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OAB 2°FASE Direito Processual Trabalhista AULAS 01 E 02

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2 
Reclamação Trabalhista 
 
1.1. ESTRUTURA DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA 
 
A reclamatória trabalhista observará a seguinte estrutura: 
I – Preliminar de Mérito; 
II – Mérito; 
III – Pedidos; 
IV – Requerimentos Finais. 
 
Segue modelo: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA DO TRABA-
LHO DE _____ 
NOME DO RECLAMANTE, qualificação e endereço completos, vem, respei-
tosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adian-
te assinado (procuração anexa), com escritório profissional no endereço 
completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro no artigo 840 da 
CLT, PROPOR: 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA pelo rito (...) 
em face de NOME DA RECLAMADA, qualificação e endereço completos, 
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
I – PRELIMINAR DE MÉRITO 
A – TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL DO FEITO: 
Idoso (art. 71 da Lei n
o
 10.741/2003 e art. 1.048, I, do CPC). 
Portador de doença grave (art. 1.048, I, do CPC). 
Dissídio que verse exclusivamente sobre salário ou empregador falido (art. 
652, parágrafo único, da CLT). 
Pessoa com deficiência (art. 9
o
 da Lei n
o
 13.146/2015). 
II – MÉRITO 
1. DO VÍNCULO DE EMPREGO (os itens dependerão da proposta, sendo 
este apenas um exemplo) 
Fato 
Fundamento 
Pedido 
III – PEDIDOS 
 
 
 
 
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3 
(Repetição dos pedidos constantes no mérito da RT). 
IV – REQUERIMENTOS FINAIS 
O Reclamante requer a NOTIFICAÇÃO da Reclamada para apresentar res-
posta à Reclamatória Trabalhista, sob pena de revelia. 
A PRODUÇÃO de todos os meios de PROVA em direito admitidos, em espe-
cial o depoimento pessoal do representante legal da Reclamada, a oitiva de 
testemunhas, prova pericial e juntada de novos documentos. 
Por fim, requer a PROCEDÊNCIA dos pedidos, com a condenação da Recla-
mada ao pagamento de todas as verbas postuladas, acrescidas de juros e 
correção monetária. 
Atribui-se à causa o valor superior a 40 salários mínimos. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado 
OAB n
o
 
 
Segue análise detalhada de cada um dos itens da reclamação trabalhista. 
 
1.2. ENDEREÇAMENTO 
A competência territorial é definida pelo artigo 651 da CLT, sendo, em regra, o juízo do local da prestação dos servi-
ços: 
Art. 651 da CLT. A competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante 
ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. § 1
o
 
Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Vara da localidade em que a empre-
sa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Vara da localização 
em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. § 2
o
 A competência das Varas de Conciliação e 
Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde 
que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. § 3
o
 Em se tratando de 
empregador que promove realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado 
apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. 
 
O endereçamento de uma reclamação trabalhista é simples e deve ser realizado da seguinte maneira: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ______ VARA DO TRA-
BALHO DE ______ 
 
Atenção! O último espaço deve ser preenchido com o local da prestação do serviço; se esta informação não estiver 
na proposta, devemos deixá-lo em branco. 
Na comarca onde não houver juiz do trabalho, a lei poderá investir o juiz de direito da jurisdição trabalhista (art. 112 
da CF). Nesse caso, o endereçamento deve ser realizado do seguinte modo: 
 
 
 
 
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4 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ______ VA-
RA CÍVEL DA COMARCA DE ______ 
 
1.3. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES 
Normalmente, a Banca não informa todos os dados necessários para a qualificação completa das partes. Diante 
disso, o Examinando poderá utilizar a expressão “qualificação e endereço completos” ou utilizar o gênero destes 
dados (ex.: nacionalidade, estado civil etc.). O candidato não deve criar dados, como, por exemplo, um endereço, 
sob pena de identificação de prova. 
 
Exemplo: 
 
NOME DO RECLAMANTE, qualificação e endereço completos, vem, res-
peitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado 
adiante assinado (procuração anexa), com escritório profissional no endere-
ço completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro no artigo 840 
da CLT, PROPOR: 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA, pelo rito ______ 
em face de NOME DA RECLAMADA, qualificação e endereço completos, 
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
OU 
NOME DO RECLAMANTE, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da 
Cédula de Identidade RG n
o
, inscrito no CPF sob n
o
 e no PIS sob o n
o
, porta-
dor da CTPS n
o
, usuário do endereço eletrônico ..., residente e domiciliado no 
endereço completo, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por 
intermédio de seu advogado adiante assinado (procuração anexa), com 
escritório profissional no endereço completo, onde recebe intimações e notifi-
cações, com fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR: 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA, pelo rito ______ 
em face de NOME DA RECLAMADA, pessoa jurídica de direito privado (se 
for o caso), inscrita no CNPJ sob o n
o
, estabelecida no endereço completo, 
pelas razões de fato e de direito que passa a expor. 
 
Observação: Caso a reclamação trabalhista seja proposta contra a massa falida, a inicial deve revelar o nome do 
síndico e o endereço onde receberá as notificações, uma vez que, nos termos do artigo 75, V, do CPC, a massa 
falida é representada pelo administrador judicial. Na qualificação deve constar a razão social precedida da expressão 
“Massa Falida”. 
 
1.4. PRELIMINARES 
a) Comissão de Conciliação Prévia (CCP) 
A passagem pela CCP era obrigatória em função do disposto no artigo 625-D da CLT. Contudo, o STF suspendeu, 
em caráter liminar (ADIs 2.139 e 2.160), a eficácia desse dispositivo, de modo que a tentativa conciliatória pela CCP 
é uma faculdade para o Reclamante. 
Antes das decisões referidas, era importante mencionar na petição inicial que a passagem do Reclamante pela CCP 
era obrigatória, mas diante da suspensão da eficácia do artigo 625-D da CLT, tal menção tornou-se desnecessária. 
Se, ainda assim, o candidato optar por mencioná-la, deve fazê-lo na forma do exemplo a seguir: 
 
 
 
 
 
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5 
I – PRELIMINAR DE MÉRITO 
1. Comissão de conciliação prévia 
O Reclamante esclarece que não passou pela Comissão de Conciliação Pré-
via, visto que esta é uma faculdade do autor, à luz das liminares concedidas 
pelo STF nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade – ADIs. 2.139 e 2.160. 
 
b) Tramitação preferencial do feito 
Assegura-se a tramitação preferencial do feito nas seguintes hipóteses: a) processos em que figurar como parte ou 
interessado idoso – pessoa com idade igual ou superior a 60 anos (art. 71 da Lei n
o
 10.741/2003 e art. 1.048, I, do 
CPC); b) o dissídio versar exclusivamente sobre salário (art. 652, parágrafo único, da CLT); c) decorrer da falência 
do empregador (art. 652, parágrafo único, da CLT); d) figurar como parte ou interessado portador de doença grave 
(art. 1.048, I, do CPC); e) figurar como parte pessoa com deficiência (art. 9
o
, VII, da Lei n
o
 13.146/2015). À luz do 
artigo 2
o
 da Lei n
o
 13.146/2015, “considera-se pessoa com deficiência aquelaque tem impedimento de longo prazo 
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir 
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”. 
 
EM SÍNTESE: 
TRAMITAÇÃ
O 
PREFERENCI
AL 
Idoso (art. 71 da Lei n
o
 10.741/2003 e art. 1.048, I, do CPC; 
Dissídio sobre salário (art. 652, parágrafo único, da CLT); 
Dissídio originado pela falência do empregador (art. 652, 
parágrafo único); 
Parte ou interessado portador de doença grave (art. 1.048, 
I, do CPC); 
Pessoa com deficiência (art. 9º da Lei nº13.146/2015). 
 
Observe a legislação referida: 
 
Art. 71 da Lei n
o
 10.741/2003. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução 
dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (ses-
senta) anos, em qualquer instância. § 1˚ O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova 
de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará as providên-
cias a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo. § 2. A prioridade não 
cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com 
união estável, maior de 60 (sessenta) anos. § 3˚ A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Administra-
ção Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à 
Defensoria Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Judiciária. § 4˚ 
Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados com a destina-
ção a idosos em local visível e caracteres legíveis. 
 
Art. 652 da CLT. Compete às Varas do Trabalho: Parágrafo único. Terão preferência para julgamento os dissídios 
sobre pagamento de salário e aqueles que derivarem da falência do empregador, podendo o Presidente da Vara, a 
pedido do interessado, contrair processo em separado, sempre que a reclamação também versar sobre outros assun-
tos. 
 
Art. 1.048 do CPC. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais: 
I – em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de 
doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6
o
, inciso XIV, da Lei n
o
 7.713, de 22 de dezem-
bro de 1988; (...) 
 
c) Justiça Gratuita e Assistência Judiciária Gratuita 
Preenchidos os requisitos do art. 790, § 3º, CLT (percepção de salário igual ou inferior a 2 salários mínimos ou apre-
sentar declaração de que não tem condições de arcar com as despesas do processo sem prejuízo de seu próprio 
sustento e de sua família) o reclamante fará jus aos benefícios da gratuidade da justiça, previstos no art. 98 do CPC. 
 
Por sua vez, quando além do preenchimento dos requisitos da gratuidade da justiça, o reclamante estiver assistido 
por advogado de sindicato, fará jus aos benefícios da assistência judiciária gratuita, conforme prevê o art. 14 da Lei 
5.584/70. 
 
 
 
 
 
 
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6 
1.5. MÉRITO 
No mérito, devemos formular os pedidos, expondo os fatos, os fundamentos e os pedidos, de acordo com os dados 
apresentados na prova. 
Seguem exemplos de temas recorrentes no exame de ordem que devem ser abordados no mérito de uma reclama-
ção trabalhista. 
 
1.5.1. Reconhecimento do vínculo de emprego 
Quando o Examinador mencionar que o Reclamante foi contratado como autônomo, apesar de presentes os requisi-
tos da relação de emprego (pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e subordinação), o candidato deve postu-
lar o reconhecimento do vínculo de emprego (arts. 2
o
 e 3
o
 da CLT), bem como a anotação da CTPS do Reclamante 
(art. 29 da CLT). 
 
Segue exemplo: 
 
II – MÉRITO 
1. Reconhecimento do vínculo de emprego 
O Reclamante foi admitido como trabalhador autônomo na empresa Recla-
mada, entretanto, viu-se obrigado a prestar os serviços pessoalmente, obe-
decendo ao horário de trabalho (de segunda a sexta-feira das 8h às 17h), 
bem como às ordens do gerente do seu setor, que o orientava, punia e remu-
nerava. (Fato) 
O trabalho foi prestado com a presença de todos os requisitos da relação de 
emprego, previstos nos artigos 2
o
 e 3
o
 da CLT, quais sejam: pessoalidade, 
onerosidade, não eventualidade e subordinação A subordinação comprova-se 
na medida em que a reclamada dirigia a prestação de serviços do Reclaman-
te, orientando-o e punindo-o. A não eventualidade também estava presente, 
pois o Reclamante prestava os serviços, de segunda a sexta-feira, das 8h às 
17h. Este não podia se fazer substituir por outro trabalhador, evidenciando-se, 
assim, a pessoalidade. Por fim, o Reclamante recebia a importância fixa men-
sal de R$ 1.000,00 como contraprestação pelos serviços prestados, demons-
trando a onerosidade. Restam, portanto, comprovados todos os requisitos 
legais exigidos pelos artigos 2
o
 e 3
o
 da CLT para configuração do vínculo de 
emprego. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer o reconhecimento do vínculo empregatício e que a 
Reclamada seja compelida a realizar as devidas anotações na CTPS do Re-
clamante, nos moldes do artigo 29 da CLT. (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, fato, fundamento e pedido, ao final 
dos parágrafos, buscam apenas orientar o leitor; entretanto, não devem 
ser incluídas na prova. 
 
1.5.2. Salário e remuneração 
1.5.2.1. Definição 
O salário é a retribuição dos serviços prestados pago diretamente pelo empregador, enquanto a remuneração carac-
teriza-se pela soma dos salários pagos pelo empregador, incluindo outras importâncias auferidas de terceiros em 
decorrência do contrato de trabalho, por exemplo, as gorjetas. 
A distinção entre os institutos é relevante, tendo em vista que algumas verbas trabalhistas são calculadas sobre o 
valor da remuneração (FGTS, férias, 13
o
 salário etc.); outras, em contrapartida, são calculadas sobre o valor do salá-
rio, como o adicional de periculosidade (Súmula n
o
 191 do TST), ou sobre o salário-mínimo, como o adicional de 
insalubridade etc. 
Depreendem-se dos artigos 457 e 458 da CLT que a REMUNERAÇÃO do empregado é composta das seguintes 
verbas: 
• salário pago diretamente pelo empregador, incluindo o salário-base e os sobressalários (salário in natura, gratifi-
 
 
 
 
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7 
cações, adicionais, comissões, diárias de viagem que ultrapassem a 50% (cinquenta por cento) do salário do empre-
gado e os abonos pagos pelo empregador etc.); e 
• verbas pagas por terceiro, como as gorjetas, as gueltas (trata-se de pagamento indireto que visa a estimular as 
vendas ou a produção) etc. 
Juntas, tais parcelas compõem a remuneração do empregado para cálculo das verbas que incidem sobre esta par-
cela. 
 
Ressalte-se que as gorjetas têm natureza jurídica de remuneração, matéria cobrada pela FGV no IX Exame de 
Ordem Unificado. 
 
1.5.2.2. Reflexos 
 
Observe passo a passo o procedimento de pensamento que deve ser adotado para identificação e formulação do 
pedido de reflexos: 
 
1
o
 Passo Formular o pedido principal. 
2
o
 Passo 
Verificar se a parcela postulada tem natureza salarial + 
Habitualidade 
3
o
 Passo 
DSR? Lembrar que o DSR é devido SEMPRE que preenchido 
o 2
o
 passo. 
Destaque-se que o legislador quer que o empregado receba 
quando está descansando o mesmo que recebe quando está 
trabalhando. 
4
o
 Passo 
OLHAR para o pedido formulado: 
Se o DSR já estiver incluído no pedido (parcela mensal ou 
quinzenal) = não pedir reflexosnele. 
Se o DSR não estiver incluído no pedido (parcela por hora, 
dia ou produção) = pedir reflexos nele. 
Como formular o pedido: Requer: “reflexos em DSR, ...” 
5
o
 Passo 
Pedir reflexos no “Pacote básico (verbas contratuais e 
resilitórias)”: 
aviso-prévio; 
13
o
 integral e proporcional; 
férias integrais e proporcionais + 1/3; 
FGTS (depósitos + multa de 40%). 
 
Não têm natureza salarial, dentre outras: o veículo fornecido pelo empregador para o trabalho (Súmula n
o
 367, I, 
do TST), a alimentação ou o vale alimentação fornecido em decorrência dos Programas de Alimentação do Traba-
lhador (art. 3
o
 da Lei n
o
 6.321/76 e OJ n
o
 133 da SDI-1 do TST), o vale-transporte (art. 2
o
 da Lei n
o
 7.418/85), as 
férias indenizadas, o aviso-prévio indenizado, a indenização adicional (art. 9
o
 da Lei n
o
 7.238/84), a indenização 
por rescisão antecipada do contrato por prazo determinado (art. 479 da CLT), a participação nos lucros (art. 7
o
, XI, 
da CF), a multa e o depósito do FGTS, ajudas de custo, as diárias para viagem que não excedam de 50% (cin-
quenta por cento) do salário percebido pelo empregado e as utilidades fornecidas pelo empregador ao empregado 
para o trabalho (art. 458, § 2
o
, da CLT). 
 
EM SÍNTESE: 
 
Parcela postulada 
mensal ou quinzenal 
variável (pagas por dia, 
hora ou produção) 
É desnecessário postular reflexo em 
DSR. Basta requer reflexos em 
Requerer a condenação da 
reclamada ao pagamento de reflexos 
 
 
 
 
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8 
verbas contratuais e resilitórias, em 
aviso-prévio, décimo terceiro salário 
integral e proporcional, férias 
integrais e proporcionais acrescidas 
do terço constitucional, e FGTS 
(depósitos e multa de 40%). São 
exemplos: adicional de 
periculosidade, adicional de 
insalubridade, equiparação salarial, 
salário in natura etc. 
em verbas contratuais e resilitórias, 
em DRS, em aviso-prévio, décimo 
terceiro salário integral e 
proporcional, férias integrais e 
proporcionais acrescidas do terço 
constitucional e FGTS (depósitos e 
multa de 40%). São exemplos: hora 
extra, sobreaviso, intervalos, 
adicional noturno, comissões etc. 
 
Os quadros abaixo apresentam alguns exemplos da forma do pedido das verbas trabalhistas e os seus reflexos. 
 
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE 
Pedido de adicional de periculosidade 
calculado sobre o salário-base 
(parcela mensal). 
DSR incluído no pedido principal. 
 
CONCLUSÃO: é desnecessário requerer reflexos em DSR. Atente-se para o pedido. 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento do adicional de periculosidade, no importe de 
30% do salário-base do Reclamante, bem como os seus reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em aviso-
prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constituci-
onal e FGTS (depósitos e multa de 40%). 
 
HORAS EXTRAS HABITUAIS 
Pedido de horas extras calculada 
sobre o valor da hora. 
DSR excluído do pedido principal. 
 
CONCLUSÃO: é necessário requerer reflexos em DSR. Verifique o pedido: 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento de horas extras, assim consideradas as exce-
dentes a oitava diária e a quadragésima quarta semanal, acrescidas de 50%, como estabelecem os artigos 7
o
, XVI, 
da CF e 59, § 1
o
, da CLT, bem como os seus reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em DSR, aviso-prévio, 
décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e 
FGTS (depósitos e multa de 40%). 
 
EQUIPARAÇÂO SALARIAL 
Pedido de diferenças habituais 
mensais. 
DSR incluído no pedido principal. 
 
CONCLUSÃO: é desnecessário requerer reflexos em DSR. Confira o pedido: 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento das diferenças salariais, bem como os seus 
reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em aviso-prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias 
integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%). 
 
1.5.3. Duração do trabalho 
1.5.3.1. Horas extras 
Vários doutrinadores distinguem as expressões: jornada de trabalho e horário de trabalho. Alice Monteiro de Barros
1
 
leciona que “jornada é o período, durante um dia em que o empregado permanece à disposição do empregador, 
 
1 Idem, ibidem, 2009, p. 662. 
 
 
 
 
 
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9 
trabalhando ou aguardando ordens (art. 4° da CLT). Já o horário de trabalho abrange o período que vai do início ao 
término da jornada, como também os intervalos que existem durante o seu cumprimento”. 
O artigo 4
o
 da CLT estabelece que se considera como de serviço o período em que o empregado estiver à disposi-
ção do empregador, aguardando o ou executando ordens. Comprove: 
 
Art. 4
o
 da CLT. Considera-se como de serviço o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, 
aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada. 
O limite da jornada de trabalho é de 8 (oito) horas diárias (arts. 7
o
, XIII, da CF e 58 da CLT) e 44 horas semanais, 
conforme o (art. 7
o
, XIII, da CF). Extrapolados quaisquer desses limites, as horas excedentes devem ser postuladas 
como horas extras, acrescidas do adicional de 50%, nos termos dos artigos 7
o
, XVI, da CF e 59, § 1
o
, da CLT. 
Atente-se para a legislação referida: 
 
Art. 7
o
, XIII e XVI, da CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua 
condição social: (...) XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, 
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho (...) 
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; (...) 
 
Art. 58 da CLT. A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 
(oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite. 
 
Art. 59, § 1
o
, da CLT. A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não 
excedente de duas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. 
§ 1
o
. Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar, obrigatoriamente, a importância remuneração da 
hora suplementar, que será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal. 
Segue exemplo de pedido de horas extras: 
 
II – MÉRITO 
1. Horas extras 
Durante todo o pacto laboral o Reclamante laborou de segunda a sábado, das 
08h às 22h, sem receber pelas horas extras trabalhadas. (Fato) 
À luz dos artigos 7
o
, XIII, da CF e 58 da CLT, é direito do trabalhador a duração 
máxima do trabalho de 8 horas diárias e 44 horas semanais, os quais foram 
extrapolados no curso da relação de trabalho. (Fundamento) 
Diante do exposto, postula-se a condenação da reclamada ao pagamento das 
horas extraordinárias, assim consideradas todas as horas excedentes da 8
a
 
diária e 44
a
 semanal, acrescidas do adicional de 50%, nos moldes dos artigos 
7
o
, XVI, da CF e 59, § 1
o
, da CLT, bem como os seus reflexos em verbas con-
tratuais e resilitórias, em descanso semanal remunerado, aviso-prévio, décimo 
terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acresci-
das do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%) (Pedido). 
Obs.: As referências entre parênteses, fato, fundamento e pedido, ao final dos 
parágrafos, buscam apenas orientar o leitor; entretanto, não devemser incluí-
das na prova. 
 
1.5.3.2. Intervalo intrajornada 
O intervalo intrajornada é concedido para alimentação e repouso durante a jornada de trabalho. Quando esta ultra-
passar 6 (seis) horas diárias, o intervalo deverá ser de, no mínimo, 1 (uma) e, no máximo, 2 (duas) horas, salvo 
acordo ou convenção coletiva de trabalho que poderão elastecer o intervalo. 
O intervalo intrajornada não é computado na jornada de trabalho (art. 71, § 2
o
, da CLT), salvo quando não estiver 
previstos em lei (Súmula n
o
 118 do TST) ou quando a mesma estabelecer que deva ser computado. 
Seguem exemplos em que o próprio legislador estabelece que os intervalos serão computados na jornada de traba-
lho: 
a) empregados que atuam no serviço permanente de mecanografia e digitação: 10 minutos de intervalo para cada 
90 minutos trabalhados consecutivamente (art. 72 da CLT e Súmula n
o
 346 do TST); 
 
 
 
 
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10 
b) empregados que trabalham em câmaras frias: 20 minutos de descanso para cada 1 hora e 40 minutos de traba-
lho (art. 253 da CLT); 
c) empregados que trabalham em minas e subsolo tem direito a intervalo de 15 minutos para cada 3 horas de traba-
lho (art. 298 da CLT). 
Mesmo que a jornada contratual de trabalho do empregado seja de 6 (seis) horas, se extrapolada habitualmente, é 
devido intervalo de, no mínimo, (uma) 1 hora. Neste sentido baseia-se a Súmula n
o
 437, IV, do TST. 
O empregador que não conceder o intervalo intrajornada fica obrigado a remunerar o período correspondente com 
um acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71, § 4
o
, da CLT e 
Súmula n
o
 437, I, do TST). 
Mesmo que a supressão do intervalo seja parcial (concessão de intervalo de 45 minutos, quando devido no míni-
mo uma hora de intervalo), o empregador será obrigado a remunerar ao empregado o valor correspondente ao 
período integral do repouso, ou seja, deverá pagar uma hora acrescida de 50%. Isso porque a supressão do inter-
valo intrajornada, ainda que parcial, inviabiliza a sua finalidade, que é a de garantir ao empregado o tempo ade-
quado para alimentação e repouso. Portanto, o empregador deverá remunerar a hora “cheia” acrescida do adicio-
nal de 50%. 
A Lei nº 13.103, de 02 de março de 2015, incluiu § 5
o
 no art. 71, da CLT dispondo que: “O intervalo expresso no 
caput poderá ser reduzido e/ou fracionado, e aquele estabelecido no § 1
o 
poderá ser fracionado, quando compreen-
didos entre o término da primeira hora trabalhada e o início da última hora trabalhada, desde que previsto em con-
venção ou acordo coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de trabalho 
a que são submetidos estritamente os motoristas, cobradores, fiscalização de campo e afins nos serviços de opera-
ção de veículos rodoviários, empregados no setor de transporte coletivo de passageiros, mantida a remuneração e 
concedidos intervalos para descanso menores ao final de cada viagem.” 
 
Súmula n
o
 437 do TST. INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTA-ÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 
71 DA CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais n
os
 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) – Res. 185/2012, 
DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. (...) IV – Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é 
devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período para des-
canso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e 
§ 4
o
 da CLT. 
 
Art. 71 da CLT. Em qualquer trabalho contínuo cuja duração exceda de seis horas, é obrigatória a concessão de um 
intervalo para repouso ou alimentação, o qual será no mínimo, de uma hora e, salvo acordo ou contrato coletivo em 
contrário, não poderá exceder de duas horas. § 1
o
 Não excedendo de seis horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório 
um intervalo de quinze minutos quando a duração ultrapassar quatro horas. § 2
o
 Os intervalos de descanso não serão 
computados na duração do trabalho. § 3
o
 O limite mínimo de uma hora para repouso e refeição poderá ser reduzido 
por ato do Ministério do Trabalho, quando, ouvido o Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho, se 
verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios e quan-
do os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares. § 4
o
 Quando 
o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a 
remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da 
remuneração da hora normal de trabalho. § 5
o
 O intervalo expresso no caput poderá ser reduzido e/ou fracionado, e 
aquele estabelecido no § 1
o 
poderá ser fracionado, quando compreendidos entre o término da primeira hora trabalhada 
e o início da última hora trabalhada, desde que previsto em convenção ou acordo coletivo de trabalho, ante a natureza 
do serviço e em virtude das condições especiais de trabalho a que são submetidos estritamente os motoristas, cobrado-
res, fiscalização de campo e afins nos serviços de operação de veículos rodoviários, empregados no setor de transpor-
te coletivo de passageiros, mantida a remuneração e concedidos intervalos para descanso menores ao final de cada 
viagem. 
Ressalte-se que o intervalo tem natureza salarial, com base Súmula n
o
 437, III, do TST. 
 
Verifique o disposto na Súmula n
o
 437 do TST: 
 
Súmula n
o
 437 do TST. INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTA-ÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 
71 DA CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais n
os
 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) – Res. 185/2012, 
DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. (...) III – Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4
o
, da CLT, 
com redação introduzida pela Lei n
o
 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo emprega-
dor o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas 
salariais. 
 
Em razão disso, sempre que o examinando postular a condenação da reclamada ao pagamento do intervalo intrajor-
nada deve postular também os seus reflexos. 
 
 
 
 
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11 
Segue exemplo de pedido do intervalo: 
 
II – MÉRITO 
1. Intervalo Intrajornada 
O Reclamante cumpria a jornada de 7 horas diárias, usufruindo apenas de 30 
minutos para repouso e alimentação. (Fato) 
Nos termos do artigo 71 da CLT, o empregado que trabalho mais de 6 horas 
diárias faz jus à, no mínimo, uma hora de intervalo intrajornada para descanso 
e alimentação. 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento da hora 
cheia do intervalo acrescida do adicional de 50%, à luz do artigo 71, § 4
o
, da 
CLT e da Súmula 437, I, do TST, bem como os seus reflexos, já que o inter-
valo tem natureza salarial nos moldes da Súmula n
o
 437, III, do TST, em 
verbas contratuais e resilitórias, em descanso semanal remunerado, aviso-
prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e propor-
cionais acrescidas do terço constitucional (1/3) e FGTS (depósitos e multa de 
40%). (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, fato, fundamento e pedido, ao final dos 
parágrafos, buscam apenas orientar o leitor; entretanto, não devem ser incluí-
das na prova. 
 
1.5.3.3. Intervalo interjornadas 
O intervalo interjornadas refere-se ao intervalo entre um dia e outro de trabalho, isto é, entre duas jornadas de traba-
lho. A duração do intervalo interjornadas é, em regra, de pelo menos 11 horas consecutivas. Confira o artigo 66 da 
CLT. 
 
Art. 66 daCLT. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para 
descanso. 
Caso entre uma jornada de trabalho e a seguinte o período de descanso seja de apenas 8 horas, por exemplo, o 
empregado fará jus a 3 horas acrescidas do adicional de 50%, por aplicação analógica do artigo 71, § 4
o
, da CLT e 
da Súmula n
o
 110 do TST (OJ n
o
 355 da SDI-1 do TST). 
 
OJ n
o
 355 da SDI-1 do TST. INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA. HORAS EXTRAS. PERÍODO PA-
GO COMO SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4
o
 DO ART. 71 DA CLT. DJ 
14.03.2008. O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mes-
mos efeitos previstos no § 4
o
 do art. 71 da CLT e na Súmula n
o
 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das 
horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional. 
 
Súmula n
o
 110 do TST. JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. 
No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do inter-
valo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, 
inclusive com o respectivo adicional. 
 
Veja o exemplo: 
 
II – MÉRITO 
1. Intervalo interjornadas 
Durante todo o período contratual, o Reclamante lavorava nas segundas-feiras 
das 9h às 18h, iniciando sua jornada de trabalho nas terças-feiras, às 2h, ou 
seja, usufruindo apenas de 8 horas de intervalo interjornadas. (Fato) 
 
 
 
 
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12 
Fundamentado artigo 66 da CLT, entre 2 (duas) jornadas de trabalho deverá 
haver um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso, o 
qual não foi observado. O desrespeito ao intervalo interjornadas previsto no 
artigo 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4
o
 
do artigo 71 da CLT e na Súmula n
o
 110 do TST, ou seja, a integralidade das 
horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional. 
(Fundamento) 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento das 
horas faltantes para completar as 11 horas de descanso, acrescidas do adicio-
nal de 50%, bem como os seus reflexos em verbas contratuais e resilitórias, 
em DSR, aviso-prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias 
integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional (1/3) e FGTS (de-
pósitos e multa de 40%). (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, fato, fundamento e pedido, ao final dos 
parágrafos, buscam apenas orientar o leitor; entretanto, não devem ser incluí-
das na prova. 
 
1.5.3.4. Descanso semanal remunerado 
Com base nos artigos 7
o
, XV, da CF e 67 da CLT, todo trabalhador tem direito a um dia de descanso semanal remu-
nerado, o qual deve ser concedido, preferencialmente, aos domingos. O artigo 1
o
 da Lei n
o
 605/49 também estabele-
ce que todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de 24 horas consecutivas, preferentemente aos 
domingos, e ao descanso remunerado nos feriados civis e religiosos. 
Para fazer jus ao descanso semanal remunerado, os requisitos são assiduidade e pontualidade (art. 6
o
 da Lei n
o
 
605/49). Nesses casos, o empregado perderá tão somente a remuneração do dia de descanso e não o direito de não 
trabalhar. 
O trabalho prestado em domingos e em feriados, não compensado, deve ser pago em dobro (Súmula n
o
 146 do 
TST). 
 
Neste sentido, seguem os dispositivos referidos: 
 
Art. 7
o
, XV, da CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condi-
ção social: (...) XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; (...) 
 
Art. 67 da CLT. Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, 
o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no 
todo ou em parte. Parágrafo único. Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção quanto aos elencos 
teatrais, será estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito à fiscaliza-
ção. 
 
Art. 1
o
 da Lei n
o
 605/49. Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas conse-
cutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religi-
osos, de acordo com a tradição local. 
 
Art. 6
o
 da Lei n
o
 605/49. Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver traba-
lhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho. § 1
o
 São motivos justificados: 
a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho; b) a ausência do empregado 
devidamente justificada, a critério da administração do estabelecimento; c) a paralisação do serviço nos dias em que, 
por conveniência do empregador, não tenha havido trabalho; d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, 
em virtude do seu casamento; e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do trabalho; f) a doença do 
empregado, devidamente comprovada. § 2
o
 A doença será comprovada mediante atestado de médico da instituição da 
previdência social a que estiver filiado o empregado, e, na falta deste e sucessivamente, de médico do Serviço Social 
do Comércio ou da Indústria; de médico da empresa ou por ela designado; de médico a serviço de representação fede-
ral, estadual ou municipal incumbido de assuntos de higiene ou de saúde pública; ou não existindo estes, na localidade 
em que trabalhar, de médico de sua escolha. 
 
Súmula n
o
 146 do TST. O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem 
prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal. 
 
 
 
 
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13 
OJ n
o
 410 da SDI-1 do TST. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA CONSE-
CUTIVO DE TRABALHO. ART. 7
o
, XV, DA CF. VIOLAÇÃO (DEJT divulgado em 22, 25 e 26.10.2010). Viola o art. 7
o
, 
XV, da CF a concessão de repouso semanal remunerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no 
seu pagamento em dobro. 
 
II – MÉRITO 
1. Descanso semanal remunerado 
Durante todo o período contratual, o Reclamante jamais usufruiu de descanso 
semanal remunerado. (Fato) 
Nos termos dos artigos 7
o
, XV, da CF, 67 da CLT e 1
o
 da Lei n
o
 605/49, tal 
descanso, preferencialmente aos domingos, trata-se de direito dos trabalhado-
res. Sua inobservância implica o pagamento em dobro do período correspon-
dente, consoante a Súmula n
o
 146 do TST. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento dos dias 
de descanso semanal remunerado em dobro. (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, fato, fundamento e pedido, ao final dos 
parágrafos, buscam apenas orientar o leitor; entretanto, não devem ser incluí-
das na prova. 
 
1.5.3.5. Intervalo interjornadas e descanso semanal remunerado 
Há uma peculiaridade no que concerne ao intervalo interjornadas e ao descanso semanal remunerado. Quando en-
tre uma jornada de trabalho e outra estiver o repouso semanal remunerado, de 24 horas, este deve ser somado ao 
intervalo interjornadas de 11 horas. Quando o empregado termina sua jornada de trabalho no sábado, retornando a 
trabalhar apenas na segunda-feira, por exemplo, por se tratar o domingo de dia de descanso semanal remunerado, o 
empregado deve usufruir de 35 horas de descanso entre o término da jornada no sábado e o início da seguinte, na 
segunda-feira, sendo 11 horas relativas ao intervalo interjornadas e 24 em razão do DSR.As horas faltantes para 
completar as 35 deverão ser pagas como horas extras acrescidas do adicional de 50%. 
 
Segue exemplo: 
 
II – MÉRITO 
1. Intervalo interjornadas e descanso semanal remunerado 
Durante todo o período contratual, uma vez por mês, o Reclamante laborava aos 
sábados até às 22h e iniciava sua jornada na segunda-feira subsequente às 06h. 
(Fato) 
À luz do artigo 66 da CLT, entre duas jornadas de trabalho deve ser observado 
um intervalo mínimo de descanso de 11 horas consecutivas de descanso e, 
conforme estabelece os artigos 7
o
, XV, da CF, 67 da CLT e 1
o
 da Lei n
o
 605/49, o 
trabalhador tem direito a um dia de descanso semanal remunerado, preferenci-
almente aos domingos. Assim, quando entre uma jornada de trabalho e outra 
estiver o repouso semanal remunerado, de 24 horas, este deve ser somado ao 
intervalo interjornadas de 11 horas, totalizando um período de descanso de 35 
horas. Período este que não foi observado, pois entre uma jornada e outra de 
trabalho decorreu apenas 32 horas. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento de 3 
horas extras acrescidas do adicional de 50%, bem como os seus reflexos em 
verbas contratuais e resilitórias, em DSR, aviso-prévio, décimo terceiro salário 
integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço 
constitucional (1/3) e FGTS (depósito e multa de 40%). (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, fato, fundamento e pedido, ao final dos 
 
 
 
 
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14 
parágrafos, buscam apenas orientar o leitor; entretanto, não devem ser incluídas 
na prova. 
 
1.5.3.6. Adicional noturno 
O horário noturno, no meio urbano, é das 22h às 05h. A hora noturna não corresponde a 60 minutos, mas sim a 52 
minutos e 30 segundos. Ao trabalho no período noturno, assegura-se um acréscimo de 20% sobre o valor da hora 
diurna. 
No meio rural, o trabalho noturno é disciplinado pelo artigo 7
o
 da Lei n
o
 5.889/73, o qual estabelece que se considera 
noturno, na lavoura, o trabalho executado das 21h às 05h e, na pecuária, das 20h às 04h. A hora noturna é de 60 
minutos e o adicional é de 25%. 
O artigo 73 da CLT afasta o direito ao adicional noturno dos empregados que trabalham em turnos ininterruptos de 
revezamento. Tal disposição, entretanto, não foi recepcionada pela Constituição de 1998 que, em seu artigo 7
o
, IX, 
da CF, assegura a todos indistintamente o direto ao adicional noturno (Súmula n
o
 213 do STF). 
 
Art. 7
o
, IX, da CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condi-
ção social: (...) IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; (...) 
 
Súmula n
o
 213 do STF. É devido o adicional de serviço noturno, ainda que sujeito o empregado ao regime de reveza-
mento. 
 
Art. 73 da CLT. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior 
a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a 
hora diurna. § 1
o
 A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos. § 2
o
 Considera-se 
noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. § 
3
o
 O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em se tratando de empresas que não mantêm, pela natureza de 
suas atividades, trabalho noturno habitual, será feito, tendo em vista os quantitativos pagos por trabalhos diurnos de 
natureza semelhante. Em relação às empresas cujo trabalho noturno decorra da natureza de suas atividades, o aumen-
to será calculado sobre o salário-mínimo geral vigente na região, não sendo devido quando exceder desse limite, já 
acrescido da percentagem. § 4
o
 Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos diurnos e noturnos, 
aplica-se às horas de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus parágrafos. § 5
o
 Às prorrogações do trabalho 
noturno aplica-se o disposto neste capítulo. 
Em síntese, nos moldes do artigo 73 da CLT: 
a) considera-se noturno, para efeitos desse artigo, o trabalho urbano executado entre as 22 horas de um dia e as 5 
horas do dia seguinte; 
b) o adicional noturno é de, no mínimo, 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora diurna; 
c) a hora de trabalho noturna será computada como sendo de 52 minutos e 30 segundos. 
 
Destaca-se acerca do adicional noturno a Súmula n
o
 60 do TST. Observe: 
 
Súmula n
o
 60 do TST. I – O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os 
efeitos. II – Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quan-
to às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5
o
, da CLT. 
 
Segue o exemplo: 
 
II – MÉRITO 
1. Adicional noturno 
A jornada do Reclamante iniciava-se às 22 horas e encerrava-se às 5 horas do 
dia seguinte, quando chegava o outro empregado da reclamada. Apesar de 
trabalhar no período noturno, o Reclamante sempre recebeu o mesmo salário 
que o empregado que laborava no período diurno. (Fato) 
Com base no artigo 7
o
, IX da Constituição Federal, o trabalho prestado no pe-
ríodo noturno terá remuneração superior ao do período diurno. O artigo 73 da 
CLT estabelece que o adicional deve ser de 20% sobre o valor da hora diurna. 
Adicional este que jamais foi pago ao Reclamante. (Fundamento) 
 
 
 
 
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15 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento do adi-
cional noturno, no importe de 20% do valor da hora diurna, em relação às ho-
ras trabalhadas no período noturno, bem como os seus reflexos em verbas 
contratuais e resilitórias, em DSR, aviso-prévio, décimo terceiro salário integral 
e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucio-
nal (1/3) e FGTS (depósitos e multa de 40%). (Pedido) 
 
É possível transferir o empregado do período noturno para o diurno, retirando-lhe o adicional noturno, por se tratar de 
alteração contratual mais benéfica para a saúde do trabalhador (art. 468 da CLT e Súmula 265 do TST). 
 
Art. 468 da CLT. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo con-
sentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de 
nulidade da cláusula infringente desta garantia. 
Parágrafo único. Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empre-
gado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. 
 
Súmula 265 do TST. A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno. 
 
Acerca do adicional noturno é importante destacar: 
 
Acerca do 
adicional 
noturno é 
importante 
destacar: 
• É vedado ao menor o trabalho noturno (art. 7
o
, XXXIII, da 
CF). 
• Súmula n
o
 214 do STF: a duração legal da hora de serviço 
noturno (52 minutos e 30 segundos) constitui vantagem 
suplementar, que não dispensa o salário adicional. 
• OJ n
o
 97 da SDI-1 do TST: o adicional noturno integra a 
base de cálculo das horas extras prestadas no período 
noturno. 
• Súmula n
o
 402 do STF: o vigia noturno tem direito a salário 
adicional. 
• Advogados – art. 20, § 3
o
, da Lei n
o
 8.906/94: o trabalho 
noturno é o compreendido entre às 20h e 05h e o adicional é 
de 25%. 
• No meio rural: o trabalho noturno é disciplinado pelo art. 7
o
 
da Lei n
o
 5.889/73, o qual estabelece que se considera 
noturno, na lavoura, o trabalho executado das 21h às 05h e, 
na pecuária, das 20h às 04h. Em ambos os casos, a hora 
noturna é de 60 minutos e o adicional é de 25%.1.5.4. Verbas rescisórias 
As verbas rescisórias são provenientes da extinção do contrato de trabalho, ou seja, são as parcelas que devem ser 
pagas pelo empregador na ocasião da rescisão contratual. 
 
Seguem relação de verbas rescisórias devidas nas principais formas de extinção do contrato de trabalho: 
 
CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO INDETERMINADO 
Forma 
de Extinção 
Verbas Rescisórias Devidas 
Dispensa 
sem justa 
causa 
• 
Saldo de salário; 
• 
aviso-prévio (arts. 7
o
, XXI, da CF e 487, § 1
o
, da CLT); 
• 
décimo terceiro salário proporcional; 
• 
 
 
 
 
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16 
CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO INDETERMINADO 
férias vencidas e proporcionais + 1/3; 
• 
multa de 40% do FGTS (art. 18, caput e § 1
o
 da Lei n
o
 
8.036/90); 
• 
guias: CD/SD (seguro-desemprego – Súmula n
o
 389 do 
TST) e para liberação do FGTS. 
Pedido de 
demissão 
• 
Saldo de salário; 
• 
décimo terceiro salário proporcional; 
• 
férias vencidas e proporcionais + 1/3 (Súmula n
o
 261 do 
TST); 
• 
aviso-prévio: caso não cumprido pelo empregado, o 
empregador pode descontar o valor correspondente a ele 
(art. 487, § 2
o
, da CLT); 
• 
o empregado NÃO tem direito a receber: aviso-prévio, multa 
de 40% do FGTS, guias para recebimento do seguro-
desemprego e levantamento do FGTS e perde a proteção 
das garantias de emprego. 
Dispensa por 
justa causa 
(falta grave 
do 
empregado) 
• 
Saldo de salário; 
• 
férias vencidas; 
• 
o empregado NÃO tem direito a receber: aviso-prévio, multa 
de 40% do FGTS, guias para percepção do seguro-
desemprego e levantamento do FGTS e perde a proteção 
das garantias de emprego. 
Rescisão 
(falta grave 
do 
empregador) 
• 
Saldo de salário; 
• 
aviso-prévio; 
• 
décimo terceiro salário proporcional; 
• 
férias vencidas e proporcionais + 1/3; 
• 
multa de 40% do FGTS; 
• 
guias: CD/SD (seguro-desemprego – Súmula n
o
 389 do 
TST) e para liberação do FGTS. 
 
CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO 
Forma de 
Extinção 
Verbas Rescisórias Devidas 
 
 
 
 
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17 
No prazo 
• 
Saldo de salário; 
• 
décimo terceiro salário proporcional; 
• 
férias vencidas e proporcionais + 1/3; 
• 
guia: para liberação do FGTS. 
• 
O empregado NÃO tem direito de receber: aviso-prévio, 
multa de 40% do FGTS e guia para percepção do seguro-
desemprego. 
Dispensa 
antecipada por 
ato empresarial 
• 
Sem cláusula assecuratória de direito recíproco de 
rescisão antecipada: 
– saldo de salário; 
– 
multa do art. 479 da CLT; 
– 
décimo terceiro salário proporcional; 
– 
férias vencidas e proporcionais + 1/3; 
– 
multa de 40% do FGTS (há divergência, mas devemos 
pedir na petição inicial); 
– 
guia para levantamento do FGTS e percepção do seguro-
desemprego (Súmula n
o
 389 do TST). 
• 
o empregado NÃO tem direito a receber aviso-prévio; 
• 
com cláusula assecuratória de direito recíproco de 
rescisão antecipada; 
• 
são devidas as mesmas verbas do contrato de trabalho 
por prazo indeterminado em que o empregado é 
dispensado sem justa causa. 
Dispensa 
antecipada por 
ato do 
empregado 
• 
Sem cláusula assecuratória de direito recíproco de 
rescisão antecipada; 
• 
saldo de salário; 
• 
multa do art. 480 da CLT; 
• 
décimo terceiro salário proporcional; 
• 
férias vencidas e proporcionais + 1/3; 
• 
o empregado NÃO tem direito às guias para liberação do 
FGTS e percepção do seguro-desemprego; 
• 
com cláusula assecuratória de direito recíproco de 
rescisão antecipada; 
• 
são devidas as mesmas verbas do contrato de trabalho 
por prazo indeterminado em que o empregado pede 
 
 
 
 
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18 
demissão. 
 
Segue exemplo: 
 
II – MÉRITO 
1. Verbas resilitórias 
O Reclamante foi dispensado sem justa causa pela reclamada no dia…, e não 
recebeu suas verbas rescisórias. (Fatos) 
Diante disso, requer a condenação da reclamada ao pagamento de todas as 
verbas rescisórias provenientes da dissolução do contrato de trabalho, quais 
sejam: saldo de salário (X dias), aviso-prévio (X dias), décimo terceiro salário 
proporcional (x/x), férias simples acrescidas do terço constitucional relativas ao 
período aquisitivo 20XX/20XX) e férias proporcionais acrescidas do terço cons-
titucional (x/x) e multa de 40% do FGTS. Ademais, requer a guia para levanta-
mento do FGTS e a guia para percepção do seguro-desemprego, bem como a 
baixa da CTPS. (Pedido) 
 
Cuidado! O artigo 7
o
, XXI, da CF assegura aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 
dias, à luz da lei. A Lei n
o
 12.506/2011 entrou em vigor na data de sua publicação, em 13.10.2011, regulamentando o 
aviso-prévio proporcional previsto no artigo 7
o
, XXI, da CF, assegurando-o na proporção de 30 dias aos empregados 
com menos de 1 ano de serviço na mesma empresa, acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma 
empresa quando completarem um ano e assim sucessivamente, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um 
total de até 90 (noventa) dias. Assim, tais regras se aplicam aos contratos extintos após 13.10.2011. Ressalte-se, 
entretanto, que há decisões isoladas do STF considerando devido o aviso-prévio proporcional, mesmo no caso de 
contratos concluídos antes desta data. 
 
Segue a lei: 
 
LEI N
o
 12.506, DE 11 DE OUTUBRO DE 2011 
Dispõe sobre o aviso-prévio e dá outras providências. 
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1
o
 O aviso-prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação 
das Leis do Trabalho – CLT –, aprovada pelo Decreto-Lei n
o
 5.452, de 1
o
 de 
maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos emprega-
dos que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. 
Parágrafo único. Ao aviso-prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 
(três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 
60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. 
Art. 2
 o
 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 11 de outubro de 2011; 190
o
 da Independência e 123
o
 da República. 
DILMA ROUSSEFF José Eduardo Cardozo Guido Mantega Carlos Lupi Fer-
nando Damata Pimentel Miriam Belchior Garibaldi Alves Filho Luís Inácio Lu-
cena Adams 
 
 
 
 
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19 
Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.10.2011. 
 
O Ministério do Trabalho expediu Nota Técnica n
o
 184/2012 tratando da aplicabilidade na nova lei. Em síntese, con-
forme resumo constante na própria Nota Técnica: 
“III. Conclusão 
Em síntese, estes são os entendimentos que se submete à consideração superior para fins de aprovação: 
1) a lei não poderá retroagir para alcançar a situação de aviso-prévio já iniciado; 
2) a proporcionalidade de que trata o parágrafo único do art. 1
o
 da norma sob comento aplica-se, exclusivamente, em 
benefício do empregado; 
3) o acréscimo de 3 (três) dias por ano de serviço prestado ao mesmo empregador, computar-se-á a partir do momento 
em que a relação contratual supere um ano na mesma empresa; 
4) a jornada reduzida ou faculdade de ausência no trabalho, durante o aviso-prévio, prevista no art. 488 da CLT, não 
foram alterados pela Lei n
o
 12.506/11; 
5) A projeção do aviso-prévio integra o tempo de serviço para todos os fins legais; 
6) Recaindo o término do aviso-prévio proporcional nos trinta dias que antecedem a data base, faz jus o empregado 
despedido à indenização prevista na Lei n
o
 7.238/84; e 
7) As cláusulas pactuadas em acordo ou convenção coletiva que tratam do aviso-prévio proporcional deverãoser ob-
servadas, desde que respeitada a proporcionalidade mínima prevista na Lei n
o
 12.506, de 2011. 
 
O Ministério do Trabalho e Emprego, na referida Nota Técnica, apresenta o seguinte quadro: 
 
Tempo de Serviço 
(anos completos) 
Aviso-prévio 
Proporcional ao 
Tempo de Serviço 
(n
o
 de dias) 
0 30 
1 33 
2 36 
3 39 
4 42 
5 45 
6 48 
7 51 
8 54 
9 57 
10 60 
11 63 
12 66 
13 69 
14 73 
15 75 
 
 
 
 
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20 
Tempo de Serviço 
(anos completos) 
Aviso-prévio 
Proporcional ao 
Tempo de Serviço 
(n
o
 de dias) 
16 78 
17 81 
18 84 
19 87 
20 90 
 
Atenção! Caso o examinador forneça dados suficientes, o candidato deve indicar o número de dias do saldo de salá-
rio postulado e a proporcionalidade das férias e décimo terceiro. 
 
1.5.6. Dano moral 
A EC n
o
 45/04 ampliou a competência da Justiça do Trabalho, incluindo as ações de indenização por danos morais 
oriundas da relação de trabalho (art. 114, VI, da CF). 
 
Art. 114, VI, da CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (...) VI – as ações de indenização por dano mo-
ral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; (...) 
O dano moral é configurado diante da presença dos três requisitos da responsabilidade civil: culpa, dano e nexo 
causal, e sua fundamentação jurídica está positivada nos artigos 5°, X, da CF e 186 e 927 do CC. 
 
Art. 5
o
, X, da CF. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propri-
edade, nos termos seguintes: (...) X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; (...) 
 
Art. 186 do CC. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a 
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Art. 927 do CC. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
É desnecessária a demonstração da culpa quando a atividade do empregador for de risco (art. 927, parágrafo único, 
do CC), bastando o dano e o nexo para que seja devida a indenização. 
 
Art. 927 do CC. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo 
único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando 
a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
Atenção! Deve-se verificar se o dano moral precisa ser postulado, principalmente quando: 1) a proposta indicar o 
abalo emocional do empregado causado pelo empregador; 2) o empregador praticar falta grave; e 3) o empregado 
for demitido injustamente por justa causa. 
A seguir temos um trecho da proposta do Exame de Ordem 2005.3/PR para identificação do pedido de indenização 
por danos morais e gabarito. 
 
(3
o
 EXAME DA ORDEM 2005/PR) Em razão dos atrasos nos salários, Tomi tornou-se inadimplente no pagamento 
das mensalidades escolares vendo-se obrigado a retirar seu único filho do colégio particular em que estudava, sendo 
que esta situação está lhe causando profunda humilhação perante seus familiares e colegas, pretendendo, por isto, 
ser indenizado em valor a ser fixado pelo juiz. 
 
CRITÉRIO DE CORREÇÃO: Pagamento de indenização por danos morais a ser fixado pelo juiz, não inferior a R$ ..., 
com fundamento na responsabilidade civil do empregador (ausência de pagamento de salário – culpa; humilhação 
por tirar o filho do colégio – dano; nexo causal). 
Os dois exemplos dispostos a seguir também ilustram bem os pedidos de indenização por danos morais: 
 
 
 
 
 
 
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21 
Exemplo 1: 
 
II – MÉRITO 
1. Do dano moral 
A Reclamada tentou submeter a Reclamante a revista íntima por funcionários 
do sexo oposto. A Reclamante não aceitou tal constrangimento, motivo pelo 
qual foi dispensada por justa causa. (Fato) 
Encontram-se presentes todos os requisitos da responsabilidade civil, previstos 
nos artigos 186 e 927 do CC, quais sejam: culpa, dano e nexo. Confira: 
A culpa demonstra-se pela tentativa da Reclamada de submeter a Reclamante 
à revista íntima, conduta vedada expressamente pelo artigo 373-A, VI, da CLT. 
Já o dano está configurado pelo constrangimento sofrido pela Reclamante. A 
conduta da Reclamada é a causa do constrangimento sofrido pela Reclamante, 
desta forma, resta comprovado também o nexo causal. 
Destaca-se, ainda, a violação do artigo 5
o
, X, da CF, que sustenta a inviolabili-
dade à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas, sendo-
lhes assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente 
de sua violação. (Fundamento) 
Diante do exposto, tendo em vista que a Justiça do Trabalho é competente 
para processar e julgar pedidos de danos morais e patrimoniais decorrentes 
das relações de trabalho (art. 114, VI, da CF e Súmula n
o
 392 do TST), requer 
a condenação da reclamada ao pagamento de indenização por danos morais 
em valor a ser arbitrado pelo juiz, não inferior a R$ ... . (Pedido) 
 
Exemplo 2: 
 
II – MÉRITO 
1. Do dano moral 
A reclamada, a partir de janeiro de 2012, passou a descumprir o contrato de 
trabalho, uma vez que deixou de efetuar o pagamento do salário do Reclaman-
te, o qual se obrigou a fazer empréstimos de familiares e amigos para paga-
mento das dívidas que adquiriu em razão da ausência dos salários, o que está 
lhe causando profunda humilhação. (Fato) 
Encontram-se presentes todos os requisitos da responsabilidade civil, previstos 
nos artigos 186 e 927 do CC, quais sejam: culpa, dano e nexo. Veja: 
A culpa é verificada pela falta de pagamento, que é obrigação da Reclamada 
e, quando descumprida, constitui falta grave do empregador, de acordo com o 
artigo 483, “d”, da CLT. O dano, por sua vez, está configurado pelo constran-
gimento sofrido pelo Reclamante diante da impossibilidade de pagamento das 
dívidas que possui, restando demonstrado o nexo causal. 
Destaca-se, ainda, a violação do artigo 5
o
, X, da CF, que sustenta a inviolabili-
dade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, sen-
do-lhes assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decor-
rente de sua violação. (Fundamento) 
Diante do exposto, tendo em vista que a Justiça do Trabalho é competente 
 
 
 
 
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22 
para processar e julgar pedidos de danos morais e patrimoniais decorrentes 
das relações de trabalho (art. 114, VI, da CF e Súmula n
o
 392 do TST) requer a 
condenação da reclamada ao pagamento de indenização por danos morais a 
ser arbitrado pelo juiz, não inferior R$ ... . (Pedido) 
 
Atenção! Quando a conduta do empregador for contínua, restará configurado o assédio moral; portanto, se a situação 
humilhante para o empregado se prolongar no tempo, em virtude de uma conduta reiterada do empregador, estará 
caracterizado o assédio moral. O fundamento legal no caso de assédio moral é o mesmo do pedido de indenização por 
danos morais. Nesse caso, o examinando deve: a) denominar o tópico, no mérito, de “assédio/dano moral”; b) contar os 
fatos e ao final do parágrafo afirmar que tal conduta reiterada caracteriza assédio moral; c) apontar a mesma funda-
mentação do pedido de indenização por danos morais e d) por fim, requerer a condenação da reclamada ao pagamen-
to de indenização por danos morais em valor a ser arbitrado pelo juiz, não inferior a R$ ..., considerando que o dano 
decorreu do assédio. 
 
Segue exemplo: 
 
II – MÉRITO1. Do assédio moral/dano moral 
No último ano do contrato de trabalho, a Reclamada humilhou a Reclamante 
perante seus colegas de trabalho e clientes da empresa, afirmando que a Re-
clamante é a pior e mais incompetente funcionária da empresa, além de ser 
“feia, feia de doer”, afirmando constantemente que ela deve pedir demissão. 
Tal conduta prolongada caracteriza o ASSÉDIO MORAL. (Fato) 
Encontram-se presentes os requisitos da responsabilidade civil, previstos nos 
artigos 186 e 927 do CC, quais sejam: culpa, dano e nexo. Observe: 
A culpa é verificada pela conduta da reclamada, que no último ano do contrato 
de trabalho humilhou reiteradamente a Reclamante perante seus colegas e 
clientes da empresa, chamando-a de incompetente e “feia, feia de doer”, com o 
propósito de fazê-la pedir demissão. O dano, por sua vez, está configurado 
pelo constrangimento sofrido pela Reclamante. A conduta da Reclamada é a 
causa do constrangimento sofrido pela Reclamante, dessa forma, está de-
monstrado o nexo causal. 
Destaca-se, ainda, a violação do artigo 5
o
, X, da CF, que sustenta a inviolabili-
dade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, sen-
do-lhes assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decor-
rente de sua violação. (Fundamento) 
Diante do exposto, tendo em vista que a Justiça do Trabalho é competente 
para processar e julgar pedidos de danos morais e patrimoniais decorrentes 
das relações de trabalho (art. 114, VI, da CF e Súmula n
o
 392 do TST), requer 
a condenação da Reclamada ao pagamento de indenização por danos morais 
em valor a ser arbitrado pelo juiz, não inferior a R$ ..., considerando que o da-
no decorreu do assédio. (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, fato, fundamento e pedido, ao final dos 
parágrafos, buscam apenas orientar o leitor; entretanto, não devem ser incluí-
das na prova. 
 
1.5.7. Dano material 
 
Com fundamento nos arts. 186 e 927 do Código Civil o reclamante pode postular indenização por danos materi-
ais. 
Os danos materiais dividem-se em dano emergente (o que o reclamante efetivamente gastou), lucros cessantes 
 
 
 
 
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23 
(o que o reclamante razoavelmente deixou de ganhar) e pensionamento (devido nos casos de redução total ou 
parcial da capacidade laborativa). 
Nos casos de acidente do trabalho sem redução da capacidade laborativa o reclamante deve postular danos 
emergentes e lucros cessantes, eventualmente devidos, nos termos do art. 949 do Código Civil. Por sua vez, na 
hipótese de redução ou perda da capacidade laborativa os pedidos devem ser de danos emergentes, lucros 
cessantes e, também, de pensionamento, nos termos do art. 950 do Código Civil. 
 
Observe os arts. 949 e 950 do Código Civil: 
 
Art. 949, CC. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento 
e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. 
 
Art. 950, CC. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe 
diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da 
convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que 
ele sofreu. 
 
1.5.8. Dano estético 
O dano estético caracteriza-se pela deformidade física, atingindo o lado psicológico do indivíduo diminuído na 
integridade corporal e estética de sua imagem externa. 
A indenização por dano estético é cumulável com indenização por danos morais, nos termos das súmulas 37 e 
387 do STJ. 
 
1.5.9. Tutelas de urgência e evidência 
O atual Código de Processo Civil inovou quanto às tutelas cautelares e antecipadas, não destinando um livro às 
cautelares consoante fez o Código de 1973. 
No atual diploma legal há um livro que trata da tutela provisória e as divide em tutelas de urgência e evidência 
(arts. 294 a 311 do CPC), e o TST entende que se aplicam ao Processo do Trabalho, conforme determina o artigo 
3º, VI, da IN nº 39/2016 do TST. 
A tutela de urgência, de natureza cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou inc i-
dental, e será concedida quando preenchidos os mesmos requisitos: houver elementos que evidenciem a pr o-
babilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (art. 300 do CPC). A tutela de 
urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de 
protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito (art. 301 do 
CPC). 
A tutela de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental (art. 294, 
parágrafo único, do CPC). A tutela provisória de evidência somente pode ser requerida em caráter incidente. 
A tutela de urgência incidental é requerida dentro do processo em que se pede ou já se pediu a tutela definitiva e 
tem o objetivo de adiantar seus efeitos, seja de satisfação (antecipação da tutela) ou de acautelamento. 
É antecedente a tutela provisória requerida antes da formulação dos pedidos da tutela definitiva e tem por propósi-
to adiantar seus efeitos. 
Quando se tratar de tutela provisória cautelar em caráter antecedente, a petição inicial indicará: 1) a lide e seu 
fundamento; 2) a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resulta-
do útil do processo (art. 305 do CPC). 
No caso da tutela antecipada antecedente, o requerente deve informar que, concedida a tutela, providenciará no 
prazo de 15 dias (ou em outro que o juízo fixar), o aditamento da petição inicial para complementar a argumenta-
ção, juntar novos documentos e confirmar o pedido de tutela final, em cumprimento ao art. 303, § 1º, do CPC. Por 
sua vez, no caso da tutela cautelar antecedente, o requerente deve informar que, efetivada a tutela, formulará nos 
mesmos autos, no prazo de 30 dias, o pedido principal, em cumprimento ao artigo 308 do CPC. 
Ressalte-se que caso o juiz entenda que o pedido tem natureza antecipada, ele observará o procedimento previs-
to para a tutela provisória antecipada. 
 
São exemplos comuns de tutela antecipada no Processo do Trabalho: 
1) Artigo 659, IX, da CLT (impedir a transferência abusiva do empregado); 
2) Artigo 659, X, da CLT (dirigente sindical que foi despedido sem justo motivo); 
3) Empregador não emite e fornece as guias do FGTS e/ou do seguro-desemprego; 
4) Empregador mantém trabalhador adolescente em ambiente insalubre ou perigoso; 
6) Empregador exige atestado de esterilização de empregadas em idade fértil; 
7) Empregador retém ilegalmente a CTPS do empregado; 
8) Empregado demitido sem justa causa possui estabilidade provisória no emprego e ainda não se exauriu o perío-
 
 
 
 
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24 
do da estabilidade. 
Atenção! Os incisos IX e X do artigo 659 da CLT preveem as duas únicas situações da concessão de tutela anteci-
pada no Processo do Trabalho, muito embora seja cabível em diversas outras situações, quando preenchidos seus 
requisitos. 
 
Art. 659, IX e X, da CLT. Competem privativamente aos Presidentes das Juntas, além das que lhes forem conferidos 
neste Título e das decorrentes de seu cargo, as seguintes atribuições: (...) IX – conceder medida liminar, até decisão 
final do processo em reclamações trabalhistas que visem a tornar sem efeito transferência disciplinada pelos parágrafos 
do art. 469 desta Consolidação. X – conceder em medida liminar, até decisão final do processo em reclamações traba-
lhistas que visem reintegrar no emprego dirigente sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador. 
O inciso IX do artigo anteriormente citado autoriza a concessão de medida liminar que vise tornar sem efeito atrans-
ferência do empregado para localidade diversa daquela previamente definida no contrato de trabalho, quando não 
houver anuência do empregado e/ou a comprovação da necessidade do serviço pelo empregador (art. 469 da CLT e 
Súmula n
o
 43 do TST). 
Já o inciso X refere-se à concessão de liminar para reintegrar no emprego dirigente sindical afastado, suspenso ou 
dispensado pelo empregador. 
 
EM SÍNTESE: O pedido de antecipação de tutela na petição inicial deve observar o seguinte: 
 
Nome da 
peça 
Reclamação ou reclamatória trabalhista com pedido de tutela 
antecipada pelo rito ... . 
No mérito 
Sugiro que o examinando formule primeiro um tópico para o 
pedido e outro denominado tutela antecipada. 
AINDA no 
mérito 
No tópico da tutela antecipada ou cautelar relatar: 
a) que formulou o pedido e que tem urgência na concessão da 
providência; 
b) que encontram-se presentes os requisitos autorizadores da 
concessão da tutela antecipada, previstos no art. 300 do 
CPC, quais sejam: probabilidade do direito e o perigo de dano 
ou o risco ao resultado útil do processo. Na fundamentação, o 
candidato deve ainda indicar os fatos que demonstram a 
presença de cada um destes requisitos; 
c) por fim, deve requerer: 1) a concessão da liminar para fins 
de antecipar o provimento final; e 2) Atenção! Na hipótese de 
a prova tratar dos casos referidos no art. 659, IX e X, é 
imprescindível que a liminar seja requerida com fundamento 
neste artigo também. 
 
Segue exemplo: 
 
NOME DO RECLAMANTE, qualificação e endereço completos, vem, respeito-
samente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante 
assinado (procuração anexa), com escritório profissional no endereço comple-
to, onde recebe intimações e notificações, com fulcro no artigo 840 da CLT, 
PROPOR: 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA com pedido de tutela antecipada pelo 
rito ... 
em face de NOME DA RECLAMADA, pessoa jurídica de direito privado, inscri-
ta no CNPJ sob o n
o
, usuária do endereço eletrônico ..., estabelecida no ende-
reço completo, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: (...) 
I – MÉRITO 
1. Da tutela antecipada 
 
 
 
 
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25 
O Reclamante ocupa o cargo de dirigente sindical, consequentemente, desen-
volveu diversos projetos para sua categoria, que seriam reivindicados dentro 
de 15 dias, contudo, a dispensa sem justa causa do mesmo inviabilizará a ma-
nifestação dos empregados, por isso, faz-se necessária sua imediata reinte-
gração. (Fatos) 
Encontram-se presentes os requisitos autorizadores da concessão de tutela 
antecipada, previstos nos artigos 300 do CPC, quais sejam: probabilidade do 
direito e perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
A probabilidade do direito evidencia-se pela dispensa sem justa causa do 
reclamante, dirigente sindical, no curso da estabilidade provisória no emprego, 
a qual se dá desde o registro da candidatura até 1 ano após o término do man-
dato, contrariando os arts. 8
o
, VIII, da CF e 543, § 3
o
, da CLT. É, portanto, in-
questionável seu direito ao emprego. Por fim, o fundado receio de dano irre-
parável decorre da razão de ser de sua estabilidade, que ocorre em função do 
cargo de dirigente, de forma que somente pode agir em favor da categoria se 
estiver trabalhando na empresa. Ademais, a proximidade da data das reivindi-
cações torna ainda mais urgente a sua reintegração. (Fundamentos) 
Diante do exposto, requer a concessão liminar, sem a oitiva da outra parte, nos 
termos do artigo 659, X, da CLT, determinando a imediata reintegração do 
Reclamante. (Pedido) 
 
1.5.10. Tutela de evidência 
A tutela de evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao 
resultado útil do processo, quando: a) ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósi-
to protelatório da parte (visa punir condutas de má-fé); b) as alegações de fato puderem ser comprovadas 
apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vincu-
lante (serão concedidas com fundamento em teses firmadas por tribunal superior); c) se tratar de pedido 
reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada 
a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa (tutela de evidência em contrato de depósito); 
e d) a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que 
o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável (tutela concedida quando a prova é incontroversa) – art. 
311 do CPC. 
 
1.6. PEDIDOS 
O tópico dos pedidos, inserido logo após o mérito da peça, é uma repetição de todos os requerimentos já realizados 
no desenvolvimento da reclamatória trabalhista. É importante requerer a parcela principal, bem como os seus refle-
xos. Os pedidos devem seguir a mesma ordem em que foram abordados no mérito. 
 
Segue exemplo: 
 
III – PEDIDOS 
Diante do exposto, requer: 
a) o reconhecimento de vínculo de emprego entre as partes, conforme exposto 
no item supra; 
b) a equiparação salarial, inclusive os seus reflexos no aviso-prévio, 13
o
 salá-
rio, férias acrescidas do terço constitucional (1/3) e FGTS (depósitos e multa de 
40%); 
c) a integração do adicional de insalubridade ao salário do autor, com reflexos 
no aviso-prévio, 13
o
 salário, férias acrescidas do terço constitucional (1/3) e 
FGTS (depósitos e multa de 40%); 
d) a condenação da Reclamada ao pagamento das parcelas rescisórias, bem 
 
 
 
 
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26 
como a liberação de guia para levantamento do FGTS e a percepção do segu-
ro-desemprego. 
 
1.7. REQUERIMENTOS FINAIS 
Os requerimentos finais são indispensáveis à reclamatória trabalhista. Este tópico compreende os seguintes pedidos: 
a notificação da reclamada, a produção de todos os meios de prova em direito admitidos e a procedência dos pedi-
dos, com a condenação da reclamada ao pagamento das verbas postuladas, acrescidas de juros e correção monetá-
ria. 
 
REQUERIMENTO
S FINAIS 
NOTIFICAÇÃO 
PRODUÇÃO DE PROVA 
PROCEDÊNCIA dos pedidos com a condenação do 
reclamado ao pagamento das verbas postuladas, 
acrescida de juros e correção monetária 
 
Segue exemplo: 
 
IV – REQUERIMENTOS FINAIS 
Diante do exposto, requer: 
a) a notificação da Reclamada para oferecer resposta à Reclamatória Traba-
lhista, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato. 
b) a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial 
a prova documental, o depoimento pessoal e a oitiva de testemunhas. 
Por fim, a procedência dos pedidos com a condenação da reclamada ao 
pagamento das verbas pleiteadas, acrescidas de juros e correção monetária. 
 
1.8. VALOR DA CAUSA 
Por fim, o examinando deve tratar do valor da causa da seguinte maneira: 
a) no procedimento ordinário: basta escrever “Atribui-se à causa o valor acima de 40 salários mínimos”; 
b) no procedimento sumaríssimo: indicar o valor resultante da somatória de todos os pedidos e caso não seja possí-
vel, escrever apenas que “o valor da causa está acima de 2 e não ultrapassa 40 salários mínimos”. Isso porque o 
artigo 852-B, I e II, da CLT, estabelece que nesse procedimento o pedido deve ser certo, determinado e líquido, con-
sequentemente, o Reclamante deve indicar o valor correspondente a cada pedido, sendo o valor da causa o resulta-
do da somatória de todos eles. 
 
1.9. FINALIZAÇÃO DA PEÇA 
 
Para finalizar sua peça, o candidato deve utilizar as seguintes expressões: 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado 
OAB n
o
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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