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ASSOCIACIONISMO
 O associacionismo é mais um princípio do que uma escola de Psicologia. O princípio de associação deriva de questões epistemológicas dentro da Filosofia.
 A sua influência veio se estendendo até ao presente, porquanto é ainda uma força ativa que está subjacente em grande parte da Psicologia. De uma ou outra forma, as ideias associacionistas têm sido encampadas todas as escolas. Por esta razão, tratamos primeiro o associacionismo.
Historicamente, os conceitos associacionistas serviram como substitutos para mais detalhadas teorias de aprendizagem. Três homens se destacaram como contribuintes para esse aspecto do movimento associacionista. Hermann Ebbinghaus provou uma profunda modificação no modo de trabalho associacionista. Antes dos seus estudos sobre a aprendizagem de sílabas sem sentido, a tendência tinha sido para começar com as associações já formadas e tentar inferir, retrospectivamente, o processo de formação das associações. Ebbinghaus começou pelo outro extremo, estudando a formação das associações; assim, foi-lhe possível controlar as condições em que se formavam as associações e realizar o estudo científico da aprendizagem. 0. P. Pavlov, o grande fisiologista russo, teve uma responsabilidade primordial numa outra mudança: a de se estudar a associação em termos de conexões E-R e não de ideias. As suas pesquisas prévias sobre o reflexo condicionado contribuíram, pois para tornar a Psicologia objetiva. E. L. Thomdike desenvolveu a explicação mais completa dos fenômenos psicológicos, segundo uma perspectiva associacionista; portanto, trataremos o seu sistema como o representante mais apropriado do associacionismo.
EMPIRISMO BRITÂNICO
Os empiristas britânicos usaram os mesmos princípios de associação que tinham sido sugeridos, séculos atrás, por Aristóteles. Ele propusera que os itens semelhantes, opostos ou contíguos tendem a associar-se entre si. O último princípio, o da contiguidade, é o que mais se aproxima de uma aceitação universal: se duas coisas são experimentadas como estreitamente vizinhas no tempo, o mais provável é que sejam associadas entre si. "Semelhança e contraste são princípios aceitos por alguns e rejeitados por outros. O único princípio de associação adicionado pelos empiristas britânicos à lista de Aristóteles foi o de causalidade, sugerido por Berkeley e extensamente tratado por Hume.
Thomas Hobbes (1588-1679) foi um filósofo político que ajudou a fundar o empirismo britânico. Considerou a razão o fator dominante na orientação do comportamento humano; contudo, assumiu uma posição fortemente determinista e mecanística. Hobbes explicou essa sucessão em termos de associação por contiguidade: se uma ideia foi seguida de uma outra, previamente, a tendência será para que conduza novamente à ideia contígua.
John Locke (1632-1704) é usualmente considerado o fundador do empirismo britânico, embora Hobbes o tivesse precedido. A primeira parte de sua vida foi principalmente dedicada a atividades políticas, tal como no caso de Hobbes, e o seu amadurecimento como filósofo foi relativamente tardio. Locke só se consagrou à filosofia nos últimos catorze anos de sua vida.
George Berkeley (1685-1753) foi o sucessor intelectual imediato de Locke. Tendo sido, por algum tempo, bispo de Cloyne, ele também foi um filósofo e educador. Em contraste com a publicação tardia de Locke, Berkeley escreveu suas duas obras de maior importância por volta dos 25 anos: New Theory of Vision (Nova Teoria da Visão), em 1709, e Principies of Human Knowledge (Princípios do Conhecimento Humano), em 1710.
De acordo com a sua formação teológica, Berkeley tentou explicar a estabilidade, independência e ordem dos objetos externos recorrendo à mente onipercipiente de Deus.
David Hume (1711-1776), tal como Berkeley, foi brilhantemente precoce. O seu Treatise on Human Nature (Tratado sobre a Natureza Humana), em que a maior parte de sua reputação se baseou, foi publicado em três volumes quando Hume tinha vinte e oito é vinte e nove anos de idade. Estabeleceu uma distinção entre as impressões mais vividas (a que chamaria sensações ou percepções) e as ideias menos vividas.
 O ASSOCIACION1SMO COMO DOUTRINA SISTEMÁTICA
O associacionismo, como sistema que se desenvolveu a partir do empirismo, foi “fundado” no século XVIII por um médico erudito, David Hartley. Retomou o título de um capítulo de Locke, “A Associação de Idéias” e dele fez a sua tese. Hartley desenvolveu a sua psicologia em torno das associações, convertendo assim o associacionismo numa doutrina formal com um nome.
Em contraste com os filósofos seus antecessores, politicamente ativos, Hartley teve uma vida relativamente ordenada, sem eventos excitantes que entrecortassem a sua existência pausada. Foi muito influenciado por Newton e Locke. A sua teori- zação é algo semelhante à especulação anterior e menos elaborada de Hobbes sobre o movimento como conceito explicativo da atividade cerebral; Hartley postulava a existência de ações vibratórias no sistema nervoso, que correspondem às idéias e imagens. As vibrações mais intensas seriam as sensações e as menos intensas as idéias. Proporcionou, assim, uma interpretação fisiológica à distinção, introduzida por Hume, entre impressão e idéia. Como as vibrações tardam um pouco em dissipar-se, as sensações ainda perduram algum tempo depois da supressão do estímulo; isto foi proposto como uma clara alternativa do ponto de vista, então mais em voga, que defendia a existência de um fluxo de espíritos animais ao longo dos nervos tubulares. Enfatizou a conti- güidade como princípio de associação e recorreu a princípios associacio- nistas para explicar a percepção da profundidade visual, no que acompanhou as teses de Berkeley. Os mesmos princípios explicariam também outros fenômenos diversos, como o prazer e a dor nas emoções, e o significado das palavras.
 Brown foi notável por causa da sua insistência nos princípios secundários da associação. Interessava-se pelo problema da seleção, numa série de associações, daquela associação isolada que realmente ocorria, quando havia muitas outras que poderíam ocorrer em lugar dela. Neste sentido, estava interessado no problema de melhorar a previsão. Apresentou vários fatores suscetíveis de explicar a seleção de uma associação específica: o número de vezes que se associara ao conteúdo mental precedente, quão recentemente ocorrera essa associação, previamente, o vigor da associação original, sua duração e o número de idéias agora presentes que tiveram conexões com a idéia seguinte e desse modo contribuíram para a sua força associativa. 
James Mill (1773-1836) apresentou uma das posições associacio- nistas mais extremas. A sua Analysis of the Phetiomena of the Human Mind (Análise dos Fenômenos da Mente Humana), publicada após sete anos de redação durante as férias de verão, apresenta a “mecânica mental” de Mill. Sustentava ele que a lei da associação era bastante para explicar as mais complexas experiências mentais.
John Stuart Mill (1806-1873) converteu a mecânica mental de seu pai numa espécie de “química mental”. Segundo a sua noção mais complexa, as idéias perdem a sua identidade original quando se fundem com outras idéias mais complexas, mediante a associação. Aceitou a noção de seu pai sobre a conjugação das idéias na associação mas acreditava que as combinações muito rápidas tinham como resultado uma perda de algumas partes.
Alexander Bain (1818-1903) foi nominalmente um lógico (em Aberdeen, Escócia) mas representa o mais próximo que encontramos de um psicólogo formal. Bain era, predominantemente, o que poderiamos chamar um universitário autodidata e tropeçou com inúmeras dificuldades para conseguir cargos docentes nas universidades escocesas. Finalmente, mudou-se para os círculos londrinos, com John Stuart Mill. Publicou uma abrangente e sistemática psicologia, em dois volumes, com uma forte base associacionista: The Senses and the Intellect (1855) e The Emotions and the Will (1859) (Os Sentidos e o Intelecto e AsEmoções e a Vontade). Embora a venda desses livros tivesse sido difícil no começo, eles acabaram por alcançar um grande êxito, exigindo numerosas revisões e convertendo-se no texto psicológico standard na Grã-Bretanha durante quase 50 anos.
A ASSOCIAÇÃO DE ESTÍMULO E REAÇÃO
A Invenção da Sílaba Sem Sentido, de Ebblnghaus
Hermann Ebbinghaus (1850-1909) foi um experimentalista alemão extremamente competente que publicou (1885) a primeira investigação sistemática de laboratório sobre a memória. Cabe-lhe o mérito de ter sido o primeiro psicólogo que realizou o estudo inteiramente empírico da associação, ou aprendizagem, embora o seu interesse primordial fosse a memória. Estava ele interessado em controlar o tipo de aprendizagem cuja retenção queria investigar e, para isso, inventou a sílaba sem sentido, num esforço para reduzir ao mínimo as associações prévias (quer dizer, prévias em seu estudo de laboratório). As suas sílabas sem sentido (ou sem nexo) consistiam, simplesmente, em duas consoantes separadas por uma vogal (por exemplo, WOY, XAM, PIR). Ebbinghaus pensou que podería obter curvas de memória mais idôneas se os seus materiais fossem mais homogêneos do que as palavras comuns, cujas associações com outras palavras variavam amplamente, segundo a aprendizagem prévia. Uma indicação do êxito alcançado por Ebbinghaus é o fato da curva de aceleração negativa, por ele determinada para a memória humana (na qual a quantidade de sílabas retidas é uma função do tempo), não ter sofrido qualquer revisão radical no decurso das décadas seguintes. Raramente as curvas empíricas retêm a sua forma, apesar dos novos aparelhos e dos métodos mais refinados.
A Descoberta do Reflexo Condicionado por Pavlov
Ivan P. Pavlov (1849-1936) foi um eminente fisiologista russo, diretor do laboratório de Fisiologia do Instituto de Medicina Experimental, desde 1890 até ao ano de sua morte. Em 1904, foi galardoado com o Prêmio Nobel por suas pesquisas sobre os fatores glandulares e neurais na digestão. Um pouco antes, ele tinha feito, entretanto, uma descoberta acidental que estava destinada a modificar completamente os rumos da sua carreira científica e a exercer um efeito profundo e duradouro sobre o desenvolvimento da ciência psicológica.
Pavlov tinha aperfeiçoado um aparelho que permitia recolher e medir a quantidade de saliva segregada por um cão sob diferentes condições de alimentação. Esquematicamente, tratava-se de um tubo de vidro calibrado que se inseria, através de uma fístula, numa face do animal. Pavlov garantiu um elevado grau de controle sobre os estímulos ambientais na situação de laboratório; o animal tinha seus movimentos peados por um jogo de ataduras e era colocado dentro de uma câmara experimental relativamente isolada, a qual estava equipada, do lado de fora, com os instrumentos de registro. A descoberta de Pavlov consistiu no fato de ter notado a ocorrência persistente de um fluxo salivar antecipatório. Isto é, os estímulos associados previamente à alimentação do animal (por exemplo, a aproximação do assistente ou a vista de um prato de comida) chegavam a desencadear a saii- vação em animais, à medida que o seu adestramento se processava.
O exame das conseqüências de tais sinais no comportamento adaptativo do cão levou Pavlov a formular, finalmente, um programa de investigação ativa, destinado a alcançar, fundamentalmente, uma nova compreensão sobre a fisiologia do cérebro. Levando em conta a natureza adquirida da relação estímulo-reação, utilizou-se a expressão reflexo condicionado.
Bechterev e o Condicionamento Motor
 A terceira grande figura na transição do associacionismo das idéias para o comportamento manifesto foi Vladimir M. Bechterev (1857- -1927). A sua contribuição mais significativa foi a resposta motora condicionada. A pesquisa de Pavlov concentra-se quase inteiramente nas secreções glandulares, cuja influência direta no comportamento manifesto pareceu algo restrita. Bechterev, um russo contemporâneo e rival de Pavlov, ampliou o princípio do condicionamento de modo a incluir também a musculatura estriada. O seu principal paradigma investigativo envolveu a aplicação de choques na pata de um cão ou na mão de um homem, após a apresentação de um estímulo condicionado, como o toque de uma campainha (1913).
Embora os psicólogos americanos tenham preferido a sua técnica de condicionamento motor ao condicionamento salivar de Pavlov, eles concluíram que a experimentação abrangente e a conceptualização pavlovianas eram mais estimulantes. Por conseguinte, Bechterev desempenhou um papel menos importante do que Pavlov no desenvolvimento ulterior do associacionismo como técnica de laboratório.
 O CONEXIONISMO DE THORNDIKE
 A psicologia sistemática de estímulo-reação de Edward Lee Thorndike (1874-1949) representa a maior aproximação de um sistema puramente associacionista desde James Mill. Thorndike estudou com James em Harvard e com Cattell em Co- lúmbia. Iniciou as suas pesquisas sobre a aprendizagem animal em Harvard, onde treinou pintos para que corressem em labirintos improvisados (enfileirando livros a prumo como paredes). Deu prosseguimento a esse tipo de pesquisas em Colúmbia, onde trabalhou com gatos e cães numa caixa quebra-cabeça por ele inventada; e aí se doutorou em 1898. A sua dissertação intitulou-se Animal Intelligence; An Experimental Study of the Associative Processes in Animais (Inteligência Animal: Um Estudo Experimental dos Processos Associativos em Animais). Este trabalho foi subseqüentemente reeditado (1911), em conjunto com novos materiais sobre aprendizagem associativa em pintos, peixes e macacos.
Thorndike foi nomeado docente de Psicologia no Teachers College da Universidade de Colúmbia, em 1899. Aí permaneceu até ao fim de sua carreira. Aposentou-se em 1939, após quatro décadas de funções docentes, mas continuou suas atividades durante mais uma década, até à sua morte. Pouco depois de sua primeira nomeação, modificou os seu interesses, por sugestão de Cattell, passando a dedicar-se aos problemas de aprendizagem e educação humanas. Foi nessa área que consumiu a maior parte dos anos subseqüentes.
 CRÍTICAS AO CONEXIONISMO
Elementarismo
 A essência de uma posição associacionista é o seu caráter elemen- tarista. Foi através do seu empirismo, elementarismo e atitude analítica que os empíricos britânicos promoveram o progresso da Psicologia como ciência.
A teoria de Thorndike sobre a transferência de adestramento (Thorndike e Woodworth, 1901) é a epítome do seu elementarismo. A teoria diz que o aumento de eficiência no desempenho de uma tarefa, adquirida em resultado do adestramento, só se transferirá para ntna outra tarefa na medida em que ambas as tarefas tiverem “elementos idênticos”. Quanto mais elementos idênticos houver, maior será a transferência de eficiência de uma tarefa para outra. Esta é uma concepção simples e específica, vulnerável ao ataque experimental através da manipulação do número de elementos que são semelhantes.
 Gates (1942), em sua cuidadosamente documentada defesa do conexionismo, sublinhou que Thorndike nunca teve a intenção de conceber os seus elementos, unicamente, em termos das conexões E-R mais estreitas; pelo contrário, os elementos significavam, para ele, coisas tais como fatores, características, aspectos ou relações e, assim, poderíam significar coisas tais como princípios. Também o conceito de “idêntico” podería ser ligeiramente modificado, a fim de permitir graus de semelhança e tornar a teoria mais flexível.
Tentativa e Erro
 Thorndike foi atacado pela sua ênfase sobre o caráter fortuito da aprendizagem, tal como está implícito em sua caracterização da aprendizagem como um processo de tentativa e erro. 
Os defensores de Thorndike poderíam apresentar numerosas defesas contra essas críticas. Em primeiro lugar, o comportamento do animal na caixa quebra-cabeça não é, em absoluto, fortuito ou estúpido; grande parte do comportamento inicial é dirigidopara a saída, mais do que para o dispositivo arbitrariamente selecionado pelo experimentador para soltar o animal. Um tal comportamento não é estúpido; é inteligente, em função da experiência passada do animal. Em segundo lugar, pode haver uma considerável soma de comportamento de tentativa e erro que não é observada ou registrada nas situações mais abertas, menos controladas, que permitem ao animal uma visão geral do problema. É possível que a situação de Thorndike estivesse planejada para revelar mais claramente a natureza do processo básico de aprendizagem. Em terceiro e último lugar, existem abundantes provas, fora da caixa quebra-cabeça, que mostram que a aprendizagem pode ser lenta, fortuita, cega e contínua, em vez de rápida, inteligente e repen- tiria. A situação clínica ou de aconselhamento psicológico fornece muitos casos que parecem exemplificar mais os processos de aprendizagem conexionista do que os de aprendizagem gestaltista; as críticas à descrição de Thorndike devem ser amenizadas por estas considerações.
Lei do Efeito
Esta contribuição de Thorndike, a mais antiga de todas, foi atacada pelos behavioristas e pelos gestaltistas. Uma vez esclarecido que Thorndike estava definindo seus termos de um modo behaviorista, viu-se alvo da acusação de que a sua lei era circular. Os críticos disseram que a aquisição da resposta teria de ser medida para determinar se o estado de coisas era ou não satisfatório; e a aquisição era, precisamente, aquilo que a lei do efeito pretendia explicar. Se justificada, esta acusação mostraria que Thorndike estava dizendo: “Se um animal aprende quando o seu comportamento é seguido por um determinado estado de coisas, então ele aprenderá quando o seu comportamento é seguido por esse estado de coisas.” Esta crí- ticá não é inteiramente justificada, porque as operações que Thorndike especificara para a satisfação e a contrariedade podem ser diferentes das que constituem um teste de nova aprendizagem. Uma vez determinados os “satisfatores” e os “contrariadores” numa situação padronizada, eles podem ser usados em outras situações para testar a sua eficácia como reforçadores. Tais testes seriam comprovações da lei do efeito. A questão passa, então, a ser a seguinte: Qual é o grau de generalidade com que um determinado efeito reforçará o comportamento? Meehl (1950), entre outros, concentrou neste ponto uma considerável atenção.
Uma outra crítica foi que, para fortalecer uma conexão, Thorndike pjartiu do princípio de que o satisfator ou o contrariador teriam de agir retroativamente sobre essa conexão, uma vez que ela já tinha ocorrido. Contudo, é igualmente fácil pressupor que a ação se exerce sobre os traços ou vestígios persistentes que ainda estão ativos da ocorrência do estímulo e da resposta que precederam a satisfação ou a contrariedade. A teoria neobehaviorista de Hull (Hull, 1952) tem um postulado específico sobre os vestígios de estímulo, o qual pressupõe que a ação de um reforçador depende das suas relações temporais com esses vestígios.
Uma última crítica incidiu sobre a automaticidade do fortalecimento que se supunha ocorrer. Thorndike acreditava que a aprendizagem podia acontecer independentemente de qualquer conscientização do que estava sendo aprendido ou por que era aprendido.
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AS CONTRIBUIÇÕES DE THORNDIKE
Os cinquenta anos de atividade profissional de Thomdike no Teachers College estão entre os mais férteis que até hoje foram regia trados para um único homem. Quantitativamente, ele acumulou uma bibliografia que, na data de sua morte, em 1949, tinha alcançado o surpreendente total de 507 itens (Lorge, 1949). Muitos deles são extensos livros e monografias, grande parte dos quais estava abarrotada a mais não poder de dados quantitativos. Thorndike trabalhou e publicou numa gama extraordinariamente vasta de campos: iniciou a investigação sistemática de laboratório sobre a aprendizagem animal; produziu a primeira teoria formalizada da aprendizagem, em termos associacio- nistas; efetuou uma exaustiva análise da aprendizagem humana, em conseqüência da qual reviu a sua teoria da aprendizagem; tornou-se um líder ativo na área dos testes mentais e práticas educacionais; foi pioneiro na aplicação de medidas quantitativas a certos problemas sociopsi- cológicos; e contribuiu para o desenvolvimento de novas técnicas no campo da lexicografia. E tudo isto no espaço de tempo de uma só vida!
 Thorndike levou para todos esses campos o mesmo tipo de abordagem direta e fatual que era tão característico do seu pensàmento. Era capaz de ir diretamente ao que considerava o âmago de um problema, com um mínimo da verbosidade e ambígüidade que se encontra em muitos autores. 
Três décadas depois, o quadro modificou-se, quando novos tipos de teorias e modelos de aprendizagem surgiram. Mas o significado sistemático de Thorndike permanece garantido. Se James Mill representou a culminação de um rudimentar associacionismo de idéias, Thorndike representou o clímax de um associacionismo rudimentar de relações E-R. Se Titchener submeteu o introspecionismo a uma completa prova, Thorndike fez a mesma coisa ao simples associacionismo E-R. A sua obra foi uma contribuição fundamental e duradoura.
 PAPEL CONTEMPORÂNEO DO ASSOCIACIONISMO
 Interpretado em seu mais amplo sentido, o associacionismo é, praticamente, sinônimo de uma interpretação ortodoxa da ciência: é a convicção de que a tarefa primordial da ciência consiste em relacionar fenômenos, em procurar relações funcionais. Isto é uma característica metodológica que o associacionismo compartilha com o funcionalismo. Os dois movimentos sistemáticos têm estado intimamente ligados nos Estados Unidos, tal como sugerimos ao longo da nossa análise.
Hoje, o associacionismo como instrumento metodológico, se não como posição sistemática, foi incorporado na Psicologia; a associação de variáveis é geralmente reconhecida como uma tarefa fundamental da ciência. Contudo, um dos problemas críticos para a Psicologia continua sendo, exatamente, o que é que deve ser asjociado. A resposta de Thorndike enfatizou a vasta gama de possíveis fatores de estímulo e resposta, embora a sua própria obra não tenha sido uma demonstração convincente, ainda que tenha sido, de um- modo limitado, de grande importância. Se o associacionismo E-R pode ser efetivamente aplicado a uma vasta gama de problemas de comportamento, é algo que necessita ser determinado pelas variedades mais refinadas do associacionismo que estão sendo atualmente desenvolvidas.
Existem quatro linhas inter-relacionadas de tal desenvolvimento. Em primeiro lugar, continua a pesquisa sistémática sobre o reflexo condicionado, como um fenômeno primário de aprendizagem. A maior parte dessas pesquisas está ocorrendo na Rússia, onde a ênfase refle- xológica estimulada por Pavlov e Bechterev mantém toda a sua força (ver Apêndice B e Razran, 1961); mas, pelo menos, uma modificação desse interesse teve lugar nos Estados Unidos. Referimo-nos às pesquisas de Gregory Razran (1949), que realizou uma interessante adaptação do procedimento pavloviano de condicionamento salivar a sujeitos humanos. Razran usou tampões de algodão odontológico, metidos na boca do sujeito, para recolher a saliva; também se interessa pelos problemas de condicionamento verbal.
Finalmente, existem algumas versões do associacionismo que são algo menos ortodoxas do que as precedentes mas têm desfrutado de vigoroso êxito. Dois importantes exemplos são as teorias de aprendizagem de Tolman e Skinner. O behaviorismo intencional de Tolman (1932) é um tipo cognitivo de teoria de aprendizagem que postula a associação entre estímulos. Skinner (1938) tem se interessado pelos aspectos tanto de estímulo como de resposta da relação a que chamou, genericamente, o reflexo; mas a maior parte do seu interesse concentrou-se no comportamento operante, ou emitido, e contentou-se em pressupor a existência de forças internas que provocam tal comportamento, sem especular sobre elas nem investigá-las. Para Skinner, a associaçãoimportante é entre a resposta e o reforço.
 DESCRIÇÕES DIMENSIONAIS DO ASSOCIACIONISMO
Os autores efetuarão uma classificação aproximada do associacionismo, com base nas dimensões de Coan, após o que o estudante poderá tentar uma classificação baseada nas dezoito dimensões prescri- tivas de Watson, antes de ver as classificações médias de outros estudantes.
 Resenha
 Este capítulo do livro mostra a origem e o desenvolvimento do associacionismo no empirismo britânico e o principal representante do associacionismo que foi Edward L. Thorndike, sua importância está em ter sido o formulador de uma primeira teoria de aprendizagem na Psicologia. O associacionismo origina-se da concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de associação das ideias. Assim, para aprender uma coisa complexa, o indivíduo precisaria primeiro aprender as ideias mais simples, que a ela estariam associadas. Segundo o inicio do texto o associacionismo é mais um princípio que uma escola.
 Pode-se dizer que conhecemos o mundo através dos sentidos, e nossa complexidade de ideias vem não só dos sentidos, mas da associação das ideias mais simples. As leis da associação surgiram com Locke, e depois foram formuladas por David Hume, que defende a ideia de que o conhecimento humano está constituído exclusivamente por impressões e ideias. 
 Edward Lee Thorndike realizou varias experiências com animais, com o intuito de conseguir prová-la. Nas suas experiências, ele observou que se desse alguma recompensa aos animais conseguiria que eles fizessem o que ele queria, e em sua opinião, o comportamento humano assemelhava-se ao comportamento animal.
 O associonalismo teve varias contribuições, porém os mais importantes para que tudo ocorresse foram Hermann Ebbinghaus., Ivan P. Pavlov e Edward L. Thorndike.

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