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APOSTILA CONSTITUCIONAL II

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AULAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL II
Organização do Estado Brasileiro (arts. 18 a 43 CF)
A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, compreende, como se vê do Art. 18, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. A CF aí quis destacar as entidades que integram a estrutura federativa brasileira: os componentes do nosso Estado Federal.
Os territórios não são considerados como componentes da federação. No Brasil, não existem mais territórios, mas a CF reconhece a possibilidade de sua criação, se isto acontecer, serão classificados como autarquias, uma simples descentralização administrativo-territorial da União, quando os declarar integrantes desta (art. 18, § 2o).
Formação dos Estados
Os Estados constituem instituições típicas do Estado Federal. São eles as entidades-componentes que dão a estrutura conceitual dessa forma de Estado.
Não há mais como formar novos Estados, senão por divisão de outro ou outros. A CF prevê a possibilidade de transformação deles por incorporação entre si, por subdivisão ou desmembramento quer para se anexarem a outros, quer para formarem novos Estados, quer, ainda, para formarem territórios federais, mediante aprovação da população diretamente interessada (é aquela que vai ser afetada, a emenda 15/98, diz que a Estado mãe também deve ser consultado.), através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas (art. 18, § 3o e art. 48, VI).
Não Existe possibilidade jurídica, de uma separação de Estado membro, da Federação, há punição contra movimentos de separação (indissolubilidade da Federação).
Vedações Constitucionais de Natureza Federativa 
O art. 19 contém vedações gerais dirigidas à União, Estados, DF e Municípios. Visam o equilíbrio federativo.
No inciso I deste artigo, encontramos que, em função da natureza laica (não tem religião oficial) do Estado brasileiro, é inadmissível que qualquer de suas entidades autônomas federativas estabeleça cultos religiosos ou igrejas ou subvencione-os, com isto está sendo preservada a igualdade entre as religiões existentes no país.
Em função da liberdade de cultos e religiosa, é proibido também, embaraçar o funcionamento de cultos ou igrejas ou com eles ou seus representantes manter relações de dependência ou aliança, possibilitada a colaboração de interesse público (quando a entidade religiosa pratique uma atividade que deveria estar sendo prestada pelo Estado – hospital mantido por entidade religiosa), na forma de lei (lei da entidade federativa envolvida – federal, municipal ou estadual).
O inciso II diz respeito à credibilidade dos documentos públicos, ou seja, de que entidade públicas forem os documentos, eles fazem prova, valem formal e materialmente perante outra
No inciso III encontramos outro grupo de vedações, que prende-se mais estritamente ao princípio federativo da unidade de nacionalidade de todos os brasileiros, qualquer que seja o Estado ou Município de seu nascimento, bem como o princípio de paridade entre as entidades da federação. A vedação de criar distinções entre brasileiros coliga-se com o princípio da igualdade.
O art. 150, VI, “a” também traz uma vedação; uma imunidade recíproca em matéria constitucional, ou seja, a União, os Estados, o DF e os municípios estão proibidos de instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. Observe-se que só se refere aos impostos diretos (IPTU). Os impostos indiretos (aqueles embutidos no preço da mercadoria) podem ser cobrados. (IPI).
Repartição de Competência
José A. Silva define competência: “faculdade juridicamente atribuída a uma entidade, órgão ou agente do Poder Público para emitir decisões.”
O princípio geral que norteia a repartição de competência entre as entidades componentes do Estado federal é a predominância de interesse, segundo o qual à União caberão matérias e questões de predominante interesse geral, nacional; aos Estados tocarão as matérias e assuntos de predominante interesse regional, e aos municípios concernem os assuntos de interesse local.
 A Constituição dos EUA relata (enumera) tudo o que compete a União, e o que não cabe a União, cabe aos Estados Membros.
 Constituição do Canadá, cabe aos Estados Membros enumerarem suas competências, e as remanescentes (sobra), cabe a União.
Outras Constituições enumeram competências exageradas para União, ou para os Estados Membros, (Índia, Venezuela).
A repartição de competência é feita de duas formas básicas: a repartição vertical e a horizontal.
Realiza-se a repartição vertical de competência quando se distribui igual matéria legislativa entre a União e Estados ou, entre a União, Estados e Municípios. Fixa-se, então, o que se designa de “condomínio legislativo”, no qual os círculos menores (Estados e Municípios) atuam apenas em caráter subsidiário, no pertinente a matérias determinadas atribuídas à competência da União.
A repartição horizontal se realiza quando se inseri estas ou aquelas matérias no âmbito de atuação desta ou daquela entidade federada, delimitando as fronteiras normativas do Estado federal. Chama-se repartição horizontal porque separa as competências, como se separasse setores no horizonte governamental.
A nossa CF adota as duas técnicas, mas nota-se, ao comparar a constituição atual com as anteriores, que houve uma verticalização da competência.
Primeiro, a competência pode ser separada em dois grandes grupos: competência legislativa (elaborar as leis) e competência material (retirando a elaboração de leis, trata do restante: competência administrativa, em relação a saúde, arrecadar impostos, realizar serviço público). Estes dois grandes grupos podem ser classificados da seguinte maneira:
Quanto à forma:
Expressa - vem enumerada, escrita na C.F. como sendo próprias de uma ou mais entidades federativas. (arts. 21, 22 23, 24).
Remanescente ou Reservada – é a competência que sobra para uma entidade, após a enumeração da competência das outras entidades. O que não for expressamente atribuído a uma entidade, é entendido como competência. Art. 25, § 1º.
Residual – competência que sobra para uma entidade depois de distribuídas todas as competências, a todas as entidades. Art. 154, I, matéria tributária (se um novo imposto for implantado, obviamente não estará previsto na CF e sua competência será da União).
Implícita ou Resultante – são instrumentais ao atingimento das finalidades expressamente enumeradas. Referem-se à prática de atos ou atividades razoalvelmente considerados necessários para o exercício dos poderes expressos. Na CF atual não existe este tipo de competência. Ex.: em uma constituição anterior não havia competência expressa sobre a expulsão de estrangeiros do país; seria ilógico, que esta competência fosse dada a um Estado ou Município; entendeu-se que em decorrência da soberania da União, está implícito que é de competência dela esta matéria.
Quanto à extensão
Exclusiva – é dada como sendo de uma entidade política, com a exclusão de todas as demais. Não pode ser delegada. (art. 21)
Privativa – é aquela enumerada como própria de uma entidade, mas com possibilidade de delegação às outras entidades. (art. 22, § único)
Comum ou Paralela – é a possibilidade de atuação das entidades políticas em pé de igualdade, sem que haja hegemonia entre elas, e sem que o exercício da competência de uma entidade exclua a competência da outra (Art. 23)
Concorrente – é a possibilidade de disposição acerca da mesma matéria por mais de uma entidade federativa, cabendo a primazia da União no que tange a fixação de normas gerais. (art. 24)
Suplementar – correlativa da competência concorrente. Poder de formular normas que desdobrem o conteúdo de princípios de normas gerais que supram a ausência ou omissão destas. (art. 24, §§§ 2o, 3o e 4o)
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORESDiscorra sobre os direitos políticos, abordando o direito de sufrágio, voto e suas características, sistemas eleitorais e perda e suspensão dos direitos políticos. (Vale 4 pontos)
Qual a diferença entre Habeas Corpus e Mandado de Segurança? (2 pontos)
Diferencie a competência privativa da competência exclusiva e, competência expressa da competência remanescente. (2 pontos)
O que é princípio do juiz natural? E o que é o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional? (2 pontos) 
***
Discorra sobre o direito de nacionalidade, explicitando no que consiste, a forma de sua obtenção, as discussões possíveis entre nacionais brasileiros e os casos de perda e reaquisição. (4 pontos)
O que é princípio da soberania dos veredictos do tribunal do júri? E o princípio da legalidade? (2 pontos)
Diferencie autonomia e soberania. (2 pontos)
O que é princípio do monopólio da jurisdição pelo judiciário (também chamado de princípio da inafastabilidade jurisdicional) ? (2 pontos)
***
Faça uma dissertação sobre os direitos políticos negativos. (4 pontos)
É possível a interposição de mandado de injunção contra a falta de regulamentação de norma constitucional de eficácia plena? (2 pontos)
Diferencie Estado Unitário de Estado Autonômico. (2 pontos)
Explique o que é competência implícita e competência concorrente. (2 pontos)
UNIÃO
“União é pessoa jurídica de Direito Público Interno, com capacidade política, que ora se manifesta em nome próprio (no âmbito interno), e ora se manifesta em nome da Federação no âmbito externo (em tratados, convenções, qualquer “negócio” que envolva outros países ). Excepcionalmente, quando decreta intervenção federal, estado de sítio ou de defesa, atuará internamente em nome da Federação. 
A União é a entidade federal formada pela reunião das partes componentes, constituindo pessoa jurídica de Direito Público interno, autônoma em relação às unidades federadas (ela é unidade federativa, mas não é unidade federada) e a que cabe exercer as prerrogativas da soberania do Estado brasileiro. Estado federal, com o nome de República Federativa do Brasil, é o todo, ou seja, o complexo constituído da União, Estados, DF e Municípios, dotado de personalidade jurídica de Direito Público internacional.
O Estado federal é que é a pessoa jurídica de Direito internacional. Na verdade, quando se diz que a União é pessoa jurídica de Direito internacional, não está se dizendo bem, mas quer-se referir a duas coisas: as relações internacionais do Estado federal realizam-se por intermédio de órgãos da União, integram a competência desta, conforme dispõe o art. 21, incisos I a IV; os Estados federados não têm representação nem competência em matéria internacional, nem são entidades reconhecidas pelo Direito Internacional, são simplesmente de direito interno. Assim, não podem os Estados Membros celebrarem tratados, somente a União poderá fazê-lo, pois detêm a soberania.
Diversa é a situação quando encaramos a União sob o prisma do direito interno, pois neste caso, é titular de direitos e sujeito de obrigações. Está sujeita, como qualquer pessoa, à responsabilidade pelos atos que pratica por seus órgãos e agentes e pode ser submetida aos Tribunais, como órgãos jurisdicionais do Estado. Como tal, tem seu domicílio na Capital Federal (art. 18, § 1o ). Todavia, para fins processuais, a CF estabelece regras de foro especiais conforme seja autora ou ré (art. 109, §§ 1o a 4o).
Observa-se que a União não tem soberania, ela é uma pessoa jurídica formada pelos estados membros, que exercerá em nome do Estado Federal, a soberania.
Competências da União
Dispõe de:
competência material exclusiva (art. 21)
competência legislativa privativa (art. 22)
competência comum com os Estados, DF e Municípios (art. 23)
competência legislativa concorrente com os Estados, e DF sobre temas especificados (art. 24).
A União não possui competência suplementar e nem reservada (remanescente). Possui competência em matéria reservada, que é expressa e residual (art. 154 – referente a imposição de impostos que não estejam previstos). 
Quando se tratar de cobrança de taxas e tributos de melhoria, estes podem ser cobrados pelos Estados membros e Municípios, pois neste caso a competência é concorrente (art. 24).
Bens da União
Os bens públicos são classificados como:
- Bem de Uso Comum – não afetados a utilização especial, estando aberto ao público (ex. praças, etc.);
- Bens Dominiais – Integram o patrimônio das entidades públicas, não tem afetação ao uso público ou específico, ( terras devolutas, terreno penhorado de particular por falta de pagamento ).
- Bem Especial - Utilidade afetada a um fim específico ( Prefeitura, DRF).
* A desafetação normalmente deve ser feito por lei.
O art. 20 da CF estatui que são bens da União:
I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos. ( aqueles que estão em seu nome, e aqueles que podem sobrevier ).
II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei. ( terras devolutas são as que nunca pertenceram a ninguém, ou se passado a particular, não foi cumprido os encargos, voltando à União, pois não cumpriu a obrigação imposta; se não se enquadrar nesses requisitos, serão dos Estados Membros – Art. 26, IV ).
III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais.
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as áreas referidas no art. 26, II. ( bens do Estado – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros ) pertencem a União, e podem ser vendidos através de licitação, ( ex. Ilha Acaray ).
V – os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva. (plataforma continental, é o subsolo, terreno abaixo da mar, até a zona abissal – quando termina o subsolo marítimo – ou até 200 milhas.) 
VI – o mar territorial. (12 milhas no mar territorial, de 12 a 200 milhas é considerada zona econômica de exploração exclusiva ).
VII – os terrenos da marinha e seus acrescidos. ( 33 metros da maré média, para dentro do mar ).
VIII – os potenciais de energia hidráulica. ( exploração de energia hidráulica ).
IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo. (art. 176)
X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos.
XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
§ 1º. É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivos territórios, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. ( refere-se ao pagamento de Royaltes, exemplo seria aqueles referentes à Itaipu, há o pagamento aos Municípios afetados pela represa do rio ).
§ 2o A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
Intervenção Federal
Consiste em medida excepcional de supressão temporária da autonomia de um determinado ente federativo, fundada em hipóteses taxativamente previstas no texto constitucional, e que visa à unidade e preservação da soberania doEstado Federal e das autonomias da União, Estados, do DF e dos Municípios.
A União, em regra, somente poderá intervir nos Estados-membros e no DF, enquanto que os Estados somente poderão intervir nos Municípios integrantes de seu território.
Note-se, portanto, que a União não poderá intervir diretamente nos municípios, salvo se existentes dentro de Território Federal (art. 35, caput).
Esse ato extremado e excepcional de intervenção na autonomia política dos Estados-membros ou do DF, pela União, somente poderá ser consubstanciado por decreto do Presidente da República (art. 84, X); e no caso de intervenção municipal, pelos governadores de Estado. É, pois, um ato privativo do Chefe do Poder Executivo. Observa-se que se não houver decreto, não haverá intervenção.
No art. 34 encontramos as hipóteses em que pode ocorrer a intervenção federal.
Art. 34 - A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I – manter a integridade nacional;
II – repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra. ( ex. PM do Paraná atuar em São Paulo, salvo se houver acordo ).
III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública. (impedir badernas, que causem problema à ordem pública ).
IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação. ( Legislativo, Executivo e Judiciário ).
V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial. ( quando não é cumprida a lei );
VII – assegurar a observância dos requisitos princípios constitucionais (*) – Se não observados entra-se com uma ADIN interventiva.
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração públicas, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações de serviços públicos de saúde.
(*) Princípios Constitucionais sensíveis são aqueles clara e indubitavelmente mostrados pela CF, os apontados, enumerados. São sensíveis em outro sentido, como coisa dotada de sensibilidade, que, em sendo contrariada, provoca reação, e esta, no caso, é a intervenção nos Estados, exatamente para assegurar sua observância. Estão enumerados no art. 34, VII, e constituem o fulcro da organização constitucional do país.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I – no caso do art. 34, IV, de solicitação (entenda-se pedido) do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição (leia-se, por uma ordem) do STF, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário.
II – no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do STF, do STJ ou do TSE.
III – de provimento, pelo STF, de representação do Procurador Geral da República, na hipótese do art. 34, VII. (ADIN interventiva)
IV – de provimento, pelo STJ, de representação do Procurador Geral da República, no caso de recusa à execução de lei federal.
§ 1o O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas (que pode anular ou não a decretação de intervenção)
§ 2o Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal. (Ex. vencimento de mandato)
Nas hipóteses de intervenção espontânea, em que o Presidente verifica a ocorrência de determinadas hipóteses constitucionais permissivas da intervenção, ouvirá os Conselhos da República (art. 90, I) e o de Defesa Nacional (art. 91, § 1o, II), que opinarão a respeito. Após isso, poderá discricionariamente decretar a intervenção no Estado-membro.
Observa-se que não é possível o controle jurisdicional (ao Judiciário caberá controlar apenas os aspectos formais da interevenção) sobre os motivos da intervenção. Este controle é político (cabe ao Legislativo), e deve ser realizado pelos representantes do povo ( Câmara dos Deputados) e dos próprios Estados (Senado), a fim de garantir a excepcionalidade da medida; submetendo-se, pois, o decreto à apreciação do Congresso Nacional no prazo de vinte e quatro horas, que deverá rejeitá-lo ou, mediante decreto legislativo, aprovar a intervenção federal. Caso o Congresso Nacional não aprove a decretação da intervenção, o Presidente deverá cessá-la imediatamente, sob pena de crime de responsabilidade (art. 85, II).
Nas hipóteses previstas no art. 34, VI e VII, o controle político será dispensado, conforme expressa precisão constitucional, e o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade (art. 36, § 3o).
	Quadro Geral
ESTADOS MEMBROS
Surgiram no Brasil em 1.889 com a República, as províncias passaram a ser chamadas de Estados Membros.
É um ente política, pessoa de Direito Público interno dotado de autonomia e componente da Federação.
A CF assegura autonomia aos Estados federados que se consubstancia na sua capacidade de auto-organização, de autogoverno e de auto-administração (art. 18, 25 e 28).
Auto- organização é a capacidade de fazerem suas próprias leis e regerem-se por elas.(art. 25)
Autogoverno é a capacidade de escolherem seus governantes e a possibilidade deles de gerirem o negócio do Estado de acordo com os interesses e peculiaridades locais. (característica retirada quando da intervenção)
Auto-administração é a possibilidade do Estado manter e administrar os serviços públicos de interesse local.
Poder Constituinte Estadual
Os Estados são regidos também por sua própria constituição, que só é possível porque os Estados estão munidos de um Poder Constituinte Decorrente, que nasce do Poder Constituinte Originário. Este é fonte da CF, é poder supremo, soberano; aquele é apenas autônomo e deve obedecer os princípios constitucionais estabelecidos (aqueles que limitam a autonomia organizatória dos Estados membros e Municípios, isto é, revelam previamente a forma de sua organização social, econômica e política). Ex.: art. 61, §1o, II.
No Brasil, o Constituinte Estadual sempre se exprimiu por via de Assembléia Constituinte Estadual. Quando assim não se procedeu, foi porque a CF, proveniente de movimento autoritário, determinara que os Estados reformassem seus Constituições para adaptá-las àquela (CF 67), ou, ainda, mandara que suas disposições se incorporassem ao direito constitucional dos Estados (CF 69).
A CF de 88, nesse ponto, não previu a convocação de Assembléias Constituintes com poderes especiais para elaborarem suas constituições. Por ela, a Assembléia Nacional Constituinte reconheceu às Assembléias Legislativas, eleitas com ela em 1986, poderes constituintes, para elaborar a Constituição do Estado (ADCT, art. 11 - Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta.)
Competências dos Estados MembrosOrdinariamente são as remanescentes ou reservadas (art. 25, §1o). Existem também:
comuns (art. 23)
concorrentes (art. 24)
suplementares (art. 24, § 2o)
expressas – em matéria tributária (no caso de impostos). Quando tratar-se de imposição de taxas e melhorias é concorrente.
Autoridades Próprias
São membros dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, escolhidos dentro do Estado membro. São eles:
- Governador – eleito por membros do Estado.
- Deputado Estadual – eleito por membros do Estado.
- Juizes – autoridades locais, concursados dentro do Estado Membro.
Poder Legislativo Estadual
A Assembléia Legislativa é o órgão do Poder Legislativo estadual, que, nos Estados é unicameral. Compõem-se de Deputados, representantes do povo do Estado, eleitos diretamente pelo sistema proporcional, para um mandato de 4 anos.
O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de 36, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze (Art. 27). Exemplo, será de 24 o número de Deputados Estaduais se existirem 8 Deputados Federais. Mas, se a representação de determinado Estado, na Câmara Federal, for de 42 Deputados, o número de Deputados Estaduais terá 36 mais quantos forem os Deputados Federais eleitos acima de 12: ou seja, extraiam-se 12 de 42 e some-se o resultado a 36, ter-se-á 36 + (42-12) = 66.
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
§ 1º. Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidade, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas;
§ 2º. A remuneração dos Deputados Estaduais será fixada em cada legislatura, para a subseqüente, pela Assembléia Legislativa, observado o que dispõe os arts. 150, II, 153, III, e 153, par.2º.,I, na razão de, no máximo, 75 % daquela estabelecida, em espécie, para os Deputados Federais;
§ 3º. Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos;
§ 4º. A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.
Poder Executivo Estadual
É exercido pelo Governador do Estado, eleito para um mandato de 4 anos, por sufrágio universal e voto direto e secreto em eleição que se realize 90 dias antes do término do mandato de seu antecessor. (art.77). Seus secretários detêm cargos de confiança.
Os impedimentos do Governador decorrem da natureza de suas atribuições, assim como ocorre com o Presidente, independentemente de previsão especificada na Constituição do Estado. Art. 28, 38 e 37, XVI.
Poder Judiciário Estadual
O constituinte estadual é livre para estruturar sua Justiça, desde que preveja o Tribunal de Justiça como órgão de cúpula da organização judiciária estadual, crie os juizados especiais e a justiça de paz, designe juiz de entrância especial com competência para dirimir litígios agrários e mantenha o tribunal do júri (arts. 93, III; 96, I e II, 98 e 125). Poderá criar ou não Tribunal de Alçada, criar ou não Justiça Militar, por proposta do Tribunal de Justiça, descentralizar seu sistema judiciário com tribunais de segunda instância em regiões do interior.
A Justiça estadual compreende, tribunais de segunda instância e juizes de primeira. O Tribunal de Justiça compõem-se de desembargadores em número e atribuições determinados na constituição de cada Estado. Os Tribunais de Alçada, se houver, compõem-se de juizes.
Intervenção nos Municípios
A intervenção estadual nos municípios tem a mesma característica de excepcionalidade da intervenção federal, pois a regra é a autonomia do município e a exceção é a intervenção em sua autonomia política, somente nos casos taxativamente previstos na CF (art. 35), sem qualquer possibilidade de ampliação pelo legislador estadual. Por ser ato político, somente o governador do Estado pode decretá-la, dependendo da hipótese do art. 35, IV, de ação julgada procedente pelo Tribunal de Justiça.
Trata-se de intervenção de ofício nos casos dos incisos I, II, e III, e de provimento do Tribunal de Justiça no caso do inciso IV.
Cada Estado Membro diz como se procede a intervenção do Estado no Município, devendo ocorrer somente nos casos do art. 35, acarretando, se não seguido esses requisitos, uma ação de inconstitucionalidade.
Não poderá o Estado intervir em Municípios que não mais faça parte da jurisdição.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I – deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II – não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino;
IV – o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
MUNICÍPIOS
A CF consagrou o município como entidade federativa indispensável ao nosso sistema federativo, integrando-o na organização político-administrativa e garantindo-lhe plena autonomia, como se nota nos arts. 1o, 18, 29, 30 e 34, VII, c.
A autonomia municipal, da mesma forma que a dos Estados-membros, configura-se pela tríplice capacidade de auto-organização, autogoverno e auto-administração.
Dessa forma, o município auto-organiza-se através de sua Lei Orgânica Municipal e, posteriormente, por meio da edição de leis municipais; autogoverna-se mediante a eleição direta de seu prefeito, vice-prefeito e vereadores, sem qualquer ingerência dos Governos Federal ou Estadual; e auto-administra-se, no exercício de suas competências administrativas, tributárias e legislativas, diretamente conferidas pela CF.
Art. 29. O município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da câmara municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
I – eleição do Prefeito, do Vice Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo País;
II – eleição do Prefeito e do Vice Prefeito até noventa dias antes do término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores. (majoritário absoluto).
III – posse do Prefeito e do Vice Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição;
IV – números de Vereadores proporcional a população do Município, observando os seguintes limites:
a) mínimo de nove e máximo de vinte e um nos Municípios de até um milhão de habitantes. (é o caso do Foz do Iguaçu, que tem 21 Vereadores)
b) mínimo de trinta e três e máximo de quarenta e um no Municípios de mais de um milhão e menos de cinco milhões de habitantes;
c) mínimo de quarenta e dois e máximo de cinqüenta e cinco nos Municípios de mais de cinco milhões de habitantes.
V – remuneração do Prefeito, do Vice Prefeito e dos Vereadores fixada pela Câmara Municipal em cada legislatura, para a subseqüente, observado o que dispõem os arts. 37, XI; 150, Par. 2º, I; (a Emenda Constitucional n.º 19 modificou este dispositivo, onde os atuais Vereadores previam o salário dos Vereadores Subseqüentes, hoje não ocorre mais isso).
VI – a remuneração dos Vereadores corresponderá a, no máximo, 75% (setenta e cinco por cento) daquela estabelecida, em espécie, para os Deputados Estaduais, ressalvadoo que dispõe o art. 37, XI; (que diz que nos Municípios o salário será regulado pelo salário do Prefeito, não podendo ganhar mais do que o Prefeito, e receber 75% do salário dos Deputados Estaduais).
Existem 3 regras, 3 tipos de tetos salariais:
1º - receber 75% do salário de um Deputado Estadual;
2º - salário equivalente ao do Prefeito, não podendo ganhar mais que o Prefeito;
3º - se os salários consumirem mais de 5% da receita do Município, será pago o equivalente aos 5%.
VII – o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de 5% (cinco por cento ) da receita do Município;
VIII – inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; (tem imunidade material, não podendo serem condenados por crimes contra a honra, salvo se estiverem fora de sua circunscrição – onde poderão ser condenados -; há entendimentos de que se ele não estiver exercendo sua função, ele perderá sua imunidade, podendo ser processado, por isso é de fundamental importância que ele esteja exercendo sua função); a imunidade é dada ao parlamentar para que ele não seja coagido, e possa dar sua opinião livremente.
Cabe respectivamente a Assembléia Legislativa, Câmara Federal e o Senado, decidirem se os Deputados Estaduais, Deputados Federais e os Senadores poderão ser processados por crimes comuns.
IX – proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e, na Constituição do respectivo Estado, para os membros da Assembléia Legislativa (art. 54. Dispõe sobre impedimentos para os Vereadores, Deputados Estaduais e Federais, Senadores, de firmarem contrato com a Administração Pública. As proibições são para Secretarias Municipais, e não para agentes concursados)
X – julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça, (o Prefeito será julgado perante o TJ pelo crime que cometeu – pena criminal - , mas o processo civil indenizatório correrá no local onde se deu o crime. O Prefeito não vai ao júri, e sim ao TJ. Ao STF cabe julgar os crimes de descaminho, contrabando)
XI –organização das legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;
XII – cooperação das associações representativas no planejamento municipal;
XIII – iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através da manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado (deve haver uma margem de 5% do eleitorado, para apresentação de projeto de lei, para que haja iniciativa popular; os vereadores podem ou não aceitar (aprovar) o projeto de lei )
XIV – perda do mandato de Prefeito, nos termos do art. 28, § Único, (perda do mandato, se, assumir outro cargo ou função na Administração Pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público em observado o disposto no art. 38, I, IV e V).
Competências dos Municípios
exclusiva (art. 30, I)
suplementar (art. 30, II)
comum (art. 23)
 
Art. 30. Compete aos Municípios:
I – legislar sobre assuntos de interesse local (interesse do Município, para se saber se o interesse é local, será estudado na CF. sobre de quem seja esse interesse)
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; (editar normas específicas para os municípios, acolhendo normas da União, Estados, tendo que se adequar a essas normas)
III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; (a competência tributária é expressa na Constituição Municipal, são elencados exclusivamente nas matérias de impostos, e são matérias concorrentes em relação a taxas de contribuição de melhorias).
IV – criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; (podem criar distritos, observada a Constituição Estadual)
V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial. (organiza a prestação de serviços de transporte coletivo, sanepar, indiretamente, através de concessão; aos servidores públicos federais, transporte coletivo internacional, ex. BR – PY –AG, os tratados internacionais, cabe a União elaborar as taxas/tarifas). 
VI – manter com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação pré escolar e de ensino fundamental;
VII –prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle de uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; (controlar a legislação predial, loteamento, zona do subsolo, altura máxima dos prédios em zona urbana, tamanhos e formas dos terrenos, etc.)
IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual
 
A lei federal não revoga lei municipal ou estadual quando estão tratando da mesma matéria. Aquela só trata da matéria até um certo limite, e a determinação das competências garante que não haja invasão de competências. Quando, por exemplo, uma lei federal manda cobrar tarifa de R$ 1,00 e a lei municipal manda que se cobre R$ 1,50, aquela não revogará está que ficará apenas suspensa. (art. 24, § 4o).
Observa-se porém, que a CF pode revogar lei estadual ou municipal, pois é a lei suprema, e é sobre ela que se funda todo o ordenamento jurídico.
O Poder Legislativo Municipal tem a incumbência de legislar e fiscalizar as Contas Públicas do Município.
A Câmara Municipal é o órgão do Poder Legislativo local, e tem suas atribuições discriminadas pela lei orgânica do respectivo município.
A sua função legislativa é exercida com a participação do Prefeito, e por meio dela se estabelecem as leis municipais, e se cumpre, no âmbito local, o princípio da legalidade a que se submete a Administração.
A sua função fiscalizadora é de grande relevância, tanto que é prevista na CF, e no Projeto, que declara que a fiscalização financeira e orçamentária dos Municípios será exercida pela Câmara Municipal, mediante controle externo, com auxílio do Tribunal de Contas do Estado (órgão auxiliar do Poder Legislativo) ou do Conselho ou Tribunal de Contas do Município, se houver. A atividade fiscalizadora da Câmara efetiva-se mediante vários mecanismos, tais como pedido de informações ao Prefeito, convocação de auxiliares diretos deste, investigação mediante comissão especial de inquérito, tomada e julgamento das contas do Prefeito, observando-se que só por voto de dois terços de seus membros pode ela rejeitar o parecer prévio do Tribunal de Contas competente.
Nota-se que o município não tem Poder Judiciário.
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
 - Poder Executivo – âmbito interno (secretário de controle interno)
 - Poder Legislativo – âmbito externo (tribunal de contas, câmara municipal de vereadores)
§ 1º. O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver; (no caso de Foz do Iguaçu, o controle é feito pelo Tribunal de Contas do Estado, sendo órgão auxiliar para com todos os poderes legislativos)
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal (O Tribunal de Contas do Estado emite um parecer a favor ou contra as contas. A Câmara Municipal é que vai decidir se as contas estão aprovadas ou não, com a decisão de no mínimo 2/3dos membros da Câmara Municipal, aprovando do Tribunal e dando parecer favorável as contas. A rejeição das contas pode levar a inelegibilidade do cidadão, esta conseqüência não é explícita na CF, ou seja, ela não cita, a lei que o faz é a Lei Complementar 64/90, que em ser art. 1o cita que o governante será inelegível por 5 anos, a partir da publicação da resolução da Câmara. A aceitação não acarreta nada ao governante)
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei (qualquer contribuinte poderá ter acesso as contas públicas)
§ 4º. É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais (a partir da promulgação da CF, é vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou Órgãos de Contas Municipais, quem já tinha preserva, mas quem não tinha não poderá criar)
DISTRITO FEDERAL
	Suas raízes remontam ao Direito Americano: uma porção de terra desprovida de autonomia política, afim de evitar perturbações de qualquer ordem na sede do governo da União. Esta porção de território era governada por delegação do Presidente, afim de evitar o constrangimento de um governo local avesso ao federal.
	Esta idéia perdeu força com o tempo, e a CF de 88 transformou o DF em um super estado, que passou a ter autonomia e é ao mesmo tempo mais e menos do que um Estado membro. É mais, pois titulariza tudo o que um Estado e um Município podem fazer (art. 32, § 1o), e é menos porque sua polícia, organização, defensoria judiciária, etc. são regidas pela União. (art. 21, XIII, 22, XVII; 32, § 4o).
	“ É pessoa jurídica de Direito Público Interno, tendo auto governo, auto administração e auto organização. Ao mesmo tempo é um Estado e um Município ”.
	O DF não é regido por uma constituição municipal, e sim por uma Lei Orgânica Distrital, que é uma espécie de constituição. Assim não se pode falar que o DF não tem poder constituinte decorrente, mesmo que este não se manifeste tão fortemente como nos Estados-membros.
	O órgão do Poder Legislativo denomina-se Câmara Legislativa (soma de Câmara Municipal e Assembléia Legislativa). Seus deputados não são estaduais, e sim distritais, eleitos na forma do art. 27.
	Brasília é o Distrito Federal, não podendo ser dividida em Municípios. O Governador atua como Governador Estadual e Prefeito; não há vereadores e sim Deputados Distritais (que fazem as vezes de vereadores e Deputados Estaduais).
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votadas em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois Terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidas os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º. Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. (pode fazer tudo o que compete aos Estados e Municípios, podendo cobrar tributos estaduais, municipais; elege deputado distrital e 3 senadores)
§ 2º. O eleição do Governador e do Vice Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração. (não há eleição para Prefeito, os deputados distritais serão eleitos junto com os Governadores).
§ 3º. Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art.27;
§ 4º. Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar.
TERRITÓRIOS
	Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar (art. 18, §2o). Dessa forma, não são componentes da Federação, pois constituem simples descentralizações administrativas-territoriais da própria União, e consequentemente receberam da CF tratamento compatível com sua natureza.
	Observa-se que, na data de promulgação da constituição existiam três territórios: Fernando de Noronha, Amapá e Roraima. Essa situação foi resolvida pelo Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Assim, Roraima e Amapá foram transformados em Estados Federados, mantidos seus atuais limites geográficos e instalados com a posse dos governadores eleitos em 1990 (art. 84, XIV) - (ADCT, art. 14). Fernando de Noronha foi extinto, sendo sua área reincorporada ao Estado de Pernambuco (ADCT, art. 15).
	Os territórios poderão eleger Deputados Federais (art. 45, §2o).
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
§ 1º. Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.
§ 2º. As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.
§ 3º. Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instâncias, membros do M. P. e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
	A divisão funcional do poder consiste em repartir o exercício do poder político por vários órgãos diferentes, e constitui, ao lado da divisão territorial do poder e da outorga de prerrogativas aos cidadãos contra o Estado (direito e garantias individuais), uma forma de limitação de poder. No dizer de Manuel G.F. Filho, “a separação de poderes consiste em distinguir as três funções estatais (Legislação, Administração e Jurisdição) e distribuí-las à três órgãos, reciprocamente autônomos, que as exercerão com exclusividade ou, ao menos, preponderantemente.”
	A especialização funcional e a independência orgânica caracterizam a independência entre os três poderes. Aquela, quer dizer que cada órgão é especializado no exercício de determinada função; esta significa ausência de meios de subordinação entre os órgãos e caracteriza-se por três fatores:
investidura e permanência das pessoas em um dos órgãos não depende da vontade e nem da confiança dos outros.
no exercício das atribuições que lhes são próprias, não precisam seus titulares consultar os outros, nem necessitam de autorização.
na organização dos respectivos serviços, cada um é livre, observados apenas os preceitos legais e constitucionais.
A harmonia existente entre os Poderes é caracterizada pela cortesia no trato recíproco e pelas prerrogativas inerentes às pessoas que compõem aqueles órgãos. Esta harmonia é garantida pelo sistema de freios e contrapesos, que é dado para que a divisão de funções entre os órgãos e nem sua independência sejam absolutos. Existem interferências recíprocas em busca do equilíbrio necessário à realização do bem coletivo, indispensável para evitar o arbítrio e o desmando de um em detrimento de outro, e/ou dos governados. Ex.: possibilidade de impeachment.
Poder Executivo (Art. 76 a 91)
O Poder Executivo constitui órgão constitucional cuja função precípua e a prática dos atos de chefia de estado, de governo e de administração.
Além de administrar a coisa pública (função típica), também legisla (art. 62 – MP) e julga (contencioso administrativo), no exercício de suas funções atípicas.
Chefe de Estado e Chefe de Governo
Na estrutura do Poder Executivo verifica-se a existência de duas funções primordiais diversas: Chefe de Estado e Chefe de Governo.
Nossa CF, expressamente adotou o presidencialismo, proclamando a junção destas duas funções, a serem realizadas pelo Presidente da República (art. 84).
Assim, como chefe de Estado, o presidente representa pois nas suas relações internacionais (art. 84, VII, VIII, XIX), bem como corporifica a unidade interna do Estado.
Como chefe de Governo, a função presidencial corresponde à representação interna, na gerência dos negócios internos, tantoos de natureza política, como nos de natureza eminentemente administrativa (art. 84, I, II, III, IV, V, VI, IX a XXVII). Assim, o chefe de Governo exercerá a liderança política nacional, pela orientação das decisões gerais e pela direção da máquina administrativa.
	Resumidamente, podemos definir:
Chefe de Estado – representa a unidade estatal, colocando-se acima das lutas políticas. Deve, no caso de uma crise política, agir cautelosamente e zelar tão somente pela continuidade do Estado e harmonia entre seus poderes.
Chefe de Governo – imprime as diretrizes políticas que deverão ser obedecidas pela burocracia que integra os quadros do Executivo. É quem efetivamente governa, e responde politicamente por seus atos perante o parlamento.
Observa-se que pela acumulação ou divisão destas funções, é possível saber qual foi o sistema de governo adotado. Quando há o acúmulo, o legislador constituinte adotou o presidencialismo ou, há a existência de uma ditadura. Porém, se as funções são divididas, estaremos falando de uma Monarquia ou Parlamentarismo, cuja função de chefe de Estado é exercida pelo Monarca ou Presidente, e a de Chefe de Governo é exercida pelo Primeiro Ministro que chefia o gabinete.
Órgãos Auxiliares do Presidente da República:
Ministros de Estados
Conselho da República
Conselho de Defesa Nacional
Os Ministros de Estado são em nosso regime meros auxiliares do Presidente, que os pode nomear ou demitir livremente, pois trata-se de cargo de confiança. Não devem ser confundidos com os Ministros dos Tribunais Superiores, pois estes são vitalícios e integrantes do Poder Judiciário.
As funções dos Ministros de Estado são descritas pela própria CF, que estabelece a ele competir, como principal atribuição, exercer orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente.
Sobre esta última função, existe uma divergência na doutrina que parte da seguinte pergunta: se um Ministro negar-se a referendar um ato ou decreto do Presidente, o que acontecerá?
Observe-se que, em um ponto, a doutrina é pacífica: se o Ministro referendar o ato ou decreto, ele se solidariza com o Presidente, ou seja, reponde também, pelo ato ou decreto. Mas caso ele se negue a referendar:
o ato ou decreto não entra no mundo jurídico, ele seria nulo. O referendo é entendido como um requisito formal, que é essencial para a validade do ato. É certo que, por ser de livre nomeação Presidencial, o Ministro que não concordar com a conduta do Presidente, negando-se a referendá-la, deverá deixar o cargo, a pedido ou de ofício. (Michel Temer e Alexandre de Moraes)
o referendo não seria requisito formal para a validade do ato ou decreto, assim, este teria plena aplicação, entrando para o mundo jurídico. O referendo nesta hipótese, é visto como uma solidarização ou não por parte do Ministro com o ato ou decreto do Presidente; é apenas isso. (José A. Silva).
Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente composto pelo Vice-presidente; Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do Senado Federal; os líderes da maioria e minoria na Câmara dos Deputados; líderes da maioria e minoria no Senado Federal; o Ministro da Justiça e seus cidadãos brasileiros natos. (deverão ter mais de 35 anos, e serão dois nomeados pelo Presidente, dois eleitos pelo Senado e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução).
A CF estabelece as funções do Conselho em seu art. 90, que deverá ser regulamentado e organizado por meio de lei, para pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio e as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático (art. 91), sendo composto pelo Vice-presidente, o Presidente da Câmara dos deputados; o Presidente do Senado Federal; o Ministro da Justiça; o Ministro de Estado da Defesa; Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica; Ministro das Relações Exteriores e Ministro do Planejamento.
Vacância da Presidência da República
Ao Vice-presidente cabe substituir o Presidente, nos casos de impedimento (é temporário, casos de doença, férias ou licença) e suceder-lhe no caso de vacância.
Serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência: o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal, se ocorrer o impedimento concomitante do Presidente ou do Vice ou no caso de vacância de ambos ou cargos. Nesta última hipótese, convocar-se-á eleição direta para noventa dias depois da última vaga, se esta ocorrer nos dois primeiros anos de mandato presidencial. Mas, se a vacância ocorrer nos dois últimos anos, a eleição será indireta. Em qualquer dos casos, os eleitos simplesmente completarão o período dos seus antecessores.
Os substitutos eventuais do Chefe do Executivo quando convocados exercem normalmente os poderes e atribuições do Presidente (por exemplo: sanção, veto, edição de MP, nomeação de Ministro de Estado, iniciativa de lei, etc).
Resumindo:
O Vice-presidente, no caso de vacância do cargo de Presidente, assumirá e completará o mandato, independentemente do lapso temporal faltante. O cargo de Vice-presidente ficará vago. Então, quando estiver vago um dos cargos, não há nova eleição.
Os Presidentes da Câmara, do Senado ou STF, somente assumirão no caso da vacância dos cargos de Presidente e Vice, sempre em caráter temporário. E neste caso haverá nova eleição, que será:
- direta – se a vacância ocorrer nos primeiros 2 anos.
- indireta – se a vacância ocorrer nos últimos 2 anos.
	
	Observa-se então que é possível a eleição indireta no Brasil (âmbitos federal, estadual e municipal) quando ocorrer simultaneamente a vacância nos cargos de Chefe do Executivo e Vice nos dois últimos anos de mandato (Presidente e Vice-presidente; Governador e Vice-governador; Prefeito e Vice-prefeito).
	Além da função de substituição e sucessão (art. 79 e 80) do Presidente, ao Vice-presidente são atribuídas pela CF outras funções: participação nos Conselhos da República (art. 89, I) e de Defesa Nacional (art. 91, I); eventuais atribuições estabelecidas pela lei complementar prevista no art. 79, § único, da CF; auxiliar o Presidente, nos termos do art. 79, sempre que por ele convocado para missões especiais.
	Poder Regulamentar do Presidente
	A CF, em seu art. 84, IV, prevê que compete privativamente ao Presidente, expedir decretos e regulamentos para fiel execução da lei.
	Os regulamentos, portanto, são normas expedidas privativamente pelo Presidente, cuja finalidade principal é facilitar a execução das leis, removendo eventuais obstáculos práticos que podem surgir em sua aplicação e se exteriorizam po meio de um decreto, sendo pois, importante fonte do Direito administrativo. O regulamento é um ato administrativo com conteúdo normativo.
	Os regulamentos são regras jurídicas gerais, abstratas, impessoais, em desenvolvimento da lei, referentes à organização e ação do Estado, enquanto poder público. Editados pelo Poder Executivo, visam tornar efetivo o cumprimento da lei, propiciando facilidades par que a lei seja fielmente executada. É que as leis devem ser redigidas em termos gerais, não só para abranger a totalidade das relações que nelas incidem, senão também, para poderem ser aplicadas, com flexibilidade correspondente, às mutações de fato das quais estas mesmas relações resultam. Por isso, as leis não devem descer a detalhes. Os regulamentos é que serão detalhistas, sem alterar nem o texto, nem o espírito das leis que regulamentarão, pois são nestas que estão eles fundamentados.
	Assim, se um regulamento extravasa a lei que está regulamentando, ele será ilegal. Nota-se que não será inconstitucional, pois está baseado diretamente na lei,e não na constituição.
	O regulamento não vincula os particulares, pois só a lei pode gerar direitos e obrigações à estes. Porém, na medida que um regulamento imponha um meio de se satisfazer uma obrigação, aí sim, pode vincular o administrado.
	O regulamento é aplicado através de decreto do Chefe do Executivo. O decreto regulamentar, em 95% dos casos estará vinculado à uma lei, ou seja, será baseado em uma lei. Mas, recentemente tem-se admitido o decreto regulamentar autônomo, que regula diretamente um dispositivo constitucional, desde que este não seja de competência do Legislativo, pois se o for, o regulamento será inconstitucional, e neste específico caso, pode ser objeto de ADIN.
	Observa-se que o Presidente regulamenta as leis federais, os Governadores regulamentarão as leis estaduais, enquanto que as leis municipais, serão regulamentadas pelos Prefeitos.
	Crimes de Responsabilidade
São infrações político-administrativas definidas na legislação federal, cometidas no desempenho da função, que atentam contra a existência da União, o livre exercício dos Poderes de Estado, a segurança interna do país, a probidade da Administração, a lei orçamentaria, o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais e o cumprimento das leis e decisões judiciais.
O art. 85, prevê um rol meramente exemplificativo dos crimes de responsabilidade, pois o Presidente poderá ser responsabilizado por todos os atos atentatórios à CF, passíveis de enquadramento idêntico ao referido rol, desde que haja previsão legal.
Observe-se que os crimes comuns não devem ser confundidos com os crimes de responsabilidade, aqueles são definidos pela legislação penal e os agentes criminosos são julgados por órgão do Poder Judiciário, estes são praticados por pessoas que ocupam determinadas funções públicas, que são julgadas por órgão do Poder Legislativo e lhes são aplicadas uma das duas sanções autônomas entre si (ou as duas) previstas no art. 52, § único: perda do cargo e inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública.
Esta última, compreende todas as funções públicas, sejam as derivadas de concursos públicos, sejam as de confiança, ou mesmo os mandados eletivos. 
O Presidente possui imunidades formais em relação ao processo, pois da mesma fora que os parlamentares, somente poderá ser processado, seja por crime comum ou de responsabilidade, após o juízo de admissibilidade da Câmara dos Deputados. E também, em relação à prisão, pois não poderá ser preso nas infrações penais comuns, enquanto não sobrevier sentença condenatória, como preceitua a CF (art. 86, § 3o).
Além disso, o Presidente, na vigência de seu mandato, não poderá ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções, ou seja, se ele cometer um crime antes do mandato, não poderá ser processado durante a sua vigência, mas só depois de seu término. 
A CF também prevê para o Presidente prerrogativa de foro, pois só o STF poderá processá-lo e julgá-lo por crimes comuns (art. 102, I, b) e somente o Senado Federal poderá processá-lo e julgá-lo pelos crimes de responsabilidade.
O processo dos crimes de responsabilidade e dos comuns cometidos pelo Presidente da República divide-se em duas partes: juízo de admissibilidade do processo e processo e julgamento.
O processo de responsabilidade inicia-se na Câmara dos Deputados para declarar a procedência ou não da acusação. Se declarada procedente (por dois terços da Câmara dos Deputados), far-se-á julgamento pelo Senado Federal. (Art. 52, § único). 
A admissibilidade feita pela Câmara dos Deputados, autorizando a abertura do processo, vincula o Senado Federal no sentido de instaurar-se o devido processo legal para a apuração de crime de responsabilidade, impedindo-lhe, neste momento inicial, qualquer discricionariedade política. Quando se tratar de crime comum, o presidente será julgado pelo STF. (art. 86 caput, § 1o, I e II).
Em relação aos Governadores de Estado e do DF é pacificamente entendida a existência da imunidade formal em relação ao processo, desde que haja expressa previsão das respectivas Constituições Estaduais (se não houver previsão expressa, o rito é normal), que somente poderão ser processados e julgados por crimes comuns ou de responsabilidade, após a autorização da Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa (DF).
Quando se tratar de imunidade formal relativa a outros aspectos, como por exemplo da prisão, não há qualquer aplicabilidade em relação aos chefes dos poderes executivos estaduais.
Quanto aos chefes dos poderes executivos municipais, estes não tem nenhuma imunidade formal, salvo a prerrogativa de foro (TJ).
Poder Judiciário (art. 92 a 126)
Ao lado da função de legislar e administrar (atípicas), o Estado exerce a função de julgar, ou seja, a função jurisdicional (típica), consistente na imposição da validade do ordenamento jurídico, de forma coativa, toda vez que houver necessidade, pois trata-se de um poder inerte, que somente atua quando houver provocação da parte interessada (Princípio da Inércia do Poder Judiciário).
Assim, o poder judiciário age quando existe um litígio decorrente da aplicação da lei, esta então, será aplicada de forma definitiva (quando não cabe mais recurso a decisão passa a ser definitiva e não comporta, em regra, mais nenhuma discussão sobre o mesmo assunto. Exceção a este aspecto é o caso de “alimentos”, quando há uma revisão sobre o caso, por mudança de situação econômica de alguma das partes) e coercitiva (a lei é aplicada querendo-se ou não).
Quando tratamos de suas funções atípicas, estamos nos referindo às funções de legislar e administrar. Legisla, por exemplo, quando edita os regulamentos internos de seus Tribunais; administra quando nomeia ou exonera seus funcionários, ou quando administra os recursos financeiros que recebe do Poder Executivo (este é que faz o repasse de verbas).
Estrutura e Órgãos do Poder Judiciário
STF
 ( ( ( (
 STJ TST TSE STM
 ( ( ( ( (
 TRF TJ / TA TRT TRE TM
 ( ( ( ( ( 
 JF JE VT JE VAM
STF – Supremo Tribunal Federal
STJ – Superior Tribunal de Justiça
TST – Tribunal Superior do Trabalho
TSE – Tribunal Superior Eleitoral
STM – Superior Tribunal Militar
TRF – Tribunal Regional Federal (existem 5 no Brasil – Juízes Federais)
TJ – Tribunal de Justiça (existe 1 em cada Estado - Juízes de Direito)
TA – Tribunal de Alçada (existem 3 no Brasil – PR/SP/MG – Juízes de Direito)
TRT – Tribunal Regional do Trabalho (existe 1 em cada Estado – Juízes do Trabalho)
TRE – Tribunal Regional Eleitoral (existe 1 em cada Estado – Juízes Eleitorais)
TM – Tribunal Militar (Juízes Militares)
JF – Justiça Federal Comum
JE – Justiça Estadual Comum
VT – Varas do Trabalho
JE – Justiça Eleitoral
VAM – Vara de Auditoria Militar
Em função do princípio federativo que rege o nosso ordenamento, existe uma bipartição no Poder Judiciário (Federal ou Estadual) . Para determinar se a matéria é de competência do Poder Judiciário Federal ou do Poder Judiciário Estadual, é necessário avaliar o pacto normativo referente ao interesse da matéria à determinada entidade. Aquela julga todas as matérias que dizem respeito aos interesses da União, e esta julgará todas as matérias que não interessam à União.
A justiça pode ser ainda: especializada (trata de matérias específicas) ou comum (trata das matérias que não são de competência da justiça especializada). As matérias específicas são aquelas referentes àJustiça do Trabalho, à Justiça Eleitoral e à Justiça Militar.
Justiça do Trabalho – trata de questões relacionadas com o Direito do Trabalho, ou melhor, da relação de emprego entre patrões e empregados regidos pela CLT. Nota-se que quando a relação patrão-empregado é estatutária deve ser tratada pela Justiça Comum (Estadual ou Federal).
Justiça Eleitoral – trata de toda a matéria eleitoral (eleições, crimes eleitorais, inscrição de eleitores, habilitação de candidatos, etc.)
Justiça Militar – trata de crimes militares, definidos assim, pelo Código Penal Militar. (nota-se que o crime de homicídio doloso não é mais considerado como crime militar, assim, será julgado quem o comete, pela Justiça Comum (estadual ou federal).
O Poder Judiciário federal detém:
Justiça do Trabalho (JT)
Justiça Eleitoral (JE)
Justiça Militar (JM)
Justiça Comum Federal (JCF)
O Poder Judiciário estadual detém:
Justiça Militar Estadual (JME)
Justiça Comum Estadual (JCE)
Observa-se que no caso da Justiça Militar e da Justiça Comum, ela pode ser estadual (quando o militar for do Estado – bombeiro) ou federal (quando o militar for da União).
Assim, o que não for de competência da Justiça específica (matéria trabalhista, eleitoral ou militar), será de competência comum (federal ou estadual)
As competências da Justiça Comum Estadual são remanescentes, ou seja, todas as matérias que não forem atribuídas à Justiça Comum Federal (art. 109), serão de competência daquela.
Quando ocorrer situações em que estiverem envolvidas competências da Justiça Estadual e da Justiça Federal, esta ficará encarregada de julgar o caso (ex.: pessoa difama policiais militares e policiais federais).
Situações em que haja conflito negativo de competências, ou seja, uma Justiça julga que o caso não é de sua competência e a outra faz o mesmo julgamento, fica a cargo do STJ indicar qual das duas irá julgar o caso (ex: circunstância em que a Justiça Estadual entende que se trata de contrabando, assim seria competência da Justiça Federal. Esta, por sua vez, entende que não houve contrabando, mas sim, tráfico de entorpecentes, sendo então de competência da Justiça Estadual)
Supremo Tribunal Federal
É o órgão máximo do Poder Judiciário, sendo o único Tribunal Supremo no Brasil. Sua função principal é a guarda da CF. 
O STF é composto por 11 juízes, denominados de Ministros, que são escolhidos pelo Presidente da República depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal (art. 52, III, a – art. 101). Para ser escolhido, deve haver primeiro a abertura de vaga no STF (morte, exoneração, condenação por crime, perda de cargo, aposentadoria voluntária ou compulsória. Sendo esta última a causa principal de abertura de vagas do STF) e além disso, o indivíduo deve preencher requisitos objetivos (maior de 35 e menor de 65 anos, brasileiro nato e cidadão) e subjetivos (conduta ilibada e notório saber jurídico). 
A partir da nomeação, o ministro passa a ser vitalício, ou seja, só perde o cargo em razão de sentença judicial.
As matérias de competência do STF constam no art. 102, especificadas em dois grupos:
competência originária – as que lhe cabe processar e julgar originariamente, ou sejam como juízo único (atua em 1a instância) e definitivo (em regra as decisões do STF são irrecorríveis, pois não há órgão acima dele, mas excepcionalmente pode haver novo julgamento por uma divergência existente entre as próprias turmas que compõem o STF) e são as questões relacionadas no inciso I do art. 102. Observe-se que no caso da alínea e deste inciso, não está citado o litígio entre Estado estrangeiro e município, assim, quando este ocorrer será de competência originária da Justiça Federal, e não do STF.
Competência recursal – quando atua como órgão revisor de decisões proferidas por outros órgãos do Poder Judiciário. Esta competência recursal pode ser ordinária (inciso II) ou extraordinária ( inciso III).
Superior Tribunal de Justiça
Exerce o controle da inteireza positiva, da autoridade e da uniformidade de interpretação da lei federal, assim, quando afirma-se que o STF é o guardião da CF, podemos afirmar também que, o STJ é o guardião do ordenamento jurídico federal.
É composto de, no mínimo 33 ministros escolhidos pelo Presidente depois de aprovada a escolha pela maioria simples (art. 47 e art. 104) do Senado Federal. Estes Ministros obrigatoriamente devem estar divididos:
1/3 de juízes dos TRFs
1/3 de desembargadores dos TJs
1/3 dividido da seguinte maneira:
- 1/6 de advogados
- 1/6 de membros do Ministério Público Federal, Estadual e Distrital.
	No caso dos juízes dos TRFs e TJs o próprio STJ elaborará lista tríplice, livremente, e a enviará para o Presidente.
	No caso, porém, dos advogados e membros do MP, serão preparadas listas sêxtuplas por cada instituição (OAB federal ou MP), que as encaminhará ao STJ, que elaborará lista tríplice a ser encaminhada ao Presidente.
	O cargo de Ministro do STJ exige dos candidatos o preenchimento de requisitos objetivos (35 a 65 anos, brasileiro nato ou naturalizado) e subjetivos (notável saber jurídico e reputação ilibada).
As competências do STJ são definidas no art. 105 da CF e podem ser divididas em dois grandes grupos, conforme a maneira de acionar o STJ: originária (art. 105, I) e recursal (art. 105, II e III).
Assim, será originária quando o STJ for acionado diretamente, através de ações que lhe caiba processar e julgar originariamente. Nestes casos, o Tribunal analisará a questão em única instância. 
Porém, igualmente, pode-se chegar ao STJ através de recursos ordinários constitucionais ou especiais (competência recursal). Neste casos, o Tribunal analisará a questão em última instância.
Justiça Federal
A CF estabelece que são órgãos da Justiça Federal: os TRFs e os Juízes Federais.
Os TRFs compõem-se de, no mínimo, 7 juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República entre brasileiros com mais de 30 anos e menos de 65 anos, aplicando-se a regra do quinto constitucional (art. 94).
Assim, um quinto dos membros dos TRFs deverá ser escolhido entre advogados, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de 10 anos de carreira. Os demais serão formados, mediante promoção de juízes federais com mais de 5 anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente (art. 107).
A competência da Justiça Federal vem taxativamente prevista na CF, e pode ser originária (art. 108, I) e recursal (art. 108, II).
Os assuntos que competem aos juízes federais processar e julgar vem arrolados no art. 109.
Justiça Estadual
	Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos na CF, que fixa alguns preceitos de observância obrigatória: (art. 125)
a competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do TJ.
A instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
A possibilidade de criação por lei estadual, mediante proposta do TJ, da Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos Conselhos de Justiça e, em segundo, pelo próprio TJ, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo da polícia militar seja superior a 20.000 integrantes, com competência para processar e julgar os policiais militares e bombeiros militares nos crimes militares definidos em lei, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente e dos oficiais e da graduação das praças.
Designação por parte do TJ de juízes de entrância especial, que sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio, com competência exclusiva para questões agrárias.
Aplicabilidadede regra na composição dos Tribunais Estaduais, segundo a qual um quinto dos lugares dos Tribunais de Estado e do DF e Territórios será composto de membros do MP, com mais de 10 anos de carreiras, e advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos 20 dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para a nomeação.
Importante salientar que a regra constitucional prevê expressamente a obrigatoriedade de que 1/5 dos assentos nos Tribunais Estaduais, distritais e TRFs, independentemente da composição do respectivo tribunal ser ou não múltiplo de cinco, seja composto por advogados e membros do MP. Assim, se a divisão dos membros de um determinado tribunal estadual, distrital ou regional federal por cinco não resultar em um número inteiro, o arredondamento sempre deverá ser para cima, sob pena de consagrar-se uma sub-representação dos membros do MP e dos advogados, em flagrante inconstitucionalidade. Por exemplo: dividindo-se por cinco os cargos de um Tribunal composto por 12 membros, chega-se ao número de 2,4. Assim, para atender ao preceito constitucional, as vagas destinadas ao membros do MP e advogados devem ser arredondadas para 3, pois se fossem 2, não estaria atendendo o preceito constitucional, por estar abaixo de 1/5 dos assentos do tribunal.
Não é obrigatória a existência de TA (compostos por juízes de alçadas), diferentemente dos TJ (desembargadores). Nota-se que quando há em um Estado TJ e TA, não há hierarquia jurisdicional entre eles, ou seja, nenhum deles irá revisar decisões do outro, porém, existe a hierarquia administrativa, estando o TA abaixo do TJ.
O juiz que compõe o TJ obrigatoriamente já compôs um TA.
Justiça do Trabalho
Seus órgãos são: TST, TRT e os Juízes do Trabalho. A competência da Justiça do Trabalho vêm descrita no art. 114 da CF.
Tribunal Superior do Trabalho (art. 111)
O TST compõe-se de 17 Ministros togados e vitalícios, escolhidos dentre brasileiros (nato ou naturalizados) com mais de 35 e menos de 65 anos, nomeados pelo Presidente após aprovação pelo Senado Federal, dos quais:
11 escolhidos dentre juízes dos TRTs, integrantes da carreira da magistratura trabalhista
3 dentre advogados
3 dentre membros do MP do Trabalho.
No caso dos 11 juízes de carreira, o próprio TST elaborará lista tríplice e encaminhará ao Presidente para escolha. No caso dos advogados e membros do MP, cada uma das carreiras encaminhará lista sêxtupla ao TST, observados os requisitos do art. 94 da CF, que elaborará lista tríplice, encaminhando-se ao Presidente, que procederá a escolha.
Estes Ministros do TST, só serão nomeados pelo Presidente, depois de aprovados por maioria simples (art. 111, § 1o e art. 47) pelo Senado Federal.
Tribunais Regionais do Trabalho (art. 115)
Serão compostos de juízes nomeados pelo Presidente, respeitada a propocionalidade estabelecida pelo art. 111, §2o da CF.
Os juízes do trabalho chegarão aos TRTs, escolhidos por promoção, alternadamente, por antigüidade e merecimento.
Entretanto, os advogados e membros do MP do Trabalho ingressarão no TRT, obedecido o disposto no art. 94, ou seja, desde que tenham mais de 10 anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e reputação ilibada, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Sendo que recebidas as indicações, o TRT formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um dos seus integrantes para a nomeação.
Haverá pelo menos um TRT em cada Estado e no DF. (art. 112)
A EC no 24/99, extinguiu a participação classista temporária de representantes de empregados e empregadores na Justiça Trabalhista, inclusive na 1a instância, transformando as Juntas de Conciliação e Julgamento, antigos órgãos colegiados, em Varas do Trabalho, cuja jurisdição será exercida por juiz singular. (art. 116)
A lei instituirá as Varas do Trabalho, podendo, nas comarcas onde não forem instituídas, atribuir sua jurisdição aos juízes de direito.
Justiça Eleitoral
	São órgãos da Justiça Eleitoral: o TSE, os TREs e os Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais. (art. 118).
	Tribunal Superior Eleitoral
	É composto por 7 juízes, sendo:
3 entre os Ministros do STF
2 entre os Ministros do STJ
2 entre advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral.
A nomeação, em relação aos Ministros do STF e do STJ, decorrerá de eleição mediante voto secreto, nos próprios Tribunais, para escolha dos juízes eleitorais.
Em relação aos dois juízes/advogados, o STF elaborará lista sêxtupla e a encaminhará ao Presidente, que nomeará dois, não havendo necessidade de aprovação do Senado.
Obrigatoriamente o Presidente e Vice-presidente do TSE serão ministros do STF, eleitos pelos 7 juízes eleitorais e o Corregedor Eleitoral será Ministro do STJ, igualmente eleito. (art. 119).
A lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais (art. 121).
Tribunal Regional Eleitoral
Art. 120 - Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na capital de cada Estado e no Distrito Federal, que serão compostos, mediante eleição e voto secreto, de:
2 entre os desembargadores do TJ
2 entre juízes de direito, escolhidos pelo TJ (juízes estaduais)
1 juiz do TRF com sede na Capital do Estado ou no DF, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo.
por nomeação, pelo Presidente da República, de 2 juizes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. 
Em respeito ao princípio da independência do Poder Judiciário, o próprio TRE elegerá seu Presidente e Vice-presidente, fixando a CF que a escolha deverá recair entre seus membros desembargadores; além disso, garante-se que os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e nos que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.
A fim de preservar a imparcialidade do Judiciário, seus membros servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
São irrecorríveis as decisões do TSE, salvo as que contrariarem a CF e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança.
Em relação aos TREs, somente caberá recurso quando suas decisões forem proferidas contra disposição expressa da CF ou de lei; ocorrer divergências na interpretação da lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais; anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais; denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção.
Justiça Militar
	A CF determina que a Justiça Militar será composta do STM, dos TMs e dos Juízes Militares instituídos por lei, que a organizará, competindo-lhe processar e julgar os crimes militares definidos em lei. (art. 122 e 124)
	Superior Tribunal Militar
	São previstas regras especiais, que não consagram a regra genérica do quinto constitucional.
	O STM compor-se-á de 15 Ministros, sendo: (art. 123)
10 militares (oficiais generais), divididos da seguinte maneira:
- 3 entre oficiais-generais da Marinha (Almirante), da ativa e do posto mais elevado da carreira.
- 4 entre oficiais-generais do Exército (Comandante), da ativa e do posto mais elevado da carreira.
- 3 entre oficiais-generais da Aeronáutica (Brigadeiro), da ativa e do posto mais elevado da carreira.
5 civis, sendo três advogados, um juiz auditor e um membro

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