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Projetos e Layouts O que você entende por projeto? Provavelmente você já ouviu esse termo várias vezes, mas é sempre bom lembrar alguns conceitos que nos auxiliem a compreender o assunto estudado. Você pode encontrar várias definições de projeto, algumas com um foco industrial, outras direcionadas às áreas de prestação de serviços e ainda outras cujo enfoque é a tecnologia. Como identificar a mais apropriada para o engenheiro de produção? Primeiramente, vamos analisar a definição de Finnestone: “Projeto é o processo conceitual através do qual algumas exigências funcionais de pessoas, individualmente ou em massa, são satisfeitas pelo uso de um produto ou de um sistema que deriva da tradução física do conceito”. (FINNESTONE, 1987). Também podemos dizer que: projeto é um esforço temporário, levado a efeito para criar um produto e/ou serviço único; projeto pode ser todo tipo de trabalho que gera um produto ou serviço singular (específico, particular), através de um processo que tenha começo, meio e fim. Gestão de Projetos A Gestão de Projetos é uma área, como o próprio nome já diz, especializada em planejamento e gerenciamento de projetos e fundamental para que os projetos sejam bem-sucedidos. Ela nos permite utilizar princípios, práticas e técnicas para liderar grupos atuantes em planejamento, programação, controle de custos, controle de riscos e desempenho com foco em alcançar as necessidades de um cliente final. Eles se dividem em duas estruturas de atendimento ao público-alvo: individuais (automóvel, televisor) e consumo em grande escala (telefonia, ferrovia, supermercado). Confira alguns exemplos a seguir: Administração: Programa interno de redução de custos industriais Sistemática de implantação do programa 5S Pesquisa e Desenvolvimento: Novo computador Novo fogão Nova máquina de lavar e secar roupas Construção Civil: Usina siderúrgica Ponte Pênsil (ou ponte suspensa) Manutenção: Máquinas operatrizes Aeronaves Sistema ferroviário Eventos: Shows Feiras Congressos Seminários Importância do foco no projeto Veja o que eles têm a dizer sobre os objetivos de projeto: 1. Para que os projetos cumpram seus propósitos, é imprescindível que exista um acordo produtivo entre a equipe operadora, os clientes e gerência com relação aos objetivos traçados. 2. Nesse caso, precisamos estabelecer um plano, ou seja, um caminho específico com responsabilidades bem determinadas e comunicação constante e efetiva. 3. Além disso, o escopo, ou seja, o objetivo, deve ser muito bem acompanhado, ajustando-se possíveis distorções ao longo do processo. Por isso, é mandatório o apoio da alta direção. Confira os detalhes do ciclo de vida de um projeto: Concepção: são elaboradas as versões iniciais de orçamentos, cronogramas, proposta inicial e é nomeada a equipe de projeto. Desenvolvimento: orçamentos e cronogramas da fase anterior são elaborados com maior nível de detalhe. Protótipos são desenvolvidos e testados, tarefas são designadas. Execução: os planos anteriores são postos em prática. Conclusão: inclui a entrega do projeto produzido, a revisão e o arquivamento de todos os documentos do projeto e o desmonte da equipe. Agora, veja o ciclo de vida de um produto ou serviço. Observe no que ele se diferencia do ciclo anterior. Introdução: o produto ou serviço acaba de ser lançado no mercado e o crescimento das vendas é lento. Crescimento: o produto ou serviço ganha aceitação no mercado, sendo que o crescimento no volume de vendas é rápido. Maturidade: as necessidades do mercado começam a ser atendidas e há uma estabilização das vendas atingindo um certo patamar, um nível adequado; Declínio: as necessidades do mercado já vêm sendo amplamente atendidas, por isso há um declínio das vendas. Cronograma Para se fazer o acompanhamento das fases demonstradas utilizamos uma ferramenta, simples porém muito eficiente, denominada de cronograma. O SEBRAE conceitua o cronograma como: “O cronograma é a disposição gráfica do tempo que será gasto na realização de um trabalho ou projeto, de acordo com as atividades a serem cumpridas. Serve para auxiliar no gerenciamento e controle deste trabalho, permitindo de forma rápida a visualização de seu andamento.” Veja um exemplo de cronograma a seguir: http://antigo.sp.sebrae.com.br/principal/melhorando%20seu%20neg%C3%B3cio/orienta%C3%A7%C3 %B5es/produtividade%20e%20qualidade/programa%C3%A7%C3%A3o_controle_produ%C3%A7%C3% A3o/cronograma.aspx Exemplos de Cronograma Você poderá observar e fazer algumas considerações acerca dos cronogramas apresentados logo em seguida. Acompanhe para mais exemplos de tipos diferentes de cronograma: Cronograma de Projeto – http://esprojeto.files.wordpress.com/2008/04/cronograma-final.jpg Cronograma de Atividades (B) – http://4.bp.blogspot.com/_cLlaZedn5qM/TBHe_6ypgHI/AAAAAAAAAIs/LnjHpwhaGAc/s1600/CRONOGRA MA.jpg Cronograma de Obras – http://www.elirodrigues.com/wp-content/uploads/2013/09/cronograma-de- obras2.png Vimos que, assim como o projeto tem início, meio e fim, os produtos feitos a partir deles também seguem esse ciclo. Mas você se lembra da diferença fundamental entre eles? Produtos podem ser feitos e armazenados para futuro consumo e serviços são produzidos e consumidos ao mesmo tempo. Isto significa que é necessário estabelecer uma forma de abordar, planejar, gerenciar, enfim, tratar de maneira especial um produto ou serviço. Consequentemente, projetos voltados a produtos são diferentes daqueles que abordam serviços. Independente de lidarmos com produto ou serviço, é muito importante que o projeto estabeleça uma vantagem competitiva para a empresa, colocando-a em uma posição de mercado melhor que a dos concorrentes. O engenheiro de produção deverá atentar para os fatores de sucesso e as possibilidades de insucesso do projeto. Sucesso é ter: Planejamento Controle Foco em questões técnicas Foco em questões administrativas Avaliação de resultados Insucesso é ter: Falta de visão em vários pontos do projeto Conflitos mal resolvidos, dentro e fora do projeto Deixar de perceber a incompetência dos envolvidos em todo o processo Leia também o artigo a seguir e conheça algumas ferramentas de controle: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_tn_sto_135_857_19171.pdf Conceitos na hora da compra de um produto Supondo que você planeje comprar um novo celular, como escolherá o modelo? As funções são fatores importantes? A cor e a marca também? Você consultará opiniões de especialistas ou amigos? É interessante observar que, quando alguém adquire um produto, seja um bem ou um serviço, essa pessoa espera comprar não apenas o item tangível, mas também adquirir um valor intangível. Esse valor intangível é complementar, mas irá satisfazer os desejos do cliente, sejam necessários ou supérfluos. Para que as empresas possam atender ao seu público com produtos e serviços de conformidade com o desejado, alguns projetos de construção (ou fornecimento) deverão tomar espaço no cenário produtivo. Conheça a seguir os pontos importantes para a implantação de um projeto: Fazer triagem Estabelecer critérios de exigência, verificando possibilidades técnicas e viabilidade econômica. Montar um projeto preliminar Fazer a especificação de componentes, materiais e processos produtivos, incluindo-se aí detalhes sobremáquinas, equipamentos, estrutura etc. Processo de avaliação e melhoria Conseguir antever as reais possibilidades de melhoria antes de disponibilizar o produto no mercado. Prototipagem e projeto final A partir do projeto preliminar, detalhá-lo e acrescentar as condições necessárias e suficientes a para testes preliminares e análises de desempenho. Conheça alguns exemplos de bens e serviços: Exemplos de bens: em madeira, resina, gesso, cartão, papelão, plástico, alumínio, além daqueles feitos virtualmente por meio de sistemas de computação (virtual). Exemplos de serviços: às vezes sofrem simulações em computador, sendo que em outras ocorrem em testes chamados de corrida-piloto (real). Para saber mais sobre as diferenças entre produtos (bens) e serviços, assista ao vídeo a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=JqWetJXoZoo Tipos de processos em manufatura Você está familiarizado com o termo manufatura? Existem vários tipos de processos envolvendo essa prática, e conheceremos sua importância neste tema. Os processos contínuos de transformação exigem certas ações que envolvem a produção de bens ou serviços que não podem ser identificados individualmente. Eles são empregados quando existe uma alta uniformidade na produção e demanda de bens ou serviços, favorecendo a automatização, não existindo flexibilidade no sistema. Descrição dos tipos de processos Processos por projeto: são os que tratam com produtos discretos, normalmente bastante customizados. Geralmente o período de se fazer o bem (produto ou serviço) é longo, assim como o tempo entre a finalização de um produto e o início do próximo. Ex.: construção de navios, produção de filmes, construção de um túnel. Processos por jobbing: trabalham variedade muito alta e volumes baixos, sendo que normalmente cada produto compartilha seus recursos de transformação com outros produtos. Ex.: reparo de móveis, trabalho de alfaiate, colocação de azulejos com padronização especial. Processos em lotes ou bateladas: cada vez que um processo em lotes faz um item, é mais que um produto, como em grupos. Ex.: produção de máquinas-ferramentas, comidas congeladas especiais, confecção de roupas especiais. Processos em massa: produzem bens em alto volume e variedade relativamente pequena. Ex.: automóveis, linha branca (refrigeradores, lavadoras, secadoras), aparelhos de TV. Processos contínuos: produzem bens em volumes maiores que processo em massa e variedade ainda menor. Ex.: refinaria de petróleo, siderurgia, produção de papéis. Analise uma comparação entre os processos citados anteriormente, levando em conta a relação volume versus variedade. http://images.slideplayer.com.br/3/1252385/slides/slide_18.jpg Conheça um sistema flexível de manufatura assistindo ao vídeo a seguir: http://www.youtube.com/watch?v=H9t_Yxqq1uI Conceitos de layout O layout, também chamado de leiaute ou arranjo físico, pode ser considerado como a disposição e o posicionamento de instalações, máquinas, equipamentos, ferramentas, pessoal produtivo e de apoio, assim como acesso de veículos no local de produção. Isto significa que o arranjo físico determina como se movimentam os recursos que são transformados ao longo do processo (as várias operações). Colocando de maneira simples, o arranjo físico é o resultado da colocação de todas as pessoas, máquinas, instalações e dos equipamentos para a produção. Conheça os tipos de arranjo físico: Arranjo físico por produto Cada elemento segue um roteiro pré-definido cuja sequência de atividades requerida coincide com a mesma dos processos previamente arranjados fisicamente, como em uma indústria de automóveis. Arranjo físico por processo Produtos similares ou com necessidades similares são localizados juntos uns dos outros, como em um hospital. Arranjo físico celular Os recursos a serem transformados estão em uma parte específica da operação (célula) com todos os recursos transformadores para atender os requisitos de processamento, como em uma montadora de aparelhos de TV. Arranjo físico posicional Os recursos transformados não se movem entre os transformadores, mas o oposto, como na construção de um navio, de uma ponte ou de uma rodovia. Para reforçar este tema, seguem algumas perguntas para você refletir. Busque na prática as possibilidades de respostas para as questões. Qual o arranjo físico ideal? Não existe um arranjo físico ideal, isto é, aquele que consegue resolver as mais variadas dificuldades. O que realmente existe são as várias possibilidades de atendimento, de conformidade com as necessidades de cada caso. Deve-se então analisar o que será produzido, como, qual formato/tamanho/peso/dificuldades de manuseio, dentre várias. Devemos trabalhar com uma só opção? As opções são várias e devemos analisar, dentre elas, qual ou quais melhor se ajustam. A combinação de opções deverá buscar o melhor resultado no processo. Quais vantagens e/ou desvantagens de se trabalhar com arranjos físicos mistos ou combinados? São inúmeras, como por exemplo: Maior flexibilidade Otimização de custos Otimização de processos Melhoria de qualidade Melhoria no atendimento Preste atenção também à seguinte afirmação do teórico Nigel Slack sobre o arranjo físico: “Se o arranjo físico está errado, pode levar a padrões de fluxo longos ou confusos, estoque de materiais, filas de clientes, formando-se ao longo da operação, inconveniências para os clientes, tempos de processamento longos, operações inflexíveis, fluxos imprevisíveis e altos custos.” (SLACK, 2002). Assista ao vídeo a seguir e conheça mais alguns tipos de arranjo físico: https://www.youtube.com/watch?v=OAszw0Ejdws Foco nas células de produção e custo Sempre que se fala sobre gestão empresarial, é necessário abordar a questão dos custos, sejam eles fixos ou variáveis. Você sabe a diferença entre os tipos de custos e como lidar com eles na sua empresa? Neste tema, faremos uma breve análise de alguns tipos de células e custos voltados a processos. Preste atenção aos termos comparativos entre custos e volume de produção no gráfico a seguir. Fonte: SLACK et.al. (2002, p. 214). Quanto menor o volume de produção, menor o custo do arranjo físico posicional. Porém, se os volumes aumentam ao máximo, essa opção é a mais cara. Opostamente, optar pelo arranjo físico por produto e volume mais baixo trará os maiores custos. Quando os volumes forem os maiores, os custos serão os menores. Também é importante observar a seguinte comparação entre vários tipos de células envolvendo a quantidade de recursos indiretos e a proporção de recursos diretos. Célula de manufatura de um processo especial Grupo interno de auditoria em um banco Célula operação de manufatura do tipo “fábrica dentro da fábrica” Maternidade de um hospital Célula de múltiplas máquinas de pequeno porte Área de livros de referência e fotocopiadora juntas em uma biblioteca Célula de produção de produto completo Área de produtos para lanche e salgadinhos em supermercado Note que no eixo vertical há uma variação na qualidade de recursos indiretos incluídos na célula. Já no eixo horizontal é considerada a variação dos recursos diretos necessários para completar o processo de transformação incluídos na célula. De acordo com o exposto neste tema, podemos concluir que é mandatório que oengenheiro de produção analise todo o contexto existente para decidir qual arranjo físico será mais adequado a sua realidade. Pense nisso quando se deparar com uma situação-problema semelhante! Para conhecer o processo de gestão do fluxo de manufatura, leia o artigo a seguir: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_tn_sto_113_741_17344.pdf
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