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(Aps) 2°Semestre de Direito, tema: Privatização dos presidios

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Universidade Paulista Campinas
Campus II – Swift
Atividade Pratica Supervis (APS)
‘ CURSO DE DIREITO
PRIVATIZAÇÃO DE PRESÍDIOS
Campinas Swift
23/10/2017
PRIVATIZAÇÃO DE PRESÍDIOS:
ANÁLISE DAS
ORIGENS E VIABILIDADE JURÍDICA NO
ORDENAMENTO BRASILEIRO
Trabalho sobre a Privatização de presídios,
Componente de material de estudo 
Preparatório de atividade pratica supervisa do curso de direito, apresentado á Universidade Paulista- Unip
Orientador: Alexandre Sanches Cunha
Campinas Swift
23/10/2017
A (In) Viabilidade da Privatização do Sistema Prisional
Atualmente, um dos grandes problemas encontrados na sociedade é a precariedade do sistema público prisional, considerado como um ambiente degradante, sem adequadas condições para ressocialização do preso. É de fundamental importância analisar os pontos positivos e negativos da implementação das parcerias público-privadas. A privatização dentre seus inúmeros objetivos busca extinguir o problema da superlotação carcerária, melhorando a prestação de serviços no tratamento ao preso e atuando na redução dos gastos estatais e, desta forma, possibilitando ao Estado a realização de mais investimentos nas políticas de prevenção à criminalidade e na proteção a dignidade e a integridade física do preso.  Nesse contexto, o Estado não estaria transferindo a sua responsabilidade quanto à custódia do preso, mas apenas estaria delegando parte de suas atribuições administrativas, visto ter se mostrado incompetente em relação às carências e problemas inerentes a questão dos estabelecimentos prisionais. 
INTRODUÇÃO
A realidade carcerária do Brasil há muito vem sendo discutida e alardeada pela mídia. Todo o dia nos deparou com notícias a reportar o aumento da violência, do número assaltos, a reincidência de criminosos, as péssimas condições dos presídios, rebeliões entre presos, mortes e outras situações igualmente degradantes. A situação é tão caótica e o sentimento de impotência diante da problemática tão crescente, quase torna cada vez mais corriqueiro ouvirmos opiniões nada moderadas – ou sequer democráticas – acerca de como deve ser solucionado o problema da violência. Sendo uma questão que afeta toda a população, em maior ou menor grau, hodiernamente os olhos da Nação encontram – se voltados às matérias penais do momento – ainda que por informações parciais e, por vezes, superficiais, fornecidas pela mídia. Nesse sentido, temas como diminuição da maioridade penal, pena de morte, crimes hediondos e propostas mais rígidas de penalização ou criminalização de novas condutas são sempre discutidas nas mais diversas camadas sociais. O Brasil possui, como já muito sabido, a quarta maior população carcerária mundial, com cerca de 422.590 detentos, sendo ultrapassado apenas pela China, Rússia e Estados Unidos. Não satisfeito, há ainda um déficit de cerca de 170 vagas em nossos presídios, o que representa cerca de 40%da população que já encontra- se encarcerada. Existem, ainda, mais de 500 mil mandados de prisão expedidos, aguardando apenas sua execução. Ou seja, se todos os condenados estivessem nesse momento nos presídios, onde deveriam estar, totalizaríamos quase 1 milhão de presos abrigados em penitenciárias em nosso país. Sendo assim, diante de toda essa conjuntura, a problemática acerca de nossos estabelecimentos penitenciária ganha destaque na agenda das preocupações nacionais. Com um sistema penitenciário ineficiente, burocratizado e não uniforme entre os estados da federação, os problemas encontrados nos mais diversos estabelecimentos prisionais espalhados pelo Brasil.
São bárbaros, mas possuem sempre um denominador comum: a política penitenciária adotada não tem sido eficaz no cumprimento de suas metas e mostra-se mais que ineficiente para a ressocialização do preso. 
Dessa forma, torna-se comum a concepção entre qualquer cidadão de que as cadeias são “escolas de criminosos”, de onde só é possível sair mais estigmatizado, desumanizado e apartado do tecido social e dos valores que deveriam nortear os cidadãos como um todo.
Esperamos, destarte, contribuir de forma fecunda na discussão e aprimoramento de uma prática que vem sendo realizada já há quase 20 anos em nosso país, sem o devido esclarecimento da população, das autoridades e, inclusive, da própria comunidade.
Acadêmica. Os textos sobre a temática são escassos e, por muitas vezes, contraditórios entre si, mostrando-se imprescindível, portanto, um estudo mais detalhado antes que se continue a Programar de vez uma experiência capaz de gerar tantas consequências jurídicas relevantes, as quais, sem a devida reflexão, podem vir a ser extremamente prejudiciais à sociedade num futuro próximo.
DA PENA DE PRISÃO
2.1 Breve Históricos
De início, para que se alcance o entendimento de como restou configurada a situação carcerária de nosso país, faz-se Necessário um breve histórico acerca de como surgiram as penas ao redor do mundo, para que possamos entender de que forma a pena de prisão foi instituída e como adentramos a o modelo penitenciário hodiernamente adotado em nosso Ordenamento Jurídico.
O Direito Penal, assim como o próprio Direito, de uma forma geral surge da necessidade de se criar uma ficção jurídica para a proteção e preservação da vida em sociedade. Nos primórdios, conforme especulam os historiadores, os primeiros homens eram nômades extrativistas. Sempre em mudança conforme determinado pelas condições climáticas, não havia espaço para propriedade privada nem o desenvolvimento da agricultura. Com o surgimento do fogo, a melhoria das condições climáticas e o desenvolvimento de técnicas de plantio, foram permitidos ao homem finalmente fixar-se em lugar certo e começar a constituir níveis de organização social, as chamadas comunidades. Assim sendo, passou a ser necessário um conjunto de regras para regular esta nova vida em sociedade e, dessa forma, tem surgimento o Direito e a ideia adotada pelos teóricos de que todos os seres - Implicitamente e em prol da sociedade - resolvem abrir mão de parte de suas liberdades individuais em nome de um Estado que, em contrapartida, garantirá a segurança da sociedade. 
Como um todo, através de um conjunto de regulamentos e sanções impostas a quem porventura infrinja essas regras postuladas. Obviamente, na Antiguidade.
Esse Estado não se encontrava constituído tal qual o concebemos hoje, sendo a teocracia o sistema político que vigorava a época. Isto não impede, contudo, o surgimento dos primeiros Códigos, com forte fundo religioso, e que já previam, sanções, tais como o Código de Hamurabi que inova ao trazer, pela primeira vez, através da Lei do Talião, uma ideia de proporcionalidade à pena condenado.
A partir do século XVI, contudo, com a gravidade da situação econômica na Europa, devido às guerras santas, rebeliões de servos, peste e fome, foram criadas as primeiras prisões definitivas, com a pena de reclusão do preso. Vale ressaltarmos, inclusive, que a denominação, “penitenciária” remonta à Idade Média, em alusão ao fato de que os infratores eram condenados a permanecerem reclusos e isolados em cela, em “penitência” com Deus. O motivo para as prisões se implantarem como forma Definitiva de cumprimento de pena é simples: a pena de morte e as penas corporais, comuns no período, não se mostravam mais viáveis, haja vista o surgimento do Capitalismo e a noção e valorização o lucro e da produção de riquezas. Dessa forma, passou a ser maior de idade “utilidade”, economicamente falando, submeter os condenados a trabalhos forçados como forma de conter a criminalidade e obter certa produção de riquezas.
Com isso, passou-se ser estabelecido um limite à vingança privada e ilimitada que outrora vigorava. Entenda-se: sendo a pena uma espécie de vingança particular e completamente desregulada, ela fugia do controle da sociedade como um todo e causava a morte de inúmeros membros do corpo social, além de guerras prolongadas desnecessariamente, o que era prejudicial aoconjunto societário. Sendo assim, a pena deixou de ser aplicada pelos particulares, passando o “jus puniendi” a ser prerrogativa das autoridades. Houve o surgimento, ainda, de novos institutos de resolução de conflitos, como a composição³, onde o dano poderia ser reparado, agora, através de bens materiais - o que se mostrou muito mais útil economicamente do que castigos corporais.
Cabe destaque, ainda, cerca de 1500 anos após o advento do Código de Hamurabi, o surgimento do Código de Manu, na Índia, que reforça estas mesmas ideias. Já na Roma Antiga e na Grécia, as prisões constituíam - se apenas de um meio onde os acusados aguardavam sua sentença e a respectiva execução ou, ainda, local onde se aprisionavam os devedores até que pagassem suas dívidas.
Posteriormente, com o advento da Idade Média, as penas adquirem caráter sacral, estando intimamente ligadas à ideia de expiação, sendo comum, portanto, penas cruéis e de caráter corporal – a utilização da “vis corporalis” - muitas vezes com a morte do condenado. A partir do século XVI, contudo, com a gravidade da situação econômica na Europa, devido às guerras santas, rebeliões de servos, peste e fome, foram criadas as primeiras prisões definitivas, com a pena de reclusão do preso. Vale ressaltarmos, inclusive, que a denominação “penitenciária”, remonta à Idade Média, em alusão ao fato de que os infratores eram condenados a permanecerem reclusos e isolados em cela, em “penitência” com Deus. 
O motivo para as prisões se implantarem como forma definitiva de cumprimento de pena é simples: a pena de morte e as penas corporais, comuns no período, não se mostravam mais viáveis, haja vista o surgimento do Capitalismo e a noção e valorização do lucro e da produção de riquezas. Dessa forma, passou a ser maior de idade “utilidade”, economicamente falando, submeter os condenados a trabalhos forçados como forma de conter a criminalidade e obter certa produção de riquezas.
Valem ressaltarmos, nesse ponto, que as primeiras penitenciárias – no sentido em que hoje entendemos o termo – a serem implantadas na História Ocidental, são as chamadas “Rasphuis” e “Bridewell”, ambas estabelecidas, respectivamente, na Holanda e na Inglaterra.
Observa-se: A estrutura da sociedade se modificava celeremente: os grandes descobrimentos marítimos e consequente expansão colonial das potências europeias; a restauração da economia monetária, o abandono das técnicas artesanais de produção; os crescentes desinteressados proprietários de terra pela agricultura, tudo preparava o advento do capitalismo. A obtenção de lucro e a acumulação de riquezas iam se tornando a preocupação absorvente das classes dominantes; o dinheiro, a medida de todas as coisas. O valor econômico se sobrepunha a qualquer outro na consideração dos fatos: a ideia de preço, de cambio e de vantagem material mostrava - se por todos os campos da atividade humana. Em matéria penal, raciocinou-se então que as penas de eliminação da vida ou as de mutilação corporal, não eram as mais vantajosas economicamente. Mais lucrativo seria utilizar a força de trabalho do delinquente, transformar em dinheiro as energias físicas dos condenados (grifo nosso).
3.1 Presídios privatizados da Umanizzare mantêm o caos no sistema prisional.
Em março 2013, o Padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, visitou a unidade prisional e constatou que as “maravilhas” prometidas pelo modelo privatizado não aconteciam na realidade. “A população carcerária no presídio ultrapassa a capacidade: há 936 presos, mas a estrutura foi projetada para comportar 432 pessoas. A alimentação dos presos é ‘quarteirização’ à empresa DPT Alimentos. Promotores e juízes realizam visitas trimestrais ao local, mas não têm contato com os presos. Há quatro salas de educação, mas a Secretaria de Educação ainda não deu início às aulas”, constam em reportagem publicada no Site da PCR à época, quando também foi relata a falta de colchões nas celas, carências no atendimento médico e ausência de kits de higiene e roupas de banho para os encarcerados.
No entanto, o que se viu ao longo do tempo, foi o aumento do encarceramento, precariedades na assistência jurídica aos presos e mais denúncias de maus tratos a que os presos estavam sendo submetidos, comprovando a falácia de que os presídios privatizados são capazes de “humanizar” o tratamento dado às pessoas presas: ou seja, o custo do preso para o estado é ainda mais caro que em uma unidade prisional com administração estatal e não há “ressocialização”. Aliás, “ressocialização” é inviável em qualquer modelo de prisão.
“Encontramos presos que está há mais de nove meses na unidade sem contato com advogado. O procedimento para ser atendido é escrever um bilhete, entregar para o agente penitenciário e este entregam para a Defensora Pública. A Defensoria Pública tem uma escala e vai chamando pela ordem de solicitação. A reclamação é a dúvida se realmente os agentes penitenciários entregam o bilhete à Defensora Pública e sobre o fato de eles somente conversarem com a Defensoria no dia do julgamento, no fórum, minutos antes de entrarem na audiência. Os advogados da empresa só podem realizar os trabalhos da própria empresa. Houve reclamações dos advogados particulares em relação aos advogados da empresa, por estes estarem dentro da unidade e os particulares terem de enfrentarem toda a burocracia da unidade para terem acesso aos seus clientes”.
3. Contra a privatização do Sistema Prisional.
Toda a prisão é local de dor, sofrimento e torturas, portanto não há modelo ideal nem modelo humanizado. Seja estatal, PPP ou cogestão, prisão é prisão, e a realidade segue mostrando o que ela promove: mais violência.
Assim, a Pastoral Carcerária não defende nenhum modelo de sistema prisional, e denuncia a transformação da liberdade e da violência em objetos de lucro por meio da privatização do sistema carcerário. A privatização das cadeias significa a expansão de um sistema torturador, o aumento do encarceramento, maiores gastos dos cofres públicos, maior precarização das condições trabalhistas para as/os funcionárias/os e a manutenção das violações de direitos das pessoas presas e suas famílias. 
"Juntamente com outras organizações da sociedade civil e com a CNBB, nos opomos a qualquer medida privatizadora das prisões. A Pastoral Carcerária reforça seu posicionamento de contrariedade a qualquer modelo de encarceramento e anseia e luta por um mundo sem prisões".
4. DIREITOS HUMANOS E LETRA MORTA DA LEI
A situação se dá em flagrante ilegalidade, dada a inúmera quantidade de dispositivos jurídicos a garantir um tratamento minimamente humano a estes indivíduos que, tendo cometido crimes, devem cumprir a pena cominada ao crime pelo qual foram condenados–e nada, além disso. Neste sentido, extermina o Art. 3º da LEP:“Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei”. O que se percebe, no entanto, é um imenso distanciamento entre o ideal normativo e a realidade prática na execução penal.
A ausência de assistência jurídica é um componente importante para à compreensão da situação de convulsão em que se encontram as prisões brasileiras. Não raro a pauta de reivindicações de presos rebelados é encabeçada por queixas à falta de assistência jurídica. A falta de informações e acompanhamento gera grande revolta entre os apenados, por impossibilitar que busquem a progressão de regime ou mesmo a liberdade, nos casos de cumprimento integral da pena. Conforme Renato Marcão:
Não obstante todo o aparato legal posto em resguardo aos direitos do preso, e a incidência do princípio do contraditório também em sede de execução penal, não raras vezes nos deparamos com execuções, nas mais diversas comarcas, correndo praticamente à revelia da defesa. Impulsionada pelo Juízo e fiscalizada pelo Ministério Público, que no mais das vezes também a impulsiona, a atuação defensória, como regra, é quase inexistente. (MARCÃO, 2005)
Como se vê, a situação é inequivocamentecrítica. Somando-se a tudo isso, temos a insustentável postura da opinião pública, ao mesmo tempo em que defende pena mais severa e longa, e pressiona, defende e elege representantes inclinados a defender tais posições, tende a apontar como a última das prioridades o investimento em melhores condições de vida (ou simplesmente “condições de vida”) nas prisões, deixando os administradores de mãos atadas. Isto posta se mostra clara a necessidade de revisão da maneira como funcionam as prisões hoje. A próxima parte deste trabalho se ocupará da análise de uma alternativa que vem sendo bastante utilizada por diversos governos dos mais diferentes países para lidar com este dilema bastante recorrente às administrações públicas: como garantir direitos fundamentais básicos alocando os recursos (que são escassos) de maneira eficiente.
Muito embora a palavra “presídio” seja o termo técnico jurídico para denominar a instituição penal com a função de custódia de presos provisórios, neste trabalho o termo “privatização de presídios” será utilizado de forma geral, por ser já a denominação consagrada na doutrina brasileira.
Pode ser delineada hoje a existência de dois modelos de privatização de presídios: o americano e o francês. No modelo americano, o Estado se retira da atividade penitenciária, permanecendo como um fiscal da lei e dos termos do contrato firmado com a empresa. Já no chamado modelo francês ou europeu, adotado no Brasil (conforme exposição que segue), a empresa fica encarregada de serviços estabelecidos no edital da licitação, tais como: 
Construção de unidades prisionais;
Fornecimento de alimentação;
Prestação de assistência social, médica, odontológica, psicológica e psiquiátrica;
Educação profissionalizante, diretamente ou através de convênio com entidades estatais ou privadas;
Esporte e recreação; 
Prestação de assistência jurídica. 
4.1. Privatização de presídios: o lucro que vem dos massacres.
“O massacre transformou-se em sério precedente de uma jurisprudência’ que para privatistas não passaria do lucro de escravos”
A mais marcante chacina no interior de uma instituição prisional apresenta-se como síntese da violência institucional do cárcere acompanhada de uma parceria de longa data com a violência policial.
Não bastasse a dor pelas 111 mortes, o Massacre escancarou que, para continuar a seletiva política de segurança pública, atualizações seriam necessárias. Especialmente naquele momento, a manutenção do controle e da gestão da pobreza demandava restaurar sua invisibilidade pública. Silenciar a lógica do Massacre foi colocado a leilão. E a oferta que se destacou foi a mais lucrativa: a privatização de presídios.
A propagandeada privatização de presídios tem como principal cartaz a redução dos custos do Estado com os presos, no cenário de superpopulação penitenciária. No entanto, ao contrário do discurso oficial de contenção de gastos, trata-se, em verdade, de um nicho de mercado. O preso é categorizado como produto de um negócio altamente lucrativo, cuja lógica de investimento é simples: quanto mais presos, mais verbas estatais serão repassadas para as empresas. De sua operacionalidade percebe-se a finalidade real: o lucro de empresas privadas a partir da expansão do encarceramento em massa.
4.2 Quanto mais presos, Mais Lucros.
A primeira Penitenciaria privada do Brasil está localizada em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. Porém existem outras vinte e duas no território brasileiro.
Nos documentos da PPP de Neves disponíveis no site do governo de Minas Gerais, fala-se inclusive no “retorno ao investidor”, afinal, são empresas que passaram a cuidar do preso e empresas buscam o lucro. Mas como se dá esse retorno? Como se dá esse lucro?
O valor estimado para um preso está entre R$ 1.300,00 por mês, podendo chegar até R$ 1.700,00, pelo estado, numa penitenciária pública. Na PPP de Neves, o consórcio de empresas recebe do governo estadual R$ 2.700,00 reais por preso por mês e tem a concessão do presídio por vinte e sete anos, prorrogáveis por trinta e cinco.
Com tudo, especialistas afirmam que o lucro está no corte de gastos das unidades. 
José de Jesus Filho, assessor jurídico da Pastoral Carcerária, explica: “entraram as empresas ligadas às privatizações das estradas, porque elas são capazes de reduzir custos onde o Estado não reduzia. Então ela [a empresa] ganha por aí e ganha muito mais, pois além de reduzir custos, percebeu, no sistema prisional, uma possibilidade de transformar o preso em fonte de lucro”.
Em um país como o Brasil, não vale a pena cortar os gastos da população carcerária, pois é a mais vulnerável e a que menos utiliza os serviços públicos.
Em Neves, um preso possui três minutos para tomar banho, os que trabalham três minutos e meio, e eles ainda relatam que a água é cortada durante algumas horas todos os dias.
4.3 Crimes de corte 
Segundo analistas deste projeto, existe uma “certa” seleção de presos que irão para o presidio privado. 
Murilo Andrade de Oliveira, subsecretário de Administração Penitenciária do Estado de Minas, diz:
Nós estabelecemos inicialmente o critério de que, pode ir para a PPP, qualquer preso, podemos dizer assim, do regime fechado, exceto preso de facção criminosa – que a gente não encaminha pra cá, e preso que têm crimes contra os costumes, estupradores. “No nosso entendimento, esse preso iria atrapalhar o projeto”. 
Aos olhos de outros estudiosos do projeto, o perfil manipulado do preso é uma forma de camuflar o verdadeiro resultado da privatização. Segundo Bruno Shimizu, É muito fácil fazer desses presídios uma janela de visibilidade se há um corte, uma seleção antes de mandarem o carcerário para lá.
Os presos que se recusam a trabalhar, ou a estudar, que tenha dificuldades de ressocializar, exigiria um gasto maior. Na lógica, eles atrapalhariam o projeto. Os presos que não querem trabalhar e nem estudar, que causam rebeliões ou algum tipo tumulto, poderão ser devolvidos para a Prisão Pública. 
4.4 O trabalho do preso: 54% mais barato
O Estado e o consórcio buscam empresas que se interessem com o trabalho do preso. As empresas do próprio consórcio não podem contratar o trabalho deles a não ser para cuidar das próprias instalações da unidade, como elétrica e limpeza. Então o lucro do consórcio não vem diretamente do trabalho dos presos, mas sim do repasse mensal do estado.
Mas a que empresa não interessaria o trabalho de um preso? As condições de trabalho não são regidas pela CLT, mas sim pela Lei de Execução Penal (LEP), de 1984. Se a Constituição Federal de 1988 diz que nenhum trabalhador pode ganhar menos de um salário mínimo, a LEP afirma que os presos podem ganhar ¾ de um salário mínimo, sem benefícios. Um preso sai até 54% mais barato do que um trabalhador não preso assalariado e com registro em carteira.
O professor Laurindo Minhoto explica: “o lucro que as empresas auferem com esta onda de privatização não vem tanto do trabalho prisional, ou seja, da exploração da mão de obra cativa, mas vem do fato de que os presos se tornaram uma espécie de consumidores cativos dos produtos vendidos pela indústria da segurança e da infraestrutura necessária à construção de complexos penitenciários”.
5.0 Panoramas finais
Como na maioria das penitenciárias, as visitas do Complexo passam por revista vexatória. A., mulher de um detento que preferiu não se identificar, entregou à reportagem uma carta dos presos e explicou como é feita a revista: “temos que tirar a roupa toda e fazer posição ginecológica, agachamos três vezes ou mais, de frente e de costas, temos que tapar a respiração e fazer força”. Depois ainda sentamos A., os presos afirmam que os diretores do presídio já têm seus “beneficiados”, que sempre falam “bem da unidade” à imprensa, e são, invariavelmente, os que trabalham ou estudam.
Na carta, eles ainda afirmam que na unidade já há presos com penas vencidas que não foram soltos ainda. Fontes que também não quiseram se identificar insistem que o consórcio da PPP já“manda” na vara de execuções penais de Ribeirão das Neves.
José de Jesus filho, da Pastoral Carcerária, não vê explicação para a privatização de presídios que não a “corrupção”. Tem seus motivos. Em maio de 2013, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) foram alvo de ações por corrupção e má utilização de recursos públicos. Na ação da CPTM foi citado o ex-diretor, Telmo Giolito Porto, hoje à frente do consórcio da PPP de Ribeirão das Neves, assim como a empresa Tejo Fran de Saneamento e Serviços Gerais LTDA., que faz parte do mesmo consórcio.
Nesse sentido, Robson Sávio alerta: “será que o estado quando usa de tanta propaganda para falar de um modelo privado ele não se coloca na condição de sócio interesseiro nos resultados e, portanto, se ele é sócio interesseiro ele também pode maquiar dado e esconder resultados, já que tudo é dado e planilha? Esse sistema ainda tem muita coisa que precisa ser mais transparente e melhor explicada”.
5.1. O Brasil tem enfrentado um grande problema em relação aos presídios que se encontram em uma situação precária. 
O Brasil tem a quatro maiores população carcerária do mundo, que é como se fosse duas vezes a população da Islândia que estivessem atrás das grades que seriam 622.202 pessoas. A maior parte dos crimes está relacionada ao tráfico de drogas. Um dos grandes problemas enfrentados são o desconforto que os presidiários se encontram, aonde deveria ter 8 estão 13 pessoas em cada cela. 
 Só estão ocorrendo essas mudanças no sistema prisional por conta das crises que estamos enfrentando em 2017 infelizmente essa instabilidade voltou, o que mais preocupa o departamento penitenciário são as superlotações , estão sendo colocados presos provisórios com os condenados juntos. No Amazonas 62% dos presos são provisórios.
Essa terceirização que cuidará dos presídios não se prejudicará pois essa remuneração do empreendedor privado vai ser suportada pelo estado, os recursos que o preso ganhará ele deverá reembolsar os prejuízo que ele causou com o seu crime. Alguns cargos ainda será responsabilidade do estado, por exemplo, as atrocidades humilhações que ele sofrerá o Estado que cuidará. 
 A realidade do nosso país está baseada na questão de valorizar aquilo que é privado, sendo assim a estabilidade condicional do preso se tornará melhor. No art. 40 lei da execução penal lei 7210/84 • Impõe-se a todos das autoridades a respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios. 
Há algumas vantagens que beneficiarão o preso, se tiver alguma irregularidade corrupção injustiças pelos funcionários o mesmo será demitido resolvendo o problema de uma forma mais simples, já no estatal demorariam pra demitir, haveria processos, sindicância. Ha experiência de que a privatização de presídios funcione, a primeira cidade foi em Guarapuava PR que já está a dois anos e Juazeiro do Norte (CE) os dois felizmente apresentam resultados satisfatórios. Essas realizações podem servir de experiência para termos grandes avanços em todo o país, que não perderá nada tentando adotando medidas fundamentais e práticas e objetivas.
5.2 Considerações e conclusões finais:
Faltam nas penitenciárias mais de 130 000 vagas – só para aqueles que já estão presos, sem contar os outros 200 000 que deveriam ser presos em face dos mandados de prisão expedidos. Facilmente compreende-se que o Estado não poderá, sozinho, resolver esse problema, que na verdade é de toda a sociedade. Daí surge a tese da privatização dos presídios, tão-somente para chamar a participação da sociedade, da iniciativa privada, que viria a colaborar com o Estado nessa importante e arriscada função de gerir nossas prisões. A vantagem da privatização, na modalidade da terceirização, é que ela faz cumprir a lei, dando efetivas condições de o preso se recuperar, ao contrário do sistema estatal, que só piora o homem preso.
A ideia é nova não só no Brasil, mas no planeta. O mundo conhece os presídios privados há cerca de dez anos, havendo hoje duas formas de privatização. Com o primeiro modelo, o americano, não se pode concordar, diante das nossas restrições constitucionais. Ali, o preso é entregue pelo Estado à iniciativa privada, que o acompanhará até o final de sua pena, ficando o preso inteiramente nas mãos do administrador. No Brasil, é indelegável o poder jurisdicional do Estado, que contempla o tempo que o homem fica encarcerado e suas infrações disciplinares no cárcere.
Já no modelo francês, que preconizo para o Brasil, o Estado permanece junto à iniciativa privada, numa cogestão. O administrador vai gerir os serviços daquela unidade prisional – alimentação, vestimenta, higiene, lazer etc. –, enquanto o Estado administra a pena, cuidando do homem sob o aspecto jurídico, punindo-o em caso de faltas ou premiando-o quando merecer. É o Estado que, detendo a função jurisdicional, continua a determinar quando o homem vai preso e quando será libertado. Trata-se de uma terceirização, em que a remuneração do empreendedor privado deve ser suportada pelo Estado, jamais pelo preso, que deve trabalhar e, com os recursos recebidos, ressarcir prejuízos causados pelo seu crime, assistir a sua família e poupar para quando for libertado.
No início, o custo do preso no sistema terceirizado era de aproximadamente 2 000 reais por mês. Hoje já baixou para 1 200 reais, englobando toda a assistência ao preso. Já no sistema estatal, é de cerca de 800 reais, sem qualquer assistência ou possibilidade de recuperação. O mesmo valor, investido no sistema estatal, não resolveria? Penso que não, pois o sistema estatal apresenta problemas estruturais intransponíveis, que jamais serão sanados a ponto de se ter o cumprimento integral da Lei de Execuções Penais, com a efetiva possibilidade de recuperação do preso.
O preso deve apenas perder sua liberdade e nada mais. Todas as atrocidades e humilhações sofridas por ele são de responsabilidade do Estado e têm de ser evitadas. As unidades prisionais privadas podem preservar a dignidade do preso, de modo especial se estivermos tratando do provisório, que ainda não foi julgado e que pode ser absolvido. Quem lhe restituirá o que perdeu na cadeia, a dignidade que lhe foi aniquilada?
Quanto ao pessoal envolvido, só há vantagens. Se houver qualquer irregularidade, corrupção ou outro desvio, o funcionário é demitido, resolvendo-se o problema. Diferentemente do espaço estatal, onde tudo depende de sindicância, processo etc.
Há hoje duas experiências de privatização de presídios, na modalidade de terceirização, existentes no país. A primeira na cidade de Guarapuava (PR), onde se instalou, há dois anos, a primeira unidade prisional terceirizada brasileira. Registre-se que, em dois anos, nenhuma rebelião ou fuga ocorreram. Todos os presos trabalham, muitos estudam e todas as condições de higiene e saúde são garantidas pelo Estado e fornecidas pela administradora privada. A comida é servida de forma que o preso abastece seu prato à vontade, terminando com o deplorável expediente, que nutre a corrupção, de se ter que comprar um bife ou duas batatas a mais.
A segunda experiência no Brasil ocorre em Juazeiro do Norte (CE), com os mesmos resultados satisfatórios, destacando-se que os presos, que também trabalham, o fazem confeccionando joias, sem que tenha havido qualquer incidente. Enfim, penso que tais experiências sejam um sucesso e que precisam ser observadas, sem paixões, para se constatar o óbvio: que essa nova forma de gerenciar cadeias é processo irreversível no Brasil diante do sucesso obtido. Basta de tanta injustiça e indiferença.
LUIZ FLÁVIO BORGES D’UR é advogado criminalista, presidente da Academia Brasileira de Direito Criminal (ABDCRIM), mestre e doutorando em Direito Penal pela USP e membro do Conselho Penitenciário Nacional e do Conselho Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça.
A discussão sobre o sistema prisional brasileiro ficou nos holofotes midiáticos por conta de rebeliões nos presídios no iníciode 2017. O debate em si sobre as questões que permeiam esse sistema, a busca de soluções e alternativas, porém, é bastante antigo para quem lida com o sistema penal e carcerário. Assim como é antiga a discussão sobre a operação privada das prisões. O principal objetivo em estabelecer uma PPP é a de repassar certos serviços públicos ao setor privado e “desafogar” parte do trabalho estatal na condução dos presídios. Os defensores da medida falam que é uma alternativa ao déficit de vagas no sistema carcerário público, além de ser uma forma de garantir um tratamento mais digno aos presidiários, que muitas vezes passam por violações graves de direitos humanos nesses ambientes.
Há diversos argumentos a respeito, tanto a favor como contra essa iniciativa, que traremos ao longo desse post, juntamente com informações sobre o que já acontece em presídios que foram “privatizados” no Brasil de alguma forma. O que se chama de “privatização das prisões” é, na verdade, uma parceria público-privada entre o Estado e uma empresa que tenha interesse.
Os objetivos do Estado, de acordo com o relatório de 2014 do Departamento Nacional Penitenciário, são a diminuição de gastos com o sistema prisional, buscando a também diminuição do número de prisões. Quanto aos presídios já existentes, o poder público visa a um tratamento mais humano com os detentos, com a redução do déficit de vagas nas penitenciárias, fiscalização do trabalho dos agentes penitenciários e devidas punições nos casos de abusos.
O Estado tem obrigações constitucionais, como a de fornecer e verificar a qualidade de alimentos, roupas, da infraestrutura, de atendimento médicos, da educação fornecida, do trabalho proposto, entre várias outras. Sendo um presídio público ou um presídio privado, a fiscalização é uma premissa do poder público, invariavelmente.
Toda penitenciária deveria ser fiscalizada pelos órgãos públicos. A fiscalização abrange o recebimento e a alocação de recursos, a sua gestão e administração e a prestação de serviços. Só assim é possível saber se estão sendo seguidas as recomendações conforme mandam as leis.
O professor de direito Cláudio Suzuki, expressa em seu artigo que “se o poder público deixar de fiscalizar as exigências contratuais como deixa de verificar suas próprias penitenciárias, teremos como resultado a mesma situação vivida nos presídios públicos com o agravante do prejuízo para o erário”. Portanto, sem a fiscalização, não seriam atingidos os objetivos nem de melhorar as condições de vida dos presidiários e dar a eles um tratamento mais humano, nem o de uma administração mais bem feita dos locais ou da redução da taxa de encarceramento.
Por outro lado, o advogado criminalista Luiz Flávio de Borges escreveu na Revista Superinteressante que o modelo de cogestão dos presídios permite o Estado administrar com mais zelo as questões jurídicas relativas aos presos, como punições e penas. Considera ainda que há uma vantagem na terceirização dos presídios, pois “se houver qualquer irregularidade, corrupção ou outro desvio, o funcionário é demitido, resolvendo-se o problema. Diferentemente do espaço estatal, onde tudo depende de sindicância, processo, etc.”.
Quanto ao bem-estar dos presidiários, coloca que as atrocidades e humilhações sofridas têm de ser evitadas e que “as unidades prisionais privadas podem preservar a dignidade do preso, de modo especial se estivermos tratando do provisório, que ainda não foi julgado e que pode ser absolvido”.
Os Estados Unidos tiveram um aumento de 800% da sua população carcerária entre os anos de 1980 e 2013, portanto, aumentou em 9 vezes. Esse efeito foi um reflexo da política de “guerra às drogas” dos presidentes Nixon e principalmente Reagan, que adotou políticas punitivas muito extremas no país. A superlotação de seus presídios e constante demanda de vagas no sistema prisional fez com que recorressem à privatização de penitenciárias.
Os números de encarceramento nos EUA são 8 vezes maiores que de países como França, Itália, Alemanha, 14 vezes do Japão e o dobro da África do Sul no ápice da luta contra o apartheid. Tendo estes resultados em vista muitos sustentam que os EUA vêm provocando um inchaço de detentos com o passar dos anos.
Dos atuais 2,3 milhões de prisioneiros dos EUA, 22.164 estão em presídios privados federais. O restante das pessoas paga suas penas em presídios federais públicos ou presídios estaduais – públicos ou privados – e em cadeias públicas. Cerca de 10% das prisões americanas são privatizadas; a criminalidade e a taxa de encarceramento, porém, não diminuiu com o serviço dos presídios privados.
Os Estados Unidos, porém, está revisando todo o seu sistema prisional. Tem revisto principalmente suas políticas de sentenças e diretrizes de sentenças para crimes relacionados a drogas – devido às políticas antidrogas rígidas seguidas por vários presidentes estadunidenses – e, por isso, desde 2013 a população carcerária vem declinando de forma progressiva e constante. A subsecretária de Justiça dos EUA, Sally Yates, fez um pronunciamento no fim de 2016, sobre a intenção do Departamento de Justiça em fechar presídios privados no país.
“As prisões privadas tiveram papel importante durante um período difícil, mas o tempo mostrou que têm desempenho inferior se comparado às nossas instalações (administradas pelo governo). (…) Não oferecem o mesmo nível de serviços correcionais, programas e recursos, não apresentam redução significativa de custos e não mantêm o mesmo nível de segurança e proteção”, disse Yates.

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