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Gerenciamento e Operações A essa altura dos nossos estudos, você já deve estar familiarizado com o conceito de produção. Em poucas palavras, podemos dizer que produzir é transformar itens por meio do uso da tecnologia disponível, agregando maior valor para determinado bem ou serviço. É uma definição simples, mas é muito importante que o engenheiro de produção tenha uma visão muito ampla acerca dos envolvidos em todo o processo, ou seja, antes, durante e depois da transformação. Quando os envolvidos estão dispostos de uma maneira naturalmente lógica, em uma interdependência adequada que traz os melhores resultados para todos, temos uma rede de operações. A seguir, apresentamos uma representação gráfica de uma das muitas possibilidades de se tratar do gerenciamento das operações necessárias, envolvendo os mais diversos atores de um cenário cada vez mais interligado. Claro que esta sequência poderá ter repetições e saltos entre uma fase e outra, pois a dinâmica entre fornecedores e clientes é muito efetiva. Entenda a lógica dessa rede: Quanto mais você se posiciona à esquerda do quadro, mais próximo das fontes naturais de matéria prima, ou seja, dos insumos retirados do meio ambiente. A partir daí, aqueles que disponibilizam essa matéria prima propiciam a produção de componentes, isto é, são seus fornecedores. Por sua vez, os receptores da matéria prima transformam-na em componentes, sendo os futuros fornecedores daqueles dos produtores de submontagens ou subconjuntos. Na sequência, o montador, cliente do fornecedor de subconjuntos, será o fornecedor que colocará seus produtos no mercado por meio da utilização das empresas de distribuição. Essas, por sua vez, farão o produto chegar ao mercado varejista, que atenderá o próximo cliente, também conhecido como usuário final. De forma geral, todos somos clientes e fornecedores de bens e/ou serviços, dependendo do instante que analisamos dentro da rede de operações. Por isso, se diz que toda e qualquer operação produtiva não existe de forma isolada, pois todos os envolvidos dependem uns dos outros, ou seja, são interdependentes. Todas as operações fazem parte de uma rede maior e estão interconectadas com as demais operações envolvidas. Primeiro, temos uma empresa pesquisadora de um tipo específico de grão de trigo para a produção de pão. Esse grão será plantado por um agricultor, que utilizará defensivos agrícolas, adubo, maquinários, equipamentos, ferramentas, combustíveis etc. Então, um funcionário fará a colheita do trigo em momento tecnicamente apropriado, como a estação do ano específica, utilizando maquinários, equipamentos, roupas próprias, alimentos etc. O trigo colhido será transportado da fazenda para o moinho, utilizando veículos, pessoal, equipamentos, documentos, controladores etc. Depois disso, uma empresa que fará a moagem do trigo em grãos, transformando-o em farinha de trigo e farelo de trigo, utilizando seu maquinário, mão de obra, instalações etc. Então, esse grão moído será transportado do moinho para as empresas distribuidoras através dos veículos, pessoal, equipamentos, documentos, controladores etc. E essas empresas distribuidoras por sua vez transportarão o produto para estabelecimentos de varejo como supermercados, mercadinhos, padarias, confeitarias etc. Finalmente começará a produção do pão por estes estabelecimentos! E o ciclo será fechado quando o cliente final tiver acesso ao seu pão quentinho. Você pode dizer que o passo a passo do exemplo poderia ser diferente e, em muitos casos, isso é verdade. Como a relação entre fornecedores e clientes é muito dinâmica, temos várias possibilidades de redes de operações. Claro, não somente para o pão, mas para tudo que se produz ou oferece como serviço: camisetas, computadores, ventiladores, fogões, cinema, festas de casamento, manteiga, relógios, etc. Já que há uma interatividade tão grande entre os envolvidos e não existe uma fórmula padrão, você poderá se perguntar qual a importância das redes de operações, por que estudar os mercados produtor e consumidor, entre outras questões. Esse dinamismo é exatamente uma das razões! É importante observar que o engenheiro de produção, estudando, observando e trabalhando junto ao gerenciamento das operações de fornecimento e produção, estará apto a compreender esse cenário complexo. Assim, suas ações poderão levar a organização a competir de forma cada vez mais efetiva, atuando nos pontos críticos mais significativos, ou seja, se antecipando às resoluções de problemas de gestão. Dessa forma, ele contribuirá também nas discussões de planejamento de longo prazo, conectando vários pontos da rede e, se houver necessidade de ampliação da organização, ele conseguirá responder qual área contribuirá mais e da melhor forma. O engenheiro de produção também conseguirá contribuir em vários outros processos de tomada de decisão: Com relação às análises de desenvolvimento de novos fornecedores. Quanto de investimento seria adequado para o retorno esperado. Qual capacidade de produção alguns dos fornecedores poderiam desempenhar mais eficazmente. E outros processos que surgirem. Para saber mais, acesse o artigo a seguir e analise um projeto de rede de operações produtivas na indústria de jeans. http://www.uespi.br/novosite/wp-content/uploads/2011/05/Projeto-da-rede-de-opera%E7%F5es- produtivas-na-industria-Kanza-Jeans-em-Teresina-PI-OK.pdf Reflexão Um engenheiro de produção deverá se reciclar em termos conceituais e práticos, se tornando apto a opinar sobre a escolha de um local adequado para ampliar a empresa para a qual trabalha. Com base na capacidade ótima de cada local disponível, ele analisará toda a rede de operações e identificará os mais diversos níveis de capacidade de atendimento. Após esse processo, ele terá condições de sugerir, programar e alterar as capacidades de atendimento de seus fornecedores, bem como se colocar melhor para suprir as necessidades de seus clientes. Para saber mais sobre Estratégias Empresariais, assista ao vídeo a seguir: http://www.youtube.com/watch?v=z95HqY2Oh08 Estratégias de Aquisição: Verticalização Para que o engenheiro de produção possa direcionar o planejamento dos itens a serem utilizados, ele precisa considerar o fornecimento dos insumos, sejam eles matéria prima básica ou produtos semimanufaturados. Uma opção para conseguir o fornecimento adequado é a estratégia denominada de verticalização. Nesse caso, a empresa em questão produzirá internamente tudo o que for possível, adquirindo de fornecedores externos o mínimo necessário para que se mantenha independente deles ao máximo. Um exemplo clássico é a fábrica da Ford nos EUA, que produzia praticamente tudo nos limites internos da empresa, ofertando um modelo simples, porém muito adequado às necessidades do público. Entretanto, como sempre acontece, essa alternativa estratégica apresenta tanto vantagens quanto desvantagens. Veja a comparação: A empresa fica praticamente autossuficiente, apresentando um significativo nível de independência de terceiros. Suas ações ficam mais flexíveis, pois a liberdade de mudar os planos da organização fica em função das decisões do corpo diretivo da empresa. Com relação aos chamados segredos industriais, estes ficam mais seguramente guardados, pois é a própria empresa, e somente ela, que conhece a fundo as características mais importantes do seu produto. A organização requer um maior investimento em instalações e equipamentos para ter tudo à disposição internamente. Emfunção do item anterior, a empresa imobiliza mais recursos, ou seja, fica com capital preso, sem liberdade de compras e/ou investimentos. Possui menor flexibilidade para alterar processos e incorporar tecnologias novas, visto que nem sempre os volumes de produção conseguirão atingir níveis de retorno sobre os investimentos monetários feitos. Fica à mercê das várias flutuações de demanda em função das intenções de mercado, ou seja, depende unicamente de si para ampliação do faturamento e consequentemente dos lucros. Assista ao vídeo a seguir e conheça um pouco do processo da empresa Ford no desenvolvimento de seu modelo pioneiro, o popular Ford T. https://www.youtube.com/watch?v=AiHB3Ae_3ls Voltando ao presente, conheça também um pouco do processo da empresa Cerâmicas Portobello e observe as diferenças entre os processos produtivos de 100 anos atrás. http://www.youtube.com/watch?v=_qgw6KRukFA Estratégias de Aquisição: Horizontalização Opostamente à verticalização, o engenheiro de produção pode aplicar a estratégia da horizontalização em seu planejamento dos itens a serem utilizados. Com essa estratégia, a empresa em questão comprará de terceiros o máximo possível dos itens que compõem o produto final ou os serviços de que necessita, para que, dessa forma, tenha o resultado mais lucrativo possível. O recebimento de produtos semimanufaturados, manufaturados e também de conjuntos e subconjuntos prontos para uso é uma opção bastante utilizada. Por exemplo, uma pizzaria que compra o queijo, o tomate e outros ingredientes para montagem da pizza. Compare as vantagens e desvantagens desse modelo: A empresa pode obter uma significativa redução nos custos industriais, pois os investimentos que precisaria fazer ficam a cargo dos fornecedores. Menor quantidade de capital preso, abrindo-se assim possibilidades de gastos ou outros investimentos. Incorporação de novas tecnologias também ficam a cargo dos fornecedores, que terão vários clientes, ou seja, terá maior volume de produção, reduzindo seus custos. Ela poderá conseguir maior flexibilidade e eficiência operacional, especialmente por não necessitar de tantos investimentos. Com tudo isso, a organização foca em seu próprio negócio, melhorando sua competitividade no mercado. Invariavelmente a empresa terá menor controle tecnológico sobre os componentes de seus produtos finais. Como reduz o volume de investimento a organização deixa de auferir o lucro que agora é do fornecedor. A empresa fica mais exposta às ações dos fornecedores, portanto deverá ter muita cautela com quais deles ela fará esse tipo de contrato. Reflexão Já diz o didato popular: “Quem não sabe quanto gasta, não sabe quanto ganha”. É notório que várias empresas e também muitas pessoas físicas vêm passando por dificuldades de ordem econômico-financeiras, muito mais por falta de cuidado do que por problemas mercadológicos, de desenvolvimento ou de concorrência. Entender a dinâmica de gerenciamento e das redes de operações e avaliar as estratégias de aquisição são pontos fundamentais para que a organização prospere e se prepare para as adversidades e desafios. Pense nisso! Para auxiliar no processo de tomada de decisão, focando a melhoria de competitividade, temos este conceito chave. Clique nos termos destacados para entender as equações. CT = CF + (CV * Q) CT = Somatório de todos os custos envolvidos. CF = Somatório dos custos fixos, ou seja, aqueles que independem do volume de produção feito. CV * Q = Resultado da multiplicação dos custos variáveis (aqueles que dependem do volume de produção) multiplicado pela quantidade produzida no período em questão. Para saber se haverá lucro ou prejuízo, deve-se trabalhar com a seguinte equação: RT = PV * Q RT = Receita total. PV = Preço de venda por unidade. Q = Quantidade vendida. A partir dos resultados das equações, podemos ter três cenários: PV > CT Lucro. PV = CT Ponto de equilíbrio, ou seja, nem lucro nem prejuízo. PV < CT Prejuízo. Se, por acaso, houve possibilidades de se investir para melhorar o resultado, você precisa estar atento para que o investimento total seja dividido pelas quantidades que serão vendidas no futuro, mas que em seu preço de venda incluam uma parcela desse valor investido. Como fica a questão do investimento no caso da equação abaixo? CT = (I/Q) + CF + (CV * Q) Comparar com a seguinte equação: RT = PV * Q E, a partir daí, comparar a nova RT com o novo CT. Para saber mais, veja o vídeo a seguir e conheça o caso Lenoxx: uma empresa muito horizontalizada. http://www.youtube.com/watch?v=8sWZKUOAfZc
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