofereça subsídios capazes de fomentar novas 
propostas e diretrizes em que se efetive o protagonismo do sujeito social.
Trata-se de entender a profissão imbuída do compromisso com a causa da classe que vive do trabalho, 
ou, ainda, daqueles que estão destituídos do usufruto do direito. 
Esse processo se constrói a partir de ações cotidianas que operam mudanças significativas na vida 
da sociedade, por meio da dedicação a projetos comprometidos com uma nova ordem societária. Muito 
há para ser trabalhado, construído. Motivados pelas inspirações de Paulo Freire, conforme Oliveira (2011) 
nos apresenta:
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Unidade II
Paulo Freire combateu ainda o discurso fatalista de que a sociedade é 
para ser assim como está e que não há nada a fazer. Contrapunha-se ao 
mal-estar produzido pelo enaltecimento do mercado e, contrapondo-
se a isso, anunciava a solidariedade como um compromisso histórico 
do homem. Defendeu, a todo o momento, uma prática educativa em 
favor da autonomia, mas como liberdade, espaço de crescimento do 
homem e potencial para desenvolvê-lo no sentido universal, isto é, 
para humanizá-lo e também para “humanizar” a sociedade humana. Ele 
detinha a confiança na capacidade dos homens para a construção e uma 
nova organização social e dizia que isto requer: ousadia, perseverança, 
postura problematizadora da realidade e inquietude frente ao real. 
Pensar, decidir e optar por uma ação transformadora, eis a questão. 
O(a) educador(a) (sempre que falo educador, leia-se também assistente 
social) sobre o qual discorre Paulo Freire tem consciência do seu papel 
transformador (OLIVEIRA, 2011, p. 252).
Como será possível apreender, muitos são os desafios a serem vencidos e muitos são os benefícios 
frutos da vivência desse processo. Façamos, pois, como o grande educador, com “ousadia, perseverança, 
postura problematizadora da realidade e inquietude frente ao real. Pensar, decidir e optar por uma ação 
transformadora, eis a questão” (OLIVEIRA, 2011, p. 252).
 Resumo
Nesta Unidade você teve a possibilidade de adentrar o universo do 
monitoramento como importante instrumento do planejamento social. 
Assim, as discussões trazidas remontam à importância do monitoramento 
como aliado do assistente social, quando empoderado da atribuição de

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