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Contrato de Doação: Conceito e Requisitos

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QUADRO-RESUMO: 
CONTRATOS EM ESPÉCIE – DOAÇÃO 
 
 
CONCEITO 
- contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra (art. 538, CC). 
- a vantagem terá de ser de natureza essencialmente patrimonial. 
- deve haver ainda o aumento de um patrimônio à custa de outro. 
- é necessário que haja uma relação de causalidade entre o empobrecimento por liberalidade e o enriquecimento. 
 
 
 
NATUREZA 
JURÍDICA 
- contrato unilateral – cria obrigação para uma das partes, contudo será bilateral quando modal ou com encargo. 
- contrato gratuito – constitui uma liberalidade, como regra, não sendo imposto qualquer ônus ou encargo ao beneficiário. Contudo, 
poderá ser feita a doação com um encargo ao beneficiário, se tornando, neste caso, onerosa a doação. 
- contrato consensual. 
- art. 541, CC – doação será feita por escritura pública ou particular. Deverá ser feita por escritura pública quando tiver por objeto 
imóvel com valor superior a 30 vezes o salário mínimo vigente no país (art. 108, CC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REQUISITOS 
 
Animus donandi 
- é a vontade de doar, a intenção de transferir bens ao patrimônio da outra parte. 
- existe, na doação, o desejo, a intenção de gratificar a outra parte, sendo essa vontade, esse desejo, o 
elemento subjetivo da doação. 
Transferência de bens 
do doador para o 
patrimônio do 
donatário 
- objeto da doação. 
- este é o verdadeiro objeto e elemento da doação, tendo como finalidade a transferência de um bem para 
a esfera patrimonial de outra parte gratuitamente, por liberalidade, sem qualquer contraprestação em 
dinheiro. 
 
 
 
 
 
 
 
Aceitação do 
donatário 
- é indispensável para o aperfeiçoamento da doação, a aceitação do donatário, podendo se dar de quatro 
formas: 
 
Expressa 
- quando a própria parte manifesta verbalmente e por escrito a doação. 
- a assinatura no contrato de doação será a manifestação. 
- em geral, a aceitação vem expressa no próprio instrumento. 
 
Tácita 
- a parte não verbaliza, mas pratica atos incompatíveis com a aceitação. 
- pratica atos inequívocos de aceitação. 
- a aceitação tácita é revelada pelo comportamento do donatário. 
 
Presumida 
- é a aceitação que decorre da lei. 
- art. 539, CC – o doador pode fixar prazo ao donatário para aceitar ou não a liberalidade – 
desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á 
que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo. 
 
 
Ficta 
- doação pura, sem encargo e destinada a um incapaz. 
- o representante do incapaz não precisará se manifestar para esta se configurar, já que se 
trata de uma ação por parte do doador que irá beneficiar o incapaz (art. 543, CC). 
- atenção – pode haver doação verbal desde que tenha por objeto bens móveis de 
pequeno valor (art. 541, parágrafo único, CC – doação manual). 
 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
 
Doação a nascituro 
 
- pode haver doação a nascituro se aceita pelo seu representante legal (art. 542, CC). 
- se o donatário for absolutamente incapaz, não é necessária aceitação se a doação for pura (sem 
encargos) – art. 543, CC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS 
(continuação) 
Doação a nascituro 
(continuação) 
- no caso de doação de ascendentes a descendentes ou de um cônjuge a outro, estará havendo 
adiantamento do que lhes cabe por herança – art. 544, CC. 
Doação de 
ascendente a 
descendente 
- é válida e importa adiantamento do que lhe cabe por herança (legítima), como regra. 
- caso seja da vontade do doador, este poderá determinar que a doação feita seja computada na parte 
que poderia dispor (parte disponível). 
Doação a entidade 
futura 
- a doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente. 
- art. 554, CC. 
Doação universal - é nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador. 
- art. 548, CC. 
 
Doação inoficiosa 
- se configura quando se excede a parte que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em 
testamento. 
- a doação que se refere a parte excedente é considerada nula. 
 
Cláusula de reversão 
- o doador pode estipular uma cláusula de reversão, segundo a qual os bens doados devem voltar ao seu 
patrimônio se sobreviver ao donatário. 
- art. 547, CC. 
 
Juros, evicção e vício 
redibitório 
- por tratar-se de uma liberalidade, o doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às 
conseqüências da evicção ou do vício redibitório. 
- contudo, nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à 
evicção, salvo convenção em contrário 9art. 552, CC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REVOGAÇÃO DA 
DOAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- a revogação da doação pode ocorrer em razão da ingratidão do donatário ou em virtude de descumprimento de encargo ou 
modo. Vejam: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por ingratidão do 
donatário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- ocorre nos casos de doação pura e simples. 
- ao aceitar o benefício, o donatário deve mostrar gratidão ao benfeitor e se abster de atos que demonstrem 
a prática de ingratidão. 
- o direito de revogar a doação por ingratidão é de ordem pública. 
- contudo, pode ocorrer do doador deixar escoar o prazo decadencial não ajuizando a revocatória (01 
ano), contado do conhecimento do doador do fato que a autorizar. 
- a iniciativa da ação cabe exclusivamente ao doador, podendo os herdeiros prosseguir em caso de 
falecimento, assim como pode ser transferida aos herdeiros do donatário, vindo este a falecer depois de 
ajuizada a lide. 
- morrendo antes o donatário, a lide não poderá ser instaurada, exceto em caso de homicídio doloso do 
doador, quando poderá ser intentada pelos herdeiros. 
- hipóteses de ingratidão: 
a) atenta contra a vida do doador ou comete crime de homicídio doloso contra ele; 
b) comente ofensa física contra o doador; 
c) comete injúria grave ou calúnia contra o doador; 
d) recusa ao doador os alimentos de que este precisa, podendo ministrá-los – art. 557, CC. 
- pode ocorrer a revogação quando o ofendido, nos casos acima, for cônjuge, ascendente, descendente, 
ainda que adotivo, ou irmão do doador – art. 558, CC. 
- não são revogadas por ingratidão: 
a) doações puramente remuneratórias; 
b) as oneradas com encargo já cumprido; 
c) as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REVOGAÇÃO DA 
DOAÇÃO 
(continuação) 
 
Por ingratidão do 
donatário (cont.) 
d) as feitas para determinado casamento (art. 564, CC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por inexecução de 
encargo ou modo 
 
- o doador pode revogar a doação quando existe um encargo a ser cumprido pelo donatário e este incorre 
em mora na sua execução. 
- art. 562, CC. 
- aplicabilidade restrita às doações onerosas. 
- fixando prazo para o cumprimento do encargo, a mora se dá automaticamente pelo vencimento. 
- não havendo termo, começa da interpelação judicial ou extrajudicial. 
- o prazo fixado deverá ser razoável para a execução. 
- somente depois de esgotado o prazo da interpelação, ou o fixado pelo doador, é que começa a fluir o 
lapso prescricional para a propositura da ação revocatória de doação. 
- deve ser lembrado que somente haverá mora se o descumprimento do encargo for culposo. 
- se o descumprimento se deu em virtude de caso fortuito ou força maior, a doação nãopoderá ser 
revogada. 
- o encargo pode ser imposto a benefício do doador, de terceiro ou do interesse geral – art. 553, CC. 
- tem legítimo interesse para exigir seu cumprimento o doador e o terceiro, bem como o MP se o encargo foi 
imposto a benefício do interesse geral e o doador já faleceu sem tê-lo feito. 
- por ser uma ação personalíssima, estando vivo o doador, nem o MP nem o beneficiário poderão agir, ainda 
que de interesse geral. 
- existindo vários donatários, sendo o encargo indivisível, o inadimplemento será considerado total, ocorrendo 
revogação total da doação, ainda que apenas um tenha inadimplido. 
- se o ônus é divisível, aqueles o que cumpriram, não serão acionados. 
- ocorrendo pluralidade de doadores e um só donatário, querendo uns revogar e outros não, em caso de 
inadimplemento pelo donatário, os que quiserem revogar só poderão pretender as respectivas quotas, 
jamais a coisa toda.

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