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Teleconsultoria em saúde: Análise de óbitos com causa mal definida registrados nos municípios do interior do Amazonas I. Situação geradora Diversos estudos demonstram que os erros de preenchimento da causa básica de morte na DO são, em grande parte, decorrentes dos insuficientes conhecimentos dos profissionais médicos acerca do correto preenchimento da declaração. Dentre outros motivos, esses desconhecimentos se devem a deficiências na formação acadêmica desses profissionais, sobretudo no que se refere a valorização da DO enquanto um instrumento importantíssimo para avaliação da situação da saúde de uma população, para o delineamento de estratégias mais adequadas à promoção da saúde, e a prevenção e controle de problemas de saúde de maior importância sanitária. No Brasil, tal como em diversos outros países, os erros de declaração da causa básica de óbito associam-se, majoritariamente, a equívocos diagnósticos e ao mau registro de uma causa básica adequadamente diagnosticada (KICHER, 1987; HARAKI et al., 2005). Em nosso estado do Amazonas como o acesso dos municípios a capital é precário, por diversos fatores, a comunicação se torna difícil. Porém, a telemedicina veio para quebrar essa barreira de distância e é fundamental para que pessoas que moram em áreas remotas tenham acesso a serviços de saúde antes disponíveis apenas em grandes centros urbanos, assim como tenham a oportunidade de receber os cuidados oferecidos por profissionais de saúde especialistas que atuam em instituições de referência. Além disso, a telemedicina também pode ser utilizada para a educação e o treinamento a distância, para a comunicação com pacientes em sua casa e até mesmo para a busca de uma segunda opinião médica em situações emergenciais. Dessa forma, a telemedicina se apresenta como uma forma de transpor barreiras culturais, socioeconômicas e principalmente geográficas, para que todos os serviços e informações em saúde atinjam todas as populações e ofereçam recursos contínuos para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de doenças. A abordagem escolhida para esse projeto será a teleconferência (vídeo conferência) por possibilitar a disseminação de informações a um largo número de pontos geograficamente dispersos. A teleconferência refere-se a transmissão via internet, em fluxo de mídia, de palestras, apresentações de expositores ou aulas com a possibilidade de interação limitada via perguntas enviadas a um moderador via formulário eletrônico. Onde o conferencista, ou professor, faz sua apresentação em tempo real para participantes remotos, que recebem a imagem e o áudio (fluxos), em uma única via, podendo interagir apenas via internet. II. Justificativa Em nosso país, lamentavelmente, ainda são frequentemente registrados os óbitos sem assistência médica, sobretudo nas regiões norte e nordeste, perfeitamente explicável pelas suas condições de ocorrência, a grande maioria desses óbitos associam-se a causas básicas mal definidas. Deve ser citado que a proporção de óbitos sem assistência médica seguramente é um indicador muito útil para a avaliação do grau de acessibilidade da população aos serviços de saúde (SANTO, 2008). No Amazonas a cobertura do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) exibiu valores que variaram entre 60% e 76% nos últimos dez anos. Em 2005, o Amazonas apresentou cobertura de 76,4%, valor pouco superior à cobertura da região que foi de 75,8%. O percentual de óbitos por causas mal definidas do estado é de 21,5% em 2005. No mesmo ano, a região Norte apresentou percentual de 19,3% e o Brasil, 10,6%. Percentual de óbitos por causas mal definidas nos municípios do estado, em 2005: Até 10%: 9 municípios (14,5%); Entre 10% e 15%: 6 municípios (9,7%); Entre 15% e 20%: 6 municípios (9,7%); 20% e mais: 41 municípios (66,1%). Manaus tem 16,3% de óbitos por causas mal definidas III. Objetivos a. Objetivo Geral Realizar o esclarecimento de óbitos por causas mal definidas, registradas nos municípios do interior do Amazonas, visando à melhoria do Sistema de Informação sobre Mortalidade desses municípios. b. Objetivos específicos Realizar sessão anátomo – clínicas por teleconferência, para determinar sequência de fatos que levaram a óbito; Analisar as características epidemiológicas gerais dos óbitos por causas mal definidas; Esclarecer e reclassificar as possíveis causas básicas de óbitos mal definidos; Traçar perfil epidemiológico para poder desenvolver programas de saúde do município. IV. Resultados esperados Espera-se através das sessões anátomo – clínicas realizadas por videoconferência levantar dados de óbitos por causas mal definidas registradas em seu Hospital Regional. Através desses dados analisar a assistência médica, qualidade do médico que assinou a DO. Analisar os prontuários hospitalares: local/especialidade de ocorrência, condição de hospitalização e estado de consciência. Esclarecer e reclassificar as causas básicas de óbitos mal definidos através da aplicação da Ficha de Investigação de óbitos por causa mal definidas, padronizada pelo Ministério da Saúde. Onde nesta ficha coleta-se: Nome do estabelecimento de saúde; Número do prontuário; Data da internação; Estado do paciente no momento da hospitalização (consciente, inconsciente); Atendimento pré-hospitalar; Hipótese diagnóstica do óbito; Resultados de exames relevantes para identificação da causa do óbito; Procedimentos realizados durante a internação; causa do óbito registrada no prontuário. Após essa coleta torna-se possível realizar encontros com profissionais especialistas no esclarecimento de causas mal definidas de óbitos. Os resultados desses encontros permitiram, para cada óbito investigado, a conclusão da investigação e consequente da causa básica e grupos de causas dos óbitos mal definidos, traçando assim um perfil epidemiológico. V. Abrangência A área de atuação de projeto será dirigida a um grupo populacional bastante específico. Esse grupo será estritamente constituído por óbitos classificados como causas mal definidas ou ignoradas, registrados em seus respectivos Hospitais Regionais de 2005(se possível) até o ano corrente, pois os últimos dados percentuais de óbitos de causas mal definidas do estado do Amazonas são de 2005. Será excluído do estudo os óbitos fetais, assim como óbitos de pessoas não residentes do município. VI. Desdobramento de atividades e tarefas As atividades irão começar com a solicitação de uma videoconferência, com antecedência mínima de uma semana, como solicitante pode ser um médico especialista como perito ou patologista por exemplo, cuja finalidade dessa videoconferência seria um contato com alunos que estão nos estágios rurais, afim de solicitar dados como Declaração de óbitos, prontuários, e outros, restringindo no grupo alvo do projeto. Com esses dados coletados podemos separar por categorias como: Quantos óbitos foram mal definidos? Quantos foram investigados? Quantos foram esclarecidos? Quantos tinham hipótese de diagnóstico? Quantos não foram possíveis ser elucidado? Quantos precisará de uma complementação da investigação? Com essa separação podemos levantar dados estatísticos e estabelecer perfil epidemiológico e assim desenvolver programas de saúde do município. VII. Estimativa de prazos Início: 01/07/2017 Até 04/07/2017 - Análise e preparação dos casos a serem estudados e agendamento da teleconferência. Até 08/07/2017 - Análise de dados e confecções de gráficos e tabelas. Elaboração, conclusãoe emissão dos resultados da pesquisa Término 31/07/2017 VIII. Estimativa de custos e recursos ITEM NECESSÁRIO Canetas 10 Pastas 20 Blocos de Anotações 2 Blocos de papel 2 Computador 2 Sala equipada para videoconferência 1 IX. Redes de tarefas a) Contato com a rede de saúde local para apresentação do projeto b) Coleta de material e seleção dos casos a serem analisados c) Marcar a teleconferência e com os respectivos profissionais d) Preparo logístico para a sessão e) Análise dos dados produzidos na sessão f) Resultado final do projeto com os dados epidemiológicos coletados X. Cronograma: INÍCIO: 01 DE JUNHO 2017 - TÉRMINO: 31 DE JULHO DE 2017 Semana / Atividade 01 02 03 04 05 06 07 08 Apresentação do projeto para a secretaria de saúde P Coleta de dados sobre óbitos a esclarecer P Seleção dos casos a serem estudados P P Marcar a teleconferência P Preparação logística P P Análise dos Dados P P P P Confecção de Gráficos e Tabelas P P Elaboração dos Resultados da Pesquisa P P P: Previsto R: Rrealizado XI. Análise de risco Esta pesquisa é considerada de risco mínimo, porque trabalha com dados já coletados e apenas estudando-os na tentativa de organizá-los em ordem de fatos e causal. Sendo o cuidado com as informações confidenciais nossa maior preocupação ainda que não seja necessário a identificação pessoal de cada caso, podendo ser tratado apenas por números. REFERÊNCIAS Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação em Saúde. Manual para investigação do óbito com causa mal definida / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise de Situação em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 48 p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema nacional de vigilância em saúde: relatório de situação: Amazonas / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 24 p.: il. color. – (Série C. Projetos, Programas e Relatórios) HARAKI, Cristiane Aparecida Costa, GOTLIEB, Sabina Léa Davidson; LAURENTY, Ruy. Confiabilidade do Sistema de Informações sobre Mortalidade em município do sul do Estado de São Paulo Rev. Bras. Epidemiol. 2005; 8 (1): 19-24. SANTO, Augusto H. Causas Mal Definidas de Morte. Rev. Assoc. Med. Bras. 2008; 54(1): 23-8
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