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ANALISE E INTERPRETAÇÃO

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ANÁLISE E 
INTERPRETAÇÃO DAS
DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS
Prof. Milton Edwino Kelling
ANÁLISE DE BALANÇOS E 
INDICADORES DE 
DESEMPENHO
1. OS USUÁRIOS DAS 
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
O quadro abaixo sintetiza o interesse de cada um dos
usuários das demonstrações financeiras:
Usuário Questões
Proprietários Rentabilidade, valor do negócio?
Aumentar ou diminuir investimentos?
Administradores Que operações devem ser incrementadas/ 
reduzidas?
Fornecedores Aumentar ou diminuir crédito?
Bancos Ceder empréstimos?
Governo IR calculado corretamente? 
Funcionários A empresa é lucrativa?
Concorrentes Vendas, margens de lucro, rentabilidade?
1. OS USUÁRIOS DAS 
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
• Podemos acrescentar mais um grupo de usuário: 
cliente. Rentabilidade? Capacidade de entrega dos 
produtos / serviços contratados?
• Qualquer que seja a necessidade do usuário, a 
análise das demonstrações financeiras permite 
avaliar:
� capacidade de liquidez – situação financeira
� estrutura patrimonial – origem dos recursos 
(capital próprio ou de terceiros).
� rentabilidade do negócio – retorno sobre o 
investimento realizado
2. Estrutura das demonstrações 
financeiras
Balanço Patrimonial
Capital de 
terceiros
Capital 
próprio
Investimento 
Total
2. Estrutura das demonstrações 
financeiras
• Despesas antecipadas – decorrem de
pagamentos antecipados de despesas que
gerarão benefícios no exercício futuro.
Exemplos: seguros, assinaturas de revistas e
jornais etc.
• Intangíveis – são os ativos que contribuirão
para a formação do resultado de mais de um
exercício social. Exemplos: gastos com pesquisa
e desenvolvimento de novos produtos, gastos
pré-operacionais, gastos para implantação de
sistemas etc.
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2. Estrutura das demonstrações 
financeiras
• Investimentos – I) participações permanentes em outras 
sociedades ou II) outros ativos que não se destinam às 
operações (como obras de arte, terrenos).
• Os investimentos são avaliados por um dos 2 métodos:
• Custo – os valores de aquisição se alteram somente se 
há o reconhecimento de perdas permanentes.
• Equivalência Patrimonial.
• Equivalência patrimonial – os resultados e quaisquer 
variações patrimoniais de uma coligada ou controlada são 
contabilizados no momento de sua ocorrência (com base 
nas demonstrações de resultados das coligadas ou 
controladas).
3. Análise horizontal e vertical
• Os valores absolutos dificultam a “leitura” das 
demonstrações financeiras.
• Análises horizontal e vertical acrescentam números 
relativos (%) aos absolutos.
• Na análise horizontal verifica-se a evolução –
crescimento ou redução – de uma rubrica da demonstração 
financeira, de um período (mês, ano etc) para outro.
A lei das S.A.s obriga que a publicação dos balanços 
contenha dados de 2 anos, permitindo, assim, analisar a 
evolução das contas, de um ano para outro.
• Na análise vertical verifica-se a participação relativa (%) 
de cada item - ativo, passivo ou despesa - sobre o total.
3. Análise horizontal 3. Análise horizontal 
3. Análise horizontal 3. Análise Vertical
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3. Análise Vertical 4. ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES
Consiste na relação entre contas ou grupo de contas do Balanço e
da Demonstração de Resultado, a fim de se evidenciar a situação da
empresa quanto a liquidez, estrutura de capital e
rentabilidade.
Comparação dos índices no tempo - A comparação de índices de
dois períodos diferentes também enriquece a análise das
demonstrações financeiras.
A comparação com padrões do segmento propicia as melhores
conclusões sobre a situação econômico-financeira, visto que,
dependendo do negócio, a estrutura de capitais, bem como a
liquidez podem assumir características distintas.
Inúmeros são os índices possíveis de se calcular. A seguir,
apresentamos alguns deles.
5. ÍNDICES DE LIQUIDEZ
Indicam a situação financeira de uma empresa, ou seja, a sua 
capacidade pagar as dívidas.
Liquidez Corrente = Ativo Circulante(*)
Passivo Circulante (*)
(*) O circulante também é chamado de corrente
Indica quanto a empresa possui no ativo circulante para 
cada $ de dívida no passivo circulante.
Quanto maior, melhor é a capacidade de pagamento.
5. ÍNDICES DE LIQUIDEZ
Liquidez Seca = Disponível + Contas a Receber
Passivo Circulante
Indica quanto a empresa possui em seus ativos mais líquidos –
disponível, aplicações financeiras e valores a receber de clientes 
- para cada $ de dívida no passivo circulante.
Quanto maior, melhor é a capacidade de pagamento.
Se o índice de liquidez seca é ruim mas a empresa possui 
estoques de produtos acabados (não obsoletos ou deteriorados) 
em condições de venda rápida, pode indicar uma boa situação 
financeira.
5. ÍNDICES DE LIQUIDEZ
Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a longo prazo
Passivo Circulante + Exigível a longo prazo
Indica quanto a empresa possui em ativos de curto e longo 
prazos para cada $ de dívida total.
Quanto maior, melhor é a capacidade de pagamento.
6. ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL
Endividamento = Capital de terceiros x 100
Patrimônio Líquido
Indica a relação entre capital de terceiros e capital próprio.
Quanto menor, melhor, pois menor é a dependência do 
capital de terceiros para a manutenção da operação e, 
consequentemente, menor é o nível de despesas 
financeiras.
Entretanto, se o juro pago pelo capital de terceiros for 
menor do que lucro sobre o capital próprio, é 
vantajoso para a empresa.
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6. ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL
Composição do endividamento = Passivo circulante x 100
Capital de terceiro
Indica a relação entre as dívidas de curto prazo e as dívidas 
totais.
Quanto menor, melhor, pois significa que o pagamento da 
dívida ocorre em prazos mais longos.
Os financiamentos de longo prazo tendem a ter um custo 
menor do que os de curto prazo, especialmente se captados em 
entidades como BNDES ou FINEP.
6. ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL
Imobilização do PL = Ativo Imobilizado x 100
Patrimônio Líquido
Indica quanto do capital próprio está investido no Ativo 
Imobilizado. 
Quanto menor, melhor. Quando menor do que 100%, 
significa que o capital próprio, além de financiar os 
investimentos em ativo imobilizado, ainda gera recursos para o 
capital circulante.
Em empresas de capital intensivo, como siderúrgicas e 
hidroelétricas, é normal que esse índice seja superior a 100%, 
ou seja, há necessidade de recursos de terceiros para 
investimento.
7. ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Indicam o retorno dos investimentos realizados.
Giro do ativo = Receita Líquida
Ativo Total
Indica quanto a empresa vendeu para cada $ de investimento 
total (próprio e de terceiros).
Quanto maior, melhor. 
Quando se verifica uma redução nesse índice, de um período
para outro, deve-se analisar a real causa. Uma hipótese seria
a decisão da empresa de aumentar o preço de venda, com
conseqüente redução nos volumes vendidos. Havendo
manutenção ou aumento da margem líquida, há ganho para a
empresa (possivelmente provocado por reduções em custos
fixos).
7. ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Margem Líquida = Lucro Líquido x 100
Receita Líquida
Indica quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 
vendidos.
Quanto maior, melhor. 
7. ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Rentabilidade do Ativo = Lucro Líquido x 100
Ativo Total
Indica quanto a empresa obtém de lucro para cada $100 
de investimento total (próprio e de terceiros).
Quanto maior, melhor. 
7. ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Rentabilidade do Patrimônio Líquido = Lucro Líquido x 100
PL Médio
Patrimônio Líquido médio = (PL Inicial + PL Final) ÷ 2
Indica quanto a empresa obteve de lucro para cada $100 de 
capital próprio investido. 
Quanto maior, melhor. 
Representa a remuneração do capital próprio, que deve ser
comparadacom outros investimentos disponíveis no mercado, para
avaliar a viabilidade de permanência no negócio. Evidente que a
decisão deve levar em consideração o comportamento da
rentabilidade no longo prazo, a fim de que não seja impulsionada por
ocorrências anormais (tanto no mercado de atuação da empresa
quanto nos alternativos como bolsa de valores, fundo de renda fixa
etc).
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6. MODELO DU PONT
Consiste na análise de retorno do investimento sob 2
aspectos: margem e giro dos ativos.
Esse desmembramento facilita a identificação das origens
do resultado obtido e, consequentemente, as causas de
eventuais problemas existentes.
É também chamada de análise do ROI – Return on
Investiment (ou simplesmente, retorno sobre o
investimento).
6. MODELO DU PONT
Fórmula que fornece a taxa de retorno sobre os
ativos pela multiplicação da margem líquida
pelo giro do ativo.
6. MODELO DU PONT
Margem liquida
Índice que mede a porcentagem de cada
unidade monetária de venda que restou, depois
da dedução de todas as despesas, inclusive o
imposto de renda.
6. MODELO DU PONT
Giro do Ativo Total
Mede a eficiência com a qual a empresa usa
todos os seus ativos para gerar vendas, quase
sempre significa quanto maior o giro total da
empresa, mas eficientes foram os usos dos
seus ativos.
6. MODELO DU PONT
Taxa de retorno sobre o ativo total
Mede a eficiência global da administração na
geração dos lucros em relação a seus ativos
disponíveis.
Quanto maior for a taxa deste índice melhor
será a desenvoltura da empresa.
6. Modelo Du Pont
ROI 13,86%
Margem Liq. 0,21 Giro 0,66
Lucro Líquido 
$ 87.769.490
Vendas Liq. 
$ 412.593.745
(÷)
Vendas Liq. 
$ 412.593.745
Custos e 
Despesas 
$ 324.824.255
(x)
CMV 
$ 170.804.609
Custo das 
Vendas 
$ 35.622.025
IR e CSLL 
$ 18.743.391
Despesas 
Operacionais 
$ 74.359.902
Receitas 
Financeiras 
($43.647.886)
Juros 
$ 68.942.214
Ativo
$ 622.375.687
Ativo Não 
Circulante 
$224.214.209
Vendas Liq. 
$ 412.593.745 (÷)
(-)
Ativo Circulante 
$398.161.478
Disponível 
$ 
Estoques 
$ 
Contas a 
Receber $ 
(+)

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