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Estratigrafia - 5 Princípios de Correlação

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ESTRATIGRAFIA 
 
AULA Nº 05-PRINCÍPIOS DE CORRELAÇÃO 
 
 
I-INTRODUÇÃO 
A correlação estratigráfica consiste na determinação da correspondência entre unidades 
estratigráficas, através de suas características litológicas, paleontológicas e geocronológicas 
(Figura 1). 
A aquisição dos dados que formam a base lógica da correlação estratigráfica pode ser 
feita de varias maneiras e escalas, dependendo dos propósitos, grau de exposição das 
seqüências e dos recursos. 
Em trabalhos acadêmicos e levantamentos efetuados por serviços geológicos, em geral 
as exposições superficiais é que são as fontes de dados, os quais são integrados em seções 
estratigráficas e estas, por sua vez, são correlacionadas a nível local, regional ou inter-regional, 
dependendo do escopo do trabalho, com auxilio de outras ferramentas utilizadas no 
mapeamento geológico, como fotos aéreas e imagens de satélite. Nesse tipo de trabalho, a 
formalização de unidades estratigráficas assume papel importante para facilitar e uniformizar 
a nomenclatura estratigráfica, já que trabalhos deste escopo, em geral, são realizados de 
maneira intermitente e por vários grupos de pesquisa, muitas vezes simultaneamente. 
Já nos trabalhos realizados pelas companhias de petróleo, recursos mais sofisticados se 
somam aos tradicionais e os dados são provenientes de fontes como furos estratigráficos, 
perfilagem geofísica de poços e perfis sísmicos. O escopo do trabalho é mais pragmático e há 
uma tendência à informalidade em relação ao zoneamento bioestratigráfico e denominação de 
formações. 
 
II-TIPOS DE UNIDADES ESTRATIGRÁFICAS 
As rochas podem ser descritas em termos de quaisquer de suas propriedades físicas, 
químicas ou orgânicas, incluindo litologia, conteúdo fossilífero, geoquímica, mineralogia, 
resistividade elétrica, velocidade sísmica, densidade, polaridade magnética ou idade. 
Teoricamente, qualquer uma dessas propriedades pode ser usada para descrição e 
correlação, porém, a litologia é uma das características mais utilizadas, ao lado do conteúdo 
fossilífero para rochas fanerozóicas. 
Os principais tipos de unidades estratigráficas são descritos abaixo (Figura 2). 
 Unidades Litoestratigráficas: Baseadas em feições litológicas objetivas, como 
composição e granulometria, incluindo certas informações sedimentológicas 
básicas, como estruturas sedimentares, geometria de litossomas e sequências 
cíclicas. 
 Unidades Bioestratigráficas: Fundamentadas no conteúdo fossilífero, já que as 
formas de vida evoluem com o tempo, permitindo subdivisões com base em 
mudanças da fauna ou flora. 
 Unidades Cronoestratigráficas. Existem dentro de uma estratigrafia interpretativa, 
em contraste com os tipos anteriores, estritamente descritivos, e dizem respeito à 
idade do estrato, a qual pode ser determinada por uma variedade de meios, sendo 
os mais importantes o conteúdo fossilífero, datação radiométrica e polaridade 
magnética. 
 
Figura 1. Painel de correlação litoestratigráficas. Perfis levantados no Vale do Cariri, com datum no nível de 
calcários das Camadas Batateiras. Fonte: Chagas, Assine e Freitas (2007). 
 
Tanto as unidades litoestratigráficas quanto bioestratigráficas tendem a ser de extensão 
localizada. O caráter litológico depende do sistema deposicional, suprimento sedimentar, 
clima, taxa de subsidência etc., características estas que podem variar em curtas distâncias. 
 
Figura 2. Comparação entre unidades litoestratigráficas, bioestratigráficas e cronoestratigráficas. Fonte: 
Modificado de Murphy e Salvador (1999). 
 
 
As unidades litoestratigráficas podem ser diácronas, ou seja, formadas em intervalos de 
tempo diferentes em lugares diferentes, refletindo mudanças graduais no ambiente 
deposicional. Os limites litoestratigráficos podem ser tanto um truncamento erosivo 
relacionado a uma discordância ou uma mudança faciológica em uma unidade contemporânea 
(lateralmente contígua) de um tipo diferente. 
As unidades bioestratigráficas são baseadas em fauna ou flora, sua distribuição sendo 
controlada pela paleoecologia. Em adição, faunas contemporâneas localizadas em nichos 
ecológicos que são similares, porém geograficamente isolados, podem apresentar padrões 
evolucionários sutilmente diferentes, dificultando comparações ou correlações. Como as 
formas de vida evoluem com o tempo, floras e faunas possuem limites temporais na sua 
distribuição. 
A cronoestratigrafia envolve esforços para resolver estas dificuldades através do 
estabelecimento de um padrão de referência global baseado no tempo geológico. 
Porém, a qualidade da correlação cronoestratigráfica é limitada pelas características do 
argumento geocronológico no qual está baseada. 
 
III-PROCEDIMENTOS ESTRATIGRÁFICOS 
II.1-Guias Estratigráficos 
Desde a fundação da ciência estratigráfica, pelo inglês Willian Smith no final do século 
XVIII, várias estratigrafias locais, métodos e filosofias estratigráficas têm sido desenvolvidos 
em diferentes partes do mundo. Para criar uma normalização de conceitos e linguagens, desde 
1952 têm sido criadas comissões internacionais com o objetivo de elaboração e 
aperfeiçoamento de códigos de nomenclatura estratigráfica. 
O último código internacional publicado foi o International Stratigraphic Guide 
(MURPHY; SALVADOR, 1999), pela International Subcomission on Stratigraphic 
Classification, órgão da International Comissiono on Stratigraphy. Atualmente, o código de 
nomenclatura estratigráfica mais difundido é North Americam Stratigraphic Code, publicado 
pela North American Comission on Stratigraphic Nomenclature (THE NORTH AMERICAN 
COMMISSION ON STRATIGRAPHIC NOMENCLATURE, 2005), o qual complementa o 
primeiro e tem servido de guia para as anotações subseqüentes. 
No Brasil, foi publicado Código Brasileiro de Nomenclatura Estratigráfica 
(COMISSÃO ESPECIAL DE NOMENCLATURA ESTRATIGRÁFICA, 1986). 
 
II.2-Formalização de Unidades Estratigráficas 
A base de toda documentação estratigráfica consiste em unidades litoestratigráficas e 
bioestratigráficas formais, baseadas no estabelecimento e descrição de uma seção-tipo ou 
estratótipo, o qual pode ser uma seção superficial bem exposta, seção de mina subterrânea ou 
seção de poço, escolhida como exemplo da unidade. 
O estratótipo deve ser o mais completo e contínuo possível, evitando-se, sempre que 
possível, seções falhadas, e no caso de exposições superficiais, longos intervalos recobertos 
por solos, perfis com alto grau de alteração e exposições excepcionalmente acessíveis, como 
em leitos de rios expostos durante períodos secos. Deve-se incluir o contato inferior e o superior 
da unidade. Seções de subsuperfície devem ser acessíveis através de descrições dos perfis de 
poços, ou testemunhos, armazenados num repositório permanente. O material descritivo de 
seções superficiais e de subsuperfície deve ser acessível em arquivos públicos de serviços 
geológicos, museus ou universidades. Deve incluir dados precisos de localização, perfis 
descritivos, perfis geofísicos para seções subterrâneas e tanto material quanto possível, desde 
que convenientemente armazenado. 
Seções de referência adicionais podem ser designadas para ilustrar quaisquer feições 
não contempladas na seção-tipo. Quando uma unidade possui exposições tanto superficiais 
quanto subsuperficiais, deve-se escolher uma seção-tipo superficial, se bem que a porção 
subsuperficial pode ser referida como uma seção de referência. A denominação de novas 
unidades estratigráficas ou a redefinição daquelas já existentes só pode ser feita mediante uma 
cuidadosa avaliação da terminologia existente e variabilidade regional, além da área de 
definição. Denominações locais devem ser preteridas em favordaquelas mais abrangentes e já 
consagradas na literatura geológica. 
Uma unidade estratigráfica só é formalizada quando seus aspectos fundamentais são 
publicados em periódicos ou outro artifício de divulgação de ampla credibilidade e circulação 
no meio científico, com caráter nacional ou internacional, ou ainda, quando submetidos a um 
comitê estratigráfico a nível nacional ou internacional. A publicação da descrição de uma 
unidade estratigráfica nova ou redefinida deve incluir as seguintes informações: 
 Nome e posição hierárquica; 
 Localização da seção-tipo e seções de referência, incluindo uma representação 
cartográfica; 
 Descrição detalhada da unidade na seção-tipo, incluindo a natureza e espessura (ou 
profundidade) dos contatos, tanto em superfície quanto em subsuperfície; 
 Comentários da extensão local ou regional da unidade e de sua variabilidade; 
 Seção colunar da unidade (especialmente se litoestratigráfica), podendo incluir 
perfis geofísicos de poços; 
 Citação do local de armazenamento do material de referência; 
 Discussão da relação com outras unidades estratigráficas nas circunvizinhanças. 
 
Por fim, uma unidade estratigráfica formal não deve nunca ser proposta sem uma grande 
quantidade de informações litoestratigráficas ou bioestratigráficas minuciosas, coletadas de 
uma grande variedade de afloramentos ou poços. 
 
Bibliografia 
CHAGAS, Daniel Bezerra das; ASSINE, Mário Luis; FREITAS, Francisco Idalécio de. Facies 
sedimentares e ambientes deposicionais da Formação Barbalha no Vale do Cariri, Bacia do 
Araripe, Nordeste do Brasil. Geociências, Rio Claro, v. 26, n. 4, p.313-322, 2007. Disponível 
em: 
<http://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/geociencias/article/view/1795/1545
>. Acesso em: 06 dez. 2015. 
MIALL, Andrew D. Principles of sedimentary basin analysis. Springer-Verlag: New York, p. 
668, 1990. 
MURPHY, Michael A.; SALVADOR, Amos. International Stratigraphic Guide: An abridged 
version. Episodes, Karnataka, v. 22, n. 4, p.255-272, 1999. 
THE NORTH AMERICAN COMMISSION ON STRATIGRAPHIC NOMENCLATURE. 
The North American Stratigraphic Code. The American Association Of Petroleum 
Geologists Bulletin, Boulder, v. 89, n. 11, p.1547-1591, 2005. 
COMISSÃO ESPECIAL DE NOMENCLATURA ESTRATIGRÁFICA. SBG. Código 
Brasileiro de Nomenclatura Estratigráfica: Guia de Nomenclatura Estratigráfica. Revista 
Brasileira de Geociências, São Paulo, v. 16, n. 4, p.370-415, 1986.

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