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Fato, Ato e Negócio Jurídico

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FATO, ATO E NEGÓCIO JURÍDICO
As pessoas, sejam elas naturais ou jurídicas, desenvolvem atividades na sociedade, que podem ocasionar consequências jurídicas. Essas atitudes jurídicas são conhecidas como fatos jurídicos, podendo ser em sentido amplo e sentido estrito. No sentido estrito, que são os fatos jurídicos naturais, subdivide-se em fatos naturais ordinários e extraordinários, em outras palavras, fatos previsíveis e eventos não previsíveis respectivamente. Por outro lado, no sentido amplo, denominado atos fatos jurídicos humano, é decorrente da vontade humana devidamente manifestada, assim, engloba os atos jurídicos em sentido estrito ou meramente lícitos. Fica, pois, claro que os efeitos jurídicos resultantes da vontade humana são estabelecidos através das normas jurídicas. Dessa maneira podemos subdividir os atos jurídicos em lícitos e ilícitos (conformidade e desconformidade com o ordenamento jurídico). 
Todavia vale ressaltar que existe algumas ações que não são frutos da vontade e nem da intenção do autor, mas que geram consequências constituídas na norma, como atos-fatos jurídicos. 
Portanto os negócios jurídicos podem ser definidos como manifestações de vontades, que busca através do ordenamento jurídico uma composição de interesses. Os negócios jurídicos geralmente são bilaterais, mas alguns podem ser unilaterais. Fica evidente que para a existência do negócio, não basta apenas a mera vontade das partes, pois é necessário que o efeito almejado esteja em conformidade com a norma regulamentadora.
FATOS, ATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS
Fatos jurídicos são manifestações de vontade, isto é, fatos que as pessoas desenvolvem no meio social, onde as mesmas podem gerar consequências jurídicas. Em sentido estrito são as situações sociais juridicamente relevantes que decorrem em regra, da própria natureza, sem intervenção humana. Porém diante da subdivisão dos fatos jurídicos naturais, existe uma diferenciação e definição de fatos, sendo os fatos ordinários e extraordinários. Os fatos ordinários são os previsíveis ou comuns, como o nascimento, maioridade, morte, decurso do tempo, aluvião, avulsão. Por outro lado os extraordinários são fatos que decorrem de eventos não previsíveis ou especiais, tais como terremoto, maremoto, raio, tempestades destruidoras, ou seja, casos imprevistos ou de força maior. 
Pela característica de não atribuir a responsabilidade do acontecimento a alguém, o fato é natural, ou seja, o fato jurídico não decorreu de nenhum comportamento. Se decorrer do comportamento de uma pessoa é porque esse fato é um ato jurídico, em outras palavras, o fato por não envolver o comportamento de um indivíduo, o mesmo é um ato jurídico. Por exemplo: Choveu na cidade de Senhor do Bonfim, sendo uma chuva extraordinária que causou a inundação de vários bairros, então isso é um fato jurídico, pois interfere diretamente na relação de direito das pessoas afetadas. É uma relação porque de certa forma a pessoa que foi atingida pela inundação, vai gastar dinheiro para limpar a casa, além de prejuízos que a mesma provavelmente terá pela perda de eletrodomésticos, entre outros gastos correlacionados. Portanto não podemos atribuir a responsabilidade desse acontecimento a alguém, resultando em um fato jurídico no sentido estrito, ou conhecido também como fato jurídico de natureza. 
Por sua vez os fatos jurídicos humanos são situações juridicamente relevantes que têm origem em uma vontade humana, que cria, modifica, transfere ou extingue o direito, denominado também como ato. Ressalta-se que todo ato jurídico terá de ser lícito, pois não existe ato jurídico ilícito. Assim, é classificado em Ato Lícito Público, onde a pessoa pode fazer tudo àquilo que é permitido em lei, e Privado onde pode fazer tudo que não for proibido em lei. O ato lícito também poderá ser subdivido em Meramente Lícito e Negócio Jurídico. Meramente lícito é caracterizado pelo ato onde a pessoa vai se comportar de acordo com a lei, só que o seu comportamento não cria, não altera e não extingue direitos, é um comportamento estéreo. Pode ser exemplificado através de uma situação hipotética de que uma pessoa seja sonâmbula e que a mesma não dorme bem, por ter o problema de insônia, de madrugada é comum a referida pessoa andar na rua. Portanto andar na rua contraria o texto da lei? Não, logo é um ato lícito. Por a pessoa não esta criando, alterando ou extinguindo direitos com o comportamento exemplificado, o mesmo é meramente lítico, pois não há uma repercussão de direitos, sendo que não desobedece a lei, mas também não agrega nada. 
Todavia se o comportamento que a pessoa pratica criar, alterar ou extinguir direitos, esse comportamento passa a se chamar de Negócio Jurídico. Podemos definir então o Negócio Jurídico como a manifestação de vontade que cria, alterar ou extingui direitos. 
Não obstante existe o ato ilícito, que não é um ato jurídico, pois é contrária a lei. O Código Civil determina que um ato é ilícito quando não cumpri com a lei, pois no sistema capitalista ninguém pode causar prejuízo a outra pessoa. Exemplo: Uma pessoa esta passando por uma dificuldade financeira e acabou instalando na casa dele uma espécie de “gato” (Ligação clandestina), para roubar sinal televiso. Agindo assim, a pessoa esta descumprindo a lei, inclusive é um crime de furto, pois esta causando prejuízo a alguém. Então além de descumprir a lei esta causando prejuízo, logo é um ato ilícito. Após certo tempo o indivíduo decide regularizar sua situação, telefona para a empresa de telefonia, paga efetivamente pela assinatura. Quando a pessoa faz isso, celebra um Negócio Jurídico, porque ela manifestou a sua vontade, criando, alterando ou extinguido direitos, nesse caso a mesma cria direitos. Entretanto se a pessoa decidisse desistir de assinar a TV por assinatura, para assistir canal aberto (Sinal Público), será um ato meramente lícito. 
Alguns doutrinadores afirmam que apesar de serem praticados em desacordos com o prescrito no ordenamento jurídico, os atos ilícitos produzem efeitos jurídicos criando obrigações, admitindo-se integrá-los a categoria dos atos jurídicos. 
Salienta-se que o Código Civil de 2002 substituiu a expressão genérica de “ato jurídico”, existente no código de 1916, para expressão “Negócio Jurídico”, pois somente ele é rico em conteúdo e necessita de uma pormenorizada regulamentação. 
Os negócios jurídicos baseiam-se na autonomia de vontade das partes, ou seja, é um poder de autorregularão dos interesses que contém a enunciação de um preceito, independente do querer interno. Portanto para a existência do mesmo, não basta apenas a vontade das partes, mas que também o efeito vislumbrado esteja conforme a norma. 
Os negócios jurídicos podem ser classificados quanto a vantagens, formalidades, conteúdo, manifestação da vontade, tempo, efeitos, existência e o exercício dos direitos. 
Negócio jurídico pode especificar como o contrato onde as partes pré-determinam até mesmo as consequências de conflitos futuros.  Todos os dias, participamos de negócio jurídico, visto que até mesmo ir ao supermercado e fazer compra e receber o cupom fiscal configura negócio jurídico. Outro exemplo é quando efetuamos uma compra pela internet, onde após alguns cliques participamos efetivamente de um negócio jurídico. Analisando o contrato de compra e venda (bilateral): É preciso  ter existência, validade e eficácia. 
Existência: subdivide em Agente, vontade (não pode obrigar alguém através de ameaças) e objeto (Exemplo: um imóvel). Não adianta o agente ter o objeto em negócio, mas coloca uma arma na cabeça para a pessoa assinar o contrato (então ele não tem vontade) sendo assim o contrato inexiste.
Validade: Subdivide em agente capaz (maior de idade), lícito e forma prescrita em lei.  Não adiante fazer um contrato onde possui todos os requisitos de existência, mais o objeto lícito, esteja prescrito em lei, mas  agente é incapaz por ter apenas 15 anos, nesse caso o contrato não tem validade.
Outro exemplo: o negócio possui todos os requisitos, mastrata-se de um carregamento de entorpecentes, então é um objeto ilícito. 
Eficácia:  Às vezes existe condição suspensiva que faz o negócio perder eficácia durante um período: Exemplo: Está no contrato que João vai ganhar uma casa, mas isso só vai ocorrer quando ele casar. Percebemos que existe essa condição, mesmo que esse negócio tenha existência, validade, mas ainda não tem eficácia.
Não existindo um desses planos já citados, o negócio será invalidado. A invalidade subdivide-se em nulo e anulável. Ato nulo é um ato tipo jure, ou seja, de pleno direito, que se caracteriza por uma sentença declaratória, admite conversação, tem efeito erga omnes e efeito Ex Tunc (retroage a data do negócio anulado), não decai o período para anulação e não admite confirmação. Sua nulidade ocorre “antes”, já nasce nulo. Ato anulável é ultra partes (além das partes), se dá por uma sentença constitutiva (só é válido após sentença judicial), tem Efeito Ex Nunc (não retroage), decai em quatro anos a ação de anulação e há possibilidade de confirmação, ou seja, anula-se o negócio, mas permanecem seus efeitos. 
É importante ressaltar que existe alguns tipos de defeitos, cuja consequência é o vício da vontade do agente ou a fraude contra credores. Dessa forma quando comprovados, em alguns casos tornam nulo o negócio jurídico, assim como em outros, tornam o negócio suscetível de ser anulado. Assim, do ponto de vista jurídico há a possibilidade de o negócio jurídico nem mesmo vir a existir, quando a vontade do agente não chega a se manifestar, caracterizando como nulo. Os defeitos ou vícios jurídicos podem ser do tipo: Erro ou ignorância - Caracteriza-se o erro quando o autor da declaração a emitiu enganosamente ou por ignorância da realidade, entretanto, de maneira espontânea, de forma que o vício incidirá sobre o próprio consentimento, que naturalmente seria manifestado de maneira diversa se o declarante tivesse pleno conhecimento das circunstâncias do negócio. “O erro deriva de um equívoco da própria vítima, sem que a outra parte tenha concorrido para isso”. (DINIZ, 2009, p. 475). 
Dolo - 	Neste caso, é quando o declarante é levado a erro por artifício ou expediente astucioso, não espontaneamente, mas por comportamento provocado intencionalmente pela outra parte contratante ou por terceiro que tenha ciência daquele. O dolo em muito se aproxima do erro, e como este, representa limitação à eficácia do ato jurídico, pois, á vontade que o constitui manifesta-se enganada. Porém, enquanto no erro o engano é voluntário, no dolo ele é provocado por terceiro.
Coação - Em virtude de a coação tratar-se de pressão exercida sobre um individuo, no intuito de obrigá-lo injustamente a concordar com determinado ato contrario a sua vontade, obviamente torna-se uma das formas de viciar a vontade do agente, ou seja, na coação, o consentimento é obtido através de ameaça.
Estado de Perigo - 	Trata-se, pois, de novidade instituída pelo atual Código Civil, o qual visa infirmar o ato negocial onde uma das partes contratantes, ameaçada por perigo eminente, promete pagamento de preço desproporcional para a obtenção de socorro. A fim de exemplificar, podemos citar o caso do náufrago que promete excessiva recompensa para alguém que possa salvar-lhe.
Lesão - é considerado um vício da vontade, portanto, capaz de invalidar o ato negocial nos casos onde um dos contratantes por encontrar-se em condição de inferioridade, acaba por perder a noção do justo e do real, vindo com isso a pagar preço desproporcional ao valor real da coisa.
Fraude contra Credores - aquele que deliberadamente no intuito de dificultar a cobrança de seus débitos tenta desfazer-se de seu patrimônio vindo com isso a diminuir a garantia que este representa para seus credores, obviamente, terá seus atos anulados, a fim de que seja restabelecida a situação original. Observa ainda, que o insolvente, ou seja, aquele individuo cujo patrimônio é menor que suas dividas, ao alienar bens de seu patrimônio, de certo modo, está dispondo de valores que nem mais lhe pertencem em virtude de estarem vinculados ao pagamento de seus débitos. Em regra, a fraude contra credores pode apresentar-se por diversos meios, tais como a alienação de bens, remissão de dividas, renúncia de herança, outorga de direitos preferenciais entre outros recursos.
CONCLUSÃO
Assim, negócio jurídico é um ato lícito, no qual há uma composição de interesses, um regramento de condutas. É composto de manifestação de vontade com finalidade negocial, que em geral é criar, adquirir, transferir, modificar ou extinguir direitos. Desse modo vale dizer que o Ordenamento jurídico estabelece alguns limites para a atuação da autonomia privada, de modo a proteger direitos essenciais dos indivíduos mesmo em suas relações particulares. Logo, o Direito e os negócios jurídicos em muito se relacionam, pois apesar de ser fruto exclusivamente das vontades humanas, deverá observar os limites impostos pelo Ordenamento Jurídico. 
REFERÊNCAS 
http://concursospublicos.uol.com.br/aprovaconcursos/demo_aprova_concursos/direito_civil_para_concursos_parte_geral_06.pdf
http://www.advogador.com/2013/01/resumo-negocio-juridico-direito-civil-concursos-e-oab.html
http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=97
http://caduchagas.blogspot.com.br/2012/07/direito-civil-classificacao-dos.html
http://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?pagina=4&idarea=60&idmodelo=6421

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