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Artigo Avaliação da iluminação natural em salas de edificação institucional

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Avaliação da iluminação natural em salas de edificação institucional em Teresina-PI Dezembro/2013 
 
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 
 
Avaliação da iluminação natural em salas de edificação institucional 
em Teresina-PI 
 
Danielle Arêa Leão Dantas – daniellearealeao@gmail.com 
Curso de Especialização em Iluminação e Design de Interiores 
Instituto de Pós-Gradução de Goiás – IPOG 
São Paulo, SP, 26/05/2013 
 
Resumo 
Este trabalho tem como objetivo avaliar o uso da luz natural em salas de um edifício 
institucional na cidade de Teresina –PI. A análise baseou-se nas medições de iluminâncias 
naturais realizadas em quatro salas do segundo pavimento com utilizações e orientações 
diferentes: Norte, Oeste e Sul. Utilizou-se as normas brasileiras da ABNT NBR 5413 (1992) – 
Iluminância de interiores e NBR 15215-4 (2005) Iluminação natural – Parte 4: Verificação 
experimental das condições de iluminação interna de edificações – Método de medição. 
Cálculos do fator de luz diurna, observações e registros fotográficos contribuíram para a 
avaliação dos resultados que apontou para o mal uso da iluminação natural e a possibilidade 
de controle do desperdício de energia através da redução do uso da iluminação artificial. 
Verificou-se também a importância do desenvolvimento do projeto de iluminação integrado 
ao projeto arquitetônico e de lay out interno, bem como a importância da participação do 
usuário no processo de melhor utilizar-se da luz natural. 
Palavras-chave: Iluminação Natural; Escritórios; Teresina. 
 
1. Introdução 
A luz é um instrumento essencial para o desenvolvimento das atividades humanas. Sabendo-
se disso, o homem primitivo já buscava controlar esse elemento tão importante, seja pelo 
conhecimento da trajetória solar e a utilização da luz natural, seja pela luz desencadeada 
artificialmente pelo fogo. Através do advento da Revolução Industrial, novas formas de 
trabalho trouxeram a necessidade e a expansão de novas fontes artificiais. Com o surgimento 
da lâmpada incandescente criada e comercializada por Thomas Edison em 1879 e, 
posteriormente, da lâmpada fluorescente criada e comercializada por Nikola Tesla em 1938, a 
iluminação natural foi sendo deixada em segundo plano nas edificações em geral. 
(MASCARÓ, 2005)(LÂMPADA FLUORESCENTE, 2013) 
Porém, a crise energética que marca os dias atuais, cujo ápice se deu em 1973, vem causando 
mudanças comportamentais globais em relação ao racionamento de consumo de energia e aos 
recursos naturais renováveis e não-renováveis. Uma grande economia em termos financeiros 
pode ser atingida com a utilização natural da luz para iluminar ambientes internos. Além 
disso, a luz do sol é fundamental para regular as funções mais básicas do ser humano, como o 
apetite e o sono. 
Segundo Ferrapontoff (2012), o uso da iluminação natural, independente da tipologia da 
edificação, pode melhorar em até 40% a performance e o bem estar de seus usuários. Porém, a 
iluminação no Brasil, país que possui altos índices de iluminação solar anuais, ainda não é 
bem utilizada devido majoritariamente pela relação “luz = transmissão de calor”. Segundo o 
autor, por falta de informações e/ou o uso de materiais inadequados, muitas obras 
 
Avaliação da iluminação natural em salas de edificação institucional em Teresina-PI Dezembro/2013 
 
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arquitetônicas que se arriscam ao uso da luz natural acabam por se tornar desconfortáveis 
termicamente. 
Nesse contexto, o projeto de iluminação natural torna-se complexo, pois deve satisfazer as 
diversas necessidades de seus usuários como, níveis adequados de iluminâncias no plano de 
trabalho, controle de ofuscamento e redução de reflexos indesejados como os que ocorrem nas 
telas de computadores. Sendo assim, o objetivo deste artigo é avaliar o desempenho da 
iluminação natural nas salas de escritório de um prédio institucional na cidade de Teresina-PI. 
 
2. Luz Natural e seus benefícios 
Todo ambiente provido de luz natural e/ou artificial provoca no ser humano uma série de 
estímulos ambientais dependendo da quantidade, da qualidade de luz e a forma com que esta 
se distribui. O ser humano percebe essas sensações através de seus sentidos visuais e termo-
metabólicos e, quanto for menor o seu esforço para adaptar-se a esse ambiente, maior será sua 
sensação de conforto. 
A luz constitui instrumento fundamental no desempenho das mais variadas atividades 
humanas. A maior parte das informações relativas à percepção humana provém da luz captada 
pela visão. Portanto, o desempenho visual na execução de uma tarefa depende diretamente das 
condições de iluminação. 
A escolha pela iluminação natural, que reproduz melhor as cores naturais, é válida por dois 
benefícios. Um deles é o fato de a luz natural, devido a suas variações de intensidade e cor, 
ajustar os ciclos vitais do ser humano e proporcionar uma sensação psicológica da passagem 
do tempo e das alterações climáticas. Estudos comprovam que a secreção de melatonina, 
hormônio responsável por regular o sono, é interrompida com a exposição à luz natural. Dessa 
forma, as pessoas sentem mais disposição e tornam-se mais produtivas. 
O segundo fator é a economia de gastos em energia elétrica, tanto em iluminação quanto em 
equipamentos de refrigeração. O projeto de iluminação deve ter como base a complementação 
e não a substituição da iluminação natural pela elétrica. Deve-se existir uma integração entre 
os dois meios de iluminação, pois no período da noite, no final da tarde, e até mesmo em dias 
nublados, a utilização da energia elétrica é essencial. Como explicam Vianna e Gonçalves: 
 
O uso da luz natural em combinação com a artificial em edifícios não-residenciais 
pode alcançar, mediante a garantia do controle eficiente do sistema e a 
especificação de suas instalações, economias de 30% a 70%. [...] Projetos 
desenvolvidos que considerem a busca da luz natural chegam a alcançar a 
iluminância requisitada nos interiores de 80% a 90% das horas diurnas do ano, 
economizando consideráveis quantidades de energia elétrica. (VIANNA, 
GONÇALVES, 2001, p.08) 
 
Segundo Vianna, Gonçalves (2000), o potencial de economia pelo uso da luz natural é 
diretamente determinado pelos fatores de localização geográfica como clima, entorno e 
características físicas da edificação. Quanto menor for a latitude da cidade, maior a 
quantidade e qualidade da luz disponível, ao mesmo tempo que aumentam as condições de 
resfriamento. 
 
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Em ambientes projetados para receber luz natural, o aquecimento acontece quando a 
incidência ocorre diretamente em superfícies transparentes, como o vidro. Porém, se a luz 
atinge um material denso, fosco e claro, o calor pode ser absorvido e a luz, refletida de forma 
difusa. Essa iluminação indireta, praticamente não aquece o ambiente. 
Em Teresina, a escolha de tipologias para o projeto arquitetônico deve ser cuidadosa, em vista 
que sua localização geográfica dota-a de grande insolação e temperaturas médias anuais em 
torno de 27
o
 C. 
 
3. Níveis de Iluminação recomendados e Fator de Luz Diurna 
Para determinação dos critérios gerais de desempenho da iluminação natural para os 
ambientes, é preciso conhecer o uso que aquele espaço terá, considerando as condições 
mínimas para a realização de suas atividades.(VIANNA; GONÇALVES, 2001) Para essas 
atividades, a boa distribuição de luz no ambiente e a ausência de contrastes excessivos 
também são fatores essenciais. Além disso, é preciso perceber as exigências humanas em 
relação ao conforto luminoso, pois a idade e outras doenças do trato oftalmológico afetam os 
critérios de desempenho. (ABNT, 1992) Quanto melhores as condições propiciadas pelo 
ambiente, menor será o esforço físico que o olho terá de fazer para se adaptar às condições 
ambientais e desenvolver bem a atividade em questão. 
A luz irradiada, relacionada à superfície a qual incide, define uma grandeza luminotécnica 
denominada “nível de iluminação” ou “iluminância”. Essa grandeza é expressa em lux (lx) e 
indica o fluxo luminoso de uma fonte de luz que incide sobre uma superfície situada a uma 
certa distância dessa fonte (iluminância = fluxo luminoso/área). Em termos de cálculo, 
considera-se a iluminância média, uma vez que o fluxo luminoso não é uniforme. (OSRAM, 
s.d.) 
A NBR 5413 da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT (1992) 
dispõe de uma tabela de iluminâncias em lux por tipos de atividade. Tendo em vista o objeto 
do presente estudo, utilizou-se os valores da Tabela 1, classe B, que engloba iluminação geral 
para área de trabalho e fornece os parâmetros de 500 a 1000 lux como os recomendados. 
 O caráter dinâmico da luz natural representa um desafio ao iluminar áreas de trabalho. 
Apesar dos aspectos qualitativos citados anteriormente, as variações de intensidade luminosa 
com a trajetória solar podem causar sensações de desconforto, como diminuição dos níveis de 
iluminação adequados para determinada tarefa, ofuscamento e aumento da temperatura do 
ambiente. A refletância das edificações do entorno, a poluição e as condições climáticas locais 
são fatores que contribuem para a variação quantitativa de luz. 
Para efeito de cálculo, a iluminação natural em ambiente interno pode ser expressa em lúmens 
por metro quadrado ou por um percentual da iluminação total, o Fator de Luz Diurna. 
Segundo Hopkinson; Petherbridge; Longmore (1975), o Fator de Luz Diurna (FLD) é a razão 
entre a iluminação no interior e a iluminação simultaneamente disponível no exterior. 
Caracteriza a eficiência do local quanto à iluminação natural, ou seja, embora a luz do dia 
possa variar, o Fator de Luz permanece constante, isso porque a iluminação do interior se 
modifica simultaneamente com a do exterior. 
Apesar da importância do FLD, não há no Brasil um registro sistemático das intensidades de 
iluminação típicas por época e local. (RORIZ, 2008) As normas britânicas e francesas, British 
 
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Standards Institution (BSI) e Commission Internationale de l’ Éclairage (CIE) atribuem o 
FLD mínimo para escritórios de 2% e, apesar de supor-se que o céu tropical proporcione o 
triplo de luz emitida pelo céu europeu, este será o valor de referência para este estudo. 
O céu claro é caracterizado pela inexistência de nuvens e baixa nebulosidade, ou seja, a 
abóbada celeste apresente menos de 1/3 de sua superfície encoberta. Isso ocasiona 
luminâncias relativamente constantes. (RAMOS, 2003) Já o céu parcialmente encoberto a 
luminância varia constantemente, com momentos de luz solar intensa e brilhante e outros, em 
que a luz é barrada pelas nuvens. 
Vianna e Gonçalves explicam um pouco diferente: 
 
Devido à complexidade e diversidade de situações climáticas e atmosféricas, 
determinantes na composição dos céus, foram estabelecidos pela Comissão Européia 
três tipos para os estudos quantitativos e qualitativos da luz natural céu de 
luminosidade uniforme (totalmente hipotético), céu encoberto (típico das regiões de 
latitudes altas, como o Norte europeu) e céu claro (típico das latitudes baixas, como 
o Sul europeu e regiões equatoriais). Uma séria limitação nesse conceito está 
voltado para o fato de que nenhum dos padrões especificados acima consideram as 
condições de céu parcialmente nublado, bastante freqüente nas zonas tropicais e 
subtropicais. (VIANNA, GONÇALVES, 2001, p.20) 
 
 
Em Teresina, cujo clima é o tropical semiúmido com duas estações bem definidas, o tipo de 
céu predominante, seguindo a metodologia de Correia (2008), é o céu parcialmente nublado, 
apesar de que nos períodos mais secos de julho a agosto, tal característica tende a mudar para 
o céu claro. Já seguindo a metodologia de Vianna e Gonçalves, é o céu claro. 
Situada à latitude 5º 05’12’’S e longitude 42º 48’42’’W, a cidade possui insolação média 
anual de 7,63 horas, sendo que atinge valores superiores a 9 horas nos meses de julho a 
setembro e valores inferiores a 6 horas no período de janeiro a março, caracterizado pelas 
chuvas. Seu gráfico de insolação é bastante simétrico (Figura 01) onde, nos solstícios de 
verão, a incidência solar é voltada a sul e, nos solstícios de inverno, é voltada a norte, sempre 
com pouca inclinação solar. Nos equinócios, o sol atinge perto a marca de 90º em relação à 
superfície. (RAMOS, 2003) 
 
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Figura 01. A carta solar da cidade de Natal-RN (latitude -05° 47' 42’’) foi utilizada devido a sua latitude ser a 
mais próxima da cidade de Teresina-PI (latitude -5º 05’12’’). 
Fonte: Ricardo Souza Marques, [s.d.]. Disponível em: < 
http://ricardosouzamarques.blogspot.com.br/p/unp_04.html>. Acesso em 10 out 2012. 
 
4. Tipos de Iluminação Natural 
A iluminação natural pode ser realizada de duas maneiras: lateralmente ou zenitalmente. A 
característica principal da iluminação lateral é a distribuição desuniforme de luz, uma vez que 
o nível de iluminância diminui rapidamente quanto maior for a distância da janela. A 
localização e o tipo de fechamento da janela influem na distribuição de luz, de acordo com 
Vianna e Gonçalves: 
 
Janelas mais baixas propiciam uma iluminação mais próxima delas. 
As janelas altas propiciam uma maior profundidade na distribuição da luz natural, 
em função da relação entre altura do piso e o limite superior da janela, e também 
melhoram um pouco a uniformidade, pelo fato de se diminuir os níveis de 
iluminâncias mais próximos à abertura e aumentar a reflexão interna das paredes, 
uma vez que a luz é levada mais para o fundo do ambiente. Janelas altas e contínuas, 
recuadas ou não até o interior da fachada, permitem reduzir a área visível da 
abóbada celeste que pode provocar ofuscamento. [...] A uniformidade da iluminação 
melhora notavelmente, quando a borda superior da janela está situada a uma altura 
igual a, pelo menos, metade da profundidade do local que contém a janela. 
(VIANNA; GONÇALVES, 2001, p.135) 
 
Entretanto, essa estratégia é a mais utilizada em salas destinadas a trabalhos de escritório, 
principalmente em edificações com mais de um pavimento. 
 
 
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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 
 
5. Análise da Iluminação Lateral em salas de escritório 
O edifício escolhido está localizado no centro da cidade de Teresina - PI. (Figura 02) 
 
Figura 02 - Foto aérea edifício, sua configuração e entorno 
Fonte: Google Earth, 2013 
 
Trata-se de edificação institucional de seis pavimentos e subsolo cuja construçãofinalizou-se 
em 1992. As salas estão voltadas para norte, oeste e sul. Dentre os locais disponíveis para 
estudo, optou-se por avaliar quatro salas do primeiro pavimento de configurações norte, sul e 
oeste, a fim de verificar o comportamento da luz em diferentes orientações. (Figuras 03 e 04) 
 
Figura 03 - Planta baixa do 1º pavimento com indicação dos locais estudados 
Fonte: A autora, 2013 
N 
 
Avaliação da iluminação natural em salas de edificação institucional em Teresina-PI Dezembro/2013 
 
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 
 
 
Figura 04 - Corte esquemático da sala D 
Fonte: A autora, 2013 
 
A sala “A” (Figura 05) apresenta as seguintes dimensões: 7,55m x 4,40m com 2,65m de pé 
direito. No interior da sala há uma mesa de granito central e dez cadeiras, sendo o plano de 
trabalho considerado a 0,75m de altura. A única janela de correr está orientada para norte e 
mede 3,25m x 1,65m com peitoril de 1,00m. Na parte superior, a esquadria de 0,65m de altura 
possui vidro fantasia tipo pontilhado, enquanto o vidro do restante da janela possui película 
fumê. Há elemento externo ao prédio de 0,80m a 1,20m de projeção. (Figura 06) A porta de 
entrada localiza-se na parede sul. O teto e as paredes são de cor clara e o piso é escuro. 
 
Figuras 05 e 06 – Sala “A” e elemento externo de projeção ao prédio 
Fonte: A autora, 2013 
 
A sala “B” (Figura 07) apresenta as seguintes dimensões: 5,63m x 2,80m com 2,65m de pé 
direito. No interior da sala estão distribuídas uma mesa de trabalho, um sofá e um armário, 
sendo o plano de trabalho considerado a 0,75m de altura. A única janela de correr está 
orientada para sul e mede 3,63m x 1,65m com peitoril de 1,00m. Na parte superior, a 
esquadria de 0,65m de altura possui vidro fantasia tipo pontilhado, enquanto o vidro do 
restante da janela possui película fumê. Há uma persiana que normalmente fica fechada. Há 
elemento externo ao prédio de 0,80m a 1,20m de projeção. A porta de entrada localiza-se na 
parede norte. O teto, as paredes e o piso são de cor clara. 
 
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Figura 07 – Sala “B”, onde se vê a esquadria com persiana fechada 
Fonte: A autora, 2013 
 
A sala “C” (Figura 08) apresenta as seguintes dimensões: 7,15m x 4,55m com 2,65m de pé 
direito. No interior da sala estão distribuídas quatro mesas de trabalho, uma mesa de reunião e 
armários, sendo o plano de trabalho considerado a 0,75m de altura. As duas janelas de correr 
estão orientadas para sul e medem 3,10m x 1,65m e 0,60m x 1,65m (Figura 09), ambas com 
peitoril de 1,00m. Na parte superior, a esquadria de 0,65m de altura possui vidro fantasia tipo 
pontilhado, enquanto o vidro do restante da janela possui película fumê. Apenas na esquadria 
maior, há uma persiana que normalmente fica fechada. Há elemento externo ao prédio de 
0,80m a 1,20m de projeção. A porta de entrada localiza-se na parede norte. O teto, as paredes 
e o piso são de cor clara. 
 
Figuras 08 e 09 – Sala “C”, onde se vê a esquadria com persiana fechada na extremidade esquerda e a esquadria 
estreita na extremidade direita 
Fonte: A autora, 2013 
 
A sala “D” (Figura 10) apresenta as seguintes dimensões: 11,25m x 4,55m com 2,65m de pé 
direito. No interior da sala estão distribuídas oito mesas de trabalho e uma mesa de reunião, 
sendo o plano de trabalho considerado a 0,75m de altura. As duas janelas de correr estão 
orientadas para sul e medem 3,10m x 1,65m e 3,20m x 1,65m, ambas com peitoril de 1,00m. 
Na parte superior, a esquadria de 0,65m de altura possui vidro fantasia tipo pontilhado, 
 
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enquanto o vidro do restante da janela possui película fumê. (Figura 11) Há elemento externo 
ao prédio de 0,80m a 1,20m de projeção. A porta de entrada localiza-se na parede norte. O 
teto e as paredes são de cor clara e o piso é escuro. 
 
Figuras 10 e 11 – Sala “D” e a esquadria padrão para a maioria das salas 
Fonte: A autora, 2013 
 
A metodologia utilizada na medição consistiu em aferir o nível de iluminância de acordo com 
as recomendações do projeto de norma da NBR 15215-4 da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA 
DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT (2005), que estabelece a metodologia para avaliação 
experimental das condições de iluminação interna de edificações. Para a determinação da 
quantidade mínima de pontos necessários, a mesma norma estabelece que se determine o 
Índice do Local (K) pela seguinte fórmula: 
K = C . L 
Hm . (C + L) 
Onde: 
C – comprimento do ambiente 
L – largura do ambiente 
Hm – altura entre o plano de trabalho e a parte inferior da verga da janela 
 
Fator K Nº de Pontos 
K<1 09 
1≤K<2 16 
2≤K<3 25 
K ≥3 36 
Tabela 01 – Quantidade mínima de pontos a serem medidos 
Fonte: Adaptado de ABNT (2005) 
 
Nas salas “A”, “C” e “D” foram determinados 18 pontos, enquanto que na B, foram 
determinados 9 pontos. 
 
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Foram utilizados dois luxímetros da marca PHYWE tombados pela Universidade Federal do 
Piauí –UFPI em 2007. (Figura 12) Os luxímetros foram comparados entre si, apresentando os 
mesmos resultados. Os dados dos mesmos seguem abaixo: 
 
Figura 12 – Luximetro B da marca PHYWE, utilizado na medição interna 
Fonte: A autora, 2012 
 
Luximetro A Luximetro B 
Número de tombamento: 75342 Número de tombamento: 75344 
Número de ordem: 07137.00 Número de ordem: 07137.00 
Número Serial: 379900012159 Número Serial: 379900012156 
Utilizado na medição interna Utilizado na medição externa 
Tabela 02 – Identificação dos equipamentos. 
Fonte: A autora, 2012. 
 
Conforme prevê a NBR 15215-4 “Iluminação natural – Parte 4: Verificação experimental das 
condições de iluminação interna de edificações – Método de medição”, as medições foram 
executadas seguindo uma malha predeterminada em um plano horizontal a uma altura de 
0,75m do nível do piso. 
A medição dos níveis de iluminância das salas ocorreu no dia 15 de janeiro de 2013, das 
14h50 as 15h22, cujo céu estava encoberto. Neste momento, todas as lâmpadas foram 
apagadas e, no caso das salas “B” e “C”, as persianas foram abertas. Durante esse período, a 
variação de iluminância solar externa seguiu os índices de variação de 3.530 a 9.600 lux. O 
resultado pontual pode ser conferido no esquema abaixo (Figura 13): 
 
 
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Figura 13 – Esquema gráfico dos Níveis de Iluminância das salas. A linha 1 representa os pontos mais distantes 
das aberturais laterais, enquanto a linha 3 representa os pontos mais próximos. As cores mais escuras 
representam os índices mais baixos enquanto as mais claras representam os mais altos 
Fonte: A autora, 2013 
 
Devido ao tempo encoberto, nenhum ponto atingiu o nível recomendado mínimo de 500 lux. 
O maior nível encontrado foi em um ponto próximo à janela nasala “B”, localizada na 
extremidade do edifício a sudoeste. É interessante notar que os pontos 3e e 3f da Sala “D”, 
apesar de se situarem próximo à esquadria de 5,11 m² de área, apresentaram baixos índices de 
22,30 e 30,70 lux, conseqüência provável da copa de uma árvore em terreno vizinho. 
Utilizando-se esses pontos e calculando o Fator de Luz Diurna (FLD) de cada um deles, 
obteve-se o seguinte resultado (Figuras 14, 15, 16, 17): 
 
Figura 14 - Planta baixa representando o resultado em porcentagem dos pontos medidos na sala A 
Fonte: A autora, 2013 
 
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Figura 15 - Planta baixa representando o resultado em porcentagem dos pontos medidos na sala B 
Fonte: A autora, 2013 
 
Figura 16 - Planta baixa representando o resultado em porcentagem dos pontos medidos na sala C 
Fonte: A autora, 2013 
 
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Figura 17 - Planta baixa representando o resultado em porcentagem dos pontos medidos na sala D 
Fonte: A autora, 2013 
 
Observa-se que o FLD mínimo de 2% é atingido somente nas salas B e C, nos pontos 3b, 3c e 
3e, respectivamente. 
Fazendo um comparativo com os valores de Iluminância direta e difusa na condição de céu 
encoberto no período de Inverno para a cidade de Teresina (SCARAZZATO, 1995), obtém-se 
a seguinte variação de luz durante o dia (Tabelas 03, 04, 05 e 06): 
 
SALA A
8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h
Ponto 1a 189.6 326.3 443.9 520.6 545.6 514.7 433.2 310.2 174.7 61.8 1.8 
Ponto 1b 295.1 507.8 690.9 810.3 849.1 801.0 674.3 482.8 271.9 2.8 2.8 
Ponto 1c 168.9 290.6 395.5 463.8 486.0 458.5 385.9 276.4 155.6 55.1 1.6 
Ponto 1d 156.9 270.0 367.4 430.8 451.5 425.9 358.5 256.7 144.6 51.1 1.5 
Ponto 1e 130.9 225.3 306.6 359.5 376.8 355.4 299.2 214.2 120.7 42.7 1.2 
Ponto 1f 231.6 398.6 542.4 636.0 666.5 628.8 529.3 379.0 213.5 75.5 2.2 
Ponto 2a 219.6 377.9 514.2 602.9 631.9 596.1 501.8 359.3 202.4 71.6 2.1 
Ponto 2b 267.5 460.3 626.3 734.5 769.7 726.1 611.2 437.7 246.5 87.2 2.5 
Ponto 2c 145.6 250.6 340.9 399.8 419.0 395.2 332.7 238.2 134.2 47.5 1.4 
Ponto 2d 140.2 241.3 328.4 385.1 403.5 380.7 320.5 229.5 129.2 45.7 1.3 
Ponto 2e 116.8 201.0 273.5 320.8 336.2 317.1 267.0 191.2 107.7 38.1 1.1 
Ponto 2f 87.8 151.1 205.6 241.1 252.7 238.4 200.7 143.7 80.9 28.6 0.8 
Ponto 3a 427.1 735.1 1,000.2 1,172.9 1,229.1 1,159.5 976.1 698.9 393.6 139.2 4.0 
Ponto 3b 443.9 764.0 1,039.6 1,219.1 1,277.6 1,205.2 1,014.5 726.5 409.2 144.7 4.2 
Ponto 3c 256.5 441.5 600.7 704.4 738.2 696.4 586.2 419.8 236.4 83.6 2.4 
Ponto 3d 279.5 481.0 654.5 767.5 804.3 758.8 638.7 457.4 257.6 91.1 2.6 
Ponto 3e 219.1 377.1 513.1 601.7 630.5 594.8 500.7 358.5 201.9 71.4 2.1 
Ponto 3f 78.0 134.2 182.6 214.1 224.4 211.7 178.2 127.6 71.9 25.4 0.7 
 
Legenda: 0 - 500 500 - 1000 1000 < x 
Tabela 03 - Níveis de Iluminância (E) dos 18 pontos da sala “A” analisados ao longo do dia, durante o período 
de inverno de acordo com a tabela de Scarazzato 
Fonte: A autora, 2013 
 
 
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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 
 
 
SALA B
8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h
Ponto 1a 88.7 152.6 207.6 243.5 255.2 240.7 202.6 145.1 81.7 28.9 0.8 
Ponto 1b 183.1 315.1 428.7 502.7 526.8 497.0 418.4 299.6 168.7 59.7 1.7 
Ponto 1c 373.5 642.7 874.5 1,025.6 1,074.7 1,013.9 853.5 611.1 344.2 121.8 3.5 
Ponto 2a 125.8 216.6 294.7 345.6 362.1 341.6 287.6 205.9 116.0 41.0 1.2 
Ponto 2b 297.7 512.3 697.1 817.5 856.7 808.1 680.3 487.1 274.4 97.1 2.8 
Ponto 2c 434.2 747.2 1,016.7 1,192.3 1,249.4 1,178.7 992.2 710.5 400.1 141.5 4.1 
Ponto 3a 96.9 166.8 226.9 266.1 278.9 263.1 221.5 158.6 89.3 31.6 0.9 
Ponto 3b 654.4 1,126.3 1,532.5 1,797.2 1,883.3 1,776.6 1,495.6 1,070.9 603.2 213.4 6.2 
Ponto 3c 806.0 1,387.1 1,887.3 2,213.3 2,319.4 2,188.0 1,841.9 1,318.9 742.8 262.8 7.6 
 
Legenda: 0 - 500 500 - 1000 1000 < x 
Tabela 04 - Níveis de Iluminância (E) dos 18 pontos da sala “B” analisados ao longo do dia, durante o período 
de inverno de acordo com a tabela de Scarazzato 
Fonte: A autora, 2013 
 
 
SALA C
8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h
Ponto 1a 69.8 120.1 163.5 191.7 200.9 189.5 159.5 114.2 64.3 22.8 0.7 
Ponto 1b 88.2 151.9 206.6 242.3 253.9 239.6 201.7 144.4 28.8 28.8 0.8 
Ponto 1c 63.9 110.0 149.7 175.6 184.0 173.6 146.1 104.6 58.9 20.8 0.6 
Ponto 1d 82.3 141.6 192.7 226.0 236.8 223.4 188.1 134.7 75.8 26.8 0.8 
Ponto 1e 141.5 243.5 331.4 388.6 407.2 384.2 323.4 231.6 130.4 46.1 1.3 
Ponto 1f 214.4 368.9 502.0 588.7 616.9 582.0 489.9 350.8 197.6 69.9 2.0 
Ponto 2a 175.4 301.9 410.7 481.7 504.7 476.2 400.8 287.0 161.7 57.2 1.6 
Ponto 2b 151.9 261.3 355.6 417.0 437.0 412.3 347.0 248.5 140.0 49.5 1.4 
Ponto 2c 84.6 145.6 198.1 232.3 243.4 229.6 193.3 138.4 78.0 27.6 0.8 
Ponto2d 337.2 580.3 789.6 926.0 970.3 915.4 770.6 551.8 310.8 109.9 3.2 
Ponto 2e 336.8 579.6 788.6 924.8 969.2 914.3 769.6 551.1 310.4 109.8 3.2 
Ponto 2f 472.6 813.4 1,106.8 1,297.9 1,360.2 1,283.1 1,080.1 773.4 435.6 154.1 4.4 
Ponto 3a 257.4 443.1 602.8 706.9 740.8 698.9 588.3 421.3 237.3 83.9 2.4 
Ponto 3b 87.0 149.8 203.8 239.0 250.5 236.3 198.9 142.4 80.2 28.4 0.8 
Ponto 3c 113.6 195.5 266.0 312.0 326.9 308.4 259.6 185.9 104.7 37.0 1.1 
Ponto 3d 246.7 424.6 577.7 677.5 709.9 669.7 - 403.7 227.4 80.4 2.3 
Ponto 3e 667.5 1,148.8 1,563.1 1,833.1 1,921.0 1,812.2 1,525.5 1,092.3 615.2 217.6 6.3 
Ponto 3f 507.7 873.8 1,188.9 1,394.2 1,461.1 1,378.3 1,160.3 830.8 467.9 165.5 4.8 
 
Legenda: 0 - 500 500 - 1000 1000 < x 
Tabela 05 - Níveis de Iluminância (E) dos 18 pontos da sala “C” analisados ao longo do dia, durante o período 
de inverno de acordo com a tabela de Scarazzato 
Fonte: A autora, 2013 
 
 
Avaliação da iluminação natural em salas de edificação institucional em Teresina-PI Dezembro/2013 
 
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013 
 
SALA D
8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h
Ponto 1a 170.8 293.9 400.0 469.0 491.5 463.7 390.3 279.5 157.4 55.7 1.6 
Ponto 1b 184.8 318.1 432.8 507.5 531.8 501.7 422.3 302.4 170.3 60.3 1.7 
Ponto 1c 80.5 138.6 188.6 221.1 231.8 218.6 184.0 131.8 74.2 26.3 0.8 
Ponto 1d 87.3 150.2 204.4 239.7 251.2 236.9 199.5 142.8 80.4 28.5 0.8 
Ponto 1e 101.7 175.1 238.2 279.3 292.7 276.1 232.5 166.5 93.7 33.2 1.0 
Ponto 1f 133.0 228.9 311.5 365.3 382.8 361.1 304.0 217.7 122.6 43.4 1.3 
Ponto 2a 261.8 450.5 613.0 718.9 753.4 710.7 598.3 428.4 241.3 85.3 2.5 
Ponto 2b 279.4 480.9 654.3 767.3 804.1 758.6 638.6 457.2 257.5 91.1 2.6 
Ponto 2c 161.5 278.0 378.2 443.5 464.8 438.5 369.1 264.3 148.9 52.7 1.5 
Ponto 2d 109.9 189.1 257.3 301.7 316.2 298.3 251.1 179.8 101.3 35.8 1.0 
Ponto 2e 226.4 389.6 530.1 621.7 651.5 614.6 517.4 370.5 208.6 73.8 2.1 
Ponto 2f 308.8 531.5 723.2 848.1 888.8 838.4 705.8 505.4 284.6 100.7 2.9 
Ponto 3a 239.7 412.5 561.2 658.1 689.7 650.6 547.7 392.2 220.9 78.1 2.3 
Ponto 3b 414.3 713.0 970.1 1,137.7 1,192.2 1,124.7 946.8 677.9 381.8 135.1 3.9 
Ponto 3c 165.9 285.5 388.4 455.5 477.4 450.3 379.1 271.4 152.9 54.1 1.6 
Ponto 3d 61.6 106.0 144.2 169.2 177.3 167.2 140.8 100.8 56.8 20.1 0.6 
Ponto 3e 158.1 272.1 370.2 434.1 454.9 429.2 361.3 258.7 145.7 51.5 1.5 
Ponto 3f 207.9 357.8 486.9 571.0 598.4 564.5 475.2 340.2 191.6 67.8 2.0 
 
Legenda: 0 - 500 500 - 1000 1000 < x 
Tabela 06 - Níveis de Iluminância (E) dos 18 pontos da sala “D” analisados ao longo do dia, durante o período 
de inverno de acordo com a tabela de Scarazzato 
Fonte: A autora, 2013 
 
Levando-se em consideração que a sala “A” trata-se de uma sala de reunião, os pontos mais 
relevantes são os mais próximos à mesa central (2b, 2c, 2d, 2e e 2f). Porém, nota-se que 
somente o 2b atinge níveis satisfatórios durante a maior parte da manhã. Já os pontos 
próximos à esquadria atendem os índices mínimos, sendo que os pontos 3a e 3b apresentaram 
iluminação excessiva. É importante notar que os maiores índices foram encontrados à direita 
da abertura lateral, em função da posição do Sol a oeste no momento da medição. 
Já a sala B foi a que apresentou os maiores índices, em função de área da abertura (5,98m²) 
em relação à área da sala (15,70m²) e sua posição na edificação no momento da medição. A 
mesa de trabalho localiza-se na área dos pontos 1a, 2a e 3a, que são os mais desfavoráveis em 
relação à iluminação natural. Em compensação, os pontos mais próximos à janela, 3b e 3c 
atingem níveis excessivos, o que explica o uso preferencial da persiana e da iluminação 
artificial para compensar o restante do ambiente. 
Na sala “C” tem-se uma situação favorável em relação às estações de trabalho, localizadas na 
área dos pontos 2d, 2e, 2f, 3e, 3d e 3f. Com exceção dos dois pontos mais próximos da 
abertura, 3e e 3f, os outros situam-se dentro dos níveis recomendados. Contudo, os usuários 
dessa sala utilizam a persiana sempre fechada e todas as luzes artificiais ligadas. Já a mesa de 
reunião, situada nos pontos 2a e 2b, encontra-se em situação desfavorável. A esquadria 
estreita próxima a ela não é suficiente para tingir os índices mínimos. 
Por último, na sala “D”, percebe-se que a esquadria mais a oeste proporciona melhor 
iluminação que a esquadria a leste, mesmo possuindo áreas equivalentes. A razão disso se 
deve a localização do Sol mais a oeste no momento da medição e a presença de uma árvore de 
grande porte em terreno a leste da edificação. 
 
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6. Conclusão 
Através das reflexões desenvolvidas nesse artigo, foi possível constatar a importância de 
relacionar o projeto de iluminação ao projeto arquitetônico. O edifício estudado foi projetado 
provavelmente para ser iluminado e condicionado artificialmente, e essa iniciativa define a 
utilização dos espaços, com o uso contínuo da iluminação artificial e a utilização rígida de 
persianas, não havendo uma regulagem dessas ao longo do dia. Nota-se que o contexto urbano 
interfere na iluminação, como foi detectado na sala “D”. 
Não há uma disposição do layout em relação à iluminação artificial e em alguns casos, as 
mesas localizam-se longe das esquadrias (situação da sala “B”) e em outros, ocorre a situação 
de o usuário localizar-se de costas para a abertura, provocando sombra sobre a superfície de 
trabalho. 
As grandes áreas de janelas se contrapõem à profundidade das salas, algumas com 4,55m. No 
caso da sala “B” a iluminação tornou-se mais eficiente por ser a menos profunda, 2,80m de 
largura. Próximo às janelas, ocorrem iluminâncias elevadas sobreplanos de trabalho de cor 
clara, provocando contrastes excessivos com as áreas mais distantes, mal iluminadas. A 
aplicação de fumê em todos os vidros favorece ganhos térmicos e representa aumento no 
consumo de energia para condicionar o ambiente. A iluminação artificial acaba sendo a única 
opção para garantir as iluminâncias necessárias e permitir uma percepção mais agradável do 
ambiente. Todavia, para uma melhor otimização do consumo de energia, o ideal seria o uso de 
sensores que regulassem a necessidade de complementação da luz artificial ao longo do dia. 
 
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