Buscar

Terapêutica em mastites

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Terapêutica em mastites
Amanda lima
Bianca da Cunha
João Pedro Barkema
Introdução
A mastite e um processo infeccioso e inflamatório da glândula mamaria, que acarreta em modificação da composição do leite.
O proposito da resposta inflamatória no úbere e neutralizar ou destruir os agentes infecciosos e suas toxinas, permitindo o retorno da função normal da glândula.
Para melhor eficiência do tratamento de mastite, além de detectar o agente infeccioso, e importante monitorar o perfil de resistência aos antibióticos.
Objetivo 
Realizar uma revisão bibliográfica sobre terapêutica em mastites, ponderando variáveis que interferem no desempenho de lactação do animal e seu bem- estar.
Principios terapêuticos na mastite 
Uma vez que fêmea e infectada, os microorganismos persistem na cisternas dos tetos e da glândula, com periódicas reproduções e invasão tecidual.
Principais grupos usados em mastite são: Penicilinas; cefalosporinas; aminoglicosídeos; macrolideos; tetraciclinas; polipeptideos; lincosamidas e sulfonamidas.
Penicilinas 
 Drogas que possuem o anel beta lactâmico como característica principal do grupo.
Mecanismo de ação: inibição da síntese da parede bacteriana, só serão eficazes se a bactéria estiver se multiplicando e não se pode fazer associações com outro bacteriostáticos.
Essas drogas são capazes de ultrapassar a barreira placentararia.
Indicadas para terapias de agentes Gram +.
Consideradas drogas de eleição contra Clostridum perfringes.
(ANDRADE, 2008)
Indicação 
G-procaína: Intramamaria (10.000 UI) ou Parenteral (20.000 UI/kg, IM, 12/12 horas).
Ampicilina: Intramamaria (75 a 250 mg) ou Parenteral (22 mg, IM, IV, 8/8 ou 12/12 horas).
(ANDRADE, 2008)
Cefalosporinas 
Quimicamente parecidas com as penicilinas, mas apresentam grande espectro de ação.
Mecanismo de ação: inibem a síntese da parede celular bacteriana. 
Usadas na terapia em vacas secas e vacas em lactação.
Tem baixos índices de resistência.
Ressalta-se que que as ultimas gerações tem mais eficácia em agentes Gram-.
(ANDRADE, 2008)
Indicações
Cefoperazona sódica: Intramamaria (250 mg). 
Cefacetril sódico: Intramamaria (250 mg).
Cefalexina: Intramamaria (100 a 250 mg).
Cefalônio anidro: Intramamaria (250 mg).
Cefuroxina: Intramamaria (250 mg).
Cefalosporinas: Parenteral (20 mg/kg, IM, 8/8 horas).
(ANDRADE, 2008)
Aminoglicosídeos 
São antibióticos bactericidas.
Indicados para agentes gram –.
Não agem em pH ácido.
 Dependentes de oxigênio, por isso não atuam em anaeróbicos 
Mecanismo de ação: ao se ligarem com o ribossomo bacteriano, causam produção de proteínas defeituosas.
(ANDRADE, 2008)
Indicações
Gentamicina: Intramamaria (150 a 250 mg) ou Parenteral (3 a 5 mg/kg, IM,IV, 8/8 ou 12/12 horas).
Estreptomicina : Intramamaria 970 a 150 mg).
Neomicina: Intramamaria (100 a 500 mg).
(ANDRADE, 2008)
Macrolídeos 
Mecanismo de ação: inibem a síntese proteica.
Atuam em gram + e -.
Não deve ser associado a clofenicol, lincosamidas e clindamicina.
São hepatotóxicos em doses elevadas e/ou prolongadas.
Indicações:
Eritromicina: Intramamaria (300 mg) ou Parenteral (12,5 mg/kg, IM, 24/24 horas). Frente a Sthaphylococcus ssp.; Streptococcus ssp.; C. boius, Pasteurella ssp.
Tilosina: Via parenteral (15 mg/kg, IM, 12/12 horas). Frente a Mycoplasma ssp.
(ANDRADE, 2008)
Lincosamidas 
são um grupo de antibióticos bacteriostáticos.
mecanismo de ação: inibi a síntese proteica pela ligação à S50 ribossômica bacteriana.
Indicados para agentes Gram +.
Associações com esse grupo devem ser evitadas.
Indicações:
Lincomicina: Intramamaria (200 mg).
Pirlimicina: Intramamaria (50 mg).
 
 (ANDRADE, 2008)
Tetraciclinas
são antibióticos de amplo espectro, bacteriostáticos.
Mecanismo de ação: inibem a síntese proteica ligando-se ao ribossomo 30S da bactéria.
São potencialmente nefro-tóxicas (com exceção da doxiciclina).
São utilizados via intramamaria (100 a 250mg) e/ou parenteral (20 mg/kg, IM, IV, 24/24 horas), em especial em casos com envolvimento de Pasteurella.
(ANDRADE, 2008)
Polipeptideos 
São antibióticos bactericidas.
Mecanismo de ação:
Polimixina B atua sobre gram negativas, ela atua na membrana citoplasmática da bactéria, ligando-se a radicais fosfates, desorganizando a estrutura da membrana.
Bacitracina atua sobre gram positivas, inibindo a síntese da parede celular bacteriana.
Quando utilizados sistêmicamente causam nefrotoxicidade e neurotoxi-cidade (bloqueio neuromuscular).
Na terapia de mastites, é utilizado via intramamaria (50.000 UI) ou parenteral (2,5 mg/kg, IM, 12/12 horas), são considerados de eleição em terapias das mastites hiperagudas e agudas
(ANDRADE, 2008)
Quinolonas
são um grupo de agentes antimicrobianos bactericidas de amplo espectro.
mecanismo de ação: Inibição da DNA girasse bacteriana, enzima que controla a direção e extensão do espiralamento das cadeias de DNA.
baixa toxicidade e concentrações excelentes no sangue e tecidos.
São indicada em caso de agente multirresistentes.
Indicação:
Enrofloxacina: Intramamaria (300mg) ou parenteral (5 mg/kg, IM, 24/24 horas).
(ANDRADE, 2008)
Sulfonamidas
Caracterizados por conter moléculas de enxofre e grupamentos amina na molécula. 
Mecanismo de ação: As sulfas competem com o ácido para-aminobenzóico (PABA), um precursor do ácido fólico. O ácido fólico é precursor de substâncias que vão formar os ácidos nucléicos bacterianos.
 São quimioterápicos bacteriostáticos, atuam sobre bactérias gram negativas.
Indicações: Via intramamária, são indicadas a sulfanilamida (100 mg) ou
sulfadiazina (500 mg), e via parenteral, a sulfadiazina/trime-toprim (50 mg/kg, IM, 12/12 horas).
(ANDRADE, 2008)
STILWELL, 2002
Tipos de mastites 
A mastite pode ser classificada quanto à forma de manifestação em:
MASTITE CLÍNICA: quando há sinais clínicos evidentes, como edema, endurecimento e dor na glândula mamária e/ou aparecimento de grumos ou pus no leite, e ainda sintomas sistêmicos como depressão, desidratação, diminuição da ingestão de alimento e queda na produção de leite.
MASTITE SUBCLÍNICA: quando há ausência de alterações visíveis, contudo, ocorre queda na produção e mudança na composição do leite.
(ANDRADE, 2008)
Mastite clinica 
A necessidade do descarte do leite tormam antieconômica a terapia durante a lactação. Contudo, recomenda-se internacionalmente a terapia da mastite clínica - independente do resultado do antibiograma - face aos prejuízos com o descarte do leite mastítico, com os riscos.
os maiores índices de cura de agentes bacterianos de mastite são obtidos entre 3 e 5 dias, com a grande maioria dos antimicrobianos (pelas vias parenterais ou intramamária, em intervalos de 8, 12 a 24 horas, dependendo das características de cada droga).
(FONSECA, SANTOS, 2000)
Mastite clinica
Nas mastites clínicas com sinais sistémicos, deve-se associar à terapia antimicrobiana medidas de suporte (antiinflamatórios, fluidoterapia, duchas frias, entre outras, conforme a gravidade do caso).
(ANDRADE, 2008)
Fonte: Embrapa
Mastite sub-clinica
Mastite contagiosa são caracterizados pela maior incidência da forma subclínica. São geralmente de longa duração, de alta CCS e são causados por micro-organismos que têm como habitat a própria glândula mamária e a pele dos tetos. 
Diagnostico: É baseado em provas indiretas, como o Califórnia Mastitis Test - GMT, ou pela contagem de células inflamatórias e epiteliais contidas no leite (contagem de células somáticas - CCS).
(ANDRADE, 2008)
TRATAMENTO INTRAMAMÁRIO
-É o mais utilizado.
Disponível em: http://www.revistaleiteintegral.com.br/noticia/estrategias-para-o-sucesso-no-tratamento-de-mastite-clinica
MEDIDAS TERAPEUTICAS DE SUPORTE
Ordenhas Sucessivas dos Animais
Duchas Frias 
Correção do Equilíbrio Hidroeletrolítico, Energético e Vitamínico
Utilização de Cânula Intramamária (Sondas) em Tetos Obliterados 
Ocitocina
Antiinflamatórios 
(ANDRADE, 2008)
Tratamentos alternativos
Mastite por Fungos e Leveduras - Resultados satisfatórios vêm sendo obtidos com o uso intramamário de cetoconazol a 2% (um tubo de Nizoral® pomada), associado a veículo mucopolissacarídico (um tubo de Thiomucase®), diluídos em 30 ml de água esterilizada, 24/24 horas, por 15 a 60 dias. 
Mastite por Prototheca spp. – Algas, até o momento, nenhum produto apresentou eficácia. Desta forma, permanece a recomendação de ablação química dos quartos mamários afetados, ou mesmo o descarte de animais com prototecose mamaria, em virtude do risco de infecção para outros animais do rebanho. 
(ANDRADE, 2008)
TERAPIA DA MASTITE EM OUTRAS ESPECIES
BUBALINOS Por falta de informações sobre a espécie bubalina, utilizam-se para o controle da mastite as mesmas técnicas de criação e manejo indicadas para os bovinos.
CAPRINOS E OVINOS - Não estão disponíveis comercialmente drogas exclusivas para a terapia intramamária dessas espécies. Esta limitação tem motivado pesquisas do uso de somente metade da dose de antimastíticos de bovinos na terapia intramamária em caprinos.
(ANDRADE, 2008)
Disponível em: http://www.universidadedoleite.com.br/conteudocat/2/19/Bubalinos
CÃES E GATOS- Staphylococcus spp. e Strep-tococcus spp., além da E. coli, são os agentes comumente associados a mastite nessas espécies. Para a terapia, as drogas de escolha devem apresentar amplo espectro de ação, efeito bactericida, boa difusão mamaria e ausência de toxicidade para os neonatos. 
Macrolídeos: eritromicina (22 mg/kg, VO, IV, 8/8 horas/7 dias) ou a tilosina (20 mg/kg, VO, 12/12 horas/ 7 dias), além de outras drogas, incluindo a amoxicilina/ácido clavulânico (22 mg/kg, VO, 8/8 ou 12/12 horas) ou a cefalexina (25 mg/kg, VO, 8/8 horas). 
Fluidoterapia, drenagem e anti-sepsia de glândulas abscedadas, compressas quentes, suave ordenha e restrição à amamentação dos quartos mamários afetados são procedimentos que podem auxiliar a terapia.
 (ANDRADE, 2008).
FALHAS NA TERAPIA
O controle da mastite ambiental é mais problemático e não responde às medidas preventivas adotadas para a mastite contagiosa. Portanto, a redução da exposição da extremidade da teta aos patógenos ambientais e a maximização da resistência a vaca às infecções intramamárias são as principais estratégias a serem implementadas para o controle da mastite ambiental.
O insucesso terapêutico nos casos de mastite, entre as quais o uso indevido de antimicrobianos, o emprego indiscriminado dos antimastíticos (que favorecem o agravamento do processo, ou a seleção de microrganismos multir-resistentes às drogas), a infecção por agentes não convencionais, ou por agentes como o S. aureus, produtores de (3-lactamases, que inativam os antimicrobianos. 
(ANDRADE, 2008).
Resíduos antimicrobianos no leite
No Brasil, a Instrução Normativa nº. 51, de 18 de setembro de 2002, exige a pesquisa periódica de antibióticos em leite, os quais não devem ser superiores aos Limites Máximos de Resíduos (LMRs) previstos para cada grupo químico específico (ANVISA, 2010). 
Estes 	resíduos podem desencadear quadros de anemia, distúrbios gastrintestinais e reações de hipersensibilidade no homem, bem como prejuízos para a produção de derivados lácteos (iogurtes e queijos). 
recomenda-se o descarte do leite nas primeiras 72 horas após a última aplicação da droga (via intramamária ou parenteral.
(ANDRADE, 2008)
Conclusão
A mastite é o principal problema na pecuária leiteira, pois causa graves perdas e prejuízos, tendo em vista a qualidade e quantidade do leite, a perda do teto ou até a glândula mamária. O principal ponto a ser considerado é a prevenção, onde devem priorizar o manejo higienizado em todas as instalações que entram em contato com a vaca, eliminando microrganismos que estejam no ambiente e até mesmo na pele do animal. Trazendo assim uma produção de leite com mais qualidade, e diminuindo perdas financeiras com animal.
Referencias 
ANDRADE, S. F.; GIUFRIDA, R.; RIBEIRO, M. G. Quimioterápicos antimicrobianos e antibióticos. In: Manual de terapêutica Veterinária, 2 ed. São Paulo: Editora Roca, 2002, p.13-58. 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Programa Nacional de Análise de Residuos de Medicamentos Veterinários em Alimentos Expostos ao Consumo – PAMVet. Brasília, 2003. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/alimentos/pamvet/pa mvet.pdf>. Acesso em: 16 mar. 2010. 
BEER, J.; Doenças Infecciosas em Animais Domésticos, vol. 2., São Paulo: Roca, 1988., pag. 3 a 5.
CARVALHO, L. B., AMARAKl, F. R., BRITO, M. A. V., LANGE, C. C., BRITO, J. R. & LEITE, R. C. 2007. Contagem de células somáticas e isolamento de agentes causadores de mastite em búfalas (Bubalus bubalis). Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinaria e Zootecnia, 59, 242- 245.
COSTA, E. O. Uso de antimicrobianos na mastite. In: SPINOSA, H. S.; GÓRNIAK, S. L.; BERNARDI, M. M. Farmacologia aplicada à medicina veterinária. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 501-515.
MARQUES, D.C. Criação de Bovinos. 7° ed. rev., atual e ampl., Belo Horizonte, CVP Consultoria Veterinária e publicações, 2006. p. 435 a 450.
Medeiros, E. S., Barbosa, S. B. P., Jatobá, R. B., Azevedo, S. S., Junior, J. W. P., Saukas, T. N., de Albuquerque, P. P. F. & Mota, R. A. Perfil da contagem de células somáticas na infecção intramamária em búfalas na Região Nordeste do Brasil. Pequisa Veterinária Brasileira, v.31, p. 219-223, 2011. 
RADOSTITS, O. M., Clínica Veterinária, 9 ed., Rio de Janeiro: 2000., pag.
SANTOS, A. F. R.; RODRIGUES, M. A. M. Resíduos inibidores em leite UHT. Higiene Alimentar, São Paulo, v. 17, n. 104- 105, p. 174-175, jan./fev. 2003.
WILSON C.D.; AGGER, G.A.; GILBERT, C.A. et al. Field trials with cefoperazone in the treatment of bovine clinical mastitis. Vet. Rec., v.118, p.17-19, 1986.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais