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História do Brasil II. História do Brasil Nação

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História do Brasil II
Estudo Dirigido.
												Valor: 2,0
Prof. Vera Moraes.	
			
Em 1807, Napoleão Bonaparte estava em seu auge de força e glória. Em um cenário que foi criada uma nova nobreza e se restabeleceu a escravidão nas colônias da França. E mesmo assim, ainda visto como símbolo de esperança da Revolução Francesa, e também como um monstro cruel, por outros. E dependia da Inglaterra para instaurar uma nova ordem europeia, os faltava o domínio dos oceanos, que era da Inglaterra, por isso precisavam neutralizar o poder da marinha britânica. Em 1806, em Berlim, foi decretado por Napoleão o bloqueio continental da Grã-Bretanha, impedindo-os de comerciar com os demais europeus, bloqueio imposto também a Portugal. Que foi invadido por tropas espanholas e francesas, devido à essa pressão, o principe regente optou por ir junto à corte para o Brasil. Antes mesmo da chegada da Corte, o Brasil já começou a sofrer grandes mudanças. Uma mudança economica, por exemplo, foi a necessidade de vender seus produtos mais baratos e comprar o que precisava mais caro, movimentando a economia portuguesa. Poderia se considerar, que a economia metropolitana dependia da brasileira. 
Em 1808 o Rio de Janeiro se torna a capital portuguesa, para o Império. E se instala no Brasil o Antigo Regime. Enquanto Portugal resistia à invasão dos napoleônicos, que se repetiu em 1809 e 1810, e foram sucessivamente derrotados pelo império britânico junto ao português. Em 1815, depois da derrota definitiva de Napoleão, D. João poderia ter retornado para Lisboa, mas optou por continuar no Brasil. No início de 1818, após a morte de D. Maria I, foi aclamado Rei em terra americana.
As relações comerciais no Brasil eram feitas apenas por intermédio da metrópole, somente assim ela exportava seus produtos e importava o que precisasse (vendiam mais barato e compravam mais caro). O comércio externo no Brasil era monopolizado por Portugal, que contava com o apoio economico da Inglaterra, e mesmo com as pressões das tropas napoleônicas sob Portugal, os mesmos continuaram com sua aliança. Antes mesmo da chegada da Corte, as mudanças já começaram, em 28 de janeiro de 1808 o príncipe regente declarou a abertura dos portos às nações amigas, fazendo com que os produtos ingleses estivessem cada vez mais presentes no Brasil. O mesmo possuía, também, uma relação comercial com a África, por conta do tráfico de escravos, em que era feita uma troca entre os produtos produzidos no Brasil e os escravos africanos. 
Com a chegada da corte no Brasil, no Rio de Janeiro, o mesmo passou a ser visto como capital portuguesa, O Rio de Janeiro dava ordens em Lisboa e administravam todas as regiões do Brasil. O poder começou a centralizar-se no Rio de Janeiro, as demais capitanias (ainda na condição de colônia) se revoltaram, pois, o Rio de Janeiro que recolhia os impostos para custear as despesas da corte e do governo que estavam ali. D. João, em 1815, determinado a permanecer no Brasil alça o mesmo à condição de Reino Unido de Portugal e Algarves, e pretendia governa-lo do Rio de Janeiro. Esse aspecto foi mais um dos que caracterizou a 
“inversão brasileira”, que foram diversas mudanças, como: novas leis, novos órgãos, obras e etc, que fizeram o Brasil deixar de ser uma colônia para passar a ser sede do Império, mais especificamente localizada, a sede, no Rio de Janeiro.
A visão de que a chegada da Corte ao Brasil traria liberdade aos cidadãos, melhoras a região ou autonomia provincial, foi ilusão. E mesmo depois de duas revoltas (reprimidas), o Rio de Janeiro continuou sendo o centro de poder. Portugal estava insatisfeito, pois queria que o Brasil voltasse a ser colônia, já que as relações econômicas de Portugal minguaram por conta disso. Com a percepção dos brasileiros de que as Cortes de Lisboa viam o Brasil como um país subalterno, criou-se uma desavença. Os portugueses queriam que o Brasil perdesse sua autonomia. 
Por essa visão do Brasil como “parte” europeia, o país começou a sofrer influências sobretudo da Inglaterra e da França, reproduzidas frequentemente; valores estéticos, hábitos e costumes, mas também havia aqueles que resistiam à essa influência. Com o intenso contato com a África, não podemos deixar de destacar as influências vindas de lá, que também foram incorporadas à cultura do país.
7 de setembro de 1822 foi o símbolo da proclamação da independência e o marco da divisão entre Portugal e Brasil. Portugal, de um lado, insatisfeito com a centralização do poder no Rio de Janeiro e a perda de autonomia de Lisboa. Tanto no Brasil quanto em Portugal, as pessoas cada vez mais estavam adeptas a uma monarquia liberal, influenciados, respectivamente, pela Revolução Americana e Francesa. Os visíveis desejos da Corte de Lisboa em que o Brasil se tornasse novamente uma colônia e se subordinasse novamente a Portugal nas relações comerciais e políticas, visto que as relações comerciais portuguesas foram prejudicadas, depois da abertura dos portos no Brasil. 
Com todo esse poder centralizado no Rio de Janeiro, as outras regiões do Brasil se sentiram afetadas, por suas condições coloniais terem permanecido as mesmas e o Rio de Janeiro ter se tornado uma sede do Império, principalmente Pernambuco, que tinha sua atividade econômica ativa. E foi lá que a revolução ocorreu em 1817, com o apoio de diversas capitanias. Mais tarde, em 1824 Pernambuco junto à outras capitanias novamente acontece uma revolta, que formou a Confederação do Equador, porém ambas foram severamente reprimidas, reforçando a ideia de força e poder da capital Rio de Janeiro. Em Portugal também era presente, a insatisfação, os portugueses achavam que o país tinha se tornado uma colônia do Brasil. Pois sem o exclusivo comercial e sem a intermediação das importações e exportações brasileiras, Portugal perde seu poder econômico sobre seus negócios. Os comerciantes do Porto passaram a ficar mais adeptos ao discurso liberal. E em 1820 acontece a revolução, onde Manuel Fernandes Tomás com apoio da burguesia e adesão do exército impõem a substituição do Antigo Regime autocrático pela monarquia liberal. As cortes exigiam que o Brasil voltasse a sua posição colonial e o regresso de D. Pedro à Portugal, mas o mesmo resistiu às pressões e nos dias 1 e 6 de agosto de 1822 D. Pedro dá mais um passo em direção à separação de Portugal, e escreve dois documentos na linguagem da independência, o Manifesto aos Povos do Brasil e o Manifesto ao governo e às Nações Amigas, e em 1822 mesmo definitivamente Brasil e Portugal se separam.
As atitudes das cortes portuguesas apontavam para o desejo de regresso do Brasil à condição colonial, foi quando aumentou o número dos brasileiros que eram a favor da separação entre Brasil e Portugal. As cortes queriam um reino lusitano, onde o Brasil era um subalterno, desejando restaurar a hegemonia política e o controle econômico sobre a antiga colônia. As Cortes exigiam o regresso de D. Pedro a Portugal e queriam determinar que as juntas de governo provinciais ficassem diretamente subordinadas a Lisboa. As exigências das Cortes eram inaceitáveis, D. Pedro decidiu ficar no Brasil, e em 9 de janeiro de 1822 convocou a Assembleia Brasílica, que se contraporia à tentativa de fracionar o Brasil. D. Pedro em agosto de 1822, escreve dois documentos contra as intenções das cortes de restabelecer o regime colonial. Esses dois manifestos mostraram que eram as cortes que queriam destruir o Reino Unido. Após 7 de setembro, quando é proclamada a independência, o Rio de Janeiro correu ao auxílio de patriotas para expulsar as tropas portuguesas e garantir que o país se manteria indiviso. Em junho de 1823 acontece um golpe militar, onde fecham as cortes e determinam poder absoluto à D. João VI. D. Pedro cinco meses depois dissolveu a Assembleia e em 1824 outorgou uma Constituição de espírito liberal, redigida por um Conselho de Estado, definindo o Brasil como uma monarquia constitucional e unitária, com um forte executivo gerindo o país a partir do Rio de Janeiro. 
Em
1821 se deu o fim da censura prévia. Isso permitiu que a Imprensa Régia disponibilizasse jornais, panfletos e livros editados no Brasil, que eram consumidos por toda a classe letrada, visto que após a revolução de 1820 o clima era de liberdade, o que favoreceu a discussão de ideias políticas. Era produzido um rico catálogo composto de obras literárias, científicas e políticas. Pela primeira vez se pode ter uma opinião e ter a liberdade de falar sobre a mesma, expô-la e compartilhá-la. Com os diversos dilemas e dúvidas que surgiam naquela época, era cada vez mais comum a leitura de obras produzidas no Brasil de caráteres totalmente diferenciados. Vale lembrar que ainda não se tinha uma Imprensa de caráter informativo imparcial, pois a manipulação política ainda era muito presente.
Em Portugal tentavam tirar a autonomia e impor a volta de D. Pedro, para que o Brasil voltasse a ser uma colônia. D. Pedro já revoltado com todas as medidas que eram tomadas para destruir o Reino Unido, toma decisões que apontam para a separação de Portugal do Brasil. E, finalmente, em 7 de setembro de 1822 D. Pedro proclama a independência. Mesmo com uma série de tentativas de D. João VI e das cortes portuguesas de exigirem sua autoridade e benefícios sobre o Brasil, D. Pedro não cede. Insatisfeito com a constituição que limitava e diminuía seus poderes, decreta a dissolução da Assembleia em 1823. Mas isso provoca reação do partido brasileiro. Por isso ele convoca um grupo escolhido por ele, para desenvolver uma nova constituição, em 1824 é imposta uma nova Constituição, dividindo os poderes e dando maior força ao executivo. Em 1826 a Assembleia Geral inicia seus trabalhos, com um grande aumento no número de oposicionistas a D. Pedro, decorrente do receio que ele voltasse a instalar o absolutismo e a suspeita do seu portuguesismo. O Primeiro Reinado é marcado pela oposição entre o Partido Brasileiro, de um lado, que queria a melhoria no comercio dos produtos brasileiros, uma posição política mais liberal e totalmente antilusitana e o Partido Português, por outro lado, lutando pela autonomia novamente sobre o Brasil e sua recolonização, com a volta do absolutismo. Após a independência o Brasil tornou-se uma monarquia hereditária e constitucional. O que foi uma colônia fechada ao resto do mundo, passou a receber a influência europeia, principalmente da Inglaterra e da França, reproduziam em casa e nas ruas valores estéticos, hábitos e costumes. Toda essa influência europeia, mesmo não aceita por todos, só foi aceita por conta da condição 
do Brasil não mais como colônia, e sim como um Reino Unido à uma metrópole europeia e mais tardiamente, um país independente com representantes europeus.
Antes mesmo da chegada da corte ao Brasil, os habitantes se sentiam portugueses do Brasil e ao mesmo tempo paraenses, maranhenses e etc, porque não havia uma noção de Brasil como nação, na cabeça dos mesmos era como se existissem vários países dentro de um só. No período pós-independência já vai aos poucos surgindo o termo patriotas, pois o Brasil já havia se separado de Portugal, que era uma metrópole, e de repente o Brasil colonial some e surge o Brasil como país, nação. A Imprensa ajudava na disseminação de ideias, por isso era cada vez mais comum as discussões políticas e o interesse pelo que acontecia no Brasil. Aos poucos a ideia de nação vai se constituindo.
Em 1828, com o intermédio britânico, D. Pedro teve que abrir mão do território anexado da Cisplatina, foi imposto aos argentinos e brasileiros que lutavam pelo território, pelos britânicos, que o território fosse independente, com o nome de República Oriental do Uruguai. A Guerra da Cisplatina aconteceu, e o Brasil foi derrotado pelos argentinos. Tudo isso contribuiu para inflamar o descontentamento com D. Pedro, com a visão de que o mesmo era contra as liberdades e só estava interessado que sua filha assumisse o trono português. O reconhecimento da independência envolveu a Grã-Bretanha, que se via como protetora de Portugal. Foi graças a Londres que o Brasil conseguiu o reconhecimento de Portugal. E o Brasil pagou um preço alto pelo reconhecimento de sua independência, entre os compromissos assumidos com os britânicos, estava, fazer cessar em curto prazo o tráfico de escravos. 
A política externa de D. João VI consistia em defender os interesses da Casa de Bragança e foco na Europa, D. Pedro fez o mesmo. Com a morte de seu pai em 1826 essas posturas só se acentuaram, e ocorreu o problema de sucessão do trono, pois D. Pedro só tinha uma filha. Em relação à maioria dos assuntos, D. Pedro tratava com a Inglaterra. Mais tarde, na França, o rei D. Carlos X tentou dissolver a Câmara dos deputados e limitar a liberdade de Imprensa, isso gerou a instalação de uma nova monarquia, por um novo rei, em 1830, que caracterizou um movimento revolucionário. Ao surgir essa notícia, os ânimos no Brasil ficaram alterados, visto que surgiram comparações com o Brasil. A partir daí a crise se agrava, com rumores de Golpe de Estado e com uma guerra entre portugueses e brasileiros sendo travada nas ruas, D. Pedro fica assustado e acuado.
Com D. Pedro acuado por conta da crise que se agravava no Brasil, sobre influência da Revolução de 1830 na França, o mesmo se sente pressionado a abdicar em 1831, deixando no poder seu filho de apenas 5 anos. Há quem diga que 7 de abril de 1831 foi oficialmente a independência do Brasil, mas hoje é considerado 1808, quando a corte portuguesa chega ao Rio de Janeiro e abandona o caráter colonial, que aconteceu formalmente em 1815 quando o Brasil passa a ser parte do Império com o Reino Unido a Portugal e Algarves. Também é possível afirmas que a oficial separação entre Brasil e Portugal aconteceu antes de 7 de setembro, com o Dia do Fico, quando D. Pedro decidiu permanecer no Brasil e não obedecer às ordens de Lisboa. 
 O Brasil passou por uma série de mudanças, inclusive sofreu influencias por parte da Europa, mas a divisão entre homens livres e escravos permaneceu. A presença europeia nos portos do Brasil eram frequentes, mas nem se comparavam com a quantidade de africanos que desembarcavam. Mesmo com influencias europeias que motivassem o fim do tráfico de escravos, como fez a Inglaterra, esses ideais eram simplesmente ignorados, por conta do grande número de senhores de engenho e centros produtivos de mercadorias brasileiras, como açúcar, algodão e etc, que exigiam ter seus escravos para não prejudicar a economia do país. Mas o tráfico de escravos, no primeiro reinado, permaneceu, se não aumentou, a grande quantidade de escravos trazidos ao Brasil.
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2017.
																Andressa Rangel de Azevedo
																Matrícula: 20141107129

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