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Resumo Síndrome Metabólica

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Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1 
 
1 
 
FAMENE 
NETTO, Arlindo Ugulino. 
NUTRIÇÃO 
 
SÍNDROME METABÓLICA 
(Profª. Edneide) 
 
A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo, caracterizada por um conjunto 
de fatores de risco cardiovasculares, relacionados com resistência à insulina e obesidade 
abdominal. É importante assinalar a associação da SM com doença cardiovascular, 
aumentando a mortalidade geral em cerca de 2 vezes e a cardiovascular em 3 vezes. Os 
fatores associados que levam a uma SM são: 
� Obesidade: distúrbio que desencadeia, na maioria das vezes, todos os outros fatores 
de risco da SM. É definida por um grande perímetro abdominal (cintura). 
� Hipertensão arterial; 
� Dislipidemias 
� Diabetes Mellitus 
� Dislipidmeia (↑LDL, ↓HDL, ↑TGL, ↑Colesterol Total) 
� Inflamação 
 
A SM recebeu várias designações, como Síndrome X, Quarteto Mortal e Síndrome Prlurimetabólica. As 
sociedades médicas sugerem alguns métodos para detecção dos indivíduos portadores de síndrome metabólica. O 
Consenso sobre SM (2004) sugeriu que os indivíduos portadores de três ou mais dos seguintes critérios devam ser 
considerados como portadores de síndrome metabólica: 
1. Obesidade abdominal (visceral), medida ao nível médio do abdômem: cintura > 102 cm em homens e > 88 cm 
em mulheres; 
2. Hipertrigliceridemia: > 150 mg/dL 
3. HDL colesterol: < 40 mg/dL em homens e < 50 mg/dL em mulheres; 
4. Hipertensão arterial sistêmica > 130/85 mmHg; 
5. Glicemia de jejum: > 110 mg/dL (recentemente, a Associação Americana de Diabetes sugeriu que os valores de 
normalidade para glicemia de jejum fossem reduzidos para, no máximo, 99 mg/dL, sendo possível que esse 
critério seja adotado também para síndrome metabólica em um próximo consenso da ATP III). 
 
Recentemente a International Diabetes Federation (IDF, maio 2005), sugeriu como critérios: 
• Obesidade central cujos limites possa variar conforme a etnia. Assim para europeus sugeriu para medida da 
circunferência da cintura os valores de 94cm para homens e 80cm para mulheres, para asiáticos 90 e 80cm e 
para japoneses 85 e 90cm respectivamente homens e mulheres. 
 
E dois ou mais dos seguintes critérios: 
• Hipertrigliceridemia: > 150 mg/dL ou estar em tratamento específico 
• HDL colesterol: < 40 mg/dL em homens e < 50 mg/dL em mulheres ou estar em tratamento específico; 
• Hipertensão arterial sistêmica > 130/85 mmHg ou tratamento de hipertensão diagnosticado previamente. 
• Glicemia de jejum > 100mg/dL ou diabetes tipo 2 diagnosticado previamente 
 
Outros clínicos e laboratoriais tem sido associados à SM, síndrome de ovário policístico, acanthosis migrican, 
doença hepática gordurosa não alcóolica, microalbuminúria, estados pró-trombóticos, estados pró-inflamatórios e de 
disfunção endotelial. 
 
OBS1: O principal pesquisador dessa Síndrome, considerado o pai da SM, foi o Reaven, que descobriu a resistência a 
insulina presente em pacientes portadores da SM. 
OBS²: Os sintomas da SM têm início na vida jovem, mas manifesta-se com o avançar da idade. 
 
 A SM está associada a fatores genéticos e ambientais, estando os fatores ambientais (estilo de vida) muito mais 
ligados à origem de uma SM. O estresse, a falta de exercício físico, o fumo, etc, podem desencadear uma SM mesmo 
sem predisposição genética. 
 
 
 
 
 
 
Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1 
 
2 
 
FISIOPATOLOGIA 
As causas do desenvolvimento da síndrome metabólica são complexas e não se encontram ainda 
completamente esclarecidas. Um rastreio dos fatores iniciais numa grande proporção dos doentes aponta para que uma 
dieta desequilibrada, aliada a um estilo de vida sedentário, sejam os principais fatores de risco para o desenvolvimento 
da síndrome. 
Todos os “sintomas” encontram-se estritamente relacionados. Uma má dieta e o sedentarismo frequentemente 
levam, por um lado, a um aumento dos níveis de colesterol que se deposita na parede dos vasos, uma condição 
designada aterosclerose; e por outro a obesidade. A obesidade encontra-se intimamente relacionada com um aumento 
da resistência periférica à insulina, que leva a hiperglicemia e pode evoluir para diabetes tipo 2, além de aumentar o 
nível de triglicerídeos e de colesterol em circulação. A hiperglicemia, e outras alterações típicas da diabetes vão causar 
dano adicional à parede das artérias e veias, potenciando a aterosclerose na crescente obstrução dos vasos, que irá 
condicionar um aumento da pressão sanguínea (hipertensão) ou um agravamento desta. 
Vários outros mecanismos encontram-se também envolvidos neste processo complexo, que embora possa 
evoluir de formas diversas, condiciona sempre um aumento do risco de doença cardiovascular, como enfarte do 
miocárdio ou acidente vascular cerebral, além de várias outras complicações, como insuficiência renal, cataratas, etc. 
 
 
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS (INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS) 
• Proteínas: 10 – 15% 
• Carboidratos: 50 – 60% 
• Lipídios (ideal): menor que 30% 
� AG Saturados � : menor que 10% do valor calórico total (VCT). Fontes: banha, manteiga, gordura de 
côco. Valor recomendado para cardiopatas: < 7% do VCT. 
� AG Polinsaturados � : até 10% do VCT. Fontes: soja, milho, sementes de girassol. 
� AG Monosaturados ☺ : devem ser mais valorizadas (restante da porcentagem do VCT). Fontes: azeite 
de oliva, canola, alçafrão. É descrita por pesquisadores e nutricionistas como gordura cardioprotetora 
(amiga do coração), agindo como agentes antiinflamatórios (juntamente aos anti-oxidantes). 
 
OBS3: A gordura trans (menor que 2% do VCT), gordura classificada como insaturada industrial, é tão maléfica que age 
tal qual as gorduras saturadas. 
 
OBS4: Só há presença de colesterol (300 mg/dia) em alimentos de origem animal. Nenhum óleo vegetal possui 
colesterol. 
 
 
OBESIDADE 
É o mais antigo distúrbio metabólico já relatado na história. Obesidade, nediez ou pimelose (tecnicamente, do 
grego pimelē = gordura e ose = processo mórbido) é uma condição na qual a reserva natural de energia, armazenada 
em forma de gordura em humanos e outros mamíferos, aumenta até o ponto em que passa a estar associada a certos 
problemas de saúde ou ao aumento da taxa de mortalidade. Os principais fatores que desencadeam a obesidade são: 
fatores dietéticos + fatores ambientais + fatores genéticos, correspondendo a um grupo heterogênio de causas 
múltiplas, 
Apesar de se tratar de uma condição clínica individual, é visto, cada vez mais, como um sério e crescente 
problema de saúde pública: excesso de peso predispõe o organismo a uma série de doenças, em particular doença 
cardiovascular (maior causa de morte no Brasil), diabetes mellitus tipo 2, apnéia do sono e osteoartrite. A obesidade é 
tida como doença desencadeadora da Síndrome Metabólica. 
 
OBS5: O Brasil é um país predominantemente obeso, onde o predomínio se dá na população pobre, em que não há uma 
disponibilização de alimentos adequados como fibras e proteínas, possuindo apenas massas e carboidratos (como 
farinha). 
OBS6: A expectativa de vida em média no Brasil é de 71 a 72 Kg. A obesidade reduz essa média. 
 
A prevalência cresce mundialmente, e representa a mais importante desordem nutricional em países 
desenvolvidos (10%). Não há diferença entre sexos e raças. A faixa etária mais atingida vai de 25 a 44 anos. A 
prevalência de 32% na população brasileira (SBC-1999). 
O acúmulo excessivo de gordura no corpo ou na cavidade abdominal é determinante na resistência à insulina e 
na SM. 
Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1 
 
3 
 
OBS7: O aumento de 10% do peso corporal: Glicemia aumenta em 2 mg/dl; PAS � 6 mmHg e PAD � 4 mmHg 
OBS8: Aumento em 20% do peso corporal: Dobra o risco de mortalidade por diabetes melito; Aumentaem 40% 
disfunção da vesícula biliar e 25% doenças cardiovasculares. 
OBS9: Aumento em 40% do peso corporal: Mortalidade em 55% dos casos; Quadriplica o risco de mortalidade por 
diabetes melito; Aumenta em 70% o risco de doenças cardiovasculares. 
 
TIPOS DE OBESIDADE 
• Localizada Central/superior = ANDRÓIDE: Mais comum 
em homens; Distribuída ao nível do tronco; Deposição intra-
abdominal visceral. Aumento da circunferência abdominal 
equivale a maior tecido adiposo visceral e hiperinsulinemia 
com resistência à insulina. 
 
• Quadril / inferior = GINÓIDE ou GINECÓIDE: Mais comum 
em mulheres; Distribuída ao nível do quadril. 
 
CAUSAS E MECANISMOS 
• Estilo de vida: Pesquisadores já concluíram que o do aumento da incidência de obesidade em sociedades ocidentais nos 
últimos 25 anos do século 20 teve como principais causas o consumo excessivo de nutrientes combinado com crescente 
sedentarismo. Embora informações sobre o conteúdo nutricional dos alimentos esteja bastante disponível nas embalagens 
dos alimentos, na internet, em consultórios médicos e em escolas, é evidente que o consumo excessivo de alimentos 
continua sendo um problema. Devido a diversos fatores sociológicos, o consumo médio de calorias quase quadruplicou entre 
1977 e 1995. Porém, a dieta, por si só, não explica o significativo aumento nas taxas de obesidade em boa parte do mundo 
industrializado nos anos recentes. Um estilo de vida cada vez mais sedentário teve um papel importante. Outros fatores que 
podem ter contribuído para esse aumento – ainda que sua ligação direta com a obesidade não seja tão bem estabelecida – o 
estresse da vida moderna e sono insuficiente. 
 
• Genética: Como tantas condições médicas, o desequilíbrio metabólico que resulta em obesidade é fruto da combinação 
tanto de fatores ambientais quanto genéticos. Polimorfismos em diversos genes que controlam apetite e metabolismo 
predispõem à obesidade, mas a condição requer a disponibilidade de calorias em quantidade suficiente, e talvez outros 
fatores, para se desenvolver plenamente. Diversas condições genéticas que têm a obesidade como sintoma já foram 
identificadas (tais como Síndrome de Prader-Willi, Síndrome de Bardet-Biedl, síndrome de MOMO e mutações dos 
receptores de leptina e melanocortina), mas mutações genéticas só foram identificadas em cerca de 5% das pessoas 
obesas. Embora acredite-se que grande parte dos genes causadores estejam por ser identificados, é provável que boa parte 
da obesidade resulta da interação entre diversos genes e que fatores não genéticos também sejam importantes. 
 
• Doenças: Determinadas doenças físicas e mentais e algumas substâncias farmaceuticas podem predispôr à obesidade. 
Além da cura dessas situações poder diminuir a obesidade a presença de sobrepeso pode agravar a gestão de outras. Males 
físicos que aumentam o risco de desenvolvimento de obesidade incluem diversas síndromes congênitas (acima 
mencionadas), hipotireoidismo, Síndrome de Cushing e deficiência do hormônio do crescimento. Certas enfermidades 
psicológicas também podem aumentar o risco de desenvolvimento de obesidade, especificamente disfunções alimentares 
como bulimia nervosa. 
 
IMC 
IMC, ou índice de massa corporal, é um método simples e amplamente difundido de se medir a gordura corporal. 
A medida foi desenvolvida na Bélgica pelo estatístico e antropometrista, Adolphe Quételet. É calculado dividindo o peso 
do indivídio em kilos pelo quadrado de sua altura em metros. 
Equação: IMC = kg / m2 
Onde kg é o peso do indivíduo em quilogramas e m é sua altura em metros. As atuais definições estabelecem a 
seguinte convenção de valores, acordada em 1997 e publicada em 2000:[2] 
• IMC menor que 18.5 é abaixo do peso 
• IMC entre 18.5 e 24.9 é normal 
• IMC entre 25.0 e 29.9 é acima do peso 
• IMC entre 30.0 e 39.9 é obeso/a 
• IMC de 40.0 ou mais é severamente (ou morbidamente) 'obeso/a' 
 
CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA 
O IMC não distingue entre diferentes tipos de adiposidade, alguns dos quais podem estar mais associados a 
doença cardiovascular. Estudos mais recentes dos diferentes tipos de tecido adiposo têm demonstrado, por exemplo, 
que a obesidade central (em forma de maçã, tipicamente masculina) tem uma correlação muito superior à doença 
cardiovascular que o IMC por si só. A circunferência absoluta (>102 cm para homens e >88 cm para mulheres) e o 
índice cintura-quadril (>0.9 para homens e >0.85 para mulheres) são, ambos, utilizados como medidas da obesidade 
central. 
Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1 
 
4 
 
MEDIÇÃO DE GORDURA CORPÓREA 
Uma maneira alternativa de determinar obesidade é medindo a porcentagem de gordura corpórea. Médicos e 
cientistas, em geral, concordam que homens com mais de 25% de gordura e mulheres com mais de 30% de gordura são 
obesos. Porém, é difícil medir a gordura corporal com precisão. O método mais aceito é a pesagem do indivíduo debaixo 
d’água, mas só é possível em laboratórios especializados que dispõem do equipamento. Os dois métodos mais simples 
são o teste da dobra, no qual a pele do abdómen é pinçada e medida para determinar a grossura da camada de gordura 
subcutânea; e o teste de impedância bioelétrica, que só pode ser realizado em clínicas especializadas e não deve ser 
feito com freqüência. Outras formas de medir a gordura corporal incluem a tomografia computadorizada e a ressonância 
magnética. 
 
 
DIAGNÓSTICO 
• Circunferência da Cintura 
• Relação Cintura/Quadril: RCQ maior que 0,97 determina aumento na prevalência de HAS e DM. 
 
OBS10: O IMC se usa como parâmetro, mas não como forma de diagnóstico de SM. 
 
 
TRATAMENTO 
O principal e mais eficaz tratamento para a síndrome metabólica e complicações associadas passa por uma 
importante mudança nos hábitos de vida, nomeadamente uma alimentação mais saudável e prática de exercício físico 
regular com perda do excesso de peso, e deixar de fumar. Como os fatores encontram-se interligados, a melhoria de um 
dos aspectos da síndrome metabólica pode levar a uma melhoria global de todo o quadro clínico. 
Tratamento farmacológico pode ser necessário para controlar a hipertensão e os níveis de colesterol, sendo 
também corrente a utilização de ácido acetilsalicílico (AAS) para evitar o risco de coagulação e trombose.

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