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PETIÇÃO CÍVEL 2

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Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) de Direito do Juizado Especial Cível da comarca de Boa Vista- Roraima.
ISIDORO MARTINS, brasileiro, estado civil, advogado inscrito na OAB- RN 1301, data de nascimento, portador do CPF 013.899.55, RG ..., endereço eletrônico, residente e domiciliado na rua João Martins, 1305, Parque 10, na cidade de Manaus- AM, vem , conforme procuração anexa, possuidor do endereço eletrônico ..., com endereço profissional situado à rua ..., onde recebe intimações, com fulcro no art. 319 do CPC, propor a presente:
Ação de Reintegração de Posse c/c Pedido de liminar , Perdas e Danos e Reparação de Dano Moral
 em face de Orlando da Luz, brasileiro, estado civil, aposentado, data de nascimento, inscrito no RG 3456 SSP/RR e no CPF 090.631.111, endereço eletrônico, residente na rua Leonildas Ribeiro, 1114, Município do Cantá/RR, e em face de Divina Andrade da Luz, brasileira, estado civil, professora, data de nascimento, portadora do RG 37.800 SSP/RR e do CPF 777.892.344, endereço eletrônico, residente e domiciliada na rua ..., pelos motivos de fato e de direito a seguir exposto.
I – DOS FATOS E FUNDAMENTOS:
O autor adquiriu um sitio, localizado no interior do Município de Boa Vista-RR, com 25 ha, denominado BOA NOVA pelo preço de R$ 30.000, o valor foi pago em moeda corrente nacional.
Isidoro adquiriu a propriedade do Sr. Orlando da Luz, tendo as partes firmado um instrumento de cessão possessória em 07/04/2017.
Vislumbra-se que, a parte autora ao chegar a Boa Vista tomou conhecimento de que o sítio estaria sendo ocupado por terceiros, e, imediatamente dirigiu-se ao local, onde foi recebido pela filha do requerido, a Senhora Divina Andrade da Luz, que estava residindo no local desde 30/06/2017. 
Ocorre excelência que, a referida, para adentrar na propriedade, quebrou a chave da porteira, e arrombou a porta da sede, transferindo-se com seus filhos para o local.
Outrossim, a requerida afirma que não sairá do local até que receba a sua parte na venda do imóvel da qual alega ter direito a 50% por estar o referido sítio alienado em seu nome. Além da resistência ao deixar o local, o adquirente Isidoro Martins foi agredido e ofendido com palavras de baixo calão pela Sra. Divina e filhos que estão residindo no referido sitio. 
Como de conhecimento geral, na ação de manutenção ou reintegração de posse é necessário ao autor comprovar os requisitos do artigo 561 do CPC, vejamos: 
O Art. 561 do CPC determina que incumbe ao Autor provar:
“I – a sua posse;
II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III – a data da turbação ou do esbulho;
IV – […]; a perda da posse, na ação de reintegração.”
A posse do autor,conforme os fatos acima expostos, foi firmado através de contrato particular de cessão de direitos possessórios. 
 O esbulho praticado pelo réu deu-se a partir do dia 30 de junho de 2017, quando este, invadiu a propriedade, quebrando a chave da porteira e arrombando a porta da sede transferindo-se para dentro juntamente de seus filhos. Além de recusar-se a sair do referido local. 
E assim tem sido decido no Tribunal de Justiça do Estado de MG:
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - ESBULHO - CONFIGURAÇÃO.
Configura esbulho fazer uso de área alheia como se fosse própria, obstando o cumprimento de imissão de posse tornada efetiva. Por isso, a proteção possessória atual deve ser tutelada, para que a posse se mantenha mansa e pacífica com quem de direito provou exercê-la, enquanto não impedida.( TJ-MG – Apelação Civel AC 10427130000883001 MG (TJ-MG), Décima Segunda Câmara Cível, Relator: Saldanha da Fonseca, Julgado em 24/08/2015).
Data do esbulho e perda da posse:
A data do esbulho é aquela em que após firmado contrato por meio de cessão de direito possessório qual seja na data do dia 07/04/2017, bem como encerrado o prazo ao requerido para que desocupasse o imóvel. A perda da posse também está comprovada pela recusa da requerida Divina a restituir a posse ao autor. Pelo exposto, uma vez que o esbulho é de menos de ano e dia e estando devidamente instruída a inicial com documentos comprobatórios dos requisitos estabelecidos no art. 561 do CPC, deve ser expedido o mandado liminar de reintegração de posse, na forma preconizada no art. 562 da mesma verba legislativa.
Ainda neste sentido, caracteriza-se a posse pelo poder fático que alguém exerce, com exclusividade, sobre determinada coisa, com aparência de dono, ainda que dono não seja. Já o esbulho é caracterizado pelos vícios objetivos da posse enumerados no art. 1.200 do Código Civil, que são: a) ato de violência (força ou ameaça contra a pessoa do possuidor ou seus detentores); b) precariedade(conduta de quem se recusa a restituir o bem após o término da relação contratual que lhe conferiu a posse direta); clandestinidade (conduta daquele que, aproveitando-se da ausência do vizinho, por exemplo, arreda as dividas do imóvel, de modo a alterar-lhe os limites).
Desta forma, não restam duvidas que esse MM juízo expeça mandado de reintegração ou alternativamente manutenção de posse na fração a qual o Autor sofreu esbulho com a invasão da Senhora Divina juntamente com seus filhos.
III. DA LIMINAR
Ao tratar da reintegração de posse, dispõe a lei processual no seu artigo Art. 562. 
``Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada´´. Max ima vênia, entendemos que o deferimento de medida liminar de natureza possessória, nos termos dos artigos 554 e seguintes do NCPC, fica à deriva da comprovação do implemento dos requisitos do artigo 561 do referido Diploma Legal, independentemente de restarem configuradas as condições do artigo 300 do NCPC.
A jurisprudência é pacifica, nesse sentido, vejamos:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. POSSE (BENS IMÓVEIS). AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. LIMINAR. Presentes os requisitos do artigo 561 do Código de Processo Civil, mantém-se a decisão que deferiu pedido liminar de reintegração de posse. RECURSO DESPROVIDO. UNÂNIME. (Agravo de Instrumento Nº 70040290744, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege Puricelli Pires, Julgado em 17/02/2011)”
“POSSESSÓRIA. LIMINAR. Liminar em ação de reintegração de posse. Concessão. Incontroversa a posse anterior e o esbulho recentemente praticado. Art. 561, do CPC. Relação de contrato verbal entre as partes. Livre exame da prova pelo Juiz. Seguimento negado ao agravo. (Agravo de Instrumento Nº 70041160755, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Rafael dos Santos Júnior, Julgado em 10/02/2011)”
Dessa feita, douto, a presente peça de ingresso, traz provas que demonstram ser o autor posseiro/possuidor da área a qual teve a sua posse esbulhada. Assim Requer seja deferido mandado de reintegração na posse ou alternativamente mandado de manutenção LIMINAR.
III – PERDAS E DANOS
Durante o período de 30/06/2017, o autor perdeu o bem, o que lhe causou a suspensão de suas atividades, bem como danos causados no referido sítio, haja vista que a Sra. Divina quebrou a chave da porteira e arrombou a porta da sede. E ainda os gastos com passagens , considerando que o Requerente mora em outro Estado.
Tal conduta, indubitavelmente, lhe causou danos estimados em mais de R$ 1.000,00.
Trata-se de direito amplamente reconhecido ao autor, conforme precedentes sobre o tema:
“A reparação do dano moral tem natureza punitiva, aflitiva para o ofensor, com o que tem a importante função, entre outros efeitos, de se evitar que se repitam situações semelhantes”(AP. 195.039094/95).
Neste sentido, também já se posicionou o STJ, prevendo que o arbitramento judicial seja feito a partir de três dados relevantes, o nível econômico do ofendido, o porte econômico do ofensor e as condições em que se deu a ofensa. (STJ, RESP 6048-0/RS).
 
A indenização por danoscausados deve alcançar valor tal que sirva de exemplo e punição para o réu, servindo ao Autor como compensação pela dor sofrida.
IV. DO DANO MORAL
No caso em tela, as atitudes praticadas pelo Réu ensejaram o dever de indenizar o Autor, visto que este foi colocado em situação angustiante, desgastante e vexatória. 
Segundo a melhor doutrina, o objetivo primordial da Responsabilidade Civil é a restauração da harmonia moral e patrimonial sofrida pelo Autor após os danos perpetrados pelo Réu.
Assim, a responsabilização civil é a aplicação das medidas que obriguem uma ou mais pessoas a reparar o dano moral ou patrimonial, causado a terceiros em decorrência de atos praticados por elas.
Para a determinação da existência de dano moral, como elemento da responsabilidade civil, é indispensável que haja ofensa objetiva para o primeiro e subjetivo para o segundo, de um bem jurídico tutelado. No caso ora abordado, o bem jurídico violado pelo Réu foi o direito à honra e à intimidade do autor, decorrente do constrangimento a ela imposta pela conduta descrita.
O Réu agiu com plena má-fé. Sua conduta teve o claro interesse de causar danos à imagem do Autor. 
V. DOS PEDIDOS
Face do exposto requer;
- o deferimento liminar de reintegração de posse do Sitio Boa Nova o qual sofreu esbulho, para que a ré se abstenha de adentrar pessoas, cessando daí a situação de esbulho;
- a citação da demandada, e ao final total procedência da ação, tornando definitivos os efeitos da liminar;
- a condenação da ré aos pagamentos de danos, em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência;
- a aplicação de multa diária, caso a Ré, adentre com pessoas ou qualquer ato que turbe a posse do autor;
- a produção de todos os meios de provas em direito admitidas, especialmente documental e testemunhal;
- a condenação da ré ao pagamento de custas, despesas processuais e honorários advocatícios, nos termos do artigo 85 CPC/2015.
Dá-se a causa o valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais).
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Boa Vista, 30 de Setembro de 2017.
 
 Isidoro Martins
 OAB/RN 1301

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