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Aps Dp A importancia da defensoria Publica no brasil

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Universidade Paulista Campinas
Campus II – Swift
Atividade Pratica Supervis (APS)
A importância da Defensoria pública no Brasil
Campinas Swift
27/11/2017
A importância da Defensoria pública no Brasil
Trabalho avaliativo apresentado á 
Universidade Paulista Unip
 De Campinas, como parte da
Exigência do Curso Superior de 
Direito Para aprovação na disciplina,
 Metodologia da pesquisa em 
Defensoria Publica ministrada
 Pelo Professor Mauro Paiva.
Campinas Swift
27/11/2017
1-Introdução
Defensoria Pública é um órgão novo na história constitucional do Brasil. Sua atribuição é a de concretizar o direito de acesso à Justiça, que se mostra como o mais fundamental dos direitos. Esse acesso, porém, deve ser interpretado de forma ampla e, pois, condizente com os escopos de um Estado Democrático e Social de Direito. No Brasil, onde a desigualdade social é enorme, o fortalecimento da Defensoria Pública significa respeitar a dignidade da população carente. Ressalta-se no artigo que essa instituição almeja muito mais do que prestar assistência judiciária para essa população; seu norte deve ser a transformação social.
Palavras-chave: Neoliberalismo, desigualdade social, acesso à Justiça, conteúdo material, Defensoria Pública, transformação social.
2-Origem e História da Defensoria Pública
Se tomarmos como ponto de partida que Assistência Judiciária Gratuita e Defensoria Pública são realidades próximas, podemos chegar à conclusão que elas tratam de instituição nova na História. Desde as civilizações antigas, se tomarmos como exemplo o Código de Hamurabi, verificou a necessidade de amparar os mais necessitados, podemos elencar o órfão a viúva e o pobre, onde muitas vezes não era vista a justiça social realizada. No cenário global, a origem próxima destas instituições e aconteceram com a Revolução Francesa, onde os Direitos do Homem foram algo enaltecido pela sociedade, algo que estava apagado e esquecido diante os acontecimentos que remontam tal época. 
Pioneiramente a Defensoria Pública no Brasil surge no Rio de janeiro, muito antes de pensarem sobre esta realidade em outros Estados da Federação, onde poderemos analisar melhor sua história no Histórico em cada Estado da Federação. Hoje a Constituição do Rio de Janeiro, seguindo sua origem de pioneira no Brasil, é a mais abrangente em relação a defensoria Pública, inclusive com disposto de proposição da Ação Civil Pública em favor de associações que visam a proteção dos interesses coletivos, difusos e até mesmo direitos ambientais. 
3-Histórico em cada Estado da Federação
3.1- Região Norte
3.2- Acre
A instalação da defensoria Pública no Acre teve início no final do ano de 2001 e efetivada no ano de 2002. O primeiro concurso para categoria inicial teve seu edital de abertura no dia 05 de outubro de 2001. Hoje a defensoria pública acreana, fazendo jus ao grande escritório que é, faz atendimento gratuito a toda população carente que dela necessita, sendo auxiliado por estagiários inclusive. A área de atuação da defensoria pública no estado do Acre abrange tanto cível como criminal. Na área criminal “habeas corpus, liberdades provisórias, prisões arbitrárias, instauração de inquérito policial, defesa em processos criminais”. Na área cível: caso de divórcio, separação judicial, alimentos, busca e apreensão, guarda e responsabilidade, tutela, curatela, usucapião, despejo, investigação de paternidade, mandado de segurança dentre outros serviços. 
3.3- Amazonas
O estado do Amazonas foi o primeiro a ter instalado a Defensoria Pública na região Norte e foi o segundo lugar no Brasil. Foi instalado neste Estado através da lei complementar nº1 de 30 (trinta) de março de 1.990 (mil novecentos e noventa), prestando assistência jurídica enfrentando nesta região os problemas com população de baixa renda, qualidade de vida, falta de emprego, educação, saúde, comida, e todos hipossuficientes. Há doze Unidades Descentralizadas de Atendimento, que se encontra em lugares periféricos de maior densidade demográfica. Nesta região as Ações que possuem uma maior demandam para a Defensoria Pública são: 
- Área Cível: área família (separação judicial, divórcio, investigação de paternidade, pensão alimentícia, guarda e responsabilidade de menor), regularização de terras e responsabilidade civil;
- Área Criminal: defesa criminal.
4-Vantagens da Defensoria Pública.
Como toda instituição, tem também a defensoria Pública as suas vantagens nos olhos da sociedade. Em relação às suas vantagens é que podemos analisar que ela possui características que são eficazes e trazem um verdadeiro Acesso à Justiça à toda população com uma orientação específica àqueles que não tem oportunidade para tal acesso, dentre as quais : 
-prestação da assistência jurídica integral à todos que dela necessitam por falta de recursos financeiros, podendo ser judicial ou extrajudicialmente, sendo inclusive de forma descentralizada; 
-quando implanta ouvidoria, esta é independente com intuito de controlar e trazer a participação da sociedade em geral para que usufrua da instituição; 
-faz acessória com núcleos especializados, podendo ser em grupos, órgãos. Não governamentais e entidades, visando à busca do cumprimento dos Direitos Humanos, como as vítimas da violência, principalmente contra crianças, idosos, mulheres, portadores de deficiência física; 
-busca a defesa dos direitos difusos e coletivos de toda sociedade carente de recursos financeiros, educacionais etc; 
-há um atendimento em conjunto com profissionais de outras áreas, sendo eles, psicólogos, assistentes sociais, acompanhamento não só jurídico, mas também psicossocial, principalmente para aquelas vítimas de violência; 
-promove a propagação para a sociedade dos direitos humanos, dizendo sobre a cidadania com ênfase no ordenamento jurídico; 
-formulação de um plano de atuação promovendo a participação de toda a sociedade com conferencias anua; 
-no concurso e ingresso dos profissionais capacitados para o cargo, tem critério estabelecidos, garantindo um atendimento qualificado à população carente; 
-diferente de outros órgãos, tem uma autonomia administrativa, com um coordenador que é o Defensor Público Geral, todos com mandado com tempo indeterminado; 
-possui autonomia orçamentária e financeira assim como é visível quando estabelecido no ordenamento jurídico com a reforma orçamentária. 
A importância da Defensoria Pública
Sua importância é essencial na sociedade, pois há uma grande necessidade da prestação deste auxílio aos necessitados, para a sua atuação em juízo diante da parte contrária que já foi reconhecida desde povos antigos. O Defensor Público nada mais que um advogado do necessitado. 
Segundo Ruben Lara, que nos diz o seguinte:
...pela importância das atividades a serem exercidas pela Defensoria Pública, que a defesa dos menos abastados em juízo tem como função primordial a assistência jurídica integral e sua finalidade primordial é a garantia do princípio constitucional é a garantia do princípio constitucional da igualdade. 
6- A Defensoria Publica deve mesmo existir?
A sociedade complexa em que vivemos hoje revela novas formas de relações humanas, ao mesmo tempo em que há uma aparente incapacidade das pessoas de resolverem seus próprios conflitos. Em por isso se mostra crescente o fenômeno comumente denominado de judicialização das questões derivadas das relações sociais, muitas das quais antes resolvidas por meio da auto composição, utilizando-se da autonomia privada. A existência de sistemas de justiça aptos e eficazes, nesse contexto, se mostra imprescindível à garantia da própria manutenção da dignidade do ser humano, a qual passa, necessariamente, no tempo atual, pela possiblidade de reclamar a efetivação do que lhe é de direito. A questão torna-se ainda mais abstrusa quando consideramos o acesso à justiça para indivíduos econômica esocialmente desfavorecidos. De certo, a efetivação e garantia de direitos, inclusive fundamentais/universais, passa pelo conhecimento da existência dos mesmos e dos instrumentos que possibilitam a exigência imperativa de seu cumprimento ou sua reparação, quando violados.
7-Os fortalecimentos da Defensoria Publica como garantia de acesso á justiça por parte da população carente.
As pessoas que necessitam do trabalho da Defensoria Pública veem seus direitos usurpados na medida em que se sujeitam à situações, muitas vezes até humilhantes, uma vez que precisam madrugar em filas para terem direito a ser atendidas por um defensor, sem falar que, na maioria dos casos, comparecem às audiências sozinhas, ficando numa situação de total desvantagem em relação a quem tem condições de contratar um advogado particular.
Uma Defensoria Pública com estrutura humana e material adequado é um dos fatores que viabiliza a igualdade de oportunidades possibilitando à parte um julgamento justo e uma defesa consistente. Senado Federal, em novembro de 2004, aprovou a Reforma do Judiciário que, entre diversos pontos, concedeu autonomias funcional, administrativa e orçamentária às Defensorias Públicas estaduais, o que as coloca no mesmo nível estrutural dos Ministérios Públicos estaduais. Em virtude disso, não há razão para um defensor receber menos do que percebe um representante do Ministério Público.
A remuneração dos Defensores Públicos é inferior à metade da remuneração de Juízes e promotores. Para se tiver uma ideia dos problemas que isso gera, muitos dos aprovados em concurso de ingresso na carreira, partem para outras instituições melhor remuneradas. Com isso a população arca com sérios prejuízos, pois a alta rotatividade de profissionais reduz a qualidade do serviço prestado. Só através da valorização profissional é que os profissionais de Direito se sentirão atraídos a seguir a carreira da Defensoria Pública. Portanto, se faz necessário programar mudanças urgentes no sentido de dar melhores condições de trabalho aos defensores públicos.
Os recursos destinados à Defensoria Pública, ao longo dos anos, têm sido desproporcionais ao aumento da demanda dos seus serviços, o que inegavelmente compromete, em longo prazo, o nível de excelência esperado pela população carente e devido pelo Poder Executivo. Ainda, igualmente escassos para a efetiva valorização profissional do defensor público, ou seja, a garantia de equivalência salarial entre os membros da Administração da Justiça (defensor público, promotor e juiz), ou que, pelo menos, elimine as atuais disparidades gritantes, cuja defasagem inaceitável é a grande responsável pela crescente evasão da carreira e pelo desinteresse de advogados de ingressar na Defensoria Pública, acontecimento que reverte em prejuízo da qualidade de defesa do pobre, principalmente quando confrontada com o desempenho de excelentes profissionais dos Direito contratados pela parte adversa.
Os recursos orçamentários também são insipientes para ampliação e criação de quadro de apoio técnico-administrativo, quadro de estagiários remunerados, e ainda pagamento de suas próprias perícias, registre-se o caso dos exames de DNA, que poderiam ser custeados pela própria instituição, ainda na fase extrajudicial, o que viabilizaria o reconhecimento da paternidade, evitando longa contenda judicial. A Defensoria Pública é esteio das causas populares e a sua atuação implica, com efeito, uma tomada de posição do próprio Estado frente aos conflitos sociais e as contradições de classes.
A partir do momento em que a sociedade acolheu o caráter mais coletivo das ações e relacionamentos, em detrimento do individual, o acesso à justiça tornou-se mais abrangente, posto que o Estado passou a ser sujeito atuante, assegurando a todos os direitos essenciais básicos, dentre eles, o acesso à justiça, independente da condição financeira de cada cidadão.
O primeiro passa para garantia dos desejados direitos fundamentais foi a promulgação da Constituição Federal de 1988, restando, atualmente, a consolidação das instituições democráticas, dentre elas, a Defensoria Pública, cujo objetivo é a materialização de tais preceitos constitucionais.
Determinou a Constituição Federal a criação das Defensorias Públicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e da União, em seu art. 134, estabelecendo o seguinte:
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação e a defesa em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5o LXXIV.
O trabalho praticado pelo Defensor Público é, perante o Estado e a sociedade, importantíssimo, porque sua obrigação está voltada tão-somente para classe economicamente desfavorecida, representada pela maioria da população do país, de onde surgem graves e numerosos conflitos sociais. Ademais, ao Defensor Público deve ser pago remuneração condigna, para que sejam afastadas preocupações de ordem material, fazendo com que esse profissional volte-se unicamente para o exercício de seu cargo.
Nunca é muito lembrar, por seu turno, o mérito e a grandeza da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no cenário político-institucional do país, tendo sido notáveis suas intervenções em favor do Estado de Direito e pela preservação dos Direito Humanos. Todavia Defensoria Pública e OAB são instituições diferentes, com legislações próprias, incumbindo a cada uma, sem qualquer interferência, constituir e disciplinar a atividade profissional de seus pares.
Pelo menos sessenta por cento dos processos que tramitam pela Justiça originam-se da Defensoria Pública, fato esse que por si só afasta os Defensores Públicos dos advogados, explicando assim a existência de prerrogativas especiais, para que suas funções possam ser exercidas com maior cuidado e dedicação, haja vista estarmos falando do benefício da coletividade e da ordem social.
Hoje é comum falar em cidadania, sem antes refletir sobre o real sentido da palavra. Muito além do exercício pleno dos direitos políticos, cidadania consiste na faculdade de ver assegurado pelo Estado o cumprimento da tarefa igualitária e distributivista, sem a qual não há democracia nem liberdade.
Mas afinal, o que significa, no Brasil de hoje, igualdade real entre os indivíduos? Há situação de igualdade quando as pessoas estão inseridas num quadro de distribuição de justiça pelo poder público, de forma que possam efetivamente influenciar as decisões políticas e gozar das prerrogativas descritas na lei. Só se pode exercer pacífica ou contenciosamente um direito quando se sabe titular. 
A distância dos cidadãos em relação à administração da justiça é tanto maior quanto mais baixo é o estado social a que pertencem e que essa distância, tem como causas próximas, não apenas fatores econômicos, mas também fatores sociais e culturais, ainda que uns e outros possam estar mais ou menos remotamente relacionados com as desigualdades econômicas.
Reconhecer a importância da Defensoria Pública no acesso da população carente à justiça é verificar que, num País de miseráveis, cuja maioria esmagadora nunca teve sequer acesso à internet, é, no mínimo, pueril sustentar a vigência de um Estado Democrático de Direito. Afastado da democracia, o Brasil é a terra da dicotomia socioeconômica. E cada vez mais longe do Direito estaremos, enquanto as classes economicamente desfavorecidas continuarem privadas do exercício efetivo do direito de ação.
Ora, se o abismo social é tão evidente, por que a evolução da Defensoria Pública no Brasil caminha a passos tão lentos? Queremos demonstrar o prejuízo social decorrente da desvalorização de uma instituição com potencial inimaginável, cujo fortalecimento propiciaria a inclusão política e jurídica de milhões de pessoas e possibilitaria reverter o nefasto quadro social brasileiro.
Muito mudou, é preciso reconhecer. Mas lembremos de que certas autoridades ainda insistem em desrespeitar a Constituição. Negam-se a aceitar a autonomia da Defensoria Pública, como se seu fortalecimento implicasse prejuízopara o Estado. Ignoram uma evolução legislativa e social que não tem mais volta. Prova maior é a alteração recente da Lei Federal n° 7.347/85, que possibilitou à Defensoria ingressar com a ação civil pública. Se a instituição tem poder, portanto, para reivindicar mudança nos planos de política pública, óbvio concluir que não existe qualquer tipo de vinculação da Defensoria Pública ao Poder Executivo.
Uma maneira de se extinguir ou pelo menos paralisar essa instabilidade é a criação de leis que contenham critérios rígidos a serem obedecidos por qualquer governante, independentemente de sua vontade política. Tais critérios devem-se referir basicamente à percepção de salário digno (motivo de maior êxodo dos Defensores Públicos para outras carreiras e, por consequência, dificuldade de afirmação da identidade institucional), à autonomia e independência administrativo-financeira e às instalações adequadas ao desenvolvimento dessa atividade.
Defensoria Pública é instituição capaz de efetivar direitos; direitos estes protagonizados diariamente pelas relações vividas e sofridas por milhões de brasileiros. A Defensoria Publica é, assim, um agente de transformação social, instrumento de realização do primado constitucional da igualdade de todos perante a lei e consequente garantia da ordem democrática. É preciso que o Estado Brasileiro se conscientize e entenda que Defensoria Pública forte é sinônima de democracia, cidadania e liberdade.
Defensoria Pública: uma breve história.
A criação da Defensoria Pública está diretamente relacionada à evolução histórica do modelo de assistência jurídica gratuita prestada pelo Estado aos necessitados. A partir do momento em que o Estado é instado a garantir o acesso à justiça via concessão de benefícios de isenção de taxas e custas judiciárias, surge também um múnus público que visa a garantir a orientação e defesa jurídica à população carente.
A prestação de um serviço jurídico, público e gratuito à parcela necessitada da população demandou, na história republicana do Brasil, a necessidade de estruturação de um órgão estatal com função e atributos próprios para prestar adequadamente a assistência jurídica integral.
Muito embora a menção expressa à Defensoria Pública tenha constado, primeiramente, na Constituição Estadual do Estado do Rio de Janeiro de 1975 (no âmbito Estadual) e na Constituição Federal de 1988 (em âmbito federal), pode-se observar uma preocupação legislativa constante em institucionalizar um órgão público apto à prestação de serviços jurídicos gratuitos.
A Defensoria Publica e o acesso a justiça.
No presente capítulo, será demonstrada a importância da Defensoria Pública como sendo um instrumento efetivado do direito fundamental ao acesso à Justiça.
9.1- Breve explanação histórica sobree o acesso a justiça.
Até mesmo os povos mais antigos reconheceram a importância, bem como a necessidade da prestação de auxílios relacionados aos que necessitam, para que pudessem gozar de uma atuação em juízo que se aproximasse o máximo possível da parte contrária
Conforme os anos se passaram, a obrigação foi recaindo sobre a classe dos advogados. A prestação de assistência judiciária gratuita aos necessitados oferecidos pelos advogados que já se encontravam onerados com os encargos advindos da profissão que lhes propiciava o sustento acabou por acumular ainda mais seu trabalho. As consequências desse fenômeno foram as diversas críticas recebidas, vez que o fato de oferecer os serviços gratuitamente tinha cunho meramente caritativo, todavia, o Estado tentava impor como um dever. 
A Constituição de 1934, em seu Capítulo II, que tratava dos Direitos e Garantias Individuais, por sua vez, dispunha sobre a assistência judiciária: "A União e os Estados concederão aos necessitados defesa judiciária, assegurando a isenção de custas, taxas e selos".
A alteração supracitada foi de grande valia, tendo em vista que foi após esse momento que o Estado, enfim, assumiu o dever de prestar a assistência judiciária aos pobres.
Em 1935 o Estado de São Paulo criou o pioneiro serviço governamental de assistência judiciária no Brasil, no qual os advogados que o compunha eram assalariados pelo Estado. 
Na Constituição de 1937 houve uma omissão acerca da assistência, o principal motivo para essa ocorrência foi a descrença que a democracia sofria na época. Então, a assistência judiciária gratuita deixou de ser um direito/garantia individual de status constitucional.
Em 1946, a Constituição Federal novamente citou o tema, conferindo novamente a ele status constitucional: "O poder público, na forma que a lei estabelecer, concederá assistência judiciária aos necessitados".
Novamente destaca-se o Estado de São Paulo que, por meio do Decreto Lei nº 17.330 do ano de 1974, criou o Departamento Jurídico do Estado. O Estado do Rio de Janeiro no ano de 1954, por sua vez, criou seis cargos efetivos, com seus ocupantes chamados de "defensores públicos". Importante dizer que, eram cargos isolados e indicados pelo Chefe do Poder Executivo, sem obrigatoriedade de concurso público.
9.2- A Judicialização e o papel da Defensória Pública acerca do acesso a justiça. 
Foi introduzido um novo modelo de Estado através da Constituição Federal de 1988. Consiste no Estado-providência, que teve sua origem da Europa e no Welfare State. Através do modelo citado, procura-se a real efetivação dos direitos fundamentais, sejam eles individuais ou coletivos, bem como a efetivação dos direitos sociais.
 Esse novo modelo de Constituição originou-se de uma mobilização da sociedade brasileira, luta esta em busca da democracia, a qual tinha por objetivo efetivar os direitos fundamentais. Devido a esse fato, a Constituinte visava evitar que as conquistas do povo ficassem apenas presas a papéis. O grande objetivo da Carta Magna era assegurar a efetivação dos direitos fundamentais, dentre eles o acesso à justiça. Todavia, para que houvesse concretização e, consequentemente, esses direitos saíssem do papel, era preciso que fossem criados canais que conduzissem à efetividade das leis. A atuação positiva do Estado, por sua vez, demonstra-se cada vez mais necessária para que sejam materializados os direitos sociais. Todavia, nem sempre é possível que o Estado realize políticas públicas eficazes que concretizem esse direito.
10.0- DEFENSORIAS PÚBLICAS.
Quanto à atual importância da Defensoria Pública, urge salientar que:
A Defensoria Pública é instituição independente, autônoma, com papel constitucional próprio e bem definido. Por isso, não está subordinada, nem deve obediência hierárquica a outros entes, como o Ministério Público, o Poder Judiciário e o Executivo.
Quaisquer atitudes de entidades públicas ou privadas que tentem interferir indevidamente na Defensoria, ou lhe tolher as garantias, devem ser combatidas e repelidas.
Positivamente falando, a Constituição Federal de 1988 potencializou a até então denominada assistência judiciária, a começar pela extensão do benefício.
Desta feita, vê-se claramente que a Constituição Federal Brasileira de 1988 revolucionou ao se tratar de assistência. Como já dito, antes de sua promulgação não havia um órgão criado especificamente para promover a defesa e assistência aos necessitados. Assim, para enfim efetivar o disposto contido no inciso LXXIV, do artigo 5º da Constituição Federal, está previsto: “O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”, foi consagrada a Defensoria Pública. Portanto,
Até 1988, as Constituições faziam referência expressamente à atividade (assistência judiciária), mas não ao órgão que deveria prestá-la, o que, numa palavra, acarretava a inoperância e a ineficiência do serviço.
Com efeito, ao invés da atribuição da assistência a órgãos inseridos na estrutura do Poder Executivo, o legislador de 1988 definiu que a assistência jurídica deveria ser prestada por uma instituição independente, especialmente incumbida deste senhor, designada por um Defensor Público.
Agora, com a existência deuma instituição especificamente voltada para prestar assistência jurídica aos necessitados, o serviço público passa a ser realizado por um corpo especializado de agentes, que possuem estrutura própria e se dedicam exclusivamente a esta tarefa.
A adoção da nomenclatura assistência jurídica em substituição à assistência judiciária não foi em vão. Agora, a assistência não se limita ao processo (judiciária/endoprocessual), espraiando-se, também, para fora dele (jurídica/extraprocessual) e englobando, igualmente, a proteção na esfera extrajudicial.
10.1. Justiça gratuita.
É um instituto processual de forma eminente, ou seja, aplica-se somente no âmbito das relações jurídico-processuais. A justiça gratuita é, portanto, a isenção do pagamento antecipado das despesas com o processo.
10.2. Assistência judiciária gratuita.
Esse tipo de assistência, por sua vez, demonstra a atividade desempenhada por profissional de direito qualificado, em se tratando de sede judicial, sem a necessidade de contraprestação econômica pela parte beneficiada. Vale ressaltar que a assistência judiciária é uma espécie da assistência jurídica.
10.3 Assistências jurídicas integrais e gratuitas.
Esse modelo de assistência, bem como a assistência judiciária, é uma atividade. A grande distinção entre elas é que a assistência jurídica, diferente da assistência judiciária ocorre dentro e/ou fora do processo judicial.
11.0 Defensoria e Democratização Processual através de Amici Curiae.
O sistema de justiça passa por uma crise de credibilidade, a qual decorre, sobretudo da ausência de efetivo controle social para construção de uma justiça cidadã e próxima dos jurisdicionados. Neste cenário, a atuação articulada da Defensoria Pública com organizações da sociedade civil e movimentos sociais torna-se imperiosa para contribuir para a alteração desta realidade.
Esta discussão passa necessariamente pela forma pela qual as vozes da sociedade chegarão ao Poder Judiciário, o efetivo acesso à justiça e qual o papel do defensor público diante desta conjuntura.
A concretização de uma das faces do defensor público como agente de transformação social perpassa por enfrentar esta situação. Tornando-se verdadeiro dever institucional do defensor o incentivo à participação processual de organizações da sociedade civil cuja pertinência temática guarde relação com o tema levado à apreciação do Poder Judiciário, na condição “amici curiae” em causas relacionadas à promoção e defesa dos direitos humanos que tenham grande repercussão social, de forma a dar efetividade ao acesso à justiça e garantir o aprimoramento do sistema.
A Defensoria Pública tem, portanto, o dever de garantir o acesso à justiça ao povo oprimido e excluído na sociedade, e, para tanto, sua atuação deve inaugurar uma nova cultura jurídica e judiciária, capaz de levar a efeito ao que Boaventura de Sousa Santos denomina por revolução democrática da justiça, a qual pressupõe dentre outros pontos: profundas reformas processuais; novos mecanismos e novos protagonismos no acesso ao direito e à justiça; uma relação mais transparente do poder judicial com o poder político e a mídia, e uma relação mais densa com as organizações sociais e os movimentos sociais e uma cultura jurídica democrática e não corporativa.
Cabe ao defensor público dar vazão à procura suprimida, marcada pela situação em que o cidadão ou grupos sociais, completamente invisibilidades perante o sistema de justiça, embora cientes dos seus direitos sentem-se impotentes para reivindica-los quando estes são violados.
Trata-se de reconhecer que na atual conjuntura normativa, e como pressuposto da democracia, temos uma deificação do Poder Judiciário, o qual passa a ser garantidor de promessas constitucionais descumpridas. Por consequência, àqueles anteriormente acostumados a se contrapor as diversas formas de injustiças fora do marco jurídico — como, por exemplo, por meio de revoluções — passam a se utilizar dos instrumentos jurídicos postos à disposição.
Como corolário desta situação, passa-se a exigir a incorporação do povo nos diversos mecanismos de produção de decisões, inclusive de caráter jurisdicional, tendo, a Defensoria Pública, importante papel de democratização do processo.
12.0 Defensorias Públicas é a instituição mais importante do País.
A Defensoria Pública, embora tenha pouco tempo de existência, já é considerada a instituição mais importante do Brasil na garantia de direitos fundamentais de crianças e jovens. É o que mostra levantamento recém-concluído pela GMR Inteligência e Pesquisa, encomendado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). A pesquisa foi realizada entre 9 de março e 29 de maio e ouviu 5.035 pessoas de todo o País, de todas as classes sociais e idades, e tem nível de confiança de 95%, segundo a GMR. Conforme o levantamento, a Defensoria está à frente, por exemplo, do Ministério Público, da Polícia e das Forças Armadas. Para quase 50% dos entrevistados, a Defensoria é muito importante, enquanto 43% a consideram importante. Além disso, ela é avaliada como a mais relevante na proteção de crianças e jovens.
Em relação à confiança nas instituições, novamente a Defensoria se destaca, só ficando atrás das Forças Armadas. A pesquisa compara os dados de 2017 com os de 2014, quando foi realizada pesquisa semelhante. Em todos os quesitos avaliados, a Defensoria melhorou sua posição no ranking das instituições. É o caso, por exemplo, do conhecimento da população no trabalho da Defensoria, que passou de 7º lugar, em 2014, para 5º na pesquisa deste ano. E na importância, que saltou de segundo para primeiro lugar.
Isso mostra que a Defensoria Pública está no caminho certo em seu trabalho de apoio aos hipossuficientes e, principalmente, às crianças e jovens. Mesmo com deficiências materiais, falta de recursos e de defensores para o atendimento da população, o trabalho vem sendo reconhecido, um estímulo para a nossa atuação.
13.0 Conclusões Finais.
No contexto da Judicialização, em que o acesso à justiça possui relevância por se tratar da efetivação dos direitos, verificou-se que o acesso à Justiça apresenta óbices que dificultam este acesso em especial aos hipossuficientes.
No acesso à justiça, obstáculos distintos ao efetivo acesso à Justiça se apresentam, através de questões sociais, na possibilidade das partes e, no quesito economia, um obstáculo sério que impede o acesso ocorre para aqueles que não possuem recursos financeiros. O acesso à justiça, que constitui garantia constitucional fundamental, se torna possível aos hipossuficientes com a presença da Defensoria Pública, na qual cumpre o Estado ao prestar assistência judicial integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. Neste cumprimento, o Estado oferece defensores públicos, que são os advogados públicos das pessoas hipossuficientes, instituindo, desta forma, assistência judiciária aos que não podem custear os serviços de advogados. Apesar dos dados comprovarem a efetiva atuação da Defensoria Pública, de maneira especial nos estados, é ainda insuficiente o nível de alcance populacional sobre o funcionamento, forma de acesso e atuação em âmbito nacional. 
Conclui-se ainda que, a Defensoria Pública efetiva o preconizado na Constituição em proporcionar meios de acesso à justiça a todos, reforçando assim o princípio da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional, segundo o qual a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciária lesão ou ameaça a direito, assegurando o irrestrito acesso ao Judiciário.
Logo, a Defensoria desempenha papel essencial na efetivação do acesso, propiciando a defesa dos necessitados e buscando outros métodos de resolução de conflitos, através de programas sociais além de atuar nos procedimentos formais adotados pelo Poder Judiciário.
A Defensoria Pública da União é a Instituição que presta assistência jurídica ao cidadão carente (todo aquele cidadão que não tiver condição de pagar pela assistência de um advogado). Fornece assistência jurídica nas mais diversas matérias,como por ex., matérias previdenciárias, criminais, trabalhistas, alimentação, saúde, dívidas, entre outras. 
O Ministério Público da União atua em defesa da ordem jurídica, ou seja, zela pela observância e pelo cumprimento da lei; também atua em defesa do patrimônio nacional, do patrimônio público e social, do patrimônio cultural, do meio ambiente, dos direitos e interesses da coletividade, especialmente das comunidades indígenas, da família, da criança, do adolescente e do idoso; defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis; controle externo da atividade policial (investigação de crimes, da requisição de instauração de inquéritos policiais, da promoção pela responsabilização dos culpados, entre outras possibilidades de atuação).

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