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RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS 
Com o objetivo de preservar a atividade produtiva, maximizar o ativo sobre o qual incidem as pretensões dos credores e prevenir a falência, a lei brasileira oferece duas alternativas: 
* Recuperação Judicial; ou 
* Recuperação Extrajudicial. 
Recuperar significa readquirir a capacidade de solver e, efetivamente, solver. A diferença entre recuperação judicial e extrajudicial reside na deflagração do plano de recuperação. 
Na recuperação judicial, o devedor dirige-se ao juiz, que concita os credores a se manifestarem sobre o pedido/proposta. Na recuperação extrajudicial, estando de acordo o devedor e seus credores, o Judiciário é requerido para homologar e manter o controle da legalidade da operação. 
- RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
A ação de recuperação judicial tem por meta sanear a situação gerada pela crise econômico-financeira da empresa a fim de permitir a manutenção da fonte produtora do empregado e dos interesses dos credores, promovendo a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. 
A fim de que se possa requerer a recuperação judicial, faz-se necessário que o empresário preencha alguns requisitos. Quais sejam: 
a) exercer atividade regular a mais de dois anos; 
b) não ser falido e, se foi, estarem extintas suas responsabilidades; 
c) não ter, há menos de cinco anos, obtido concessão de recuperação judicial; 
- Obs.: sendo o devedor microempresário ou empresário de pequeno porte, o prazo é 
ampliado para oito anos; 
d) não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por crime falimentar. 
LEGITIMIDADE ATIVA 
No que diz respeito aos legitimados para solicitar a recuperação, temos que, além do devedor empresário, também podem requerer a recuperação da empresa o cônjuge do empresário falecido, seus herdeiros e o inventariante do espólio. O sócio remanescente de sociedade desfeita, igualmente, pode fazê-lo. 
Para que se possa identificar se determinada empresa deve pedir falência ou rec. judicial passa pela viabilidade ou não da sua atividade. Se ao analisar o cenário no qual se encontra a empresa chegar-se à conclusão de que a crise enfrentada pela empresa é estrutural, que é inviável, a resposta judicial para esta será a falência. 
Mas se a crise é superável, circunstancial, considerando que a empresa é viável, mas o empresário não consegue encontrar a solução para a crise por suas próprias forças. Nesse caso teremos o cenário adequado para aplicação da rec. judicial.
Como regra, todos os credores estão sujeitos a recuperação judicial, exceto: proprietários de bens móveis ou imóveis; arrendador mercantil; promitente vendedor de imóvel cujos contratos tenham a cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias; proprietário em contrato de compra e venda com reserva de domínio. 
Não existe um rol taxativo sobre os meios de recuperação judicial, entretanto, o art. 50 estabelece alguns. Sua relação é de interação, na medida em que podem ser combinadas duas ou mais modalidades, conforme o caso, e desde que compatíveis. 
ETAPAS DO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO 
No processo de recuperação é possível discernir algumas etapas: 
1. Fase postulatória – o empresário apresenta o seu requerimento de concessão do benefício, estendendo-se até o despacho que determina o processamento do pedido; 
2. Fase deliberativa – é discutido e aprovado o plano de recuperação; 
3. Fase de execução – o plano de recuperação é efetivamente aplicado. 
Ordenar o processamento da recuperação é o marco inicial do exame do pedido de rec. judicial, ou seja, é nessa fase em que se verifica a viabilidade da proposta para que assim se decida sobre a sua aprovação, como formulada ou modificada, ou sua rejeição e consequente falência do devedor. 
DESPACHO DE PROCESSAMENTO 
O despacho de processamento contém medidas administrativas e judiciais propriamente ditas. 
Algumas adotadas pelo juiz, outras, solicitadas pelos credores. 
Em tal despacho, destaca-se a nomeação do administrador judicial. Outro item importante do despacho de processamento é a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor. 
Obs.: não confundir o despacho que defere o processamento com o despacho que concede a recuperação. 
PLANO DE RECUPERAÇÃO 
No prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da decisão que autoriza o processamento da recuperação judicial, o devedor tem que apresentar em juízo o plano de recuperação. A sanção para o descumprimento desse dever é a convolação da recuperação judicial em falência. 
Essa proposta não poderá estipular prazo superior a 1 (um) ano para o pagamento dos créditos trabalhistas e acidentários vencidos até a data do pedido de recuperação. Também não poderá fixar prazo superior a 30 (trinta) dias para o pagamento dos créditos estritamente salariais vencidos nos 3 (três) meses anteriores ao pedido. O limite desse pagamento é de 5 (cinco) salários mínimos por trabalhador. 
PROCEDIMENTO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
A assembleia de credores será convocada pelo juiz se houver impugnação do pedido de recuperação. Após aprovado o plano pela Assembleia ou decorrido o prazo para objeções (30 dias após a sua publicação em edital), o devedor deverá apresentar certidões negativas de débitos tributários, em seguida o juiz concederá o benefício; caso contrário, deve indeferir o pedido, uma vez que o Código Tributário Nacional exige prova de quitação para a concessão da rec. judicial. 
CONCESSÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
Sendo aprovado o plano de recuperação em assembleia, o juiz concederá a recuperação judicial. Acaso nenhum plano tenha sido aprovado o juiz decretará a falência.
Existem algumas situações em que o juiz poderá conceder a recuperação com base em plano não aprovado. Entretanto, este deve satisfazer alguns requisitos, quais sejam: 
* O voto favorável de credores que representem mais de metade do valor de todos os créditos; 
* A aprovação de duas classes de credores (caso haja somente duas classes, a aprovação de pelo menos uma); 
* Na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais 1/3 dos credores. 
RECURSO CONTRA DECISÃO CONCESSIVA DE RECUPERAÇÃO 
A decisão que concede a recuperação judicial poderá ser impugnada por agravo de instrumento (prazo de 10 dias), interposto por qualquer credor e/ou representante do MP. 
EFEITOS DA CONCESSÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
Via de regra, o plano de recuperação judicial implica a novação dos créditos anteriores ao pedido e obriga o devedor e todos os credores a eles sujeitos. 
Há de se lembrar, entretanto, que existem credores não sujeitos aos efeitos da concessão da recuperação judicial. 
No que condiz a administração da empresa, o devedor e seus administradores serão mantidos, entretanto, sob fiscalização do comitê de credores (caso haja) e do administrador judicial. 
Se o devedor ou o administrador judicial não for pessoa idônea o juiz poderá afastá-los, e convocará assembleia para escolha de novo gestor. 
A respeito dos efeitos com relação aos bens da empresa, o devedor não poderá aliena-los ou onera-los, salvo em caso de evidente utilidade reconhecida pelo juiz. 
A inobservância desses requisitos enseja a decretação da falência. 
ATENDIMENTO AO PLANO DE RECUPERAÇÃO 
Concedida a recuperação judicial, o devedor deverá cumprir todas as obrigações previstas no planode recuperação até dois anos depois da concessão da recuperação judicial. 
Caso, durante esse período, o devedor descumpra qualquer uma das obrigações previstas no plano, ocorrerá a convolação em falência. 
Uma vez decretada a falência, os credores terão constituídos seus direitos e demais garantias. 
Cumprida as obrigações no prazo de até dois anos, o juiz decretará, por sentença, o encerramento da recuperação judicial.
PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL PARA MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE 
As ME e EPP’s poderão optar por um plano especial, que deverá ser proposta na petição inicial. Esse plano deverá ser apresentado no prazo de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir tal medida. 
O art. 70 da LRF prevê que o microempresário e o em presário de pequeno porte poderão apresentar plano especial de recuperação judicial, que será limitado as condições previstas no art. 71 da referida Lei. 
A aprovação ou rejeição do plano de recuperação cabe exclusivamente ao juiz, e não a Assembleia Geral de Credores. Com a decisão concessiva do benefício, opera-se a suspensão das ações e execuções e a novação das obrigações sujeitas ao plano. 
Cumpre informar que os credores poderão opor objeções ao plano especial. Nesse caso, o juiz chamará o devedor para que se manifeste na tentativa de haver um acordo entre as partes. 
Não havendo acordo o juiz decidirá a lide. 
 
- RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
É o acordo entre o devedor e seus credores, de forma que estes últimos recebam seus créditos tendo por base um acordo. 
Caso todo os credores adiram ao plano de recuperação extrajudicial, esta poderá ser ou não homologada no Judiciário. Se o devedor conseguir 3/5 dos créditos de cada espécie abrangida pelo plano de recuperação, a homologação será necessária, devendo atender aos requisitos da homologação judicial. 
REQUISITOS SUBJETIVOS – ligados à pessoa do devedor –. 
* Deve atender as condições da recuperação judicial; 
* Não possuir pedido de recuperação em trâmite; 
* Não ter sido concedida recuperação há mais de dois anos. 
REQUISITOS OBJETIVOS – diz respeito ao conteúdo do plano de recuperação –. 
* Não pode prevê pagamento antecipado de nenhuma dívida; 
* Tratamento paritário a todos os credores sujeitos ao plano; 
* Abranger somente os créditos já existentes na data do pedido; 
* Só pode constar alienação de bens gravados ou substituição de garantia real com a concordância do credor garantido (hipoteca e penhor); 
* Se o crédito for em moeda estrangeira, o plano não pode afastar a variação cambial, salvo com anuência expressa do credor
Caso deseje, o credor pode requerer a homologação judicial do plano de recuperação extrajudicial, juntando a sua justificativa e o documento que contenha os termos e condições, com as assinaturas dos credores que a ele aderiram. 
Para a homologação do plano é necessário que conte com a concordância de pelo menos 3/5 de todos os créditos por ele abrangidos. Pode haver pedido de homologação ainda que parcela dos credores não venha a concordar. 
Recebido o pedido de homologação, o juiz ordenará a publicação de edital convocando todos os credores para a apresentação de suas impugnações ao plano de recuperação no prazo de 30 dias. 
Apresentada a impugnação, o devedor será chamado a manifestar-se em cinco dias, sendo em seguida os autos conclusos ao juiz para homologar o plano ou indeferira a recuperação. Na hipótese de indeferimento da homologação não há impedimento para que se reapresente o pedido, desde que sanado o vício que levou ao indeferimento. 
De acordo com o art. 167 da LRE, não é proibida a busca de outras modalidades de acordo privado entre devedor e credores. 
CREDORES NÃO SUJEITOS A RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
* Créditos trabalhistas e de acidentes de trabalho; 
* Créditos tributários; 
* Proprietário fiduciário; 
* Arrendador vendedor ou promitente vendedor de imóvel por contrato irrevogável; 
* Vendedor titular de reserva de domínio e instituição financeira de reserva de domínio. 
Após a homologação da recuperação extrajudicial o credor não pode desistir, salvo com a concordância de todos.

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