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ESPORTE 3 (resumo cap4)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
DISCIPLINA: ESPORTE 3
PROFESSOR: ROBERTO COLAVOLPE
ESTUDANTE: MAYTTA MARTINELLI
RESUMO
Referência: MARCASSA, Luciana; SOUSA, Wilson Luiz Lino. Da experiência lúdica à formação do cidadão: pressupostos políticos e pedagógicos do esporte e lazer da cidade de Ipatinga. Cap. 4 (p.71-103). In: Gestão pública e política de lazer: a formação de agentes sociais / Lino Castellani Filho (org.). Campinas, SP: Autores associados; 2007.
Nesse capítulo os autores retratam as experiências adquiridas durante a capacitação dos agentes sociais junto ao PELC, através das quais foi possível reconhecer a relevância das politicas públicas de esporte e lazer como garantia de acesso e propagação de praticas socioculturais, além de possibilitar “identificar as contradições que permeiam sua implantação e realização”.
Marcassa e Souza afirmam que falar em politicas públicas num cenário de minimização da atuação do Estado parece um discurso vazio diante da combinação entre globalização e políticas neoliberais, que apontam para a desintegração dos direitos sociais. No entanto, consideram importante reconhecer a vitalidade e capacidade de resistência da sociedade civil no país para sustentar esses direitos sociais duramente conquistados.
Em contrapartida ao quadro de configuração mínima do Estado brasileiro, os autores destacam que tem sido visto “o revigoramento de algumas políticas (...) que buscam assegurar a condição de cidadania das classes trabalhadoras e dos setores populares e empobrecidos da população, garantindo a eles o acesso a bens materiais e culturais como direitos sociais” (p.74), com é o caso do PELC, que oferecendo oportunidades lúdicas gratuitas para o acesso as manifestações esportivas e de lazer da cultura corporal, busca valorizar os aspectos da cultura popular a eles relacionados.
Sobre a experiência de formação dos agentes, os autores apontam que o primeiro passo para esse processo consistiu em identificar as vivencias dos mesmos dento dos projetos, bem como os avanços já alcançados e dificuldades enfrentadas, a fim de discuti-los visando a sua superação.
Foi constatado que grande parte dos agentes tinha experiências pessoais como esportistas, tendo se tornado educadores do esporte, reproduzindo em sua pratica pedagógica o modelo do alto rendimento “em detrimento da reflexão sobre a prática, da experiência lúdica socioafetiva, da apreensão do fenômeno esporte em todas as suas possibilidades e manifestações, como conhecimentos culturais socialmente produzidos que enriquecem os indivíduos e relações humanas” (p.82). 
Diante dessa realidade, visto que é o esporte recreativo (e não o de rendimento) que atende satisfatoriamente os objetivos do PELC, pode-se concluir que a falta de ferramentas teórico-metodológicas para desenvolver esse modelo de esporte – que possibilita uma pratica pedagógica transformadora no cotidiano da intervenção – impõe limites para o sucesso do programa, que é indissociável da qualidade social e pedagógica da mesma. 
Para além de atribuir novos significados às mesmas prática, os autores defendem que é necessário ir além, construindo uma nova prática, munida de uma estratégia pedagógica que possa atender às necessidades das populações envolvidas e garantir a apropriação das possibilidades diversas e superadoras dos fenômenos do esporte e lazer.
Para tal, Marcassa e Souza consideram a educação popular como uma forma de resistência ao processo de educação dominante, que 1) requer ação coletiva, 2) exige investigação da realidade, 3) requer a modificação da consciência, 4) requer a transformação da realidade e 5) requer o controle do povo dobre seu próprio desenvolvimento, que – ao ser traduzida para o esporte e lazer – esbarra na chamada “pedagogia crítica do lazer”, onde o 
“fazer educativo no e pelo lazer se transforma em exercício para a decisão, para a responsabilidade social e politica, portanto, em alavanca de promoção e transformação do homem que, como sujeito da sua própria ação, transforma, ao mesmo tempo, as circunstancias em que vive.” (MARCASSA E SOUZA, 2007, p.90).
Nessa proposta, toda intervenção é norteada por um tema gerador, que problematizam situações cotidianas no contexto do lazer, e a sua organização geral é sistematizada através de ciclos temáticos, tendo como principais momentos: 1) ação diagnóstica (identificação dos dados da realidade); 2) escolha do tema gerador; 3) construção da rede temática (conjunto de perguntas e respostas sobre o tema cujo objetivo é questioná-lo em seus elementos mais essenciais); 4) atividades temáticas (devem propor uma reflexão sobre os próprios conteúdos do lazer e, ao mesmo tempo, sobre as situações problema em que o grupo se vê inserido); 5) atividade preparatória, avaliativa e de recuperação (para preparar, introduzir, diagnosticar, reorientar, recuperar e organizar os conhecimentos, problemas e progressos do processo); e 6) organização do ciclo temático (ordenamento dos conteúdos e atividades com base no tempo pedagogicamente necessário para a execução das propostas).
Marcassa e Souza acreditam que o programa de capacitação dos agentes deve permiti-los acessar e partilhar a mesma visão social de mundo, sendo essa visão responsável por organizar as ideias e condutas do cotidiano da ação educativa. Além disso, consideram que essa ação não requer um, mas um coletivo de agente/educadores, que deve reunir características, saberes e habilidades determinadas que lhes possibilitem conduzir o trabalho de coordenação e desenvolvimento das atividades.
Os autores, ao final da experiência de formação dos agentes, concluíram que os mesmos responderam muito bem à proposta e que a experiência
“expressou as contradições que a implementação e realização das politicas publicas ainda enfrentem, tendo em vista as disputas por interesses político-econômicos e as tensões sociais que atravessam o fazer cotidiano da ação educativa dentro do programa, assim como das relações pessoais e sociopolíticas que se estabelecem em todas as dimensões e esferas que a política se dá”. (MARCASSA E SOUZA, 2007, p.101).

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