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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE PEDAGOGIA JUSIMARA PEREIRA BARBOSA SANTOS O BRINCAR: CONSTRUINDO UM CONCEITO VIANA 2017 JUSIMARA PEREIRA BARBOSA SANTOS O BRINCAR: CONSTRUINDO UM CONCEITO Trabalho de Pesquisa apresentado como exigência da disciplina Pesquisa e Prática de Educação V Orientador: VALERIA FURLAN SEDANO VIANA 2017 ARTIGO CIÊNTIFICO O BRINCAR: CONSTRUINDO UM CONCEITO OS JOGOS E A BRINCADEIRA: CONSTRUINDO UM CONCEITO Resumo: O artigo tem como objetivo ressaltar a importância do brincar que é uma forma de comportamento característica da infância e pertence a um conjunto de atividades que compõem a noção de jogo. Sob um aspecto puramente formal, a extensão das modalidades de jogo é infinita, contudo, o ensino das virtudes, alguns autores distinguem estruturas diversas de jogo, de acordo com critérios classificatórios: jogos de exercício, jogos simbólicos, jogos de azar, jogos de regras etc. Palavra chave: Brincar, ensino, virtudes, Jogos. Introdução A noção de jogo implica certa diversidade, onde cada grupo possui uma originalidade intrínseca. Essa originalidade estende-se também ao termo brincar, já que este não possui equivalente nas principais línguas europeias: os verbos spielen (alemão), to play (inglês), jouer (francês) e julgar (espanhol) significam tanto brincar quanto jogar e são utilizados também para definir outras atividades, como a interpretação teatral ou musical. De acordo com Cunha (1982: 54), “o termo brincar, do português - oriundo do latim vínculum, que significa laço, união -, possui uma especificidade que as palavras de outras línguas que o recobrem não apresentam”. O BRINCAR E O IMAGINARIO Acontece um novo processo psicológico, uma forma de atividade consciente, somente encontrada em: a situação imaginária. Esta sim, uma condição que define o brincar, não podendo ser caracterizada enquanto uma subcategoria desta atividade humana. Assim, com o passar do tempo a criança passa a se interessar mais pela realidade que a cerca: Ou seja, a criança passa a se interessar por uma esfera mais ampla da realidade e sente necessidade de agir sobre ela. Agir sobre as coisas é a principal forma de que a criança dispõe para conhecê-las, compreendê-las. Neste período, ela tenta atuar não de apenas sobre as coisas as quais tem acesso, mas esforça-se para agir como um adulto: quer, por exemplo, dirigir um carro ou fazer comida. (Fontana: cruz,1997, p 122) O BRINCAR E O JOGO O brincar é uma forma de comportamento característica da infância e pertence a um conjunto de atividades que compõem a noção de jogo. Segundo o dicionário de Aurélio Buarque de Holanda (1994: 59), “o termo é definido em primeiro lugar como divertir-se infantilmente, entreter-se com jogos de crianças”. Sob um aspecto puramente formal a extensão das modalidades de jogo é infinita, contudo o ensino das virtudes, alguns autores distinguem estruturas diversas de jogo, de acordo com critérios classificatórios: jogos de exercício, jogos simbólicos, jogos de azar, jogos de regras. Por outro lado, o termo jogar é extensivo tanto às definições de brincar quanto a várias outras atividades. De acordo com Santos “o termo que possui maior abrangência é sem dúvida o “ludus”, do latim. Ele remete às brincadeiras, aos jogos de regras, às competições, recreações, representações teatrais e litúrgicas. Dele deriva o nosso termo lúdico, significando aquilo que se refere tanto ao brincar quanto ao jogar.” (1998: 39). No seio da civilização grega, através de filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, desenvolveu-se a noção de Paideia: sintetizada no intuito de formar o caráter do cidadão segundo um ideal superior. Ou seja, desejava-se que o destino feliz da polis - da cidade grega - estivesse assegurado através de uma formação que levasse o jovem à excelência, através do cultivo das virtudes, que envolviam o bem falarem, o bem escrever, o gosto pela arte, o aprendizado da justiça, o desenvolvimento da razão e o aprendizado da cultura em geral, no intuito de formar um cidadão capaz de participar na vida social como protagonista. Para Platão, este ideal de formação deveria iniciar-se já na infância, no período das brincadeiras ou puerilidades. Segundo o filósofo grego, o brincar das crianças, a natureza de suas brincadeiras e jogos, traziam repercussões para a fase adulta, as quais poderiam assegurar a ordem ou então perturbar a vida social. Dessa forma, na visão do filósofo grego, era preciso estimular o "brincar honestamente", ou o "jogo conforme a lei". As brincadeiras das crianças deveriam, assim, ser supervisionadas pelos adultos, a fim de que no meio das brincadeiras não se misturassem falsos conceitos, o desrespeito e o cultivo de tudo o que se afastasse da lei e das virtudes. As considerações de Platão estariam ultrapassadas, ao refletirmos sobre a educação infantil em nossos dias? Sem dúvida, a tarefa de observar o brincar das crianças se faz relevante. Qual a natureza da brincadeira. É lícito ao adulto observar e intervir, buscando compreender a brincadeira, o que será percebido pela criança como interesse e afeto. Não se trata de encerrar a brincadeira, mas compreender as intenções da criança, a natureza dos pensamentos e dos sentimentos que ali estão envolvidos. Melhor ainda se faz quando o adulto participa deste momento, adentrando no universo lúdico da criança. As crianças adoram ouvir as opiniões dos pais sobre o que estão fazendo, principalmente quando pequenas. Segundo o psicanalista Erik Erikson (1960), os pais devem transmitir às crianças uma convicção quase orgânica de que tudo o que fazem possui sentido. Assim, ao comentar uma brincadeira, apresentando argumentos sobre o que observam os pais não reprimem o brincar, mas apresentam ao pequeno serem as diretrizes da cultura na qual este se desenvolve, apresentando-lhe paulatinamente aspectos das leis e costumes que, como membro de uma comunidade, também está convidado a seguir. No brincar, como propôs Platão, ao estabelecer regras em uma brincadeira com os amigos, ensaia-se para a criança sua convivência em sociedade, como futuro adulto. Considerações Finais: Cheguei á conclusão sobre o papel que o brincar e os mundos adultos desempenham na vida infantil. Ao observar a natureza das brincadeiras aprendidas, dos personagens imitados e agora transportados dos filmes para a vida real torna-se uma tarefa indispensável. Desta forma, esta pesquisa forneceu meios de se colaborar que a brincadeira se faz presente na escola nas mais variadas situações e sob as mais diversas formas. A brincadeira infantil é uma assimilação quase pura do real ao eu, não tendo nenhuma finalidade adaptativa. A criança pequena sente constantemente necessidade de adaptarem-se ao mundo social dos adultos, cujos interesses e regras ainda lhe são estranhos, e a uma infinidade de objetos, acontecimentos e relações que ela ainda não compreende. De acordo com Piaget, a criança não consegue satisfazer todas as suas necessidades afetivas e intelectuais nesse processo de adaptação ao mundo adulto. Referências: WINNICOT VYGOTSKY, L. C. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984. VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. Coleção Psicologia e Pedagogia, São Paulo: Martins Fontes, 1987. VYGOTSKY, L. L. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Rio de Janeiro: Seccione, RJ, 1988. YOZO, Ronaldo Yudi. 100 Jogos para Grupos. 6 ed. São Paulo: Ágora, 1996, 83 p. WAJSKOP, Gisela. Brincar na Pré-escola. São Paulo: Cortez, 1995, p.57 WINNICOTT. D. W. - O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.T. D. W. - O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975. ROZA, Eliza Santa. Quando brincar é dizer: A experiência psicanalítica na infância. 2 ed. Rio de Janeiro: Relume-Dumará. 1993, 151 p. SANTOS, Carlos Antonio. Jogos e atividades lúdicas. Rio de Janeiro: Sprint, 1998, 154 p.
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