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RESUMO DIREITO EMPRESARIAL - TEORIA DO DIREITO FALIMENTAR

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RESUMO DIREITO EMPRESARIAL
TEORIA DO DIREITO FALIMENTAR
DEFINIÇÃO
Ramo do direito privado voltado para o estudo das regras de execução de um devedor especial (empresário ou empresa). 
PRINCÍPIOS
Por Condicio Creditorum: é um tratamento paritário, os credores de um único devedor se juntam e promovem a execução de maneira unificada, aumentando as chances de que todos recebam.
Celeridade: deve ser rápido.
Maximização do ativo
Preservação da empresa: reabilitar o falido.
PRESSUPOSTOS DO PROCESSO FALIMENTAR
Para que se instaure o processo de falência, é necessária a concorrência de três pressupostos: 1) devedor empresário; 2) insolvência; 3) sentença declaratória de falência. 
DEVEDOR SUJEITO A FALÊNCIA
Devedor empresário: regra geral, qualquer pessoa, física ou jurídica (sociedade empresária: com ou sem registro na Junta Comercial), que exerce empresa está sujeito à falência. 
O legislador achou por bem excluir das regras falimentares algumas categorias de empresários. A exclusão pode ser total ou parcial. Será total quando aquele determinado empresário contar com outro tipo de regra diverso do falimentar para proceder à execução concursal. Por outro lado, a exclusão será parcial quando o empresário somente não puder se valer do procedimento da falência em determinadas situações.
Excluídos totalmente: 
Empresas públicas e sociedade de economia mista;
Câmaras ou prestadoras de serviço de compensação ou liquidação financeira;
Entidades fechadas de previdência complementar.
Parcialmente excluídos da falência podem ser divididos em grupos: 
a) Sujeitam-se às regras de liquidação extrajudicial prevista na Lei n. 6.024/74:
Instituições financeiras; 
Sociedades arrendadoras que tenham como objeto exclusivo a exploração de leasing; 
Administradoras de consórcios, fundos mútuos e outras atividades assemelhadas; 
 b) Devem ter a falência requerida pelo liquidante nomeado pela SUSEP quando frustrada a execução extrajudicial ou quando surgirem indícios de crime falimentar; 
Companhias de seguro;
Entidades abertas de previdência privada.
c) Submetem-se a regime de liquidação especial pela ANS e só podem falir nas mesmas condições das seguradoras:
Operadoras de planos privados de assistência à saúde.
Incluídos: 
Espólio do empresário: art. 96 § 1o Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor.
Sócio de responsalidade ilimitada: Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente responsáveis também acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o desejarem.
Sociedade de trabalho temporário: sociedade simples. 
b) INSOLVÊNCIA PRESUMIDA
Insolvência é o nome que se dá ao estado patrimonial do devedor cujo passivo supera o ativo. Contudo, para fins de falência, não se considera esse aspecto da definição de insolvência, e sim seu aspecto jurídico estabelecido pela lei. 
Para que seja requerida a falência de um empresário, não é necessária a prova de que ele deve mais do que tem. Da mesma maneira, o fato de ele provar que tem mais do que deve não é suficiente para se livrar da falência. O importante é que ocorra um dos fatores previstos no art. 94 da Lei de Falências. No inciso l temos a impontualidade injustificada, no II a execução frustrada e no III os atos de falência. Se o empresário incorrer em qualquer uma dessas causas, será decretada a sua falência, ainda que ele tenha patrimônio suficiente para saldar as dívidas. 
Impontualidade injustificada 
 Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
        I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; 
A obrigação deve ser líquida (representada por título executivo judicial ou extrajudicial). A própria lei traz os casos de obrigações cujo inadimplemento não pode servir de base para o pedido de falência, quais sejam: as obrigações gratuitas e as despesas que os credores tiverem para tomar parte na recuperação judicial ou falência, ressalvadas as custas judiciais de litígio com o credor.
A prova da impontualidade se faz exclusivamente pelo protesto, e existe ainda um requisito de ordem objetiva: o valor do título deve ser de no mínimo 40 salários mínimos. Mas essa regra acaba sendo relativizada, porque se permite que os credores unam os valores de seus títulos para atingir o mínimo legal e então ingressem com a falência em litisconsórcio ativo (concurso de credores). 
Execução frustrada
        II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia a penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
Ocorre quando o devedor não paga, nem deposita, nem nomeia bens à penhora quando executado individualmente por um credor. Exemplo: Credor vai a juízo e executa um empresário que lhe deve. Faz isso individualmente, seguindo as normas sobre execução constante do Código Civil. O devedor fica omisso com relação ao pagamento, depósito ou nomeação ele bens. Ele então pede o encerramento dessa execução e, munido de certidão do cartório (PROVA), que atesta a inércia do devedor, requer a falência. Nesse caso, não se leva mais em conta o valor da obrigação nem se faz necessário o protesto do título.
Ato falimentar 
São atos que, teoricamente, fazem presumir a insolvência do devedor. Se o empresário praticou algum dos atos aqui previstos não estará livre da falência.
        III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
        a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
        b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
        c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; (trespasse irregular)
        d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
        e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
        f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
        g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
PROCESSO FALIMENTAR
O processo de falência compreende três fases distintas: a) fase pré-falencial: inicia com pedido de falência até a sentença declaratória; b) fase falencial propriamente dita: da sentença até o encerramento da falência; c) fase de reabilitação. 
1) COMPETÊNCIA 
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. 
O processo vai tramitar no juízo do local onde se encontra o principal estabelecimento do devedor, aquele onde se encontra concentrado o maior volume de negócios.
 
2) UNIVERSALIDADE DO JUIZO FALIMENTAR
O juízo da falência é considerado juízo universal. Isso significa que ele atrai para si todas as demais ações referentes os bens ou interesses da massa falida.
 
Exceções: cinco ações que não são atraídas pelo princípio da universalidade do juízo falimentar. 
Ações em que a massa falida seja autoraou litisconsorte ativa, cuja regulamentação não se encontre na LF;
Reclamações trabalhistas;
Execuções fiscais;
Ações que demandem quantias ilíquidas;
Ações de conhecimento em que é parte ou interessada a União. 
Fase pré-falencial: 
3) PEDIDO DE FALÊNCIA 
a) Legitimidade ativa: 
Devedor: lei determina que o próprio empresário devedor deve requerer sua falência quando não atender os requisitos da recuperação judicial. É a chamada auto falência, mas o descumprimento dessa regra (ou seja, se o empresário deixa de requerer sua autofalência) não gera sanção nenhuma.
Cônjuge sobrevivente, herdeiros ou inventariante;
Sócio cotista ou acionista da sociedade empresária devedora;
Credores. 
No geral, são os credores que mais pedem a falência, porque são eles que mais tem interesse no processo. 
A legitimidade ativa do credor, em determinados casos, é condicionada a alguns requisitos estabelecidos pela lei. 
O credor civil deve provar que é credor. O credor empresário deve apresentar a prova de regularidade do exercício do comércio. O credor não domiciliado no país deve prestar caução. 
3.1) AUTOFALÊNCIA
Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:
        I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
        a) balanço patrimonial;
        b) demonstração de resultados acumulados;
        c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
        d) relatório do fluxo de caixa;
        II – relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos;
        III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de valor e documentos comprobatórios de propriedade;
        IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais;
        V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei;
        VI – relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos endereços, suas funções e participação societária.
        Art. 106. Não estando o pedido regularmente instruído, o juiz determinará que seja emendado.
        Art. 107. A sentença que decretar a falência do devedor observará a forma do art. 99 desta Lei.
        Parágrafo único. Decretada a falência, aplicam-se integralmente os dispositivos relativos à falência requerida pelas pessoas referidas nos incisos II a IV do caput do art. 97 desta Lei. 
Na autofalência, a inicial deve conter o balanço patrimonial e a relação dos credores, o contrato social ou, não existindo este, a relação dos sócios. Na autofalência o empresário não precisa estar regularmente constituído. Portanto, o empresário irregular também é parte legítima para pedir a autofalência.
Na autofalência o empresário também deve juntar, na inicial, os livros empresariais que, posteriormente serão entregues ao administrador judicial. Não estando o pedido adequadamente instruído, o juiz determinará sua emenda (art. 106); caso contrário, profere sentença declaratória da falência, sem prévia oitiva do Ministério Público. 
3.2) PEDIDO DE FALÊNCIA REQUERIDO POR TERCEIRO (credor, sócio da sociedade devedora, inventariante etc.)
O empresário devedor será citado para responder no prazo de 10 dias. Se o pedido tiver por base a impontualidade injustificada ou a execução frustrada, pode o devedor fazer o depósito do valor total da dívida, acrescido de juros e correção monetária, no mesmo prazo que tem para contestar. É o chamado depósito elisivo. 
3.2.1) Conduta do réu
Feito o pedido por terceiro, pode acontecer quatro coisas: 
Devedor só contesta: se o juiz acolher as razões da defesa, irá proferir sentença denegatória da falência e condenar o requerente nas verbas de sucumbências. Não as acolhendo, deve proferir sentença declaratória da falência. 
Devedor contesta e deposita o valor: primeiro o juiz vai apreciar a contestação. Se acolher, sentenciará denegando a falência, sucumbência para o requerente e determinará o levantamento do depósito em favor do próprio depositante (requerido). Se não acolher, sentenciará também denegando a falência, mas a sucumbência será devida pelo requerido e o levantamento do depósito determinado em favor do requerente;
Devedor só deposita: não há contestação. Sentença denegatória, réu deve pagar os ônus sucumbenciais e o depósito é em favor do requerente. 
Devedor não contesta e não deposita (revel): o juiz profere sentença declaratória da
falência.
OBS: a falência não será decretada quando: 
Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não será decretada se o requerido provar:
 I – falsidade de título;
II – prescrição;
III – nulidade de obrigação ou de título;
 IV – pagamento da dívida;
 V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança de título;
VI – vício em protesto ou em seu instrumento;
VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação, observados os requisitos do art. 51 desta Lei;
 VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado.
§ 1o Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor.
§ 2o As defesas previstas nos incisos I a VI do caput deste artigo não obstam a decretação de falência se, ao final, restarem obrigações não atingidas pelas defesas em montante que supere o limite previsto naquele dispositivo.
4) SENTENÇA DECLARATÓRIA DE FALÊNCIA 
É pressuposto da instauração do processo de execução concursal do devedor empresário. Tem natureza constitutiva. 
O devedor, os bens, os atos jurídicos e os credores passam a ser tratados de maneira totalmente diferente, ou seja, são submetidos a um novo regime jurídico, o regime falimentar. A sentença então constitui esse novo regime. Por isso é constitutiva.
A sentença deve obedece ao art. 99 da LF: 
 Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
        I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus administradores; 
        II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;
 (OBS: termo legal: é o período fixado pelo juiz anterior à decretação da falência, que tem importância para a determinação de ineficácia de determinados atos do empresário falido com relação à massa. OBS: Esse prazo é contado para trás, e deverá obedecer a algumas regrinhas: não pode retrotrair por mais de 90 dias contados do primeiro protesto por falta de pagamento; se não houver protesto, não pode retrotrair por mais de 90 dias da petição inicial; se é o caso de convolação de recuperação judicial em falência, não pode retrotrair por mais de 90 dias do seu requerimento)
        III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência;
        IV – explicitará o prazo para as habilitaçõesde crédito, observado o disposto no § 1o do art. 7o desta Lei;
        V – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1o e 2o do art. 6o desta Lei; (exceto: ações de execuções fiscais, ações trabalhistas, União Federal, ações de obrigações ilíquidas, litisconsórcio sem interesse patrimonial)
        VI – proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do falido, submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do devedor se autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI do caput deste artigo;
        VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de crime definido nesta Lei;
        VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da falência no registro do devedor, para que conste a expressão "Falido", a data da decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei;
        IX – nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei;
        X – determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que informem a existência de bens e direitos do falido;
        XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta Lei;
        XII – determinará, quando entender conveniente, a convocação da assembléia-geral de credores para a constituição de Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a manutenção do Comitê eventualmente em funcionamento na recuperação judicial quando da decretação da falência;
        XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência.
4.1) RECURSO: Da sentença cabe agravo de instrumento, no prazo comum fixado pela lei processual (10 dias).
5) SENTENÇA DENEGATÓRIA DE FALÊNCIA
Quando o juiz proferir sentença denegando a falência, deverá avaliar qual foi a intenção do credor que a requereu. DOLO: se houve dolo, esse credor será condenado ao pagamento de indenização em favor do requerido. CULPA: o juiz falimentar não irá condenar o requerente, mas, se ainda assim o requerido se sentir prejudicado, poderá ingressar com ação própria nesse sentido. Em qualquer caso, sendo a sentença denegatória, o requerido será condenado ao pagamento das verbas de sucumbência. 
5.1) RECURSO: Apelação, no prazo normal de 15 dias.
Fase falencial: 
6) ADMINISTRAÇÃO DA FALÊNCIA
Três agentes terão a atribuição de administrar a massa falida: 
O próprio juiz falimentar:
Cabe ao juiz autorizar a venda antecipada de bens, o pagamento dos salários dos auxiliares do administrador judicial, aprovar a prestação de contas do administrador judicial e outros atos de conteúdo administrativo.
O Ministério Público:
O representante do Ministério Público é, como sempre, o fiscal da lei. Mas várias são as situações em que a própria LF determina a sua intervenção. 
Art. 8o No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação referida no art. 7o, § 2o, desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado.
Art. 30 § 2o O devedor, qualquer credor ou o Ministério Público poderá requerer ao juiz a substituição do administrador judicial ou dos membros do Comitê nomeados em desobediência aos preceitos desta Lei.
Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, deverá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da falência.
Os órgãos da falência (administrador judicial, assembleia dos credores e comitê dos credores). 
6.1) ORGÃOS DA FALÊNCIA
Administrador Judicial: Trata-se de agente auxiliar do juiz, que age em nome próprio e deve cumprir as determinações da lei. É também o representante dos interesses dos credores. 
Critérios de nomeação: Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada
Compromisso: Art. 33. O administrador judicial e os membros do Comitê de Credores, logo que nomeados, serão intimados pessoalmente para, em 48 (quarenta e oito) horas, assinar, na sede do juízo, o termo de compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo e assumir todas as responsabilidades a ele inerentes.
Substituição/destituição: A substituição ocorrerá em casos ele renúncia motivada, morte, incapacidade civil ou falência (elo próprio administrador). Não acarreta nenhuma penalidade. Já a destituição é sanção. Ocorre quando ele não faz direito o que deveria fazê-lo. Nos próximos 5 anos, ele não poderá ser chamado a ser administrador ele outra falência.
Remuneração: Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes.
Responsabilidade civil: Má-administração ou infração à lei – prévia destituição. 
Responsabilidade penal: O administrador judicial é funcionário público. 
Assembleia Geral de Credores: 
Esse órgão é formado por todos os credores e tem as seguintes funções:
Aprovar a constituição do comitê ele credores e eleger seus membros;
Adotar modalidades extraordinárias de realização do ativo do falido;
Deliberar sobre assuntos de interesse geral elos credores.
Comitê de Credores: 
É o órgão que fiscaliza o administrador. A composição é a seguinte:
Um representante dos credores trabalhistas;
Um representante dos titulares de direitos reais de garantia e privilégios especiais;
Um representante elos demais.
Cada um tem um suplente, e todos são eleitos pela assembleia.
Impedimentos: LF, art. art.30 e § 1º 
Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de administrador judicial quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do Comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a prestação de contas desaprovada. § 1o Ficará também impedido de integrar o Comitê ou exercer a função de administrador judicial quem tiver relação de parentesco ou afinidade até o 3o (terceiro) grau com o devedor, seus administradores, controladores ou representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente. 
6.2) FUNÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL
1. VERIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS 
É tarefa do administrador judicial, e para tanto ele tem que avaliar os documentos e a escrituração do falido, bem como todas as informações que os credores lhe passarem. Começa assim: o administrador publica uma relação dos credores. Em tese, essa lista já está lá no processo, mas, se não estiver, é o próprio administrador que tem que providenciá-la. 
A publicação será no diário oficial, e, a partir dela, abre-se o prazo de 15 dias para quem não estiver incluído na lista pedir a sua habilitação e também para que aqueles que estão lá, mas não concordam com a classificação que receberam, apresentem suas divergências.
Tanto o pedido de habilitação como as divergências devem ser feitos por escrito, diretamente ao administrador,e devem conter a quantia exata atribuída ao crédito, origem, prova e eventual garantia. O administrador vai avaliar tudo isso e republicar a lista. Da republicação, abre-se prazo de 10 dias para a impugnação. Estão legitimados a promovê-la qualquer credor, o comitê, o falido, o sócio ou acionista da sociedade falida e o Ministério Público. As impugnações são autuadas em separado, e os credores impugnados serão chamados para apresentar resposta em 5 dias. Depois disso, o falido também tem prazo de 5 dias par'a se manifestar, depois o administrador tem o mesmo prazo para dar seu parecer. Aí vai tudo para o juiz. Da sentença que julga a impugnação cabe agravo. Depois de tudo, é publicada a lista oficial de credores.
7) REALIZAÇÃO DO ATIVO E PAGAMENTO DO PASSIVO
É a fase em que se realiza o àtivo e paga o passivo. Os bens do passivo podem ser vendidos separadamente ou de maneira conjunta (o estabelecimento empresarial como um todo), e isso cabe ao juiz decidir. Sua decisão será pautada no melhor interesse da massa. Assim, a forma que resultar em mais dinheiro, será a escolhida. Se a venda for feita em leilão, a LF tem normas próprias. O Ministério Público será obrigatoriamente intimado, sendo nula a hasta pública que se realizar sem essa providência. 
Na LF não há a distinção que existe no Código de Processo Civil, acerca do nome da hasta realizada para bens móveis (leilão) e bens imóveis (praça). É tudo leilão. A também pode ser feita por proposta, que será amplamente divulgada no diário oficial e em jornal de grande circulação. Os envelopes com as propostas serão entregues lacrados ao juiz, que só os abrirá em dia e hora previamente determinados. Finalmente, a venda pode dar-se também por pregão. É um mix das duas alternativas anteriores: o juiz abre os envelopes, e, se perceber que a diferença de preço entre as propostas é pequena (até 10%), intima os empatados para lances orais. Essas são as alternativas que a lei prevê. Qualquer outra solução de venda que atenda melhor aos interesses dos credores pode ser adotada, desde que autorizada pelo Juiz. Tem legitimidade para pedir isso o administrador judicial ou credores que representem no mínimo 2/3 do passivo.
Se a sociedade falida tiver sócios com responsabilidade ilimitada, os bens destes serão arrecadados também. Mas primeiro será feita a venda dos bens da pessoa jurídica. Somente se o resultado dessa venda for insuficiente para a satisfação de todos os credores será feita a venda dos bens pessoais dos sócios. Se houver acionista ou sócios da sociedade falida que não integralizou suas ações ou cotas, antes da venda o administrador promoverá a ação para cobrança do valor a ser integralizado, e essa ação não prescinde da prova da insuficiência dos bens sociais. A realização do ativo compreende, além da venda dos bens, a cobrança dos créditos que eventualmente o falido tiver. O resultado das vendas será depositado em conta judicial pelo administrador, e a partir daí haverá o pagamento dos credores.
7.1) ENCERRAMENTO DO PROCESSO FALIMENTAR
Depois que pagou todo mundo, o administrador apresenta suas contas e o relatório final, especificando tudo o que aconteceu, no prazo de 10 dias, sob pena de incorrer em crime de desobediência. Aí acaba: o juiz profere sentença de encerramento do processo de falência, que
será publicada por edital, e os livros do falido são devolvidos a este. Dessa sentença cabe apelação no prazo regular.

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