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MÉTODO DO EMPACOTAMENTO COMPRESSÍVEL

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MÉTODO DO EMPACOTAMENTO COMPRESSÍVEL – MEC
	O concreto tem sido dosado por métodos convencionais, com base em procedimentos empíricos, dados que são considerados em razão das condições de abatimento e da resistência à compressão aos 28 dias. Os métodos pra dosar concreto, sejam eles de quaisquer tipo são limitados ao uso de poucos materiais, não abordam critérios de formulação da mistura granular e fornecem como produto final um material heterogêneo de baixo ou moderado desempenho. Com base em mais de uma década de estudos, De Larrard (1999) conseguiu formular uma teoria que soluciona a questão de empacotamento de misturar secas em todos os componentes utilizados na dosagem do concreto “Modelo de Empacotamento Compressível” (MEC). O MEC é uma ferramenta de dosagem que possibilita a seleção e a formulação dos constituintes do concreto, o que aumenta a compacidade da mistura granular e diminui o risco de segregação, com o objetivo de proporcionar o mais alto desempenho ao produto final, que torna o concreto coeso e com baixa porosidade.
O método é um modelo de empacotamento de partículas para a otimização de misturas granulares buscando a máxima compacidade possível, acoplado a um conjunto de modelos de comportamento para o concreto (estado fresco e endurecido). Assim, faz-se a dosagem a partir da fração volumétrica otimizada obtida e, então, torna-se possível a predição das propriedades do concreto. Este método divide-se em dois módulos distintos: empacotamento virtual e empacotamento real. O primeiro módulo corresponde a um modelo matemático que possibilita a obtenção da máxima compacidade possível de uma mistura granular empilhando todos os seus grãos sem considerar alterações em sua forma. Por outro lado, o empacotamento real é obtido por um procedimento físico de compactação dos grãos (vibração, apiloamento, molhagem etc.). Este último está correlacionado ao empacotamento virtual por meio de um índice (K) que caracteriza o procedimento físico de empacotamento. (Felipe N. A. da Silva).
Define-se empacotamento virtual como sendo aquele obtido quando se arranjam as partículas uma a uma correspondendo a um arranjo geométrico ideal. Por exemplo, caso tenham-se partículas cúbicas idênticas consegue-se a compactação máxima, ou compacidade virtual de 100%, arranjando os cubos um a um, face a face e caso tenham-se partículas esféricas correspondendo a um arranjo cúbico de face centrada (CFC) consegue-se, uma compactação, ou compacidade virtual de 74%, já que não é conhecido, nos dias de hoje, nenhum arranjo de esferas que permita uma compacidade maior que aquela atingida no arranjo CFC.
Já no empacotamento real, são estabelecidas as relações (principalmente físicas e experimentais) que ligam as propriedades virtuais (geométricas) às propriedades reais da mistura granular submetida a um procedimento de empacotamento. Por exemplo, tomando-se um recipiente com um grande número de partículas cúbicas, não se consegue nunca, através de um processo real de compactação, obter a compactação máxima de 100% correspondendo ao arranjo virtual, o mesmo ocorrendo com as partículas esféricas que não chegariam a uma compactação de 74%. O MEC relaciona então o empacotamento virtual (que pode ser obtido através das equações do Modelo de Empacotamento Virtual) ao empacotamento real caracterizado por um parâmetro intrínseco ao procedimento real de empacotamento adotado, que é o chamado índice de compactação (K).
O MEC se sobressai dos demais modelos devido aos seguintes fatores: 
O desenvolvimento deste método segue os princípios científicos, ou seja, é fundamentado em uma observação dos fenômenos, levantamento de hipóteses, estabelecimento de modelos matemáticos que representam os fenômenos e nas comprovações experimentais dos modelos estabelecidos;
Ele inclui em seus modelos matemáticos a contribuição dos novos materiais que estão sendo utilizados na confecção dos concretos atualmente, tais como, microssílica, fíler calcário, superplasficantes, entre outros; 
Para comprovar a veracidade dos modelos o MEC utiliza um grande conjunto de dados experimentais para diversos concretos;
Ele é um método capaz de ser implementado computacionalmente.
A equação geral que representa a compacidade virtual de uma mistura granular polidispersa composta por m materiais divididos em n classes, quando a classe i é dominante, é dada por (SEDRAN, 1999)

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