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Sexologia Forense e Psicopatia

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Sexologia forense
A sexologia forense é uma matéria bem extensa, a lei traz varias regras sobre tal assunto. Por exemplo - crimes sexuais, infanticídio, anulação de casamento, pedofilia etc.
Para estudarmos a sexologia forense, temos que começar com os crimes sexuais.
No estupro, existe a figura da conjunção carnal, que é: cópula vagínica, penetração do pênis no interior da vagina. A primeira questão é o diagnostico, como ter certeza de que ocorreu a conjunção carnal? No Brasil 78% das mulheres tem o hímen rompido na primeira conjunção carnal. A membrana Himenal, é uma organela, é um órgão de pouca importância funcional, e tem por correspondência uma variação anatômica muito grande. Então nos teremos desde a ausência congênita do hímen, até a existência de um hímen rigoroso. As modalidades mais comuns de hímen são: Hímen angular, Hímen semilunar, Hímen em fenda horizontal etc.
Como visto, 78% das mulheres tem o hímen rompido na primeira conjunção carnal, e isso ocorre, porque, o orifício do hímen é menor do que o diâmetro do pênis. As bordas de ruptura do hímen ficam com vestígios até 15 dias depois da ruptura, daí se falar se foi recente (15) ou não recente a ruptura.
Outra característica - Ruptura do hímen quando se faz por conjunção carnal se faz totalmente, não tem meio termo (lei do tudo ou nada). Ela se estende da borda ossial até a borda vaginal, quando reaproximadas para exame elas se encaixam.
11 de maio 
ROTURA: A rotura do hímen pode se dar em sua borda livre ou em qualquer outra parte da membrana.
A rotura é um trauma que sempre vai da borda ostial até a borda vaginal. Ocorre em determinada área do hímen.
Na perícia, o perito tem a obrigação de descrever no laudo em que lugar do hímen ocorreu a rotura – nas conjunções carnais com parceiros na horizontal (relações na horizontal), a rotura ocorre sempre nos quadrantes posteriores; as conjunções carnais na parte superior do hímen levantam a suspeita de manobras masturbatórias, ou que os parceiros estavam em pé. Isso permite que se faça um confronto com as declarações dos envolvidos (vítima e acusado).
Hoje, o hímen é dividido em uma linha mediana que separa uma metade esquerda, de uma metade direita. 
E uma linha que separa a parte inferior de superior, então temos quatro quadrantes: (Quadrante superior direito, superior esquerdo, inferior direito e inferior esquerdo)
E há a junção dos quadrantes. Há a junção dos quadrantes direitos, junção dos quadrantes esquerdos, junção dos quadrantes superiores, e junção dos quadrantes inferiores.
Então temos oito referenciais para se localizar o local do hímen.
E aqueles casos em que há conjunção carnal sem rotura do hímen, como se faz a prova da conjunção carnal?
A conjunção carnal sem rotura de hímen pode acontecer em 20% dos casos. Há as mulheres que nascem sem hímen ou que, mesmo após a relação sexual, não rompe – complacência himenal ou hímen complacente (essa expressão não é tecnicamente correta, sendo o mais adequado Relação Complacente).
CAUSAS DE CONJUNÇÃO CARNAL SEM ROTURA (independente do hímen):
Hipóteses:
1a hipótese: óstio himenal muito grande;
2a hipótese: óstio extremamente ondulado – diâmetro não é grande, mas as ondulações permitem a penetração sem rompimento;
3a hipótese: elasticidade – os hímens têm elasticidade diferente. São descritos casos na literatura mundial em que a mulher deu a luz por parto normal e não houve rompimento de hímen;
4a hipótese: lubrificação – quanto mais normal a genitalidade da mulher, mais ela produz lubrificação. Ela tem duas funções: é nutriente protetor do espermatozóide e dar a sensação de volume. O que estimula a libido e o orgasmo é a sensação de volume – não é o atrito. 
5a hipótese: pênis de diâmetro reduzido (pênis pequeno).
O crime muitas vezes não necessita da virgindade – a existência ou não do hímen é irrelevante. Não sendo possível provar a conjunção ou sua cronologia pelo exame do hímen, há outras 4 possibilidades: Como fazer a prova da conjunção carnal?
Se comprovada a presença de espermatozóide no fundo da vagina;
Se o estuprador é vasectomizado, ele ejacula, mas não tem espermatozóides. Se não há – faz dosagem química de uma enzima que só é encontrada exclusivamente na próstata (a fosfatase ácida fração prostática). A presença de análise positiva desta substância no fundo da vagina atesta a conjunção carnal; 
Há, também, doenças venéreas (cancro sifilítico, condiloma venéreo, etc.) cujo contágio só se dá pelo contato da lesão no tecido são; sendo assim, se no fundo da vagina estiverem presentes tais doenças, prova-se a conjunção carnal;
A última chance de constatação da conjunção carnal é a gravidez. Sem conjunção não há gravidez, pois o coito vestibular (o popular “nas coxas”) não viabiliza a gravidez. Portanto, se há gravidez, é porque ocorreu a conjunção carnal. 
ESTUPRO:
Toda manifestação da libido imposta mediante violência ou grave ameaça. A conjunção carnal é coito anal, oral, manobras masturbatórias. A grande questão é a dificuldade da prova, pois as vezes não há esperma, quando estuprador usa camisinha em uma mulher com vida sexual ativa. 
Então não há como provar.
O coito anal: na imensa maioria das vezes, não deixa marca externa nenhuma. Se há uma criança pequena, e houve o coito anal com um homem adulto, e há uma fissura recente, não da para dizer que seja coito anal. A certeza do diagnostico só se dá com a presença de espermatozóides na ampola retal.
Coito oral, também não faz prova.
Manobras masturbatórias - se descobre com prova pericial. Quando se acha uma mancha, forma de sucção; e quando há equimoses em forma de boca, localizada em área genital. Outras vezes a coisa é sutil, conceitual. 
INFANTICÍDIO
Mãe matar o próprio filho, durante ou logo após o parto, sob influência do estado puerperal. 
Na primeira hipótese (durante o parto) talvez o legislador quisesse dizer que a mãe mata o filho quando está com o corpo parcialmente para fora. Mas é uma hipótese rara. 
Infanticídio é visto com olhos mais benignos por parte dos julgadores. Alguns desembargadores dizem que o maior castigo é a lembrança de ter matado o próprio filho.
Estado puerperal: segundo o legislador é uma enfermidade psíquica que pode surgir abruptamente, logo após o parto, que seja capaz de produzir modificações mentais, a ponto de a mãe perder o instituto de proteção da prole. Causas: hormonais, desequilíbrio no parto, etc. 
O professor entende que esta situação não existe. 
Estudo da criminologia:
A grande maioria das mulheres que matam seus filhos, geralmente são solteiras ou viúvas, vivem em sociedade totalmente atrasadas sócio-culturalmente, e têm a idéia de que se tiverem um filho, e não forem casadas, serão rejeitadas.
Estas moças ocultam a relação. Tentam ocultar a gravidez, vestindo roupas largas. Posteriormente, percebe que está por vir a hora do parto. Há mulheres que conseguem ter o parto sem nenhum gemido. Escondem o filho. Trata-se de um “infanticídio em defesa da honra da mulher”, em causa própria (segundo o professor).
Por esta razão o professor entende que não há o crime de infanticídio na forma como está prevista no Código Penal. 
Logo após: esta expressão segundo a medicina é de 05 ou 06 dias após o parto.
O termo espostejamento significa “cortar em pedacinhos” o recém-nascido. O modo mais freqüente de morte de bebê nestas situações é por meio da sufocação direta, virando o bebê de bruço na cama e forçando o tórax. 
Há três tipos de perícias: 
a) perícia na suposta mãe, chamada de parto recente: para se verificar se a mãe deu a luz a poucas horas. As mamas estão túrgidas, há estrias abdominais, as auréolas mamárias estão pigmentadas. O exame ginecológico: vulva e vagina inchadas; rotura de períneo; útero palpável acima do abdômen nota-se que está aumentado, gelatinoso, e com uma limpeza observa que no cólon do útero passou o bebê. Há manchas norosto da mãe, típicas da gravidez. Constatado isso diz-se que a mãe teve um parto recente. 
b) perícia de nascido vivo: é preciso saber se a criança morreu porque estava viva – sob pena de ter acontecido crime impossível – para se vincular a ação homicida da mãe. 
A perícia mais simples é a Docimásia Hidrostática de Galeno: 
1ª etapa: abre-se o tórax do neném e retira num bloco só: dois pulmões, o coração e o timo. Coloca-se água num vidro e estes órgãos, se flutuarem, quer dizer que há ar nos pulmões, logo, nasceu com vida. Se afundarem vai para a 
2ª etapa: com a tesoura corta-se só um pulmão e o coloca no vidro – se flutuar, tem ar, logo, nasceu com vida; se afundar, vai-se para uma 
3ª etapa: com uma faca de necrópsia corta-se um bloco de tecido pulmonar, coloca-se na água que está no vidro, se flutuar, tem ar, respirou e nasceu com vida; se afundar, vai para a 
4ª etapa: corta-se um pedaço de tecido pulmonar, coloca-se no fundo do vidro com água, espera a água acalmar, aperta-se, se borbulha, há ar, respirou, nasceu com vida; se não borbulhar quer dizer que não nasceu sem vida. 
Se nasceu morto, para-se com a investigação de infanticídio. 
Essa prova se ter nascido vivo, não completa a prova de infanticídio, porque pode ter nascido e morreu logo após (nasceu sem um pulmão, ausência de músculo diafragma, etc...)
Deve-se, então, provar a causa violenta da morte. (terceira pericia)
c) necrópsia qualquer (homicídio) – causa da morte – prova do assassinato: se nasceu com vida, a necrópsia mostrará que foi sem defeito congênito, logo, houve assassinato. 
Contrariando toda a determinação, capacidade de ocultar tudo, no momento de ocultar a criança, a mãe claramente deixa vestígios para a criança ser encontrada (enterra e deixa a mão da criança de for a, etc). Isto ocorre porque a mãe quer que a criança seja encontrada, e há no seu inconsciente que a criança é a única inocente nessa história. No inconsciente coletivo da civilização crista, nós não aceitamos sepultar em fundo de quintal, outro lugar, e sim no cemitério (significado de campo santo de onde as pessoas vão para o céu). 
 
Questões sexuais das relações de casamento. 
O que se tem é o chamado defeito físico imediato, do qual vem a repulsa. É o conhecimento após o convívio de uma situação qualquer de um defeito físico, que causa impossibilidade da consumação do casamento. Dependendo do grau de repulsa à conjunção carnal, pode se anular o casamento. Assim como quando se descobre seu marido, esposa, tem personalidade psicopata.
18 de maio
Tanatologia.
Significa o estudo da morte.
 No campo do direito, a morte representa o fim da personalidade jurídica. Tal situação é declarada pela declaração de óbito, em que um médico ou duas pessoas do povo firmam a declaração de óbito, após isso, a mesma vai até o cartório de registro e o tabelião firma a certidão de óbito. Esta certidão firma todas as questões pertinentes ao fim da vida humana - exemplo - herança, sucessão, extinção de punibilidade, seguro etc.
A morte durante muitos anos não era observada com um olhar especial pela medicina, o professor diz que era muito simples - após a morte se esperava alguns dias e depois dava a causa da morte e pronto, já estava morto mesmo. E daí vem àquela visão popular de que é impossível sepultar o cadáver antes das 24 horas da morte - Diz o professor que essa visão se dá, porque com 24 horas acontece o inicio a putrefação, e com aquele cheiro não resta dúvida de que o sujeito está morto. Então, estudar a morte sempre foi desinteressante do ponto de vista médico.
Porém, conforme foi crescendo a medicina e a medicina legal, o corpo humano começou a ter outros interesses - exemplo - Com a evolução da tecnologia e da medicina, pode-se analisar uma múmia de três mil anos, sabendo o sexo, altura, alimentação, formato dos ossos etc.
O professor diz que existe a possibilidade de estudar o corpo ou restos de um corpo de forma perfeita. Amaral ainda vai além, diz existir a possibilidade de estudar o corpo, sem, contudo, nenhum vestígio do cadáver. Como? Através dos insetos e bactérias daquele local.
Contudo, o que deu realmente importância ao estudo da morte foi: entender de forma precoce a causa da morte, ou seja, a necessidade cada vez maior de se fazer um diagnostico veloz sobre as causas da morte. Porque existe essa necessidade - Transplante de órgãos. 
Resumindo - hodiernamente existe uma necessidade de diagnosticar rapidamente a causa da morte para que seja viável os transplantes de órgãos. Contudo, para isso, a organização mundial da saúde foi obrigada a conceituar novamente a definição de vida, para que consequentemente fosse criado um novo conceito de morte.
A vida humana é a liberação biopsicosocial. O conceito da vida humana se assenta nessa conceituação trina, ou seja, parte biológica, psicológica e social. Consequentemente, amputada uma dessas três peças, não existe mais vida humana. 
Após isto, conseguiu-se progredir no sentido de um diagnostico precoce da morte, mesmo antes da parada cardíaco-respiratória. Como diagnosticar a morte com o fígado, rim, pâncreas e outros órgãos funcionando normalmente? A morte poderá ser diagnosticada quando se mostrar clara a morte total e irreversível do cérebro humano. Sem o cérebro não se pode imaginar vida psíquica ou social - Sem o cérebro somente existiria a vida biológica e como visto, sem um dos elementos não existe vida humana.
Com isso, apresentou-se parâmetros para atestar a morte humana:
Estar diante de um individuo em coma, sem reflexos, ou seja, o individuo não pode demonstrar nenhuma manifestação de atividade cerebral.
Que o coma seja de causa conhecida. - Existem algumas situações que a pessoa entra em coma e o médico não sabe o motivo, então não se pode prosseguir com o protocolo de morte cerebral.
Que o coma não seja causado por droga que deprima o sistema nervoso - exemplo -Cocaína.
Esse protocolo geral diz respeito a adultos. Constatado que se trata de individuo adulto, que está em coma, que esse coma não é causado por substancias químicas, inicia-se a segunda etapa do protocolo. - Exames complementares para atestar a morte. Duas hipóteses comuns: 1) Eletroencefalograma - trata-se de um amplificador de descargas elétricas. O individuo é colocado no mínimo em 24 canais. 2) Arteriocarotirografia ou Arteriografia cerebral - coloca-se uma agulha na carótida (dentro da artéria) e liga em um aparelho de raio X.
Depois disto, ou seja, atestada a morte, cabe ao médico - (Observação - todos os hospitais com mais de 200 leitos tem obrigação de constituir uma comissão de morte cerebral, e atentem - por disposição do conselho federal de medicina não podem pertencer a comissão médicos que tenham ligação com capitação ou implante de transplantes.) Comunicar a família que o paciente está morto, em seguida, pergunta-se a família se estão dispostos a doar os órgãos do falecido.
E o protocolo para os menores de 14? Praticamente a mesma coisa, só que, o tempo de coleta do eletroencefalograma é maior e por mais vezes, ou seja, quanto menor a criança mais vezes ela tem que se submeter a tal exame para atestar sua morte.
Tanatologia como dito é o estudo da morte, em direito a morte é fundamental - exemplo - em direito a penal a morte na grande maioria das vezes é crucial, dela derivam varias outras conseqüências - causa da morte, agravantes, qualificadoras, meios de execução etc.
A primeira coisa que o professor nos diz é: “Tire das cabeças de vocês que o camarada esta lá, logo depois vira a carinha e morreu” No dizer do professor a morte é um processo complexo e lento.
No corpo humano existem 256 tecidos diferentes, são células, tendões, órgãos, ossos. Os vários tecidos não morrem simultaneamente, e sim, em tempos diversos. O tecido mais nobre do corpo humano é o córtex cerebral, é o que morre mais rápido, cerca de 3 ou 4 minutos. Outros tecidos duram mais, por exemplo- Córnea - entre 10/12 horas. Ou seja, a morte é um processo.
A morte se manifesta por alguns sinais - Os sinais abióticos imediatos (sinais de ausência de vida) e os sinais abióticos mediatos.
Abióticos Imediatos
 1) Perda da consciência; 2) Perda total da sensibilidade; 3) perda do tonos muscular - esta terceira etapa merece uma atenção especial - O professor se levanta e diz “eu não estou mexendo nenhum músculo, os ossos estão parados. Então como eu fico de pé? Como eu fico sentado? Se estivesse tudo parado eu iria cair, desabar - o que me mantém sentado ou de pé? Uma série de músculos que mantém uma tensão, e essa tensão me mantém sentado ou de pé. A repercussão mais expressiva da ausência do tonos muscular se encontra na face. Os músculos da face nos dão a nossa expressão, não é fisionomia, é a expressão de pessoa viva. Com a morte, desabando esse tonos, cria-se o que a medicina legal chama de mascara cadavérica. 4) Parada cardíaca; 5) parada respiratória 
 
Sinais Abióticos Mediatos 
 1) Rigidez cadavérica - (Depois de 30/40 minutos da morte a musculatura começa a ficar rígida, extremamente dura. Começa com a face e em torno de 4 horas o corpo está completamente rígido, contudo, em torno de 22/24 horas o cadáver se flexibiliza novamente - O professor faz referencia ao que ele chama de espasmo cadavérico - A pessoa fica rígida instantaneamente, mantendo a posição em que ocorreu a morte.) 
2) Perda de peso - evaporação de água - a evaporação é maior nos tecidos superficiais.
Agora vamos falar da temperatura - corriqueiramente ouvimos falar que mão de morto esfria, na visão do professor isso é uma grande bobagem, ele explica dizendo:
 3) O morto perde o mecanismo de termo-regulação, e por isso, ele tende a adquirir a temperatura do ambiente. Sabendo a temperatura do morto e do ambiente é possível saber o tempo da morte. 
 4) O globo ocular apresenta alguns importantíssimos sinais abióticos mediatos: O primeiro deles - Instantes depois da morte a pupila para em dilatação, até cerca de 6 horas depois da morte se olharmos o globo ocular ele terá um brilho, sem esse brilho ele esta morto a mais de 6 horas.; por volta de 12 horas surge na parte branca da íris varias manchas pretas, esse sinal tem importância cronológica decisiva; outro sinal do globo ocular é: Se fecharmos o olho e apalparmos o globo ocular, veremos que ele tem uma tensão, como se fosse uma bola de futebol, contudo, entre 12 e 24 horas esse globo ocular murcha.
O que acontece com o corpo no decorrer das horas após a morte? O corpo entra nos chamados processos transformativos. O mais espetacular deles é o processo da putrefação - Se faz pela decomposição química, com ação das bactérias existentes no corpo, e começa-se um processo que tem fundamentalmente 4 fases: 1) Fase de coloração - O cadáver muda de cor. - 2) Fase gasosa - cheiro da cadaverina - o professor diz ser o pior cheiro do mundo;
25 de maio
3a fase – coliquativo ou de liquefação: esta fase se manifesta pela dissolução pútrida do cadáver, cujas partes moles vão pouco a pouco reduzindo-se de volume pela desintegração progressiva dos tecidos. Os tecidos vão perdendo a forma, a consistência, isto é, vão se dissolvendo, se tornando em uma pasta liquefeita. Esse material recebe o nome de putrilagem. Essa fase varia de acordo com as condições do corpo e do terreno, podendo ir de um a vários meses.
4a fase – esqueletização: a atuação do meio ambiente e dos elementos que surgem no trabalho da desintegração do corpo faz com que o cadáver se apresente com os ossos quase livres, presos apenas por alguns ligamentos articulares. Os tecidos vão escorrendo até os ossos ficarem aparentes e limpos de qualquer tecido mole. Conforme essa fase avança, todos os órgãos, músculos, pele, gordura, se liquefazem e desaparecem – os restos são comidos por insetos, animais carnívoros etc.
O tempo desse processo é extremamente variável – dependo do lugar, clima, tipo de terreno, umidade, ph da terra, quantidade de insetos e larvas etc. Nas baixíssimas temperaturas pode conservar o corpo intacto. Nos cadáveres encontrados nos rios da região, o processo é extremamente rápido (bactérias, temperatura, ph da água etc.) – em cerca de 4 dias já está quarta fase. Os cadáveres expostos na natureza, à chuva, sol e animais, as ossadas ficam absolutamente limpas em pouco tempo.
Quanto tempo leva cada fase? Depende muito das condições térmicas, umidade do ar, condições da morte do falecido, biotipo do morto, medicamentos utilizados pelo morto antes de acontecer, alterando significativamente o processo. 
Solos argilosos, úmidos, mudam o padrão de transformação. Hoje, um bom número de cadáveres são sepultados em gavetas de cimento, e lá ficam sem acesso a renovação de ar e sem condições de expansão de gás. Nesses casos o processo de putrefação demora bastante. Já na urna comum, no chão, o processo é rápido, e em poucos meses só fica o osso, e alguns osso mais porosos, também desaparecem. Isso é putrefação.
*Locais em que há extremo calor, umidade relativa do ar praticamente zero, vento intenso, o cadáver nas primeiras horas da morte, ele desidrata tanto, que fica inviável de encaminhar para a putrefação, indo para outro tipo de transformação. 
Outro fenômeno transformativo relativamente frequente se chama mumificação. 
Mumificação:
É basicamente um processo de intensa desidratação, e o corpo perde violentamente a água. O corpo humano é composto por cerca de 70% de água. Havendo esse violento processo de desidratação, que inviabiliza a putrefação, há um endurecimento dos tecidos. 
A mumificação é um processo transformativo conservador do cadáver, podendo ser produzido por meio natural, artificial.
Nas mumificações por processo natural, são necessárias condições particulares que garantam a desidratação rápida, de modo a impedir a ação microbiana responsável pela putrefação. O cadáver, ficando exposto ao ar, em regiões de clima quente e seco, perde água rapidamente, sofrendo acentuado dessecamento. A mumificação espontânea no Brasil é mais comum no Nordeste devido à temperatura e baixa umidade do ar.
Nas mumificações artificiais, os corpos são submetidos a processos especiais de conservação, e tais artifícios da mais remota época, através dos embalsamentos há muito praticados pelos egípcios, pelos nativos das Ilhas Canárias e pelos incas no Peru. Na natureza, em algumas florestas brasileiras, há uma arvore nativa chamada angico. Ele é usado para curtir couro e, em alguns lugares, utilizado para o processo de mumificação. 
Quando falecia uma pessoa muito importante, os egípcios mergulhavam o corpo em óleo de cedro, e o corpo é cozido no óleo de cedro, para completar a desidratação e impermeabilização, e depois começa o processo de enfaixamento, para perder mais água. 
No interior do corpo humano pode ocorrer mumificação? 
Gravidez na trompa leva à ruptura da trompa, levando a hemorragia aguda, e necessitando de cirurgia de urgência.
Outras vezes, a gravidez na trompa não leva à ruptura na trompa. A mãe tem quadro agudo nas trompas, mas depois passa, e não procura um médico. Houve o “aborto das trompas”. O feto acaba sendo expulso no sentido inverso da trompa, indo para a barriga, e não rompe nada. Se por algum motivo opera essa mulher, e o médico no final da cirurgia passa a mão e sente um caroço no fundo da pélvis, verificará a presença de um feto mumificado. Como não estava contaminado, não tinha bactérias, sofreu o processo de mumificação. 
A mumificação permite até o reconhecimento, enquanto que a putrefação não permite – na fase gasosa, já fica praticamente irreconhecível.
	
Adipocera ou Saponificação
A saponificação ou adipocera é um processo conservador que se caracteriza pela transformação do cadáver em substância de consistência untuosa, mole e quebradiça, de tonalidade amarelo-escura, dando uma aparência de cera ou sabão.
É um processo em que, iniciada a fasede coloração da putrefação, por questões de umidade e do ph do meio, há uma transformação dos tecidos em uma matéria chamada adipocera – é o mesmo processo para fazer sabão caseiro. No cadáver, se o ph for muito alcalino e a umidade alta, pode ocorrer a adipocera.
É raro encontrar um cadáver totalmente transformado por esse fenômeno especial. Mais comum é encontrar um cadáver com pequenas partes ou segmentos limitados, constituídos em adipocera. Inicia-se esse processo pelas partes do corpo que contêm mais gordura. 
Não é muito comum no Brasil. Ocorre mais em países frios, com terreno argiloso, e temperaturas mais baixas.
Importância da adipocera: o processo confirma as condições do local. Se encontro um cadáver em estado de adipocera, em um local muito quente, já da para se ter certeza que ele foi transportado de algum lugar.
Maceração
A maceração é um processo de super hidratação dos tecidos após a morte. O corpo fica na água, sem ação bacteriana. O corpo vai hidratando, estufando, até um ponto em que a epiderme começa a se soltar. O efeito típico da maceração com importância médico legal são os abortos, porque se ocorrer a morte em uma gestação de 39 semanas, e a mulher não perceber, o processo de maceração, de soltura da epiderme, começa a se instalar dentro do liquido amniótico cerca de 72 horas após a morte. 
Ou seja, a maceração é um processo especial de transformação que sofre o cadáver do feto no útero materno, do sexto ao nono mês de gravidez. Esse fenômeno pode ser séptico, de acordo com as condições do meio onde o corpo permanece. Os fetos retirados do útero post mortem sofrem a maceração asséptica.
Ocorre, principalmente, dentro do útero (feto que morreu dentro do útero e, com a membrana amniótica, não rota). É um fenômeno de super-hidratação do feto, que vai inchando e, em torno de 72 horas depois da morte, a epiderme se solta.
Na medida em que crescem as denúncias contra erro médico, esse conhecimento é muito importante. É comum a queixa por erro médico em obstetrícia. Se a criança nasce morta, e mais, com maceração, há uma cronologia da morte intra-útero, podendo descartar o erro médico.
23 de agosto
PSICOPATOLOGIA
 		Toda e qualquer fuga da realidade, normalidade, se enquadra como enfermidade mental. Algumas alterações menores como melancolia, tristeza, alterações de humor, emoções em geral, são também estudos da psicopatologia, uma vez que seu conteúdo é muito amplo. A normalidade consiste numa flutuação entre os limites dos sentimentos, porém, quando o sujeito começa a encontrar dificuldade na relação com as pessoas, estará ultrapassando a faixa da normalidade, entrando em conflito com a realidade.
 		O ser humano normal é aquele que reage proporcionalmente aos estímulos que chegam à ele, ou seja, se é alegre, dá risada, se ocorre algo injusto, fica com ódio, se acontece algo ruim, fica triste, etc. Aquele que não responde às variações, que não tem sintonia com os sentidos, tendo grande dificuldade em expressar os sentimentos, podendo ser um indivíduo perigoso.
 		O indivíduo pode ser inteligente para as ciências diversas, mas não ter inteligência emocional, não conseguindo dar uma resposta às diferentes ocasiões em que envolvem sentimentos.
 		Em algum momento da vida, as pessoas em geral tiveram reações de anormalidade psíquica. Ao contrário do que pensam, praticamente a totalidade dos doentes mentais tem um caráter de ciclicidade, ou seja, a enfermidade aparece e desaparece, podendo ser dar de forma progressiva ou súbita. Se uma doença mental tem este caráter cíclico, do ponto de vista de sanidade mental, para efeito de julgamento, não importa como ela está agora, mas sim quando estava no tempo em que cometeu o crime, e isto pode significar que agora não está mentalmente no estado em que estava na época do crime.
 		Bipolares são pessoas que periodicamente variam de um pólo ao outro de seu humor. O sujeito está depressivo, sem ânimo, disposição, etc. de repente vai para um pólo oposto, estando hiperativo, fantasiando negócios, fica animado, etc. sem qualquer tipo de tratamento. O bipolar clássico é aquele que no inverno fica triste, e no verão fica na fase maníaca. 
 		Tais transtornos podem ocorrer em qualquer pessoa, seja progressivamente ou subitamente. Isto tem grande importância no Direito. A pessoa pode ser sociável, alegre, culta, inteligente, etc. e então matar uma criança.
 		A esquizofrenia clássica se manifesta lá pelos 15, 16 anos de idade. O sujeito fica mais isolado, vai se distanciando dos laços familiares, do diálogo, convívio, etc. Os anos vão se passando e começam a agravar os efeitos. Lá pelos 19, 20 anos o sujeito surta. Os pais viram aquele isolamento como algo particular do indivíduo, somente percebendo que era doido quando há um surto. Na avaliação criminal tais surtos podem ser difíceis de entender, pois não há sentido algum com a realidade.
 		As doenças mentais se dividem em três grupos:
Psicoses
 		O indivíduo é denominado de psicótico. Compõem este grupo os portadores das mais graves enfermidades mentais. É uma rachadura, fissura na personalidade, o sujeito perde o conteúdo, falando coisas absurdas, há isolamento, criando para ele um mundo particular com amigos imaginários ou alucinações. O delírio mais comum é o persecutório (ou de auto-referência), é uma sensação de que querem te prejudicar, de que há uma não aceitação do sujeito. De uma maneira geral, os psicóticos não são grandes problemas jurídicos, a não ser nas hipóteses de interdição, anulação de casamento, perda de pátrio poder, etc. 
 		No aspecto penal, o esquizofrênico comum geralmente é sujeito passivo, a não ser na esquizofrenia paranóide, que é o sujeito que desenvolve uma desintegração total da realidade, acreditando que está sendo perseguido. É o caso do assassino de Realengo no Rio de Janeiro, onde o sujeito matou as crianças pois se sentiu humilhado quando era criança, acreditando que aquelas crianças que ele matou iriam solucionar seu problema. Com o avanço da Medicina, algumas drogas criadas para o tratamento da esquizofrenia, estão revelando uma incrível eficácia. Toda vez que num texto legal estiver escrito “doença mental”, está se referindo às psicoses.
Psicopatas
 		São inteligentes, sociáveis, comunicativos, sedutores, realizadores, têm bens, posses, fortuna, vida social intensa, etc., porém são amorais, insensíveis, frios, indiferentes, sem amigos, sem afetos, sem compaixão, arrependimento, falta humanismo, solidariedade, o outro é considerado um objeto, uma coisa que pode ser utilizada ou descartada.
 		Os psicopatas manifestam esta doença desde crianças, e faz parte de sua estrutura, não tendo cura. A grande importância está em que a maioria deles passa totalmente desapercebido na vida, tendo altos cargos, chegando até mesmo à Presidência da República.
 		Do ponto de vista penal, aparece no art. 26, par. único, em que há referência àqueles que possuem “perturbação da saúde mental”.
Neuroses
 		A forma mais comum que se manifesta é pelo sofrer existencial, é aquela sensação de descontentamento, tensão, são altamente emotivos, há frustração entre o planejado e acontecido. Há casos de pessoas que não se aceitam fisicamente, e sofrem a vida inteira com isso. Alguns se manifestam com desânimo, melancolia, tristeza permanente, outros são irritadiços, inquietos. Regra geral, os portadores de neurose não influenciam na questão da responsabilidade ou imputabilidade, em tese, é considerado imputável e responsável, a não ser por algumas formas extremadas, mas que não chegam a alterar a capacidade e imputabilidade. Na dosimetria da pena, o Código fala em violenta emoção que se segue após injusta provocação da pena, esta emoção é característica da neurose. Uma forma comum de neurose é o hipocondríaco.
 		Os sexopatas têm importância penal dentro das neuroses. Esses sexopatas podem cometer atos extremamente graves. Os portadores de neurose não têm modificada sua capacidadecivil nem sua responsabilidade penal. 
 
Deficiência da inteligência – Oligofrenia
 		Há disposição no caput e par. único do art. 26, sob a expressão “desenvolvimento mental incompleto ou retardado”. Alguns graus dessa deficiência tornam o indivíduo totalmente inimputável, enquanto outros graus o tornam parcialmente imputável.
 		Dividem-se em três categorias.
Débil mental: Se subdivide em leve, moderado e grave. O leve é aquele camarada que tem dificuldade de aprender, mas aprende com dificuldades, limitações, tendo de fazer grande esforço e persistência. Têm percepção de suas limitações e são persistentes, responsáveis. O moderado não aprende, é treinado, há graves limitações sociais, geralmente não conseguem ler nem escrever. O grave não aprende nada, mesmo após 30 anos de treino. Podem ter algumas poucas noções de higiene, etc.
Imbecil: Têm a situação mais grave que os com debilidade mental.
Idiota: É a maneira mais grave, tendo que ter assistência permanente, senão morre. 
30 de agosto
IMPUTABILIDADE
 		É um conjunto de condições que torna o indivíduo capaz de seus atos. O art. 26 do CP descreve com precisão as hipóteses de inimputabilidade. Diz respeito à identificar uma patologia que retire do indivíduo o seu entendimento ou sua maneira de agir.
Art. 26, CP: É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento�. 
Parágrafo único: A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
		O retardado diz respeito aos atrasados pedagógicos, distantes das regras e leis da civilização, se refere, no Brasil, aos índios que estão no meio da selva dando flechada em avião.
		Uma vez que as doenças mentais são cíclicas, é comum o sujeito, quando da análise pericial, está em condições de sanidade, mas ao tempo do fato criminoso, estava com alterações em seu psíquico. Deve ser feita uma perícia retrospectiva, a qual tenta saber qual era a sanidade mental do sujeito no tempo do ato criminoso. Pode ser que o sujeito sabe que o ilícito é proibido, mas por manias, fixações, transtornos, não consegue evitar a conduta criminosa. 
		É óbvio que o Legislador quer afirmar que uma determinada patologia, situação psíquica, impediu, anulou especificamente o indivíduo para aquele ato que cometeu, e não para qualquer ato ou determinados atos, ainda que exista patologia. 
		O sujeito foi denunciado por peculato, seu advogado procurou o Dr. José Hamilton para declarar que seu cliente era inimputável, uma vez que tomava medicamentos há mais de 20 anos. O Dr. Não concedeu tal laudo, pois o tipo de patologia que ele apresentava não retirava sua capacidade de determinar-se conforme o entendimento do caráter ilícito do fato. 
 		O parágrafo único se refere à semi-imputabilidade, a qual é um meio-termo entre a normalidade e anormalidade. 
Modificadores da imputabilidade
Questão racial
		Existem raças que ao longo dos séculos foram marginalizadas, é o caso da raça negra no Brasil, onde a média cultural e escolar das pessoas de raça negra é menor que os de raça branca, podendo alterar seu comportamento. Obviamente, raça por si só não impõe nenhum limite ou modificação.
Questão da idade
		A lei penal brasileira delimitou 18 anos, porém, há incongruências na Lei, uma vez que o sujeito de 16 anos vota para Presidente da República. Tecnicamente, um jovem que mora numa cidade, com acesso à escola, jornais, revistas, etc. tem plena capacidade de entender que tal conduta é crime. 
		Nos EUA, a maioridade penal pode ser de 6 a 18 anos. No México, 11 anos, Argentina 16, Alemanha 14, Noruega 15, Escócia 8, Inglaterra 10, África do Sul 7, Ásia 7, etc.
Sexo
		Há questões específicas com relação ao sexo, exemplo do crime de infanticídio cometido pela parturiente. 
		Algumas formas da síndrome de tensão pré-menstrual são extremamente graves, uma vez que mulheres podem ter irritabilidade incontrolável, impaciência, intolerância, etc. algumas mães tem até receio de uma violência contra o próprio filho e marido. É algo periódico, está na esteira da decorrência dos níveis hormonais, sendo uma característica distinta, específica da mulher. Há decisões de lesão corporal, homicídio, etc. considerando a TPM como modificador da imputabilidade.
Agonias
Surdo-mudo
		Possuem uma personalidade difícil, sendo altamente desconfiados, têm uma forte impressão de que tudo que está acontecendo é contra ele, sendo altamente agressivos.
Hipnotismo
		Não é possível hipnotizar alguém a ir contra seus fundamentos éticos, morais, culturais, sociais, etc. ninguém pulará de um prédio ou matará alguém por estar hipnotizado.
Cegueira
Prodigalidade
		É o gastador, torra todo o dinheiro, vende o que tem, compra o que pode. Consegue destruir o patrimônio familiar. Pode ser decretada sua interdição de direitos.
06 de setembro
Modificadores da imputabilidade (continuação)
Civilização
		Em comunidades isoladas, distantes dos meios de comunicação, os indivíduos podem ter sua imputabilidade diminuída, uma vez que o estado sócio-cultural pode marginalizar as pessoas, não podendo exigir delas um comportamento legalmente correto.
Estados Emotivos
		É óbvio que a violenta emoção não exclui a imputabilidade, mas em certas circunstâncias, pode reduzir, limitar a vontade, determinação e atitude, podendo gerar eventuais crimes passionais.
		O crime passional tem conotações culturais extremamente importantes. No júri há sempre uma apreciação benéfica dos jurados quando o crime foi cometido sob fortes emoções. FRANÇA cita um caso em que a mulher matou o marido e foi aplaudida no Tribunal do Júri.
Síndrome do duplo “Y”
		O homem possui 23 cromossomos, sendo pares de “XX”, enquanto a mulher possui 23 pares “XY”. Alguns possuem anomalias nos cromossomos, havendo pares de “YY”. 
		Esses sujeitos que possuem duplo Y possuem um perfil violento, agressivo. São suas características: 1. Estatura acima da média; 2. Leptossômicos, possuem membros longos e tronco curto; 3. Calvície precoce; 4. Marcas na face de acne deformante; 5. Orelhas de abano; 6. Criptorquidia, é o indivíduo que não tem os 2 testículos na bolsa escrotal, tendo somente um; 6. Violenta agressividade, incontrolável.
		Houve alguns julgamentos no Brasil que resultaram em absolvição decorrente desta síndrome do duplo Y, pois esses indivíduos não eram considerados capazes de determinar, uma vez que possuíam anormalidade genética. Ultimamente esta discussão está sendo ressuscitada.
CRIMINOLOGIA
		É uma ciência multidisciplinar, causal explicativa, empírica que busca estudar o crime como um todo, suas condições, tendo por objetivo conhecer em profundidade tudo que leva ao fato criminal para que se viabilizem políticas de prevenção criminal. Há enorme diferença entre criminologia e direito penal.
		O direito penal tipifica e implanta uma pena, tomando uma direção inconseqüente, qual seja, querer imaginar que bastando apurar a responsabilidade criminal, o remédio é um só: a punição. O ato criminal é uma consequência de um conjunto extraordinariamente grande. 
		O crime não existe. Crime é algo que se define como tal, ou seja, só é crime porque alguém escreveu que o é, coisas que se fazem aqui podem não ser crimes em outros lugares do mundo. O fato em si não é crime, não existindo uma característica interna do ser humano o fator crime.
		A figura do criminoso, ato criminal, meio em que o ato foi contido, vítima do crime, são todos importantes, devendo se levar em conta, estabelecer parâmetros para compor um perfil aproximado do criminoso. É um estudo de naturezasocial, psicológica, jurídica, antropológica, médica, etc. que envolvem o conhecimento, daí sua natureza multidisciplinar.
		A criminologia é um importante estudo dentro da criminologia. A conduta da vítima é importante na definição do crime. Uma moça bonita, de salto alto, perfumada, maquiada, de saia curta, sai na rua às 5:00 da manhã e é estuprada. Sujeito tira muito dinheiro no caixa do banco na hora do rush, e sai contando as notas, é claro que esta conduta enseja um assalto.
		O comportamento criminal é inerente ao ser humano ou é modificada pelo meio em que vive? Na maioria das vezes, é um pouco dos dois. Porém, há momentos em que o meio em que se vive é o fato único para o cometimento do crime, enquanto que em outros casos, o próprio indivíduo é o criminoso.
		Imagine que o sujeito está com a namorada no Parque do Povo, tranqüilo, caminhando inofensivamente e dá um azar de encontrar um psicopata, o qual encrenca e parte para a briga. O sujeito tranqüilo tira um canivete do bolso e acaba matando o psicopata. Vê-se que sua conduta criminosa foi exclusivamente derivada do meio em que se estava inserido, não havendo neste rapaz qualquer traço, perfil de criminoso.
		Qualquer um de nós, a qualquer momento, pode pirar. Começa a pensar que as pessoas em sua volta estão tramando contra ele, fantasiando que são monstros perigosos, vindo a lhe esmagar, destruir. Então este sujeito pirado começa a agredir alguém, em decorrência deste surto psicótico.Este crime é de origem exclusivamente biológica, não tendo nenhuma influência do meio.
		A grande maioria dos crimes têm por causa uma mistura de fatores do meio e fatores biológicos. O meio em que o sujeito vive não é muito favorável, e ele tem certa propensão ao crime. Isto não quer dizer que o indivíduo submetido às influências criminais do meio se torne um indivíduo. Muitas pessoas que moram em favelas, bairros perigosos, etc. não se corrompem, é a chamada resiliência. 
		O exemplo típico de resiliência, na física, é uma mola. Quando há influência do meio como pressões, forças, etc. se modificam, mas assim que termina a influência, retorna ao estado original. 
		Dentro da criminologia é um fenômeno espetacular. Se as pessoas não fossem resilientes, uma vez influenciados pelo meio criminoso, todo morador de favela seria delinquente.
		Dito isto, é possível esboçar uma classificação de criminosos, tendo por interesse o agrupamento em grupos homogêneos de causa do crime:
Classificação criminogenética
Criminosos ocasionais: São aqueles crimes cometidos por influência total do meio.
Criminosos caracteriológicos: É a soma das influências do meio com uma personalidade suscetível ao crime.
Criminosos sintomáticos: É aquele cujo ato criminal não é nada além de um sintoma, enfermidade.
� Doença mental = psicoses; desenvolvimento mental incompleto ou retardado = oligofrenias ou atrasos pedagógicos.

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