Buscar

prática simulada I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) de Direito do Juizado Especial Cível da comarca de Boa Vista- Roraima.
ISIDORO MARTINS, brasileiro, estado civil, advogado inscrito na OAB- RN 1301, data de nascimento, portador do CPF 013.899.55, RG ..., endereço eletrônico, residente e domiciliado na rua João Martins, 1305, Parque 10, na cidade de Manaus- AM, vem , por seu representante, in fine, conforme procuração anexa, possuidor do endereço eletrônico ..., com endereço profissional situado à rua ..., onde recebe intimações, com fulcro no art. 840, §1º da CLT c/c art. 319 do CPC, propor a presente:
 Ação de Reintegração de Posse c/c pedido de Liminar, Perdas e Danos e Reparação de Dano Moral, 
nos termos do artigo 926 e seguintes do Código de Processo Civil, em face de Orlando da Luz, brasileiro, estado civil, aposentado, data de nascimento, inscrito no RG 3456 SSP/RR e no CPF 090.631.111, endereço eletrônico, residente na rua Leonildas Ribeiro, 1114, Município do Cantá/RR, e em face de Divina Andrade da Luz, brasileira, estado civil, professora, data de nascimento, portadora do RG 37.800 SSP/RR e do CPF 777.892.344, endereço eletrônico, residente e domiciliada na rua ..., pelos motivos de fato e de direito a seguir exposto.
I – DOS FATOS:
O autor adquiriu um sitio, localizado no interior do município de Boa Vista-RR, com 25 ha denominado BOA NOVA pelo preço de 30.000, o valor foi pago em moeda corrente nacional.
Isidoro adquiriu a propriedade do Sr. Orlando da Luz, tendo as partes firmado um instrumento de cessão de direitos possessórios em 07/04/2017.
Ocorre que, a parte autora ao chegar a Boa Vista tomou conhecimento de que o sítio estaria sendo ocupado por terceiros, e, imediatamente dirigiu-se ao local, onde foi recebido pela filha do requerido, a Sra. Divina Andrade da Luz, que estava residindo no local desde 30/06/2017. 
Ocorre excelência que, a referida, para adentrar na propriedade, quebrou a chave da porteira, e arrombou a porta da sede, transferindo-se com seus filhos para o local.
Outrossim, a requerida afirma que não sairá do local até que receba a sua parte na venda do imóvel da qual alega ter direito a 50% por estar o referido sítio alienado em seu nome. Sendo que, ao chegar no local o adiquirente Isidoro Martins foi agredido e ofendido com palavras de baixo calão pela Sra. Divina e filhos que estão residindo no referido sitio. 
II – DO DIREITO:
O Art. 561 do CPC determina que incumbe ao Autor provar:
“I – a sua posse;
II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III – a data da turbação ou do esbulho;
IV – […]; a perda da posse, na ação de reintegração.”
É isso o que faz o autor nos itens que seguem.
A posse do autor, conforme a lição da doutrina a seguir, está consubstanciada pela certidão do Registro de Imóveis dando conta de que o requerente é proprietário do bem objeto da lide, sendo prova suficiente de sua posse.
APELAÇÃO CÍVEL. PROPRIEDADE E DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS. AÇÃO REIVINDICATÓRIA CUMULADA COM INDENIZATÓRIA. REGISTRO IMOBILIÁRIO. PRESUNÇÃO RELATIVA. PROPRIEDADE DO POSSUIDOR DIRETO COMPROVADA. Trata-se de ação reivindicatória cumulada com indenizatória, na qual os demandantes postulam a posse (propriedade e o direito de sequela inerente a ela) do imóvel descrito na inicial, julgada improcedente na origem. A ação reivindicatória só pode ser manejada pelo proprietário e seu ajuizamento pressupõe a prova da propriedade, individualização da área reivindicada e demonstração da existência da posse injusta do réu. No caso dos autos os demandantes juntaram aos autos as matrículas dos imóveis fustigados, e seus nomes estão nominados como proprietários, o que, lhes trás legitimidade para ocuparem o pólo ativo da presente ação. Contudo, em que pese os atos do Oficial de Registros de Imóveis gozem de fé-pública, estes possuem presunção juris tantum de veracidade, ou seja, presunção relativa de veracidade, todavia, para o seu afastamento é necessária prova cabal. No caso em testilha, restou evidente nos autos que a posse do demandado é válida, máxime pela sentença da ação de resolução contratual, transcrita no r. julgado, na qual os litigantes desta ação reivindicatória compõe a lide. Manutenção da sentença que julgou improcedente a ação reivindicatória frente à comprovação da propriedade do imóvel em favor do requerido. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70034078170, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Niwton Carpes da Silva, Julgado em 08/09/2011). (grifei).
 “Precária é a posse que se origina do abuso de confiança: alguém recebe uma coisa por um título que o obriga à restituição, em prazo certo ou incerto, como por empréstimo ou aluguel, e recusa injustamente a fazer a entrega.” (FULGÊNCIO, T. Da Posse e Das Ações Possessórias. 9ª ed. ver. e atual. por José de Aguiar Dias. Rio de Janeiro : Forense, 1997. vol. I. p. 39.)
No mesmo sentido é a lição de ARNOLDO WALD:
“Admite-se até que os interditos sejam utilizados pelo possuidor indireto contra o possuidor direto e por este contra aquele, no caso em que um dos possuidores viola a posse do outro. (…) O interdito também pode ser utilizado pelo comodante contra o comodatário que se recusa a devolver o objeto dado em comodato”. (WALD, A. Curso de Direito Civil Brasileiro. 10ª ed. São Paulo : RT, 1995. vol. III – Direito das Coisas. p. 65.).
E assim tem sido decidido o Tribunal de Justiça deste Estado:
COMODATO. NOTIFICAÇÃO. PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA. Tratando-se a controvérsia de caráter possessório, descabe a remessa dos autos à Justiça do Trabalho, competente a Estadual (comum) para o julgamento. MÉRITO. Finda a relação de emprego e a permanência do apelante no imóvel, dando-se em razão de comodato verbal, o qual teve seu término com notificação não atendida, caracterizado se mostra o esbulho possessório, bem como a presença do art. 927, `caput e incisos do CPC, na medida em que o apelante permanece ocupando o imóvel ciente de que não possui autorização para tanto. Exerce, pois posse injusta, não havendo que se falar em impossibilidade jurídica do pedido pela não utilização da ação de despejo. Caso em que o réu não comprovou que tenha corrido às suas expensas as benfeitorias alegadas, sequer lembrando-se do valor que teria alcançado a tal título. APELAÇÃO IMPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70013935374, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Elaine Harzheim Macedo, Julgado em 24/01/2006) (grifei);
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. COMODATO VERBAL POR PRAZO INDETERMINADO. NOTIFICAÇÃO. ESBULHO CARACTERIZADO. Demonstrada a posse do imóvel e comprovado o seu empréstimo, a título gratuito, configurando comodato verbal, a sua não-desocupação caracteriza esbulho. Precária a posse, cabível a reintegratória. Hipótese em que a demandada residia no imóvel em razão do seu casamento com o filho do proprietário do bem, que deste se retirou após o término da relação conjugal. RETENÇÃO POR BENFEITORIAS. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. ART. 744, PARÁGRAFO PRIMEIRO, INCISOS, CPC. Não merece amparo a pretendida indenização por benfeitorias, vez que estas não dispensam a prova de sua existência, conforme reza o artigo 744, parágrafo 1º, incisos, CPC, e deste ônus não se desincumbiu a demandada, vez que não comprovou qualquer desembolso a título de benfeitorias no imóvel. Apelação desprovida. (Apelação Cível Nº 70009479114, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall’Agnol, Julgado em 07/12/2004). (grifei);
c) Data do Esbulho e Perda da Posse:
A data do esbulho é aquela em que encerrado o prazo concedido ao requerido para que desocupasse o imóvel, qual seja 26/11/2010.
A perda da posse também está comprovada pela recusa do réu a restituir a posse ao autor, embora pessoalmente notificado para tal.
Pelo exposto, uma vez que o esbulho é de menos de ano e dia e estando devidamente instruída a inicial com documentos comprobatórios dos requisitos estabelecidos no art. 927 do CPC, deve ser expedido omandado liminar de reintegração de posse, na forma preconizada no art. 928 da mesma verba legislativa.
DO DIREITO
Ao que dispõe o art 1210 do Código Civil;
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
IN casu sub judice, o autor, traz prova do fato constitutivo do seu direito, ônus que lhe incumbe, nos termos do artigo 373, I, sendo que a ré, devera, caso queira, provar acerca de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (art. 373, II do NCPC).
Nossos tribunais de forma uníssona tem decidido;
APELAÇÃO CÍVEL. POSSE (BENS IMÓVEIS). AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. EXCEÇÃO DE USUCAPIÃO ARGUIDA COMO DEFESA. POSSIBILIDADE. POSSE MANSA, PACÍFICA E COM ANIMUS DOMINI POR PARTE DO RÉU. FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE NÃO EXERCIDA PELO AUTOR. Em que pese tenha como leito natural evidentemente a ação petitória, não se pode afastar a defesa por meio de exceção de usucapião das possessórias, haja vista que não será discutido domínio, apenas a melhor posse. Comprovada posse mansa, pacífica e com animus domini por parte do demandado por mais de dez anos, é de ser acolhida a exceção arguida. Acolhimento que, distintamente do que ocorre na ação própria, não tem em efeito mandamental, considerada a ausência de angularização plúrima do processo e intervenção do Ministério Público. Julgamento de improcedência do pedido reintegratório, até porque comprovado, no caso concreto, que o autor não destinava qualquer função ao imóvel. RECURSO PROVIDO À UNANIMIDADE. (Apelação Cível Nº 70046370144, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege Puricelli Pires, Julgado em 10/05/2012)
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. POSSE (BENS IMÓVEIS). AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO NÃO CONFIGURADA. POSSE ANTERIOR COMPROVADA. INDENIZAÇÃO PELAS ACESSÕES REALIZADAS. DIREITO DE RETENÇÃO. CABIMENTO. AGRAVO RETIDO PREJUDICADO. I. Baseando-se o autor da demanda possessória não apenas no título de propriedade, hipótese que autorizaria apenas o ajuizamento da competente ação petitória, mas também na alegação de posse anterior ao esbulho, descabe falar-se em impossibilidade jurídica do pedido de reintegração de posse. 
II. Os requisitos da reintegração de posse são aqueles elencados no art. 927 do Código de Processo Civil, quais sejam: a) posse anterior; b) a turbação ou o esbulho praticados pelo réu; c) data da turbação ou do esbulho; d) a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção; a perda da posse, na ação de reintegração. No caso dos autos, comprovou o autor a posse anterior sobre o bem discutido nos autos, bem como o esbulho sofrido. III. Realizadas acessões artificiais pelo possuidor direto, e demonstrada sua boa-fé, cabível direito de indenização e retenção. Exegese dos artigos 1.219 e 1.255 do CC. À UNANIMIDADE, JULGARAM PREJUDICADO O AGRAVO RETIDO E DERAM PARCIAL PROVIMENTO À APELAÇÃO. (Apelação Cível Nº 70056132475, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege Puricelli Pires, Julgado em 03/10/2013).
Douto, caracteriza-se a posse pelo poder fático que alguém exerce, com exclusividade, sobre determinada coisa, com aparência de dono, ainda que dono não seja. Já o esbulho é caracterizado pelos vícios objetivos da posse enumerados no art. 1.200 do Código Civil, que são: a) ato de violência (força ou ameaça contra a pessoa do possuidor ou seus detentores); b) precariedade(conduta de quem se recusa a restituir o bem após o término da relação contratual que lhe conferiu a posse direta); clandestinidade (conduta daquele que, aproveitando-se da ausência do vizinho, por exemplo, arreda as dividas do imóvel, de modo a alterar-lhe os limites).
Importa consignar ser irrelevante para a presente ação eventual discussão acerca do direito de propriedade sobre o imóvel em litígio.
Diante de tal contexto, impende analisar somente, se os requisitos para manutenção e reintegração de fração das terras, os direitos de posse estejam devidamente preenchidos em favor do autor.
No Estado de Direito, cabe ao Estado prestar tutela jurisdicional, sendo certo que nenhuma lesão ou ameaça a direito será excluída da apreciação do Poder Judiciário (C. F., art. 5º, XXXV).
A posse anterior do autor no imóvel esbulhado, por sua vez, resta comprovada pelos documentos anexos, também os quais demonstram que no dia 16/08/2013 foi esbulhado. Daí, conclui-se que exerceu posse antes do ingresso do ato de esbulho pelos requeridos.
Portanto, entendemos demonstrados pelo autor os requisitos do artigo 560, seguintes do NCPC e, ausente comprovação quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, podendo sem sombra de duvida esse MM juízo expedir mandado de reintegração ou alternativamente manutenção de posse na fração a qual o Autor sofreu turbação com ingresso de máquinas e derrubada de cercas.
DA LIMINAR
Ao tratar da manutenção e da reintegração de posse, dispõe a lei processual no seu artigo Art. 562. ``Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada´´. Max ima vênia, entendemos que o deferimento de medida liminar de natureza possessória, nos termos dos artigos 554 e seguintes do NCPC, fica à deriva da comprovação do implemento dos requisitos do artigo 561 do referido Diploma Legal, independentemente de restarem configuradas as condições do artigo 300 do NCPC.
A jurisprudência é pacifica, nesse sentido, vejamos;
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. POSSE (BENS IMÓVEIS). AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. LIMINAR. Presentes os requisitos do artigo 927 do Código de Processo Civil, mantém-se a decisão que deferiu pedido liminar de reintegração de posse. RECURSO DESPROVIDO. UNÂNIME. (Agravo de Instrumento Nº 70040290744, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege Puricelli Pires, Julgado em 17/02/2011)”
“POSSESSÓRIA. LIMINAR. Liminar em ação de reintegração de posse. Concessão. Incontroversa a posse anterior e o esbulho recentemente praticado. Art. 927, do CPC. Relação de contrato verbal entre as partes. Livre exame da prova pelo Juiz. Seguimento negado ao agravo. (Agravo de Instrumento Nº 70041160755, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Rafael dos Santos Júnior, Julgado em 10/02/2011)”
Dessa feita, douto, a presente peça de ingresso, traz provas que demonstram ser o autor posseiro/possuidor da área a qual teve a sua posse turbada, dita posse é pretérita ao contrato de locação das terras adjacentes, que se anexaram, o referido contrato de locação data de, 1998, e não é ora discutido, servindo apenas para demonstrar, também, e a posse é atestada através das declarações firmadas pelos confinantes e vizinhos do autor, sobre a referida turbação o autor registrou boletim de ocorrência nº 9401/2013, 22ª Delegacia de Policia e 1655/2013 e na delegacia de proteção ao idoso, e ainda, através das fotografias recentes do local qual dão conta da posse do autor e da turbação, Assim Requer seja deferido mandado de reintegração na posse ou alternativamente mandado de manutenção LIMINAR.
III – DA INDENIZAÇÃO:
Deve o requerido ser condenado pelo pagamento de aluguéis que venham a vencer a partir de 25/11/2010, data em deveria ter restituído a posse imóvel tendo em vista o último dia da notificação extrajudicial, até a data em que esta retorne à mão do autor.
O art. 582 do Novo Código Civildispõe que “…o comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante”.
O diploma processual, pela norma contida no art. 921, I, admite que em ação possessória seja cumulado pedido de condenação por perdas e danos.
Dessa forma, eis o seguinte precedente:
APELAÇÃO CÍVEL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. CUMULADA COM PERDAS E DANOS. COMODATO. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL. NÃO DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL. ESBULHO CARACTERIZADO. POSSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE ALUGUÉIS. INTELIGÊNCIA DO ART. 582 DO CCB. VALOR FIXADO A TÍTULO DE ALUGUEL. MANTIDO. Comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante. Inteligência do art. 582 do CCB. Valor do aluguel arbitrado na sentença não merece reforma, pois não impugnado no momento oportuno. Não fosse por isso, não ficou demonstrado que a quantia fixada não reflete a realidade do mercado. Ônus de quem alega. NEGARAM PROVIMENTO AO APELO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70026502674, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Cláudio Augusto Rosa Lopes Nunes, Julgado em 25/08/2011). (grifei);
IV – DO PEDIDO:
Em face do exposto, requer o autor:
a) Seja expedido, sem ouvir-se o réu, mandado liminar de reintegração de posse, nos termos do art. 928 do CPC;
b) Na ocasião em que intimado o réu da decisão liminar, seja também citado para que conteste a ação, querendo, no prazo de cinco (5) dias, com a advertência da parte final do art. 285 do CPC;
c) A condenação do réu ao pagamento de aluguéis, a serem arbitrados por V. Exª., desde 26/11/2010 até que reintegrados o autor na posse do bem;
d) seja deferido o benefício da gratuidade processual ao demandante nos termos do artigo 4º da Lei 1.060/50;
d) Ao final, seja a ação julgada TOTALMENTE PROCEDENTE, condenando-se o requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios;
e) Protesta o autor em provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, em especial a oitiva de testemunhas ao final arroladas.
Nesses termos,
Pede deferimento.
Valor da causa: O de alçada.
Porto Alegre, 26 de setembro de 2011.
FATOS
O Autor é possuidor desde meados de 1990 de uma fração de aproximadamente 1100 m2 de terras, que se localizam na parte dos fundos da avenida... Nº 1644, fazendo divisas ao OESTE, com extensão de 50m00 com terras que é ou foi de ..., ao LESTE com extensão de 50m00 com terras que é ou foi dos irmãos Greco, ao NORTE 22m00 com terras que são ou foram de..., AO SUL tem extensão de 84,98 do alinhamento projetado do prolongamento da rua..., e é fração de terras pertencente da matricula xxxx, ficha - x-, av xxx-xx-xxx Remanescente II, conforme documento anexo, assim também ao SUL com extensão 21m82, com terras da matricula nº xxxxx, fls. 01 do registro de imóveis da..., pertencentes a ...
O AUTOR em meados de xxxx passou ocupar a referida fração de terras, sem oposição alguma, e em xxxxxxx transferiu a sua razão social empresarial para fração de terras adjacentes, a qual manifestou-se a..., que formalizou contrato de locação desde xxxxxxxxxxx. E assim, desde então, vem utilizando a área possuídaem anexo a área locada.
Entretanto no dia xxxxxxxx, teve sua posse turbada, e cercas danificadas, ingresso de maquinas e pessoas armadas que se dizem proprietárias do imóvel. ( B. O. ANEXO)
Como de conhecimento geral, na ação de manutenção ou reintegração de posse é necessário ao autor comprovar os requisitos do artigo 561 NCPC /2015, consubstanciado na: a) posse anterior; b) a turbação ou esbulho; c) a perda da posse; e, d) a data em que ocorreu o ilícito. Assim passemos a demonstrar
a)- Alteração contrato social transferindo a empresa para o local- declaração de testemunhas confinantes, boletins de ocorrências- fotos;
b)- fotos retiradas do local, dando conta do esbulho;
c)- B. O, e fotos anterior e posterior a entrada das maquinas
d)- fotos que também demonstram a turbação na demolição de cercas para adentrar maquinários. Boletins de ocorrência a iniciar o março da perda parcial da fração de 400m2
Ora o autor, mantém posse plena e direta desde 1990, ou seja, é detentor da posse de boa fé, prevista no art. 1201, também é previsto no art. 1203, ambos do C. C., que se mantenha a posse no mesmo caráter em que foi adquirida, permite a lei, a autotutela, conforme preceitua o art. 1210, parágrafo primeiro do CC: "O possuidor turbado ou esbulhado poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço não podem ir além do indispensável à manutenção ou restituição da posse".
Assim, para que o possuidor valha-se da defesa de mão própria, faz-se necessário a turbação ou o esbulho e uma reação imediata: contanto que o faça logo. Entendemos que esse advérbio significa que se o possuidor não puder exercer o desforço imediatamente, poderá fazê-lo logo que lhe seja possível agir. Passadas a oportunidade e a conveniência da autodefesa cabe ao sujeito recorrer às vias judiciais, sob pena de praticar ilícito penal. Sendo antão necessária a tutela jurisdicional para que se expeça mandado de manutenção de posse, ou até, reintegração da fração de terras que foi esbulhada, É COMO REQUER;
DOS PEDIDOS
Face do exposto requer;
- o deferimento liminar de reintegração ou alternativamente manutenção de posse da área de terras ainda utilizada pelo autor, e reintegração da fração de 400m2 a qual sofreu turbação, para que a ré se abstenha de adentrar com maquinários, pessoas ou qualquer equipamento, cessando daí a situação de esbulho;
- a citação da demandada, e ao final total procedência da ação, tornando definitivos os efeitos da liminar;
- a condenação da ré aos pagamentos de danos, em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência;
- a aplicação de multa diária, caso a Ré, adentre com maquinas, pessoas ou qualquer ato que turbe a posse do autor;
- a produção de todos os meios de provas em direito admitidas, especialmente documental e testemunhal;
- a condenação da ré ao pagamento de custas, despesas processuais e honorários advocatícios, nos termos do artigo 85 CPC/2015.
-em vista ao comprovante de renda do INSS, declaração de insuficiência de recursos, extrato da conta corrente, com base no art 98, ``caput´´do CPC/2015, em consonância com o art 5º LXXIV DA CF/88, seja deferida a Gratuidade da Justiça.
- Preferência na Tramitação em face ao art. 1048, I do CPC/2015 e Art. 71 da lei 10741/2003
Da-se a causa o valor de avaliação do imóvel: R$ 200.000,00
Nestes Termos
Espera deferimento
Porto Alegre, 05 de maio de 2016.
Advogado

Outros materiais