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Alfred Marshall

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Alfred Marshall
1842 – 1924
Escola:			neoclássica
Principais Obras:	The Pure Thery of Foreign Trade and the Pure Thery of Domestic Values; The Economics of Industry; Princípios de Economia; Industry and Trade; Money Credit and Commerce.
Vida:			Resistindo a intenção de seu pai de que seu tornasse sacerdote, Marshall recusou uma bolsa em Oxford, indo estudar ciências e matemática em Cambridge, com o auxílio financeiro de seu tio. Tornou-se professor na mesma instituição, quando se interessou por Economia devido a preocupação com os pobres. Renunciou ao seu cargo (as normas assim o exigiam) ao casar com sua aluna Mary Paley, também economista. Lecionou em Bristol, depois retornou a Cambridge, onde concluiu sua carreira como líder dos economistas daquela escola.
Principais Idéias:	Marshall foi o fundador da análise de equilíbrio parcial, aquela parte dos livros de microeconomia que trata da oferta e demanda em um mercado de um produto isolado, como por exemplo suco de laranja. O objetivo principal da teoria é mostrar como se comportam os preços e quantidades de equilíbrio produzidas nos mercados. Para tal, desenvolveu o conhecido diagrama de oferta e demanda, cujo cruzamento resulta no ponto de equilíbrio de mercado. É criado assim o instrumento de análise mais utilizados pelos economistas. O método consistia em isolar algumas poucas variáveis de análise, enquanto mantinha o resto dos fatores constantes – a famosa condição coeteris paribus. Assim, a renda e os gostos dos consumidores, o poder de compra da moeda ou as técnicas produtivas ficavam inalteradas durante a análise.
Embora melhor matemático que Jevons ou Walras, tinha uma posição mais balanceada sobre o papel da mesma na análise. Marshall relegava as deduções matemáticas e gráficos a notas de rodapé ou apêndices dos seus Princípios, tornando o texto acessível ao leitor comum. A obra mostrava uma grande preocupação com o realismo e com os problemas concretos que a Economia poderia ajudar a entender. Em uma carta, Marshall escreve:
Mas eu sei que eu tinha uma crescente sensação nos últimos anos do meu trabalho no assunto que é altamente improvável que um bom teorema matemático relativo a hipóteses econômicas seja boa Economia; e eu segui mais e mais as regras – (1) Use a matemática como uma linguagem resumida, em vez de como um instrumento de investigação. (2) Utilize-a até terminar. (3) Traduza para o inglês. (4) Então ilustre por exemplos importantes no mundo real. (5) Queime a matemática. (6) Se não obter sucesso em 4, queime 3. Este último passo eu segui freqüentemente.
Dados seus preceitos metodológicos, vejamos a sua teoria. Vamos estudar separadamente a demanda e a oferta. Quanto a primeira, Marshall declara que desenvolveu o princípio de utilidade marginal decrescente antes e de forma independente de Jevons, Walras ou Menger, embora não tenha publicado a respeito antes deles. Marshall adotava as hipóteses simplificadoras de que a utilidade do consumo de um bem independe da quantidade consumida dos demais bens, além de assumir constante a utilidade marginal de uma unidade monetária�. Com essas hipóteses, podemos relacionar a utilidade marginal decrescente com a curva de demanda: o preço que um consumidor estaria disposto a pagar por um bem reflete sua utilidade marginal, quanto mais bens se consome, menor é a utilidade marginal e menor o preço que se está disposto a pagar.
Quanto a oferta, Marshall também aplica o princípio marginalista, embora não utilize o princípio subjetivista. A curva de oferta é derivada com o auxílio do conceito de custo marginal crescente no curto prazo. Ao ignorar o elemento subjetivo na construção da oferta, o autor acaba adotando a teoria objetiva do valor dos clássicos. O custo no longo prazo é dado pela quantidade de trabalho empregada, que tem o seu valor dado pelo custo de produzir o trabalho. No curto prazo, à maneira de Jevons, os "custos reais" refletem o sofrimento com o dispêndio de trabalho. Além do custo do trabalho, Marshall adiciona outro custo real, adotando a teoria de Senior que relaciona os juros com a abstinência dos capitalistas, ou seja, com a inconveniência da espera pelos frutos futuros de um investimento presente.
A determinação do preço e quantidade de equilíbrio é dado pela intercessão das curvas de oferta e demanda. No gráfico da página anterior, se a quantidade for inferior a de equilíbrio, o preço que os consumidores pagariam (preço de demanda d) seria superior ao preço de oferta s, tornando lucrativo para as firmas expandir a produção, até o ponto de equilíbrio. Com essa teoria da determinação do preço de equilíbrio, Marshall pretendeu sintetizar as contribuições dos autores clássicos (oferta) com as dos autores neoclássicos (demanda). De fato, desagradava a Marshall a crítica que Jevons fazia aos autores clássicos, adotando por sua vez uma atitude conciliadora:
Seria tão razoável discutir se é a parte superior ou inferior de uma tesoura que corta o papel como determinar se o valor é dominado pela utilidade ou o custo de produção. Princípios
Para entender melhor quem determina os preços, mencionaremos a divisão da análise de Marshall em períodos. No curtíssimo prazo, um dia para o mercado de um produto perecível como peixes, a oferta não pode variar. A curva de oferta é vertical. O preço é determinado totalmente pelas condições da demanda. Este caso é representado pelo gráfico mais a esquerda. No curto prazo, tanto a oferta quanto a procura podem variar. A oferta ainda está limitada pela quantidade fixa de capital, que representa um custo fixo. Aqui se aplica o princípio de produto marginal decrescente: um aumento de capital circulante ou trabalho aumentam a produção, só que de maneira menos eficiente. A curva de oferta é positivamente inclinada, como vemos no segundo gráfico. No outro extremo, temos o longo prazo, no qual as firmas têm condições de se adaptar a demanda através da variação de todos os insumos. Neste caso, os custos médios de produção são fixos, determinando o preço. Observa-se que variações na curva de demanda não influenciam o preço de equilíbrio, apenas o volume produzido.
No desenvolvimento de seu aparato gráfico, Marshall acrescenta vários conceitos utilizados posteriormente. Do lado da oferta, Marshall introduziu o conceito de "firma média", ou representativa, que simplificaria a análise ao desconsiderar a variedade de firmas do mundo real. A firma representativa teria "vida razoavelmente longa, êxito razoável, seria gerida com habilidade normal e teria acesso às economias internas e externas pertencentes àquele conjunto de produção". Economias internas seriam aquelas relacionadas a maior produtividade advinda da divisão do trabalho e especialização do capital ocorridas no interior de cada firma. As economias externas se referem aos custos reduzidos em uma indústria devido a proximidade de fornecedores ou a possibilidade de gerar em um local específico uma demanda contínua por mão-de-obra especializada.
Ainda no lado da oferta, Marshall estudou o problema da alocação de fatores produtivos. Examinou tanto o caso em que os fatores entram como complementos perfeitos, como no caso em que o cabo e a cabeça do martelo, que são usados na proporção um para um, quanto o caso no qual os fatores podem ser substituídos diante de alterações em seus preços. O fundamental é que se iguale o valor do produto marginal gerado por cada fator ao seu custo. Se esta igualdade não ocorrer, seria lucrativo substituir um fator por outro.
Do lado da demanda, Marshall desenvolve o conceito de elasticidade-preço (também utilizável para a curva de oferta). A elasticidade da demanda mede a variação percentual da quantidade demandada devido a um variação percentual pequena nos preços. Matematicamente, temos:
Quanto mais elástica fora a demanda, mais bens substitutos ao bem analisado poderemos encontrar, maior a participação desse bem no orçamento e mais dispensável é o seu uso. Marshall desenvolveu também o conceito de excedente do consumidor,dado pelo triângulo indicado pela figura ao lado. Se um ponto da curva de demanda representar a disposição a pagar por uma unidade a mais do produto, dada pela utilidade marginal, podemos considerar a diferença entre essa disposição a pagar e o valor efetivamente pago, dado pelo preço de equilíbrio. Essa diferença é uma medida do ganho na troca. Em equilíbrio competitivo, maximiza-se o excedente. Essa medida foi utilizada para avaliar a perda envolvida nos monopólios ou na imposição de um imposto.
Em obras posteriores, Marshall expõe sua teoria monetária, ensinada em Cambridge. A demanda por moeda é fruto da decisão em alocar a renda na forma de moeda, que depende do volume de recursos necessários para realizar as transações que ocorrerão no dia a dia, seja para realizar investimentos que redundam em rendimentos, seja para adquirir bens de consumo. A fração da renda que uma pessoa decide manter na forma de moeda é representada por k. A renda nominal é o produto da renda real y pelo nível de preços P. Temos portanto que em equilíbrio a quantidade de moeda ofertada M se iguala a quantidade demandada. Essa igualdade é expressa como:
M = k . P.y
Esta equação ficou conhecida como a equação de Cambridge, que é uma das versões da equação de trocas da teoria quantitativa da moeda.
Marshall hoje: a análise de equilíbrio parcial é a ferramenta mais utilizada pelos economistas. Imagine alguns mercados modernos, como informática, e utilize os conceitos de curvas de demanda, oferta, elasticidade, curto e longo prazo para explicar o que ocorre com os preços e quantidades ao longo do tempo. Que curvas de deslocam, por que motivos? Tente imaginar quais produtos a sua volta têm demanda/oferta elásticas ou inelásticas. Represente no diagrama os efeitos do estabelecimento de um controle de preços que congele os preços abaixo ou acima do ponto de equilíbrio, como um controle de alugueis no primeiro caso e um aumento no salário mínimo no segundo.
Se firmas grandes têm condições de baratear o custo dos produtos, devido as economias externas e internas, por que as firmas não crescem indefinidamente? Ou seja, que fatores limitam o crescimento das mesmas? Pense nos casos reais: por que a IBM e depois a Microsoft não se tornam uma espécie de "OCP" do filme Robocop?
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Debate: Marshall, o Tycho Brahe da Economia
Marshall acreditava que tinha sintetizado as contribuições da escola clássica e da neoclássica, utilizando tanto a oferta da primeira quanto a demanda da segunda. O valor não seria determinado exclusivamente pela utilidade ou pelos custos de produção, sendo o preço de mercado estabelecido pela conjunção dos dois elementos, da mesma forma que as duas lâminas de uma tesoura são necessárias para cortar papel. Esta opinião ainda hoje é defendida por boa parte dos economistas neoclássicos e transmitida aos alunos.
Será uma opinião correta? Se for, teríamos uma teoria do valor eclética, que não reconhece "a" causa do valor, mas apenas diferentes fatores que determinam o valor em diferentes circunstâncias. Mais ainda, se nos concentrarmos na opinião de Marshall quanto ao longo prazo, recairíamos na teoria clássica do valor. A revolução de 1971 seria abortada, mantendo-se desta apenas a análise marginal, enquanto que a nova teoria do valor subjetiva perderia a importância.
Por outro lado, alguns economistas neoclássicos, como Wicksteed e sobretudo os austríacos�, defendiam a opinião de que qualquer manifestação do valor seria um fenômeno puramente subjetivo, determinado por considerações sobre utilidade. Criticavam portanto o ecletismo de Marshall. Böhm-Bawerk, por exemplo, escreveu que:
Essa questão é tão fundamental para a Economia Política quanto a questão entre os sistemas de Ptolomeu e de Copérnico para a Astronomia. O sol e a terra giram, toda criança sabe, mas ninguém pode ser astrônomo hoje em dia sem saber se é a terra que gira em torno do sol, ou o sol em torno da terra. Entre o valor de um produto e o valor dos materiais de produção existe uma relação não menos óbvia e indubitável. Num sistema científico não podemos ter, alternadamente, ora a terra girando ao redor do sol, ora o sol girando ao redor da terra. E quem quer que deseje entender essa relação e os incontáveis fenômenos que dela dependem tem de saber se o valor dos materiais de produção deriva do valor do produto, ou se ocorre o inverso. Uma hesitação eclética ... não será mais possível. Eugen von Böhm-Bawerk.
Para os austríacos, o valor dos insumos produtivos - o custo - é determinado da mesma forma que o valor dos bens finais, ou seja, pela sua utilidade em satisfazer necessidades. Seria um custo subjetivo de oportunidade, representando o valor que se atribui a necessidade que se deixa de atender quando fazemos uma escolha. O custo de escrever esta página é o valor que eu atribuo a um passeio no parque do Ibirapuera. Na produção, o custo de utilizar o trabalho para fazer sorvetes é igual a utilidade dos outros produtos que aquele trabalhador poderia produzir. Assim, as duas lâminas da tesoura – oferta e demanda – seriam feitas do mesmo material: utilidade.
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� Naturalmente, quanto mais rica for a pessoa, menor é a utilidade de um real adicional.
� Ludwig von Mises deve ser destacado como um dos poucos autores que enfatizam a noção de custos subjetivos. Modernamente, James Buchanan escreveu um livro (Custo e Escolha) que discute a noção de custo e sua evolução ao longo da história do pensamento econômico.
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