Buscar

SUS- Sistema único de saúde

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Resumo do capítulo dois ( SUS ) 
Introdução: Neste capítulo vamos apresentar a constituição do Sistema Único de Saúde como uma Política Pública. Para tanto faremos um breve relato sobre a trajetória histórica da constituição do Sistema Único de Saúde. Perpassando pela regulamentação do Sistema Único de Saúde no Brasil e a sua articulação com a prática psicológica
Criação e Concepção do SUS 
Histórico do surgimento: 
 As políticas públicas no Brasil iniciam com a chegada da família real portuguesa. Na época, buscava-se a manutenção do bem estar da família imperial e ainda a manutenção daqueles que os serviam. As doenças tropicais tomavam conta dos espaços da época. Havia uma população variada, tanto de estrangeiros, quanto de pessoas mais carentes, o que levaria a disseminação das referidas doenças.
Antes do surgimento dos cursos de medicina, os práticos ou barbeiros já atuavam de forma experimental com a população. Estes personagens da época andavam com soluções práticas e objetivas, através de experimentações realizadas pelo povo da Europa. Porém cada povo guardava o seu conhecimento, sua forma de lidar com as mazelas de seu povo e assim, índios e negros demonstravam seus conhecimentos no exercício de práticas que tinham o objetivo de retirar a dor do sujeito e tratá-la
O período de institucionalização do ensino e a normalização do que seria o exercício da medicina, vem minimizar as práticas realizadas pelos curiosos e práticos.
Os acompanhamentos aos doentes e a normatização de regras para o tratamento de saúde, fez com que os atendimentos à população que buscava saúde, fosse controlado pelo estado e pelo poder do conhecimento científico, a medicina. Inicia no Brasil a normatização de práticas médicas, além da hospitaliza- ção no Brasil. Assim, com o objetivo de possibilitar melhor acompanhamento das pessoas que adoeciam na época, mais uma relação de poder é instituída, visto que o conhecimento, que antes era compartilhado por práticos, religiosos e curandeiros; deve ser neste momento devidamente regularizado, assim como o ensinos destes.
O objetivo na verdade não era o tratamento do sujeito que apresentava a doença, mas sim buscar a reclusão deste, de forma que a doença não se espalhasse pela cidade. “A proclamação da República em 1889 inicia um novo ciclo na política de Estado com o fortalecimento e a consolidação econômica da burguesia cafeeira.” (BAPTISTA, 2007, p. 32)
A industrialização das cidades e a necessidade de mão de obra, visto que os escravos foram libertados, surgem novos planos de ação. Segundo Luz (1991, apud ACURCIO, p. 5): “Nesse período, foram criados e implementados os serviços e programas de saúde pública em nível nacional (central). À frente da diretoria Geral de Saúde Pública, Oswaldo Cruz, ex-aluno e pesquisador do Instituto Pasteur, organizou e implementou progressivamente, instituições pú- blicas de higiene e saúde no Brasil. Em paralelo, adotou o modelo das 'campanhas sanitárias', destinado a combater as epidemias urbanas e, mais tarde, as endemias rurais.(...) Em termos de poder, o próprio nome sugere que o modelo campanhista é de inspiração bélica, concentra fortemente as decisões, em geral tecnocráticas, e adota um estilo repressivo de intervenção médica nos corpos individual e social." Estas campanhas foram recebidas com cautela pela população. Achavam na época que as ações sanitárias tinham como objetivo, na realidade, afastar a população da cidade, isto é, adoentá-los. Novamente o poder incidindo sobre a população carente.
“Com o golpe de 1964 e o discurso de racionalidade, eficácia e saneamento financeiro, ocorre a fusão dos IAPs, com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social - INPS.” (ACURCIO, [s.d.]).
“O período 1968-1973 é conhecido como “milagre” econômico brasileiro, em função das extraordinárias taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) então verificadas, de 11,1% ao ano. Uma característica notável do “milagre” é que o rápido crescimento veio acompanhado de inflação declinante e relativamente baixa para os padrões brasileiros, além de superávits no balanço de pagamentos.” (VELOSO; VILLELA; GIAMBIAG, 2008). Momentos importantes na história da saúde, apesar da promessa de um país em pleno crescimento, com ações direcionadas ao enriquecimento do país, com palavras de estímulo ao desenvolvimento.
A formação elitista, a criação de empresas que oferecem serviços de saúde, graduações calcadas em formações técnicas, demonstra ainda uma pactuação que persiste e mantém a relação de poder que já existia. “Assistimos, finalmente, à consolidação de uma relação autoritária, mercantilizada e tecnificada entre médico e paciente e entre servi- ços de saúde e população." (ACURCIO, [s.d.]). Modelos seguem um a um. Com a crescente inflação e a queda do governo militar, o panorama brasileiro vai mudando. “O movimento sanitário vai ter, portanto, um ponto em comum com os setores até então hegemônicos: a necessidade de racionalizar os gastos com saúde. Do ponto de vista dos sanitaristas, o argumento da racionalização dos gastos podia servir, de um lado, à luta pela quebra do modelo prevalente, uma vez que o setor privado era responsável pelo aumento e pela maior parte das despesas na saúde. De outro lado, possibilitava uma maior democratização do atendimento médico, estendendo-o à população marginalizada que não contribuía diretamente com a Previdência Social.” (ACURCIO, [s.d.])
"Em 1988 a Assembleia Nacional Constituinte aprovou a nova Constituição Brasileira, incluindo, pela primeira vez, uma seção sobre a Saúde. Esta seção sobre Saúde incorporou, em grande parte, os conceitos e propostas da VIII Conferência Nacional de Saúde, podendo-se dizer que na essência, a Constituição adotou a proposta da Reforma Sanitária e do SUS.”
“Na Constituição Federal de 1988, o estado brasileiro assume como seus objetivos precípuos a redução das desigualdades sociais e regionais, a promoção do bem de todos e a construção de uma sociedade solidária sem quaisquer formas de discriminação. Tais objetivos marcam o modo de conceber os direitos de cidadania e os deveres do estado no País, entre os quais a saúde.“ (BRASIL, 1988)
Sistema Único de Saúde: objetivos e atribuições
Vamos citar a importância do SUS que foi implantada pela lei 8.080 e é acrescida pela lei 8.142, ambas de 1990, que dispõe sobre a participação da comunidade. “Primeiramente, o SUS é um sistema, ou seja, é formado por várias instituições dos três níveis de governo (União, Estados e Municípios), e pelo setor privado contratado e conveniado, como se fosse um mesmo corpo. Assim, o serviço privado, quando é contratado pelo SUS, deve atuar como se fosse público, usando as mesmas normas do serviço público.”
No artigo 30, os fatores condicionantes são alimentação, moradia, saneamento básico entre outros. Percebe-se que a partir daí o usuário do serviço é visto como um todo. O SUS deve atender a realidade de cada indivíduo, compreendendo a realidade social, o saneamento local, os recursos da região, as ações de saúde e todos os outros fatores que possam interferir na relação saúde e doença do indivíduo. Cabe ao SUS organizar tais ações e buscar sanar as dificuldades encontradas de forma que o usuário não possa sofrer pela não oferta de serviços.
“Na base do processo de criação do SUS encontram-se: O conceito ampliado de saúde, a necessidade de criar políticas públicas para promovê-la, o imperativo da participação social na construção do sistema e das políticas de saúde e a impossibilidade do setor sanitário responder sozinho à transformação dos determinantes e condicionantes para garantir opções saudáveis para a popula- ção. Nesse sentido, o SUS, como política do estado brasileiro pela melhoria da qualidade de vida e pela afirmação do direito à vida e à saúde, dialoga com as reflexões e os movimentos no âmbito da promoção de saúde.” (BRASIL, 2006). Todos os movimentos atrelados às mudanças sociais no que tange a saúde pú- blica, busca através destes objetivos, qualificar o atendimento à saúde emodificar o conceito que por anos se arrasta onde o imperialismo é a doença em si, não possibilitando uma noção mais ampla deste conceito que possa atuar junto ao universo na qual ela está inserida, pois assim como a sociedade mudou, os homens também e o conceito da mesma forma
“A Resolução da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) nº 5, de 19 de junho de 2013, estabelece as Diretrizes, Objetivos, Metas e Indicadores para os anos de 2013 – 2015, com vistas ao fortalecimento do Planejamento do Sistema Único 44 • capítulo 2 de Saúde (SUS) e a implementação do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (Coap).” (BRASIL, 2006). Lembremos que a comissão tripartite é composta à nível federal por representantes do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde e do Conselho Nacional de secretarias Municipais de Saúde. Assim, percebe-se que tal mudança veio fortalecer os alicerces de um novo processo de saúde pública, envolvendo todas as partes, planejando e realizando laços e construindo uma política pública a nível nacional.
Os objetivos do SUS segundo o ministério da saúde são: Art.5º, os objetivos do sistema único de saúde se referem aos fatores condicionantes da saúde, na identificação e na divulgação de fatores importantes. Atuar junto promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde, não só em nível da assistência integral do usuário, mas também à nível da saúde do trabalhador e ações epidemiológicas, sanitárias e farmacêuticas contida no artigo 6º. Não podemos deixar de pensar que tais ações devem partir da formulação de uma política pública. Assim atuar junto o usuário na formação profissional, de forma a atingir o homem, sua família, a sociedade como um todo e o meio ambiente. Lembrando que a saúde também abraça as questões referentes ao meio ambiente e aos recursos naturais que podem ser utilizados corretamente e ainda protegidos de todas as ações perigosas. Portanto, tanto a nível humano como técnico, deve ser cuidado, acompanhado buscando além da prestação de serviços adequados, uma política pública atrelada a realidade brasileira. Para tal, devemos prevenir o processo de adoecimento, seja ele físico, seja ele psíquico. Não é de interesse público que o trabalhador não participe da produção de seus serviços. Por isso, a saúde do trabalhador também é absorvida pelo planejamento em questão.
A participação do psicólogo nas unidades de saúde, atuando preventivamente, irá possibilitar ao usuário de saúde, quando da busca destes serviços, o reconhecimento dos afetos, dos amores, das impossibilidades e das dificuldades vividas. Assim, no âmbito da prevenção, a psicologia, a partir das queixas apresentadas, pode minimizar conflitos e dificuldades, possibilitando o reconhecimento e a elaboração das dificuldades e a sensação de bem estar.
Sistema Único de Saúde: objetivos e atribuições
Em se tratando de SUS e nos seus princípios, falamos de uma prestação de serviços de saúde que deve ser aplicado a todos os níveis, garantindo que todos possam ter acesso aos serviços públicos de saúde e as instituições privadas que prestam serviços ao SUS. A universalidade amplia a noção de atendimento, pois antes só os sujeitos que pagavam mensalmente pelos serviços, poderia utilizá -lo. A partir da lei, este é aberto a todos. O SUS é um sistema não contributivo.
Como a saúde é pública, não se pode ter privilégios, pois o atendimento tem que ser igual para todos, sem nenhum tipo de preconceito ou algo que possa denigrir a imagem do usuário. Para que todos possam ter conhecimento do SUS e das mudanças ocorridas ou que venham ocorrer, todos indistintamente devem ser informados quando de algum contratempo. Tais informes acontecem em forma de cartilha ou outras ações e programas.
O usuário do serviço de saúde deve ter conhecimento sobre os serviços prestados, sobre qual o profissional e especialidade de quem está lhe acompanhando.
Quanto aos princípios organizacionais/operativos temos: Regionalização e Hierarquização, Resolutividade, Controle social, Participação complementar do Setor Privado. Assim a descentralização político-administrativa, se apresenta com ênfase na descentralização dos serviços para os municípios e a regionalização e a hierarquização da rede.
A lei 8.142 de 1990 dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. Cria os conselhos de saúde e as conferências de saúde a nível municipal, estadual e federal. Neste sentido, os psicólogos e os representantes de instituições que prestam serviços em psicologia, os psicólogos que trabalham em serviços públicos entre outros serviços, tem a possibilidade de participar, buscando a melhoria das ações de psicologia na área de saúde, a abertura de mercado de trabalho e a luta pela qualidade dos serviços prestados e saúde do trabalhador.
O Decreto 7.508, de 2011, regulamenta a lei da saúde e o acesso a cada canto do Brasil. “O Decreto 7.508/11 preenche uma lacuna no arcabouço jurídico do SUS, ao regulamentar a Lei 8.080, dispondo sobre a organização do SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, possibilitando o aprimoramento do Pacto pela Saúde e contribuindo na garantia do direito à saúde a todos os cidadãos brasileiros.” (BRASIL, 2012). O decreto trabalha com o conceito de região de saúde, conjunto este de municípios vizinhos identificados pela cultura e hábitos com o objetivo de desenvolver ações integradas e planejadas pelos serviços de saúde de forma mais eficiente, onde seus serviços atuam de forma hierarquizada, com consultas de procedimentos. O decreto definiu e aprofundou os conceitos de regionaliza- ção.
A Psicologia nas Políticas Públicas de Saúde
O objetivo da Estratégia Saúde da Família é reorganizar a atenção básica do país, calcado no Sistema Único de Saúde e busca a expansão dos serviços de saú- de. Ainda como meta, a ESF qualifica e consolida a atenção básica, buscando uma maior resolutividade, buscando ações mais efetivas e que possa realmente melhorar a qualidade de vida da comunidade. “As situações de saúde e adoecimento nesse nosso país continental são díspares e, assim, a par das doenças definidas pelo perfil epidemiológico da população e outras que, frente à globalização, emergem e reemergem fazendo com que a população apresente uma pluralidade de agravos à saúde, surgem os problemas de violência, de saúde mental, pobreza, uso abusivo de drogas lícitas e ilícitas, acidentes externos, entre outros.” (FIGUEIREDO, 2015).
Uma das possibilidades de atuação do psicólogo é através do NASF “Em um movimento histórico de mudanças que vem se configurando no setor saúde do Brasil, novos espaços são criados, como os NASF e os programas de residência multiprofissional em saúde, de modo que se possibilita uma participação maior dos psicólogos no SUS. Nesse processo, o profissional psicólogo se vê diante do despreparo histórico da categoria para desenvolver um trabalho em sintonia com os imperativos de mudança. Em particular, na realidade brasileira, um modelo de formação limitado ainda se apresenta como desafio para o avanço das práticas psi.” (NEPOMUCENO; BRANDÃO, 2011, p. 764) Como podemos observar, a formação elitista, acaba por fim não se tornando um mercado interessante para os profissionais de psicologia anteriormente.
O NASF, núcleo de apoio a saúde da família, é composto por profissionais multidisciplinares, atuando como apoio aos profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) e da atenção básica. Compartilhando saberes, práticas, tem como objetivos apoiar e ampliar a abrangência das ações de atenção primá- ria básica, bem como sua resolutividade, auxiliando na capacidade de análise e de intervenções. Contribui para a integralidade do cuidado, qualificando a prática, auxiliando na capacidade de análise e de intervenção. Uma retaguarda especializada é realizada pelo apoio matricial em saúde, que são cuidados colaborativos. O NASF é acionado para casos complexos ou quando agestão solicita enquanto educação permanente. É uma construção compartilhada que complementa a atenção primária, secundária e terciária. 
Continuando nas possibilidades de ação do psicólogo, temos a Estratégia Saúde da Família (ESF). “É dentro desse contexto que se debate a ampliação da inserção da Psicologia na Estratégia de Saúde da Família (ESF) como tema relevante e atual diante do progressivo avanço das práticas de Atenção Primária à Saúde (APS) no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil. Como reflexo do avanço das políticas públicas de saúde, os saberes e as práticas da Psicologia passam a ser cada vez mais requisitados, bem como os de outras categorias profissionais da saúde.” (NEPOMUCENO; BRANDÃO, 2011, p. 763). Estes avanços das políticas de atuação, nos mostra que o trabalho do psicólogo vai muito além do que podemos imaginar.
A partir do processo de desinstitucionalização, houve a necessidade da reformulação do trabalho do psicólogo na unidade de saúde. Muitos pacientes, a partir da lei 10.216, são encaminhados do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS – para o ambulatório, tendo em vista a necessidade de atendimento e da criação de estratégias que objetivam a atenção psicossocial. É importante pensar que os CAPS possuem porta de entrada e devem também possuir porta de saída, sendo esta a posição mais acertada a criação de uma rede com a Unidade Básica de Saúde (UBS). Se isto não ocorrer, a tendência é voltar ao processo de institucionalização onde a inclusão social descartada. A inclusão social, o atendimento do usuário de saúde mental pela unidade básica, nos ambulatórios irá desmitificar o atendimento elitizado do psicólogo, além de imprimir a imagem de reinserção social do paciente com transtorno graves
2.4 Nós Psicólogos Fazemos Política
É clara a importância da visão de uma saúde voltada para a coletividade. Neste momento há uma mudança estrutural, pois ao invés de um processo higienista, que buscava através da limpeza, afastar as possibilidades de contágio, vista na verdade como potencialmente oriunda das comunidades mais carentes, causadoras de enfermidades tais como hanseníase e tuberculose. 
A partir da Constituição Federal de 1988, conhecida como a Constituição Cidadã, o projeto de uma saúde voltada para a realidade da comunidade passa a ser implantada a partir da lei 8.080/1990. Vários decretos vão acrescentando normas e regulamentações de forma a melhor atender as necessidades dos usuários do sistema de saúde. Doentes mentais tratados de forma animalesca, sem saúde, sem respeito e sem dignidade. Asilos, internações, hospitais psiquiátricos se amontoam em grande quantidade, gerando riquezas e torturas. A cronificação da doença, a medicalização desenfreada, o discurso de felicidade. Vários e vários governos, diversas mudanças e, enfim, surge a lei 10.216 que busca a desinstitucionaliza- ção progressiva dos hospitais psiquiátricos.
A discussão sobre doença mental passa a ser trabalhada de forma a atuar com pessoas com transtornos graves, oriundos dos hospitais psiquiátricos. Mas o que fazer diante de um universo excludente? Pois bem, os ambulatórios devem ser resolutivos e buscar atender as necessidades da comunidade local, desta forma as Redes de Atenção Psicossocial (RAPS) vão atuar com todos os usuários, incluindo os que possuem transtornos mentais. Seguir com a ideia de inclusão e de cuidado passa a ser um dos trabalhos importantes para os profissionais de saúde mental. Hoje a psicologia atua nas diversas esferas: Conselhos municipais e estaduais de saúde; NASF; ESF, CAPS, dentre outros.

Outros materiais