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Títulos executivos extrajudiciais

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Títulos executivos extrajudiciais (NCPC, art. 784)
O Novo CPC dá aos títulos executivos extrajudiciais a mesma eficácia executiva dos títulos judiciais, sendo que todos eles são aptos para instruir a execução, relevando-se o fato de que o procedimento para cumprimento de sentença (para títulos executivos judiciais) é diferente do processo autônomo de execução (para títulos executivos extrajudiciais). Os títulos executivos extrajudiciais estão relacionados no art. 784 do NCPC. 
1. A letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque
Trata-se dos títulos cambiarios cambiais ou cambiariformes, regulados inteiramente pelas normas de direito empresarial. Tais títulos não necessitam de protesto para que sejam considerados títulos executivos extrajudiciais. “Somente em situações específicas, quando o documento não puder ser considerado um título executivo em razão da ausência de algum requisito formal, a lei pode exigir o seu protesto, como é o caso da duplicata sem aceite”.
Os títulos de crédito possuem como elementos essenciais acartularidade (o exercício do direito fica condicionado à apresentação da cártula ou título), literalidade (o documento vale pelo que nele se contém; o que não consta do corpo do título de crédito não pode ser exigido) e autonomia (as disposições contidas na cártula ou título não se vinculam à causa que as originou).
Em obediência ao princípio da circulabilidade dos títulos de crédito, para o ajuizamento da ação de execução exige-se que a petição inicial seja instruída com o título original, não sendo permitidas fotocópias mesmo que autenticadas. Em situações que o título esteja instruindo outro processo (como ação penal de estelionato), e sendo impossível o seu desentranhamento, bastará a juntada de fotocópia e “certidão de objeto e pé” do processo em pé em que se encontra o título. Também se o título instruir ação cautelar de arresto admite-se a fotocópia, o que não gera prejuízo em virtude dos processos correrem em apenso.
 
1.1. Letra de câmbio
Letra de câmbio é uma ordem de pagamento dirigida à determinada pessoa para que faça um pagamento à outra. São três os envolvidos: sacador, sacado e beneficiário. Sacador é o emitente da ordem de pagamento, Sacado o que recebe a ordem de pagamento e o beneficiário aquele a quem o pagamento deve ser feito.
A letra de câmbio é disciplinada pelo Decreto 2.044/1908 e pela Convenção de Genebra aprovada pelo Decreto 57.663/1966. Na verdade vigora no Brasil a Lei Uniforme, ratificada com reservas, e sendo esta omissa, aplica-se as disposições do Decreto 2.044/1908.
1.2. Nota promissória
Nota promissória é um título emitido pelo devedor em que este se compromete a pagar certa quantia constante no título independente de qualquer negócio jurídico subjacente. O instituto, assim como a letra de câmbio, é regulado pelo Decreto 2.044/1908 e pela Convenção de Genebra aprovada pelo Decreto 57.663/1966. Na verdade vigora no Brasil a Lei Uniforme, ratificada com reservas, e sendo esta omissa, aplica-se as disposições do Decreto 2.044/1908.
1.3. Duplicata
A duplicada é um título sacado pelo próprio credor, sem a participação do devedor, e “só é título executivo se aceita, ou, se não aceita, vier acompanhada do instrumento de protesto, do comprovante de entrega de mercadoria ou da prestação de serviço, e se o sacado não houver recusado o aceite, na forma como lhe é facultado na lei de duplicadas”.
A duplicata (criação nacional) é regulada pela Lei 5.474/1968, e corresponde a uma ordem de pagamento emitida pelo credor para documentar o crédito oriundo de uma compra e venda ou prestação de serviços, e ganhou no Brasil o espaço que em outros países é ocupado pela Letra de Câmbio.
1.4. Debênture
A debênture encontra-se regulada pela Lei 6.404/1976, em especial pelos art. 52 a 74. Debênture é título de crédito mobiliário emitido por sociedade anônima e sociedade em comandita por ações representativas de uma fração de uma dívida da empresa garantidas pelo ativo do patrimônio social. A índole deste título é a de título ao portador, ressaltando-se que a Lei 8.021/90 proibiu a emissão de títulos ao portador ou endossáveis, impedindo e inviabilizando assim a emissão de debêntures.
1.5. Cheque
O cheque rege-se pela Convenção de Genebra e pela Lei 7.357/1985. Aplicam-se subsidiariamente o Código Civil (CC, art. 903).
2. A escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor
Trata-se de confissão de dívida realizada por escritura pública, que é um documento público produzido e assinado por Tabelião de notas. Não é necessário que venha assinado por duas testemunhas. Para que seja caracterizado como título executivo é preciso que a escritura contenha a obrigação imposta àquele que assina, consistente em pagar quantia, entregar coisa, fazer ou não fazer.
3. O documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas
É o contrato assinado pelas partes e mais duas testemunhas. As testemunhas que assinam o instrumento devem estar preparadas para confirmar que o devedor assumiu a responsabilidade de forma livre e espontânea. O STJ entende pela dispensa da presença das testemunhas no momento da formação do título, sendo que elas devem ser pessoas capazes, isentas, idôneas e identificadas no título, sendo dispensada a autenticação em cartório de suas assinaturas. 
4. O instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal
Corresponde à transação extrajudicial referendada pelo Ministério Público (como o TAC = Termo de ajustamento de conduta), Defensoria Pública ou pelo (s) advogado (s) das partes (públicos ou privados), ou mesmo do conciliador ou mediador credenciado pelo respectivo Tribunal (estímulo à autocomposição). Mesmo na hipótese de apenas um advogado, por exemplo, representar ambas as partes, o título é exequível.
5. O contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução
São contratos de garantia, confundindo o legislador o gênero “caução” com algumas das suas espécies. Caução real são a hipoteca, penhor e anticrese. Caução fidejussória é afiança. Qualquer espécie de fiança (judicial, legal ou convencional) permite o ingresso do processo executivo. “Esses contratos de garantia podem ser celebrados por terceiros, não devedores, que a partir de então passam a ter responsabilidade patrimonial – sempre no limite da garantia – perante o credor. Há, portanto, responsabilidade de quem não é o obrigado, no plano do direito material, a satisfazer a obrigação. O exequente, nesse caso, pode mover a ação de execução exclusivamente contra o devedor, contra o garante, ou contra ambos (litisconsórcio facultativo)”. 
6. O contrato de seguro de vida em caso de morte
Trata-se apenas do seguro de vida, e não o seguro de acidentes pessoais. É indispensável que a petição inicial seja instruída não só com o contrato de seguro (registra-se tendência ampliativa para admitir também recibo emitido pela seguradora), mas também com a prova pré-constituída do evento coberto pelo respectivo seguro que é a certidão de óbito.
7. O crédito decorrente de foro e laudêmio
Foro e laudêmio são rendas imobiliárias decorrentes da enfiteuse, instituto que não é mais disciplinado pelo Código Civil.
Foro é a pensão anual certa e invariável que o enfiteuta para à senhoria direta pelo direito de usar, gozar e dispor do imóvel objeto da enfitense. No foro o senhorio é o sujeito ativo da execução e o passivo é o enfiteuta ou foreiro.
Laudêmio é a compensação que é devida à senhoria, direto pelo não uso do direito de preferência quando o enfiteuta aliena onerosamente o imóvel foreiro. No laudêmio o senhorio é o sujeito ativo da execução e o passivo é o ex-enfiteuta que cedeu o seu direito a terceiro.
Trata-se de instituto de rara aplicação prática e de vida limitada, pois o art. 2038 do Código Civil proibiua constituição de enfiteuses e de subenfiteuses, restando somente as já existentes à época da entrada em vigor do referido Código (Lei 10.406/2002).
8. O crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio
Contrato escrito de locação comercial ou residencial é título executivo extrajudicial, não sendo necessário que venha subscrito por duas testemunhas. Não é mais exigido o contrato escrito, bastando prova documental que ateste a locação e encargos. A menção a taxas e despesas de condomínio como encargos da locação é meramente exemplificativa, admitindo-se a execução de outras espécies de encargos da locação, como as despesas de telefone e de consumo de força, luz, água e esgoto.
9. A certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei
A Certidão de Dívida Ativa (CDA) emitida pela Fazenda Pública Federal, Estadual ou Municipal é título executivo. A execução fiscal é disciplinada pela Lei 6.830/1980, mas o título executivo que permite tal execução está previsto no NCPC.
Dívida ativa é qualquer valor cuja cobrança seja atribuída à Fazenda Pública, e nos termos do art. 201 do Código Tributário Nacional constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular. A CDA é gerada por procedimento administrativo previsto no CTN, art. 202. Cabe destacar que “a singularidade de tal título é que entre todos os títulos extrajudiciais esse é o único que pode ser formado sem nenhuma participação do devedor ou de terceiro, atuando em sua formação apenas o credor. Tal característica vem assentada na boa-fé do Estado e na presunção de legalidade do ato administrativo, permitindo ao Estado ser o único capaz de formar títulos executivos de forma unilateral, embora por vezes e de forma indesejada abuse de tal liberdade com indevidas e injustas inscrições na dívida ativa, gerando infundadas ações de execução por quantia certa”. 
10. O crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembléia geral, desde que documentalmente comprovadas
As despesas ordinárias ou extraordinárias de condomínio possuem, no Novo CPC, força de título executivo extrajudicial, desde que sejam comprovadas documentalmente, e sejam aprovadas por Convenção ou Assembléia condominial. 
11. A certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei
Trata-se de serviços prestados pelos serviços notariais e de registro, que poderão ser objeto de certidões com eficácia executiva.
12. Todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
Leis federais extravagantes podem criar títulos executivos extrajudiciais. Exemplos.
	
	
	Créditos da OAB contra os inscritos
	
	
	Cédulas de crédito rural
	
	
	Cédulas de crédito industrial
	
	
	Cédulas de exportação
	
	
	Cédulas de crédito comercial
	
	
	Cédula Hipotecária
	
	
	Cédula de produto rural
	
	
	Decisão do plenário do CADE impondo multa ou obrigação de fazer ou não fazer
	
	
	Honorários do árbitro no compromisso arbitral
	
	
	Prêmios de contratos de seguro previstos na Lei do Sistema Nacional de Seguros Privados
	
	
	Cédula de produto rural
	
Fonte: http://www.otonnasser.adv.br/artigos/18/

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