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Resumo da Lei de Responsabilidade Fiscal

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RESUMO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL 
WANDERLEI PEREIRA DAS NEVES 
Auditor Interno da Secretaria de Estado da Fazenda do Estado de Santa Catarina 
 
FINALIDADE DA LEI 
Disciplinar a gestão dos recursos públicos atribuindo mais responsabilidade aos seus gestores. 
AMPARO DA LRF: 
Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com 
amparo no Capítulo II - Das Finanças Públicas, do Título VI - Da Tributação e do Orçamento, da 
CF/88. 
FISCAL 
Termo que congrega todas as ações que se relacionam com a arrecadação e a aplicação dos 
recursos públicos. 
RESPONSABILIDADE FISCAL 
• PRESSUPOSTOS: 
Ação planejada e transparente 
• OBJETIVO: 
Prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas; 
• MEDIANTE: 
cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas; 
obediência a limites e condições para a dívida pública e gastos com pessoal (art. 1º, § 1º). 
• Ação Planejada: 
reforça a necessidade do planejamento das ações, visando a agir sempre preventivamente e não 
corretivamente; 
visa a evitar soluções sintomáticas, ou seja, aquelas medidas que tratam apenas dos sintomas de 
um problema, não das suas causas fundamentais. 
• Transparência: 
A Seção I do Capítulo IX da LRF trata da transparência da gestão fiscal. 
• Instrumentos: 
Os planos, orçamentos e LDO, as prestações de contas e o respectivo parecer prévio, o Relatório 
Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal, e versões simplificadas 
desses documentos (art. 48) 
PADRONIZAÇÃO DE CONCEITOS: 
Ente da Federação - a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município (art. 2º, I); 
Empresa Controlada - sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta 
ou indiretamente, a ente da Federação (art. 2º, II). 
PADRONIZAÇÃO DE CONCEITOS: 
Empresa estatal dependente - empresa controlada que receba do ente controlador recursos 
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, 
excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária (art. 2º, III). 
PADRONIZAÇÃO DE CONCEITOS: 
Receita corrente líquida - somatório das receitas correntes arrecadadas no mês em referência e 
nos onze anteriores, excluídas as duplicidades, bem como deduzidos os valores previstos nas 
alíneas a, b e c do inciso IV do artigo 2º da LRF, conforme o caso (União, Estados e Municípios). 
Deverão ser computados dos valores da LC 87/96 e os do FUNDEF (art. 2º, IV, a, b e c, §1º, § 2º e 
§ 3º). 
DO PLANEJAMENTO 
• Plano Plurianual 
prazos - permanecem inalterados ( 31/08); 
Art. 3º - totalmente revogado. 
DO PLANEJAMENTO 
• Lei de Diretrizes Orçamentárias 
Prazos : até 15/04 para envio e devolução para sanção até o término do 1º período da sessão 
legislativa - 30/06 (§ 2º do artigo 35 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias). 
• Lei de Diretrizes Orçamentárias - 1ª novidade 
Deverá dispor sobre critérios e forma de limitação de empenho (art. 4º, I, b); 
Não serão objeto de limitação de empenho as despesas constitucionais e legais e as destinadas 
ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela LDO (art. 9º, § 2º). 
• Lei de Diretrizes Orçamentárias - 2ª novidade 
Integrará o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias o Anexo de Metas Fiscais (art. 4º, § 1º e § 
2º); 
ANEXO DE METAS FISCAIS - LDO 
• metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, 
resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se 
referirem e para os dois seguintes, com memória e metodologia de cálculo que justifiquem 
os resultados pretendidos; 
• avaliação do cumprimento das metas do ano anterior; 
• evolução do patrimônio líquido nos três últimos exercícios; 
• avaliação financeira e atuarial; 
• demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de 
expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado (art. 4º, § 1º e § 2º). 
Lei de Diretrizes Orçamentárias - 3ª novidade 
• Conterá o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias Anexo de Riscos Fiscais (art. 4º, § 
3º); 
ANEXO DE RISCOS FISCAIS 
• Avaliação dos passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas; 
• Informar as providências a serem tomadas caso os passivos contingentes ou os outros 
riscos venham a se concretizar (art. 4º, § 3º). 
DO PLANEJAMENTO 
• Lei Orçamentária Anual - Prazos 
Permanecem inalterados, pois foi vetado o dispositivo que tratava da matéria. 
• Lei Orçamentária Anual - 1ª novidade 
Conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os 
objetivos e metas constantes do Anexo de Metas Fiscais - LDO (art. 5º, I); 
Se fará acompanhar do demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, 
decorrentes de renúncias de receitas (art. 5º da LRF e art. 165, § 6º da CF/88); 
Deverá evidenciar as medidas de compensação à renúncia de receita e ao aumento das despesas 
obrigatórias de caráter continuado (art. 5º, II). 
• Lei Orçamentária Anual - 2º novidade 
Conterá reserva de contingência destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros 
riscos e eventos fiscais imprevistos (art. 5º, III, b). 
• Lei Orçamentária Anual - 3ª novidade 
O refinanciamento da dívida pública constará separadamente na lei orçamentária e nas de crédito 
adicional (art. 5º, § 2º). 
Reforça a proibição de inclusão na lei orçamentária de dotação para investimento com duração 
superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no PPA ou em lei que autorize sua 
inclusão (art. 5º, § 5º, da LRF e §1º do art. 167 da CF/88). 
DO PLANEJAMENTO 
• Da Execução Orçam. e do Cumprimento de Metas 
O Poder Executivo é obrigado a estabelecer a programação financeira e o cronograma de 
execução mensal de desembolso no prazo de até 30 dias após a publicação dos orçamentos (art. 
8º). 
O Poder Executivo poderá limitar os valores financeiros dos Poderes Legislativo e Judiciário e do 
Ministério Público, caso estes não venham a promover, por ato próprio e nos montantes 
necessários, a limitação de empenho e movimentação financeira quando for verificado, ao final de 
cada bimestre, que a realização da receita não poderá comportar o cumprimento das metas de 
resultado primário ou nominal estabelecidos no Anexo de Metas Fiscais - LDO (art. 9º e § 3º). 
Resultado Primário - diferença entre as receitas e despesas não financeiras (Lei 9496/97, art. 2º, 
II). 
A metodologia de apuração dos resultados primário e nominal será assunto para outra lei (art. 30, 
§ 1º, IV). 
Ordem Cronológica - deverá ser evidenciado, por meio de sistema de contabilidade e 
administração financeira, os beneficiários de pagamentos de sentenças judiciais, para fins de 
observância da ordem cronológica prevista no art. 100 da CF/88 (art. 10 da LRF). 
O Poder Executivo demonstrará e avaliará, ao final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o 
cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública, na comissão mista 
permanente de Deputados e Senadores, no caso da União, ou nas comissões equivalentes 
previstas nas Casas Legislativas Estaduais e Municipais (art. 9º, § 4º). 
Calamidade Pública ou estado de defesa ou de sítio: 
» Suspende contagem de prazos em relação as despesas com pessoal e dívida pública; 
» dispensa o cumprimento de metas; 
» dispensa a limitação de empenho (art. 65, I, II e Parágrafo único). 
DA RECEITA PÚBLICA 
• Da Previsão e da Arrecadação 
Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e 
efetiva arrecadação de todos os tributos de competência do ente. 
A LRF veda a transferência voluntária, por parte de outros entes da Federação,ao ente que não 
atender os requisitos essenciais no que se refere aos impostos. (art. 11 e parágrafo único). 
As previsões de receitas serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três 
anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e 
premissas utilizadas (art. 12). 
O Poder Legislativo poderá proceder a reestimativa de receita quando comprovado erro ou 
omissão de ordem técnica ou legal (§ 1º do art. 12). 
No mínimo 30 dias antes do prazo final para encaminhamento das propostas orçamentárias dos 
demais Poderes e do Ministério Público, o Poder Executivo deverá colocar à disposição destes os 
estudos das estimativas da receita total e corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo (§ 
3º do art. 12). 
Até 30 dias após a publicação da LOA, o Poder Executivo deverá desdobrar as receitas previstas 
em metas bimestrais de arrecadação, especificando em separado, quando cabível: 
a) as medidas de combate à evasão fiscal e à sonegação; 
b) a quantidade e valores de ações ajuizadas para a cobrança da dívida ativa; 
c) a evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobranças administrativas (Art. 13).
• Da Renúncia de Receitas 
A renúncia compreende a anistia, a remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção 
em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique 
redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a 
tratamento diferenciado (§ 1º do art. 14). 
A concessão ou ampliação de benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita 
deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que 
deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes (art. 14). 
Deverá ser demonstrado que a renúncia foi previamente considerada na previsão de receitas da 
LOA e que ela não afetará as metas de resultados fiscais (art. 14, I); 
Se isso não for comprovado, a perda de receita precisará ser compensada pela elevação de 
alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição, e os 
benefícios só entrarão em vigor quando essas medidas de compensação também entrarem (art. 
14, II e § 2º). 
• Da Geração da Despesa 
A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento de 
despesas terá de ser acompanhada: 
de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no triênio; 
de declaração do ordenador de despesas de que há dotação orçamentária suficiente 
(considerando o que já foi gasto e o que se pretende gastar) e de que o aumento de despesas está 
de acordo com o PPA e a LDO (art. 16, I e II e § 4º). 
• Da Geração da Despesa 
A estimativa do impacto orçamentário-financeiro e a declaração do ordenador de despesas 
(art. 16, I e II), constituem condição prévia para a emissão de empenho e licitação de serviços, 
fornecimento de bens ou execução de obras, bem como para a desapropriação, mediante 
indenização prévia e justa em dinheiro, de imóveis urbanos (art. 16, § 4º, I e II). 
• Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado 
CONCEITO: 
São as despesas correntes derivadas de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que 
fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios 
(art. 17). 
• Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado 
Os atos que criarem ou aumentarem essas despesas deverão ser instruídos com a estimativa do 
impacto orçamentário-financeiro no triênio e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio 
(art. 17, § 1º). 
Novamente se faz necessário comprovar que a despesa criada ou aumentada não afetará as 
metas de resultados fiscais, anexando as premissas e metodologias de cálculo utilizadas, sem 
prejuízo do exame de compatibilidade com as demais normas do PPA e LDO (art. 17, § 2º e § 4º ). 
os efeitos financeiros de tais despesas deverão ser compensados pelo aumento permanente de 
receita (aumento de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou 
contribuição) ou pela redução permanente de despesa (art. 17, § 2º e § 3º ). 
• Da Despesa com Pessoal - conceito 
A despesa total com pessoal compreende o somatório dos gastos do ente da federação com os 
ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, 
civis, militares e de membros de poder, com quaisquer espécies remuneratórias, bem como 
encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência (art. 18). 
• Da Despesa com Pessoal - Exceções 
Não serão computados nos gastos com pessoal as despesas: 
» com indenização por demissão de servidores e empregados; 
» relativas a incentivos à demissão voluntária; 
» convocação extraordinária do Congresso Nacional; 
» decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao período de apuração - 
12 meses; 
» com inativos, custeadas por recursos de fundo específico (art. 19, § 1º, I a VI). 
• Da Despesa com Pessoal - apuração 
A despesa total com pessoal deverá ser apurada somando-se a realizada no mês em referência 
com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência (art. 18, § 2º ). 
• Da Despesa com Pessoal - nova regra 
Os valores referentes aos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição 
de servidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal", e 
serão computadas na despesa total com pessoal (art. 18, § 1º). 
• Da Despesa com Pessoal - limites Globais 
Os limites de cada ente e em cada período de apuração (ao final de cada quadrimestre), em 
relação à Receita Corrente Líquida, são os seguintes: 
50% - para a União; 
60% - para os Estados e o Distrito Federal; 
60% - para os Municípios (art. 19, I a III). 
• Da Despesa com Pessoal - Repartição dos Limites (art. 20, § 5º) 
Se a LDO não fixar, ficará valendo os seguintes percentuais: 
• Da Despesa com Pessoal - Repartição dos Limites 
Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os limites serão repartidos entre seus órgãos 
de forma proporcional à média das despesas com pessoal, em percentual da receita corrente 
líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação da 
Lei de Responsabilidade Fiscal (art. 20, § 1º). 
• Da Despesa com Pessoal - prazos e limites 
O Poder ou órgão cuja despesa com pessoal no exercício anterior ao da publicação da Lei estiver 
acima dos limites estabelecidos, deverá enquadrar-se em até dois exercícios, eliminando pelo 
menos 50% do excesso no primeiro ano, mediante a adoção, entre outras, das medidas 
previstas nos artigos 22 e 23 (art. 70). 
Até o término do terceiro exercício financeiro seguinte à entrada em vigor da LRF, se o limite 
verificado for inferior ao estabelecido na LRF (ou na LDO), a despesa total com pessoal dos 
Poderes e órgãos não poderá ultrapassar, em percentual da Receita Corrente Líquida, a despesa 
verificada no exercício imediatamente anterior, acrescida de até 10% (art. 71). 
Até o término do terceiro exercício financeiro seguinte à entrada em vigor da LRF, a despesa com 
serviços de terceiros e encargos dos Poderes e órgãos não poderá ultrapassar, em percentual da 
Receita Corrente Líquida, a despesa verificada no exercício imediatamente anterior (art. 72). 
• Da Despesa com Pessoal - do controle 
A obediência aos limites será verificada ao final de cada quadrimestre por cada um dos Poderes, 
com base nos últimos doze meses (art. 2º, § 3º, combinado com o art. 22); 
A comparação das despesas com pessoal com o limite fará parte do Relatório de Gestão Fiscal de 
cada Poder, a ser amplamente divulgado em até 30 dias após o encerramento do quadrimestre 
(art. 54 e 55). 
Se adespesa total com pessoal exceder a 95% do limite de cada ente, ficam vedados, entre outras 
proibições, a concessão de vantagem, aumento, reajustes, criação de cargo, emprego ou função, 
provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título e a alteração 
de estrutura de carreira que implique aumento de despesa (parágrafo único e incisos do art. 22). 
É nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos 180 e 
oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou Órgão, bem como 
aqueles que provoquem aumento de despesas e não atendam aos limites estipulados pela LRF 
(art. 21). 
Sempre que o percentual exceder os limites estabelecidos no artigo 20, o percentual excedente 
terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, 
adotando-se, entre outras medidas: redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em 
comissão e funções de confiança; redução temporária de carga horária; exoneração dos servidores 
não estáveis; ou exoneração do servidor estável, nos termos do §4º do art. 169 da CF/88 (art. 23). 
Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não 
poderá: 
a) receber transferências voluntárias; 
b) obter garantia, direta ou indireta, de outro ente; 
c) contratar operações de crédito, ressalvadas a destinada ao refinanciamento da dívida mobiliária 
e as que visem à redução das despesas com pessoal (art. 23, § 3º, I a III). 
Compete ao Tribunal de Contas alertar: 
os Poderes e órgãos da possibilidade de ocorrência de desequilíbrio orçamentário/financeiro e do 
não cumprimento de metas; 
que o montante das despesas com pessoal ou com a dívida pública ultrapassou 90% da RCL; 
que os gastos com inativos estão acima dos limites legais; 
outros fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de 
irregularidades na gestão orçamentária; 
verificar os cálculos dos limites da despesa com pessoal de cada Poder e órgão (art. 59, I a V e § 
2º). 
DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS 
Conceito 
Entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente 
da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de 
determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde (art. 25). 
DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS 
Exigências: estabelecer na LDO 
existência de dotação específica; 
está vedada para pagamento de pessoal; 
comprovação de que está em dia com os tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente 
transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente recebidos; 
comprovação do cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde; 
comprovação da observância dos limites das dívidas consolidadas e mobiliária, de operações de 
crédito, inclusive por antecipação de receita, de inscrição em restos a pagar e de despesa total 
com pessoal; 
comprovação da previsão orçamentária de contrapartida (art. 25, I a IV). 
DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O SETOR PRIVADO - EXIGÊNCIAS: 
deverá ser autorizada por lei específica; 
atender às condições estabelecidas na LDO; 
estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais (art. 26); 
Os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres não serão inferiores aos definidos em 
lei ou ao custo de captação (art. 27). 
CAPÍTULO VII - DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO 
• Definições Básicas 
Dívida Pública Consolidada ou Fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações 
financeiras do ente da Federação, para amortização em prazo superior a doze meses, ou de prazo 
inferior a doze meses quando as receitas tenham constado do orçamento (art. 29, I e § 3º). 
Dívida Pública Mobiliária (art. 29, II); 
Operações de Crédito (art. 29, III); 
Concessão de Garantia (art. 29, IV); 
Refinanciamento da Dívida Mobiliária (art. 29 V). 
• Refinanciamento: limite 
O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercício 
financeiro, o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito 
autorizadas no orçamento para este efeito e efetivamente realizada, acrescido de atualização 
monetária (art. 29, § 4º). 
• Dos limites da Dívida Pública 
O Presidente da República deverá submeter, no prazo de 90 dias da publicação da LRF: 
ao Senado Federal, proposta de limites globais para o montante da dívida consolidada da União, 
Estados e Municípios, inclusive condições para a contratação de oper. de crédito e concessão de 
garantias (art. 30, I); 
ao Congresso Nacional, projeto de lei que estabeleça limites para o montante da dívida mobiliária 
federal (art. 30, II). 
Os limites da dívida serão fixados em percentual da receita corrente líquida para cada esfera de 
governo e aplicados igualmente ao todos os entes da federação que a integram, constituindo, para 
cada um deles, limites máximos (art. 30, § 3º). 
Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento em que houverem sido 
incluídos deverão integrar a dívida consolidada, para fins de aplicação dos limites (art. 30, §º 7º). 
Prazo para verificação dos limites: 
 
Ao final de cada quadrimestre: 
• Da Recondução da Dívida aos Limites 
Se a dívida consolidada ultrapassar o limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele 
reconduzida até o término dos três subseqüentes, com redução de pelo menos 25% no primeiro 
quadrimestre (art. 31). 
Enquanto perdurar o excesso, o ente estará proibido: 
» de realizar operações de crédito (ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida 
mobiliária); 
» de receber transferência voluntárias; 
» Obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, mediante a limitação de 
empenho e outras medidas (art. 31, § 1º, I, e § 2º). 
• Da Recondução da Dívida aos Limites 
O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a relação dos entes que tenham ultrapassado os 
limites das dívidas consolidadas e mobiliária (art. 31, § 4º). 
• Da Contratação das operações de crédito - o pleito deverá: 
estar fundamentado em parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos; 
demonstrar a relação custo-benefício e o interesse econômico e social da operação; 
a operação deverá estar autorizada no texto da LOA, em créditos adicionais ou em lei específica; 
a operação deverá possuir dotação orçamentária para sua aplicação; 
deverá observar os limites e condições fixados pelo Senado; 
não poderá, no total, exceder ao montante das despesas de capital (art. 32, I a VI). 
• Das Oper. de Crédito por Antecipação da Receita 
Realizar-se-á somente a partir do 10º dia do início do exercício; 
Deverá ser liquidada até o dia 10/12 de cada ano; 
Não poderá ser contraída enquanto existir ARO não integralmente resgatada; 
a taxa deverá ser pré-fixada ou indexada à taxa financeira, ou a que vier a esta substituir; 
Estará proibida no último ano de mandato do Chefe do Poder Executivo; 
Será contraída em processo competitivo eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil (art. 38, 
I a IV e § 2º). 
• Dos Restos a Pagar 
É vedado ao titular de Poder ou órgão, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair 
obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha 
parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa 
para este efeito (art. 42). 
A LDO deverá definir os limites e condições para a inscrição das despesas em restos a pagar (art. 
59, II) 
Para obter transferência voluntária o ente deverá comprovar a observância aos limites de inscrição 
de despesas em restos a pagar (art. 25, IV, c); 
CAPÍTULO VIII - DA GESTÃO PATRIMONIAL• Das disponibilidades de Caixa 
Na União, serão depositadas no Banco Central, nos demais entes, em instituições financeiras 
oficiais, ressalvados os casos previstos em lei . 
Recursos dos regimes de previdência deverão ser mantidos em contas separadas, sendo vedado: 
» a aplicação desses recursos em títulos da dívida pública estadual e municipal, ou em ações e 
outros papéis de empresas controladas pelo ente da federação; 
» empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Poder Público (art. 43, § 1º, § 2º, I e II);. 
• Da Preservação do Patrimônio 
As receitas de capital derivadas de alienação de bens e direitos somente podem ser aplicadas em 
despesas de capital, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio 
dos servidores públicos (art. 44). 
• Da Preservação do Patrimônio 
Novos projetos somente serão permitidos após adequadamente atendidos os em andamento e 
contempladas as despesas de conservação do patrimônio Público, nos termos em que dispuser a 
LDO (art. 45). 
• Das Empresas Controladas pelo Setor Público 
Quem firmar contrato de gestão com definição de objetivos e metas de desempenho, na forma da 
lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e financeira.(art. 47). 
Deverá incluir em seus balanços trimestrais notas explicativas em que informará: 
» fornecimento de bens e serviços ao controlador, com comparativo de preços e condições 
praticados no mercado; 
» recursos recebidos do controlador, especificando o valor, fonte e destinação; 
» venda de bens, prestação de serviços ou concessão de empréstimos e financiamentos com 
preços, taxas, prazos ou condições diferentes dos vigentes no mercado.(art. 47, I a III). 
DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO 
• Da Transparência 
Instrumentos: Os planos, as Leis de Diretrizes Orçamentárias, os orçamentos, as prestações de 
contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o 
Relatório de Gestão Fiscal; 
Incentivo à participação popular e audiências públicas (art. 48 e parágrafo único). 
As contas prestadas pelo Chefe do Poder Executivo (englobando todos os Poderes e Órgãos) 
ficarão disponíveis, no Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, durante 
todo o exercício para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade (art. 49). 
• Da Escrituração e Consolidação das Contas 
Deverá identificar os recursos vinculados; 
Observar o Regime Misto; 
Deverá ser apresentado um balanço consolidado da administração direta, fundos, entidade 
autárquica e funcional, inclusive empresa estatal dependente (art. 50, I, II, III). 
A Demonstração das Variações Patrimoniais dará destaque à origem e ao destino dos recursos 
provenientes da alienação de ativos; 
Nas demonstrações conjuntas excluir-se-ão as operações intragovernamentais; 
Deverá ser mantido sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão 
orçamentária, financeira e patrimonial (art. 50, VI e §). 
CAPÍTULO IX - DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO 
• Da Escrituração e Consolidação das Contas 
A União promoverá, até o dia 30/06, a consolidação nacional e por esfera de governo, das contas 
dos entes relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação (art. 51); 
Encaminhamento das contas ao Poder Executivo da União: 
» Municípios, com cópia para o Executivo Estadual - até o dia 30/04; 
» Estados: até o dia 31/05 (art. 51, § 1º, I e II). 
• Do Relatório Resumido da Execução Orçamentária 
Abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público; 
Será publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, composto pelos balanços e 
demonstrativos previstos no art. 52 da LRF. 
NOTA: as despesas deverão ser evidenciadas por grupo de natureza - Portaria SOF nº 35/89, 
evidenciando a despesa empenhada e a liquidada (art. 52, I, b e II, b). 
• Do Relatório e Gestão Fiscal 
Será emitido ao final de cada quadrimestre e assinado pelos titulares dos Poderes e órgãos, bem 
como pelas autoridades responsáveis pela administração financeira e pelo controle interno (art. 54, 
I a IV e parágrafo único). 
Deverá conter o previsto no art. 55 da LRF; 
Será publicado até 30 dias após o encerramento do período a que corresponder (art. 55, § 2º). 
• Das Prestações de Contas 
Serão prestadas pelos Chefes do Poder Executivo e incluirão as dos Presidentes dos órgãos dos 
Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público. 
O Tribunal de Contas emitirá parecer prévio separadamente, no prazo de 60 dias do recebimento, 
ou conforme Constituições e Leis Orgânicas. O prazo será de 180 dias nos municípios com menos 
de 200 mil habitantes e que não sejam capitais (art. 56, 57 e § 1º). 
• Das Prestações de Contas 
As contas dos Tribunais de Contas receberão análise e parecer da Comissão Mista Permanente de 
Senadores e Deputados ou equivalentes das Casas Legislativas estaduais e municipais (art. 56, § 
2º). 
• Do Conselho de Gestão Fiscal 
Representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades 
representativas da sociedade (art. 67). 
• Do Conselho de Gestão Fiscal - Competência 
Acompanhamento e avaliação permanente da política e da operacionalidade da gestão fiscal; 
harmonização e coordenação entre os entes; 
intercâmbio de práticas de gestão fiscal; 
adoção de normas de consolidação de contas e de padronização de relatórios e demonstrativos; 
divulgação de análises, estudos e diagnósticos ; 
premiação e reconhecimento público (art. 67, I a IV, e § 1º). 
• Da Fiscalização da Gestão Fiscal 
Pelo Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio do Tribunal de Contas; 
Pelo Sistema de Controle Interno de cada Poder e do Ministério Público (art. 59).

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