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Direito Administrativo Resumo Concurso

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PODERES ADMINISTRATIVOS
	
Dever de agir
Poder é dever no serviço público (Hely)
Lei nº 9784, art. 11
Não autoriza a omissão conforme conveniência
É uma obrigação atuar, agindo com eficiência (considerar custo-benefício, só é possível admiti-la com planejamento), com probidade/ moralidade (ser e parecer certo) e prestar contas
Dever de eficiência
Consideração da eficiência (aspecto econômico), eficácia (resultados) e efetividade (efeitos, envolve planejamento e fixação de metas) nas condutas administrativas
Dever de probidade
Conduta conforme padrões éticos
Improbidade administrativa (art. 37, § 4, CF)
O agente público deve observar a legalidade, mas também deve abster-se de enriquecer ilicitamente, causar prejuízo ao Erário e atentar contra os princípios da Administração.
Definição ampla de agente público
Sanções (Lei nº 8429, art. 12)
Dever de prestar contas
Os agentes públicos são responsáveis pela aplicação dos recursos, mas também por demonstrar que a aplicação ocorreu corretamente (inversão do ônus da prova)
A Administração não precisa provar o desvio ou a má aplicação dos recursos, basta que o agente não consiga realizar a prestação adequadamente para ser punido.
Vinculação e discricionariedade
Toda norma deve ser interpretada. Não há poder exclusivamente vinculado ou discricionário, essas características são exercidas no âmbito de outro poder (exemplo: poder disciplinar)
Poder vinculado: aposentadoria compulsória, por exemplo
Poder discricionário: margem de liberdade dada pela lei na realização da conduta administrativa 
Observação: a ausência de lei define incompetência no direito administrativo
A arbitrariedade é a violação da lei, discricionariedade é a liberdade exercida de acordo com a lei.
Controle judicial: princípio da inafastabilidade, o Judiciário se manifesta quanto à legalidade (dificuldades de ser aplicado em ato político devido à ampla discricionariedade) 
Uso e abuso de poder
Pode ocorrer na forma comissiva ou omissiva, na forma dolosa ou culposa.
Excesso de poder: violação da competência (exemplo: comissão disciplinar deve só sugerir e não aplicar a sanção disciplinar)
Desvio de finalidade: muitas vezes é praticado por quem tem competência. Violação do princípio da impessoalidade (o administrador foge ao interesse público, atuando em um interesse particular, perseguindo ou auxiliando alguém).
Observação: ainda que se busque o interesse público, pode ocorrer desvio de finalidade de acordo com Celso Antônio.
Poder hierárquico
Poder que se dispõe o poder Executivo de distribuir e escalonar funções dos órgãos, ordenar e rever condutas dos agentes, estabelecendo uma relação de subordinação entre os servidores.
Observação: subordinação (caráter interno, realiza-se em órgãos. Polícia Federal, por exemplo) vs. Vinculação (caráter externo, realiza-se em pessoas jurídicas. UnB e MEC, por exemplo)
Expressões: dar ordens, rever atos, avocar atribuições, delegar competência e fiscalizar.
Observação: poder de direção (exercido pelo chefe do Executivo na organização da Administração) > poder hierárquico (exercido dentro de uma pessoa jurídica, política ou administrativa).
 Poder regulamentar
Exercício quando a lei estipula.
 Somente é possível a Administração Pública aplicar a lei por meio do decreto regulamentar.
Definição: “trata-se da competência privativa dos chefes do executivo para expedir decretos que definam a fiel execução da lei”.
 No exercício dessa potestade, o chefe do executivo indica, dentre as opções normativas permitidas pela lei, aquela a ser utilizada pela Administração Pública.
 No exercício do poder regulamentar são expedidos regulamentos (comentário do professor no livro). O decreto é o instrumento formal utilizado pelo chefe do executivo. O regulamento, ao contrário, indica a natureza do ato (geral e abstrato) por meio do qual é definida, em caráter normativo, a solução a ser adotada pela Administração Pública na aplicação da lei.
 O destinatário da regulamentação são os gestores públicos, encarregados de aplicar as normas de Direito Administrativo. 
 Somente as normas cuja aplicação requeira a intervenção da Administração Pública são passíveis de regulamentação. Intervenção do Estado ≠ Intervenção da Administração Pública. Por exemplo, não cabe ao Presidente da república regulamentar, por exemplo, leis penais, cuja aplicação requer a intervenção do estado, mas não da Administração Pública.
 Dúvida constante em nossa doutrina consiste em saber se o regime constitucional vigente admite o chamado decreto-autônomo, aquele que, diversamente do decreto-regulamentar, não objetiva disciplinar a aplicação de nenhuma lei em especial.
 Decreto autônomo 
Não objetiva disciplinar a aplicação de nenhuma lei em especial.
Para Hely Lopes Meirelles, “o poder regulamentar é faculdade de que dispõem os chefes do executivo de explicitar a lei para sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei”. (O professor concorda com esse posicionamento).
Em lado oposto, Celso Antônio Bandeira de Mello conceitua regulamento como “ato geral e (de regra) abstrato, de competência privativa do Chefe do Executivo, expedido com a estrita finalidade de produzir as disposições uniformizadoras necessárias à execução de lei cuja aplicação demande atuação da Administração Pública”.
Decreto autônomo é editado pelo Executivo para tratar de assunto qualquer a ser aplicado pela Administração Pública.
O decreto-autônomo pode ser utilizado para cuidar de situações não previstas em lei. Não existindo lei a ser regulamentada, não poderíamos falar em poder regulamentar, mas em simples exercício do poder normativo do Presidente para regular situação de interesse da Administração Pública. 
A possibilidade de ampliação do poder normativo do chefe do Executivo é admitida, porque não comete nenhuma ilegitimidade ou inconstitucionalidade, aparentemente, não fere nenhum dispositivo ou princípio constitucional. 
Isso se dá pela limitação definida pela Constituição Federal (art. 84, VI).
Não cria obrigação ao particular.
Decreto que regulamenta determinada lei não necessariamente vincula a observância do judiciário e do legislativo. A vinculação é decorrente do decreto proveniente do exercício do poder regulamentar. 
O STF admite indiretamente o decreto, pois não é matéria a ser tratada de ação direta de inconstitucionalidade, isto é, não aceita inconstitucionalidade reflexa (pois só decide acerca do conteúdo do decreto e não acerca da legalidade deste). 
Para o STF, a inconstitucionalidade indireta representa uma crise de legalidade e não de constitucionalidade. O que se viola primeiro, diretamente, é a lei; a violação constitucional, como visto, é secundária.
Só sei que o decreto é inconstitucional porque antes eu o comparei com a lei e constatei que ele a violava.
 Poder de polícia (atividade ordenadora do Estado)
Definição: faculdade de que dispõe a administração pública de condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais em prol do interesse da coletividade ou público. 
“As atividades desenvolvidas pelos particulares necessitam de ordenação, de planificação, de limitação, de controle, a fim de evitar que os abusos cometidos pelos particulares atentem contra os interesses da própria sociedade”.
A Administração Pública exerce seu poder de polícia por meio de atos administrativos, tanto os gerais, de caráter normativo, como os atos concretos de execução da polícia administrativa. 
O poder de polícia é considerado poder externo, pois é exercido sobre particulares.
A legitimidade da intervenção do poder de polícia é garantida apenas pela lei, não podendo a Administração Pública exercer seu poder ordenatório a partir de contratos firmados com particular (acordos de vontade). Apesar disso, é possível que a lei possa admitir que a solução para casos concreto relacionadosao poder de polícia decorra de acordo de vontade entre a Administração Pública e o particular. 
Poder de polícia e demais poderes administrativos
Quando o ordenamento jurídico confere ao estado prerrogativas que o habilitam a ordenar atividades privadas, a Administração Pública irá exercer atividade externa, que extrapola os seus limites internos de atuação e invade a esfera dos particulares.
O Estado necessita de instrumentos que o habilitem a realizar suas atividades ordenadoras.
O poder hierárquico e o poder disciplinar dizem respeito a atividades estritamente internas da Administração Pública e, por isso, só agem sobre servidores públicos e empresas contratadas pela Administração Pública, por exemplo.
No que diz respeito ao poder regulamentar, ainda que determinada pessoa não esteja submetida à Administração Pública, é necessário que ela mantenha relação jurídica com a Administração Pública para poder ser afetada pela regulamentação da lei.
Poder de polícia e serviço público
Introdução: por meio da prestação de serviços públicos, o Estado põe à disposição da população utilidades com vista ao atendimento das necessidades básicas da sociedade. Nesse sentido, o serviço público pode ser entendido como uma intervenção positiva do Estado na esfera privada. (Deve-se ter em mente que no âmbito privado, a regra é a liberdade: é lícito aos particulares fazer tudo, desde que não haja lei dispondo em sentido contrário. Diante disso, o poder de polícia é tido como intervenção negativa).
Serviço público vs. Poder de polícia: exemplo (OAB)
A OAB desempenha diversas tarefas administrativas: ordena o exercício da profissão do advogado e presta serviços de advocacia ou consultoria gratuita à população carente, por exemplo. 
Essas atividades constituem serviço público ou poder de polícia? No caso de assistência jurídica a pessoas carentes, identifica-se uma utilidade posta à disposição da população, o que conduz à conclusão de que se trata de serviço público. No caso que constitui o próprio objeto da atividade da OAB, ao limitar, condicionar e ordenar o exercício de uma profissão, a entidade exerce poder de polícia administrativa.
Poder de polícia e prestação de serviço público são definidos pelo Código Tributário para legitimar a cobrança de taxa.
Poder de polícia e agências reguladoras
Algumas agências reguladoras, como a ANVISA, têm como atividade básica o exercício de polícia administrativa.
Agências como a ANEEL e ANATEL “desenvolvem poder de polícia” em relação às concessionárias de serviço público. Entretanto, as concessionárias exploram atividade pública, e o poder de polícia interfere no exercício de diretos e atividades cujo exercício se insere no âmbito privado. A atividade de regulação (normatização e fiscalização) não se enquadra como atividade de polícia do Estado.
Impossibilidade de delegação do poder de polícia aos particulares
O poder de polícia não pode ser delegado a particular, pois em sociedades democráticas, o monopólio do uso da violência é do Estado.
Entretanto, é perfeitamente legítima, por exemplo, a contratação de empresas privadas para auxiliar o poder público nas suas atividades ordenatórias. A participação da empresa contratada não pode, todavia, importar em que ela venha a manter qualquer relação direta com o cidadão. Deve a participação das empresas em atividades que envolvam o exercício do poder de polícia ser acessória, no sentido de tão somente subsidiar ou fornecer elementos que permitam ao estado o efetivo exercício da atividade de polícia.
Atributos (são os mesmos dos atos administrativos, dar mais atenção aos negritados)
Presunção de legitimidade: todos os atos praticados pelo Estado no exercício do poder de polícia são reputados legítimos e, portanto, a eles deve ser dada executoriedade.
Autoexecutoriedade: a execução dos atos de polícia administrativa independe de qualquer manifestação judicial, ressalvadas as hipóteses em que a execução importe em transferência patrimonial do particular para o Estado (cobrança de multa, por exemplo).
Imperatividade: é legítimo ao poder público impor obrigações unilaterais ao particular e, se necessário, usar dos meios de coação para sua execução. (É o poder que mais se evidencia no poder de polícia).
Exigibilidade: em algumas situações, o particular pode ser obrigado a fazer algo com o propósito de atender a alguma condição imposta pelo poder de polícia.
Discricionariedade: para Hely Lopes Meirelles, a atividade de polícia é discricionária. Entretanto, o professor discorda dessa concepção. Exemplo: se guarda de trânsito verifica o cometimento de infração, toda a sua atuação está definida em lei, desde o dever de punir o infrator à indicação da sanção a ser especificamente aplicada. Não dispõe o agente público, na hipótese, de qualquer margem discricionária.
Polícia administrativa ≠ polícia judiciária
Intervenção: a polícia administrativa teria caráter preventivo, apesar de não se afastar da adoção de medidas repressivas ou punitivas. Já a polícia judiciária tem caráter repressivo, uma vez que é chamada a intervir quando o ilícito já foi praticado. (Essa diferenciação também é defendida por Hely Lopes Meirelles).
Objeto da atuação: a polícia administrativa atuaria em relação a bens, direitos e atividades; já a polícia judiciária atuaria sobre pessoas. O professor discorda dessa ideia, visto que ao interferir na atividade desenvolvida por certa pessoa, a polícia administrativa interfere também na vida da própria pessoa.
Regime jurídico: para Celso Antônio Bandeira de Mello, a polícia judiciária atua com base no direto processual, enquanto a polícia administrativa atua conforme as normas de direito administrativo.
Polícia geral e polícia especial
Hely Lopes Meirelles menciona que, de acordo com a distinção originária do Direito francês, a polícia geral cuida genericamente da segurança, da salubridade e da moralidade públicas; já a polícia especial cuida de setores específicos da atividade humana que afetem bem de interesse coletivo, para os quais há restrições próprias e regime jurídico peculiar (como a indústria de alimentos, o uso das águas e a exploração das florestas e minas).
Em outro giro, Celso Antônio Bandeira de Mello defende que essa distinção não tem qualquer sentido para o Direito brasileiro. 
Para o professor, na França, a fonte do poder de polícia geral pode ser o regulamento (decreto); no Brasil, a fonte do poder de polícia, seja geral seja especial, é sempre a lei.
Em matéria de polícia geral, o instrumento básico para restringir a discricionariedade administrativa é o princípio da proporcionalidade; em matéria de polícia especial, o regulamento.
Limitação e servidão administrativas
As limitações administrativas se assemelham às desapropriações e às requisições na medida em que constituem instrumentos de que o estado pode valer-se para intervir na propriedade privada. Diversamente da desapropriação e da requisição, que apresentam natureza própria, as limitações administrativas se inserem no âmbito do poder de polícia administrativa. Não pode criar restrição que impeça o uso do bem (deve observar parâmetros de razoabilidade). Decorre diretamente da lei.
A servidão administrativa pode ser considerada como meio de intervenção do Estado que sujeita a propriedade privada ao dever de suportar a restrição em seu uso em razão de utilidade pública. Institui ônus real sobre o imóvel. Decorre de atos administrativos.
Obrigação imposta: na servidão, impõe-se ao proprietário o dever de suportar (a passagem da fiação elétrica ou o oleoduto, por exemplo). Na limitação, o proprietário assume o dever de não fazer (de não construir acima de determinada altura, por exemplo).
O que afeta: a servidão afeta imóvel ou imóveis individualizados, determinados. Na limitação são afetados imóveis indeterminados.
A servidão administrativa, quando causa prejuízo, é indenizada, ao contrário da limitação administrativa.
Na servidão há indenização porque afeta imóveis específicos.
As limitações administrativasnão são passíveis de indenização, uma vez que tratam de imóveis indeterminados.
LICITAÇÕES
Lei 8.666/93
Se aplica a toda administração pública direta e indireta.
Não foi concebida para as empresas estatais, entretanto, o entendimento atual compreende a vinculação da lei à toda administração pública.
Exceto a Petrobrás, a qual segue decreto específico.
Administração Pública e setor privado
Definição: faz-se a licitação, portanto, tendo em vista a celebração do futuro contrato. Ela não se insere como atividade fim, mas como atividade meio da Administração Pública: é a licitação a atividade por meio da qual a Administração Pública escolhe a empresa com a qual celebrará o contrato.
O princípio da impessoalidade é o próprio fundamento para a existência do procedimento licitatório. Caso a Administração Pública decida pela celebração de qualquer contrato, ela deve proceder à abertura de procedimento licitatório com vista a assegurar a todos os interessados que preencham os requisitos legais a oportunidade de apresentarem propostas e de serem escolhidos para o fornecimento de bens, prestação de serviços, execução de obras etc.
Finalidades da licitação
A necessidade da Administração se confundia, antes, com a utilidade do bem, ou seja, o resultado oriundo do seu uso. Agora a aquisição do bem não visa mais estritamente atender à necessidade suprível pela utilidade que ele produz, mas também necessidades de outra ordem, relacionadas com aspectos macroeconômicos e expressamente mencionadas na lei.
As licitações passam a ter, além das finalidades de cumprir o princípio da isonomia e encontrar o melhor negócio para a Administração Pública, a finalidade de promover o desenvolvimento nacional.
Princípios da licitação (são princípios da Administração Público + princípios específicos)
Supremacia e indisponibilidade do interesse público
Em matéria de licitação, as prerrogativas a serem exercidas pela Administração Pública devem igualmente conformar-se àquelas previstas na Lei nº 8.666/93 e em outras normas de caráter público. A potestade da Administração Pública de anular ou de revogar a licitação é exemplo da supremacia do interesse público sobre o interesse dos particulares envolvidos no processo. 
O administrador não representa interesses pessoais, mas atua visando à realização dos interesses da comunidade qualificados como públicos. Se o contrário ocorrer, verificar-se-á desvio de finalidade, e o ato será nulo.
Legalidade
A visão tradicional do princípio da legalidade administrativa é no sentido de que a Administração Pública não pode praticar qualquer ato ou exercer qualquer atividade, salvo se lei houver expressamente autorizado a prática desse ato ou o desempenho da atividade.
A Lei nº 8.666/93 define, por exemplo, as modalidades de licitação — concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão — e o seu processamento. Assim, se determinado administrador deve realizar licitação, não poderá criar modalidade de licitação não citada em lei.
Impessoalidade
Deve-se entender que este princípio significa que toda atividade administrativa se destina à realização de interesse público e não pode visar a benefício ou a perseguição de pessoas, de modo que os administrados devem ser tratados sem discriminação.
A impessoalidade não conduz ao exagero de se entender que todos devem ser sempre tratados de forma absolutamente idêntica. Em face das peculiaridades do objeto a ser contratado, a lei autoriza a imposição de requisitos de qualificação técnica, econômica etc.
Moralidade ou proibidade
A moralidade vincula tanto a conduta do administrador quanto a dos particulares que participam do processo de contratação. É a moralidade que deve impedir, por exemplo, a realização de conluio entre os licitantes ou a contratação de empresas de parentes dos administradores, ainda que se trate de hipótese de contratação direta prevista em lei.
Motivação
Ao dispor a lei que a licitação se inicia com um processo administrativo, exige que o administrador indique os motivos que o levam a realizar a licitação e a especificar o objeto a ser licitado.
Publicidade
A licitação é pública, mas suas propostas são sigilosas até determinado momento, quando, em uma sessão pública, será promovida a sua abertura.
A regra, portanto, deverá ser a de que todos os atos concernentes à licitação são públicos. A enunciação dessa regra consta no art. 3º, §3º, que dispõe nos seguintes termos:
Art. 3º (...) §3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.
Vinculação ao instrumento convocatório
O instrumento convocatório — que será, conforme a modalidade de licitação, um edital ou um convite — serve não apenas de guia para o processamento da licitação, como também de parâmetro para o futuro contrato. Ele é a lei do caso, aquela que irá regular a atuação tanto da Administração Pública quanto dos licitantes.
Julgamento objetivo
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei.
Julgamento objetivo significa, ademais, além de os critérios serem objetivos, que eles devem estar previamente definidos no edital.
A administração pode alterar o edital, mas, como regra, tem que reabrir o prazo para a apresentação de propostas, salvo se a alteração não modificar as propostas.
Se persistir o empate, o único critério que pode ser utilizado é o sorteio. 
Adjudicação compulsória
De acordo com o princípio da adjudicação compulsória, a Administração Pública não está obrigada, ao contrário do que pode aparentemente parecer, a contratar o licitante vencedor.
O princípio da adjudicação compulsória deve ser entendido no sentido de que, se a licitação for concluída, o que pressupõe a sua homologação pela autoridade competente, somente poderá ser contratada a empresa vencedora da licitação. Se a Administração desejar celebrar o contrato, deverá convocar a licitante vencedora para assiná-lo, nos termos do edital. Porém, caso a Administração não queira mais celebrar o contrato, não terá o licitante vencedor direito subjetivo à contratação.
Hipótese não muito remota é a de a Administração concluir determinada licitação e, antes de ser assinado o contrato, surgir outra empresa disposta a executar o contrato por preço mais reduzido. Conforme o caso, a Administração pode revogar a licitação por meio de decisão motivada e abrir novo processo licitatório. Não pode, todavia, ser firmado contrato com qualquer outro licitante enquanto a licitação anterior não for desconstituída (revogada ou anulada).
Contratação sem licitação
Antes do exame das hipóteses de dispensa e inexigibilidade, é importante lembrar que a Lei de Licitações exige que o administrador sempre justifique a contratação sem licitação.
Dispensa: haveria a possibilidade de competição, de modo que seria possível a realização de licitação.
Imaginemos determinada unidade administrativa que pretenda realizar pequena obra, orçada em R$10.000,00. Em face de seu valor, a lei dispensa o administrador do dever de licitar. Estará ele autorizado a contratar diretamente empresa ou pessoa sem que deva realizar a licitação.
Inexigibilidade: não haveria competição, isso “porque só existe um objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Administração; a licitação é, portanto, inviável”.
Imaginemos que determinado administrador necessita de adquirir certo aparelho que somente uma empresa fabrica. Ora, a licitação existe e é realizada para que a Administração possa escolher a melhor proposta, aquela que lhe seja mais vantajosa. Se já se sabe que apenas uma empresa fabrica o produto que se pretende adquirir, qual seria a finalidade ou utilidade de se realizar a licitação?
Fornecedor exclusivo: art. 25, I.
Serviços técnicos a seres prestados por profissionais de notória especialização: art. 25, II. Oserviço técnico especializado está enumerado no art. 13.
Licitação dispensada (lista exaustiva): todas as hipóteses enquadradas pela legislação como de licitação dispensada estão relacionadas à alienação de bens. Lei nº 8.666/93, art. 17, I e II.
Licitação dispensável (lista exaustiva)
Em razão de valor: é dispensável a licitação para obras e serviços de engenharia de valor até R$15.000,00, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, e para compras e outros serviços de até R$8.000,00, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço ou compra de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez.
Em razão de situações excepcionais
A lei dispensa a licitação quando a demora na realização do procedimento licitatório for incompatível com a urgência na execução do contrato. art. 24, III e IV.
Licitação frustrada: art. 24, V.
Licitação fracassada: art. 24, VII.
Em razão do objeto: art. 24, X, XII, XVII, XIX e XXI.
Em razão da pessoa: art. 24, VIII e XX.
Modalidades de licitação
Definição das modalidades
Concorrência: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
Tomada de preços: é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
Convite: é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
Concurso:  é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
Leilão: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis, prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
Pregão (lei nº 10.502/02):  é a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns, independentemente do valor estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances.
O pregão surge como modalidade de licitação a ser utilizada, em algumas situações, alternativamente às modalidades comuns disciplinadas pela Lei nº 8.666/93.
Para contratação de bens e serviços comuns, a adoção do pregão é discricionária: se o administrador desejar, pode utilizar o pregão; se preferir, pode utilizar a Lei nº 8.666/93, adotando a concorrência, a tomada de preços ou o convite em função do valor a ser contratado. No caso do pregão, não há limite de valor para sua utilização.
Conforme visto, a primeira grande inovação do pregão consiste na realização do julgamento antes da habilitação. A segunda inovação consiste na combinação de propostas escritas com lances verbais. A rigor, os licitantes apresentam suas propostas por escrito, em envelopes lacrados. Durante a sessão pública do pregão, será promovida a abertura dos envelopes contendo as propostas, e alguns dos licitantes serão convocados a apresentar lances verbais. No pregão, os lances verbais são apresentados pelos licitantes a fim de reduzir a proposta de menor preço até então apresentada, ao contrário do leilão, em que os licitantes são convidados a apresentar lances maiores. Essa distinção entre o pregão e o leilão está ligada ao fato de que este último destina-se à alienação de bens; e o pregão, ao contrário, à contratação de bens ou serviços comuns, o que justifica o menor preço.
No caso do pregão, a responsabilidade pela sua condução é de um único agente, denominado pregoeiro. A ele compete o dever de classificar as propostas, habilitar o licitante a ser contratado e adjudicar-lhe o objeto da licitação.
Na competição da fase verbal devem haver pelo menos três licitantes. São chamados os licitantes inseridos na diferença de 10% do preço oferecido pelo primeiro classificado para a participação nos lances. Caso o segundo e/ou o terceiro colocado estejam fora da margem dos 10%, são ainda convocados para a fase oral, para atender à necessidade dos três licitantes.
No pregão eletrônico é estabelecido um tempo, o que difere do presencial. Nunca utilizado para obras ou alienação.
Habilita somente quem venceu a licitação, se preenche os requisitos. O pregoeiro faz a atribuição do objeto a empresa. A Homologação é realizada pela autoridade superior e eventual contratação. Na fase de recursos (não tem efeito suspensivo), pode ser feito oralmente, podendo o licitante juntas memoriais posteriormente. No final da sessão pública é possível a interposição contra a classificação ou habilitação
Modalidades comuns e especiais de licitação
Concurso e leilão podem ser consideradas modalidades especiais: uma se destina à escolha de trabalhos artísticos, técnicos ou científicos; a outra, à alienação de bens.
Concorrência, tomada de preços, convite e pregão podem ser consideradas modalidades comuns. A rigor, não existe diferença no objeto a ser licitado quando estamos diante dessas últimas modalidades. A compra de produtos, assim como a contratação de serviços, podem ser licitadas por meio de qualquer uma dessas três modalidades comuns de licitação
Critério para a utilização da concorrência, tomada de preços ou convite
O principal critério para definir a utilização das modalidades é o preço do objeto (compra, serviço ou obra) a ser licitado. 
Não se tratando da contratação de bem ou de serviço comum, a regra passa a ser a utilização da concorrência, modalidade mais ampla de licitação, salvo os casos em que, pelas peculiaridades do contrato, seja exigido o concurso ou o leilão, ou que, em face de seu valor, seja admitida a tomada de preços ou o convite.
Se o objeto da contratação for bem ou serviço comum, deve ser utilizado o pregão, independentemente do valor do contrato.
Se o poder público objetiva escolher trabalho técnico, artístico ou científico mediante o pagamento de prêmio, a modalidade indicada é o concurso.
Para a alienação de bens móveis (de até R$650.000,00) ou de imóveis (nos termos da Lei nº 8.666/93, art. 19, III), a modalidade a ser adotada é o leilão
Nas demais hipóteses, o administrador deve decidir entre a concorrência, a tomada de preços e o convite, utilizando-se o valor do contrato como parâmetro para a escolha dentre uma dessas três modalidades.
Em algumas situações, independentemente do valor do contrato, a adoção da concorrência é obrigatória. Nos termos do art. 23, §3º.
Observações: (1) o recurso diante da licitação decorrente da lei nº. 8.66/93 suspende esta; (2) recisão é o vício na execução do contrato; (3) anulação é o vício na origem.
Regime diferencial de contratação (lei 12.462/11): contrato integrado. O licitante é contratado não apenas para executar o projeto licitado mas para elaborar estes.
A Administração Pública estabelece em linhas gerais o que se pretende fazer, o contratado elabora o projeto básico e o executivo.
Contém características do pregão, contudo a diferença básica é que não há a fase dos lances. Não obstante, podem ser contratadas obras.
Particularidade é que pode ser utilizado em modalidade de licitação qualquer que seja o valor
Propostas apresentadas por escrito, somentea empresa classificada (a vencedora) será habilitada.
Inversão de fases: classificação e posteriormente a habilitação. Contudo, a lei autoriza perante decisão motivada a desinversão.
Fase recursal única por escrito contra a desclassificação ou inabilitação.
Tipos de licitação
Faz referência ao critério para julgamento das propostas apresentadas
Divididos em quatro categorias:
Menor preço: tipo básico. A Lei nº 8.666/93 dá preferência ao julgamento das licitações pelo critério do menor preço. Nesse tipo de licitação, o único e exclusivo critério que poderá ser utilizado para determinar se a proposta do licitante A é melhor que a proposta apresentada pelo licitante B é o seu preço.
Melhor técnica: os tipos de licitação de melhor técnica ou de técnica e preço serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual
Técnica e preço: junta dois tipos, compras + serviços intelectuais.
Maior lance ou oferta: só pode ser utilizado “nos casos de alienação de bens ou de concessão de direito real de uso”.
Regime Diferenciado de Contratação
Lei nº 12.462/11
O RDC contempla uma série de inovações em relação ao regime geral de licitações e contratações públicas disciplinado pela Lei nº 8.666/93, tais como, regime de contratação integrada, pré-qualificação permanente, possibilidade de indicação de marca ou modelo, remuneração variável da contratada, caráter sigiloso do orçamento estimado, entre outras novidades.
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Lei nº 8.666/93, a partir do art. 54
Contrato vs. Convênio:
Contratos:
Precisam ser licitados.
É um acordo de vontades que conciliam vontades antagônicas (um quer comprar, outro quer vender, por exemplo).
Acordo celebrado pela Administração decorrente da licitação ou para justificar porque não a faz.
Convênios:
Não precisam ser licitados.
É um acordo de vontades que conciliam vontades convergentes (todos têm o mesmo objetivo).
Exemplo: um convênio entre a União, GO e DF para duplicar uma rodovia federal, é da vontade de todos que a duplicação ocorra.
Contratos 
Desde há muito, a Administração sente a necessidade de firmar acordos com entidades privadas com vista ao desempenho das suas necessidades relacionadas à realização de obras, à aquisição de bens ou à prestação de serviços. O objetivo desses acordos de vontade era e continua a ser em grande medida o de atender às demandas internas da Administração Pública, que sempre necessitou da colaboração dos particulares para o fornecimento de bens e de serviços.
É possível aplicar normas de direito privado nos contratos administrativos, mas só quando não existirem normas de direito público versando sobre o assunto.
Aplicação subsidiária do direito privado, ou seja, não é aplicado por vontade do gestor. É residual.
Contratos administrativos: 
Para fins práticos, adotamos o conceito de contrato administrativo apresentado pela Lei nº 8.666/93 que, em seu art. 2º, parágrafo único, estabelece que “para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontade para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
Presença das cláusulas exorbitantes (arts. 58 e 65)
Os contratos administrativos têm como sua maior particularidade a presença constante da busca pela realização do interesse público. Isto faz com que as partes do contrato administrativo (Administração contratante e terceiro contratado) não sejam colocadas em situação de igualdade. O contrato somente vincula as partes se elas concordarem com a sua celebração.
Modificação unilateral;
Modificação qualitativa: de especificação, adequação técnica aos seus objetos. É possível ultrapassar o limite em algumas situações excepcionais.
Modificação quantitativa: aplicação expressa do limite de 25% do valor.
Possível a extinção do contrato mediante interesse público, não obstante a necessidade de haver ressarcimento.
Fiscalização: inexecução total ou parcial do contrato. A aplicação de sanções especificadas no edital do contrato: advertência, multa, suspensão temporária em participação de licitação e declaração de idoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública.
Contratos de direito privado aplicados pela Administração Pública:
São aqueles regidos pelo direito privado
Essa diferenciação, na prática, parece não existir.
Alterações contratuais
Podem ser unilaterais por parte da administração ou bilaterais (art. 65).
“Interferência imprevista” (Hely Lopes Meirelles) – causa justificadora da inexecução contratual. Quando uma causa superveniente pede que o contrato seja refeito, por ser demasiado oneroso. 
Um fato que não era conhecido, que só se tornou evidente durante a execução do contrato (ex.: descoberta de pedras gigantescas no fundo do lago Paranoá que teriam que ser explodidas para se construir uma ponte.
Obs.: muito do que se chama hoje de interferência imprevista é decorrência, na verdade, de um estudo básico mal feito (o que não se encaixaria no caso). 
Prerrogativas unilaterais da Administração Pública (art. 58)
Modificações unilaterais (art. 65)
Recisão unilateral (arts. 78 e 79)
Formalização (arts. 60 a 64)
Equilíbrio econômico-financeiro do contrato
Teoria da imprevisão
Fato superveniente imprevisível ou de consequências incalculáveis.
Não se observa o limite de 25% do valor
A Administração não pode alterar as cláusulas econômicas financeiras unilateralmente
Possibilidade de ser inserida cláusula de reajuste
Não modifica o objeto, tão somente o valor da contratação 
Fato do príncipe
Algo abstrato, genérico, que afeta o contrato
Não está diretamente relacionado ao contrato
Podem ser atribuídos a uma das partes do contrato
Fato da administração
Algo específico e relacionado ao contrato
Não pode ser punida a empresa contratada
Podem ser atribuídos a uma das partes do contrato
Caso fortuito e força maior
Força maior: evento único
Caso fortuito: humano
Interferências imprevistas
Acontecimentos anteriores que não se conheciam
Normalmente são falhas no projeto
Execução contratual
Acompanhamento: garantir que o contrato seja executado
Fiscalização: atestar que o contrato, ou parte dele, foi executado. Contrato de gerenciamento.
Normalmente, uma empresa diferente é contratada pela Administração para atestar a execução do contrato.
A Administração não é responsável por encargos sociais ou civis.
A Administração responde solidariamente a encargos previdenciários da execução contratual
A justiça do trabalho acrescenta responsabilidade a encargos trabalhistas
Ainda que não exista a obrigação por parte da Administração, ela é responsável
Entretanto, a responsabilidade sobre os encargos trabalhistas é subsidiária (de quem auxilia)
Observação: o contrato de direito privado se executa, enquanto o contrato de direito administrativo ocorre a execução provisória e execução definitiva.
É ônus do contratado provar a execução
Quando a Administração atesta qualitativamente e quantitativamente a execução provisória, a torna definitiva.
Extinção contratual
Recebimento: executado o objeto.
Decurso do prazo
Contrato não pode ter vigência superior ao crédito orçamentário
Formalização do contrato
A regra é que o contrato verbal não se aceita, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento
Se não é obrigatória a tomada de preços, é preciso formalizar, mas não é necessário o instrumento do contrato, somente algo escrito (geralmente, a nota de empenho)
Fiscalização: atestar que o contrato, ou parte dele, foi executado. Contrato de gerenciamento.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Âmbito de aplicação
É o dever de ressarcir dano ou prejuízo causado
Responsabilidade civil do Estado não é regida pelo direito civil, mas pelos direitos constitucional e administrativo (art. 37, § 6)
Evolução
O poder do reino é dividido, Deus pode ser responsabilizado? Irresponsabilidade civil do Estadopor ato de império
Teoria subjetiva: o Estado deve ser condenado quando provada a culpa de algum agente público
Teoria objetiva (adotada no Brasil): responsabilidade fundada no risco e não na culpa. 
Alguém precisa assumir o risco e é o Estado quem presta o serviço público.
Risco que o Estado assume ao prestar serviço público (pessoas jurídicas de direito público ou privado prestadoras de serviços públicos)
Riscos
Risco administrativo
É a regra
Admite as excludentes da responsabilidade civil do Estado (exemplo: culpa exclusiva da vítima. Culpa concorrente da vítima apenas atenua. Caso fortuito, evento humano; e força maior, evento da natureza)
Precisam ser licitados.
Risco integral
Exceção
Essa é uma teoria que diz que o Estado responde independentemente de qualquer coisa. Não admite excludentes para a responsabilidade do Estado
Dentro da teoria objetiva, o Brasil adota a teoria do risco integral em uma hipótese (art. 21, XXIII, d, CF)
Casos de danos nucleares e acidentes ferroviários
Direito brasileiro (art. 37, §6º, CF)
Direito de regresso
Não cabe ao particular demandar inicialmente contra o agente, ele deve demandar contra o poder público (policial inocentado, por exemplo)
O poder público pode demandar posteriormente do agente (direito de regresso)
A responsabilidade do agente é regressiva nas hipóteses de dolo ou culpa (subjetiva)
Instrumentos processuais para o direito de regresso
Como é feita denúncia à lide do agente, é matéria de direito processual civil, então cabe ao STJ decidir.
Juízes de primeiro grau admitem amplamente a denunciação
De acordo com o STF, não é cabível denunciação à lide, pois isso significaria discutir culpa e atrasaria o processo para o particular prejudicado. Nesse caso, cabe ação regressiva. O poder público pode demandar do agente entrando com uma ação regressiva (entra com o regresso depois, como uma espécie de crédito com o agente).
O valor cobrado em indenização tem que ser o mesmo para o agente e para o Estado
A ação regressiva é imprescritível.
Requisitos à responsabilização do Estado
Existência de dano
Existência de nexo de causalidade entre o dano e a conduta da pessoa jurídico de direito público ou privado prestadora de serviço público.
Oficialidade da conduta causal: o poder público deve ter conhecimento da conduta danosa e condições de impedir seu acontecimento. Por exemplo, um policial que matou fora do expediente.
Nesse caso, fica valendo que só é caracterizada a oficialidade da conduta do agente nos casos em que ele estiver no exercício das funções públicas; ainda que não esteja no exercício das funções públicas, proceda como se estivesse a exercê-la, ou; quando o agente tenha-se valido da qualidade de agente público para agir
A simples circunstância de ser servidor ou agente de fato ou de direito não basta para justificar a responsabilidade civil do estado, sendo necessário que o evento causador do dano mantenha relação com a função pública exercida pelo agente.
Omissão e responsabilidade civil do Estado
A força maior na omissão não funciona como excludente, se o Estado tivesse agido, o dano seria evitado.
Se o Estado provar que não deveria agir ou agiu nas possibilidades existentes, afasta-se sua responsabilidade
Polêmica conceitual: Celso Antônio Bandeira de Melo defende que na omissão a responsabilidade civil do Estado é subjetiva. O STF não se decidiu. Hely Lopes Meirelles diz que é objetiva (a Constituição não distingue entre ação e omissão)
Teoria da reserva do possível: considera a questão financeira e concreta na prestação de serviços públicos, pois os recursos são limitados e devem ser razoavelmente aplicados
Exemplo: Polícia Militar do Rio de Janeiro.
O Estado tem o dever de prestar serviços de segurança pública. Se alguém é assaltado, poder-se-ia, independentemente de qualquer outra circunstância, questionar a responsabilidade do poder público que deixou de cumprir sua obrigação de prestar serviços?
Depende, uma vez que a efetivação de direito de segunda geração, que se relacionam aos direitos sociais, econômicos e culturais requer esforço material. Se existem limitações de ordem orçamentária, é possível questionar o nexo de causalidade.
Entretanto, se essa limitação de ordem orçamentária decorre de opções “discricionárias” do poder público, não se mostra razoável afastar ou atenuar o dever do Estado.
Responsabilidade civil do Estado e concessionárias de serviços públicos
De acordo com o STF (entendimento inicial), as prestadoras de serviços públicos de direito privado são objetivamente responsáveis perante os usuários e subjetivamente perante terceiros (exemplo: um ônibus sofre um acidente e causa danos para os passageiros, usuários, e para algum pedestre, terceiro não-usuário)
Para Celso Antônio, em ambos os casos a responsabilidade é objetiva 
Para o STF, o entendimento atual é de que em ambos os casos a responsabilidade é objetiva
O professor acha necessário definir limites para o terceiro não usuário.
Responsabilidade civil do Estado por atos legislativos
O Estado responde quando:
A lei é declarada inconstitucional ou em controle concentrado ou difuso e há prejuízo
É lei de efeito concreto (aquela cujos destinatários são certos, em que simples exame de texto normativo torna possível identificar, de forma precisa, o grupo de pessoas por ela alcançado) 
Em qualquer hipótese de responsabilidade do Estado por ato legislativo, não tem sido admitida ação regressiva contra os agentes públicos responsáveis pela edição da lei inconstitucional ou de efeito concreto.
O professor defende que a omissão legislativa somente justifica a responsabilização do Estado se o direito já se encontra completo, cabendo a ela tão somente definir as condições ou a forma de exercício.
Somente em situações excepcionalíssimas deve ser admitida a responsabilização do Estado em razão da omissão do legislador.
Responsabilidade civil do Estado por atos judiciais
O Estado só responde nas hipóteses expressamente previstas em lei
Isso se dá porque a indenização por dano decorrente de decisão judicial infringiria a regra da imutabilidade da coisa julgada, porque implicaria o reconhecimento de que a decisão foi proferida com violação da lei
Não cabe responsabilidade civil do Estado por prisão provisória, mesmo que o acusado tenha sido inocentado, pois o Estado só responde dentro das hipóteses contempladas pela Constituição
Só há direito de regresso em caso de dolo. Um juiz que condena alguém sabendo que a pessoa é inocente, por exemplo.
PROCESSO ADMINISTRATIVO
Processos administrativos
Processo judicial e processo administrativo
Como a lei ou a sentença decorrem de processos (legislativo e judicial, respectivamente), a prática de certo ato administrativo se deve necessariamente à existência de atos anteriores que irão compor o processo administrativo.
O processo pode ser conceituado como o encadeamento de atos tendentes a determinado resultado. Assim sendo, o processo judicial deve ser entendido como o encadeamento de atos tendentes à produção do ato que porá fim à lide, no caso, a sentença. O processo administrativo, a seu turno, está voltado à produção dos atos administrativos.
Nosso sistema jurídico segue a regra da unicidade de jurisdição. De acordo com essa regra, nenhuma matéria pode deixar de ser levada à apreciação judicial. Esta regra possibilita que todas as decisões administrativas possam ser questionadas perante o Poder Judiciário — e assim deve ser como imperativo do princípio democrático.
O fato de a Administração Pública atuar, em alguns processos, como parte interessada e como “juiz” igualmente não afeta a existência do processo administrativo.
Processo e procedimento
O procedimento diz respeito ao rito a que se submetem os atos administrativos
Processo e forma do ato
A forma do ato corresponde à exteriorização do ato, à indicação de como ele deve manifestar-se.
A forma do ato indica como ele deve ser exteriorizado, se deve ser produzido por escritopor meio de escritura pública, se deve ser praticado por escrito por meio de escritura particular, etc.
Categorias de processos administrativos
Processos internos: se desenvolvem dentro das unidades administrativas e que não afetam pessoas estranhas à Administração Pública. Exemplo: pedido formulado por servidor público para a incorporação de determinada vantagem é exemplo de processo interno.
Processos Externos: afetam pessoas estranhas às estruturas administrativas das unidades responsáveis pela sua condução. Exemplo: licitações e concursos públicos 
Processos instaurados de ofício: a Administração Pública inicia o processo. Exemplo: processo administrativo disciplinar
Processos por provocação do interessado: a Administração é inerte até a provocação. Exemplo: pedido para a Administração Pública expedir alvará de construção.
Processos ampliativos e processos restritivos de direito (necessidade de sujeição do procedimento a maiores ou menores rigores formais)
Processos restritivos: o formalismo se vincula à necessidade de observância do princípio do devido processo legal e de seus consectários, contraditório e ampla defesa
Processos ampliativos
Concorrenciais: observam maior rigor formal em razão da necessidade de observância do princípio da impessoalidade e da competição.
Não-concorrenciais: não observam rigor formal como os outros.
Princípios do processo administrativo
Oficialidade: dever da autoridade competente de instaurar os devidos processos disciplinares e de tomada de contas especiais. Nestas hipóteses, além de impulsionar, a mencionada autoridade tem o dever de instaurar de ofício o processo, sob pena de responsabilidade (não são todos os casos em que a Administração pode agir de ofício) 
Gratuidade: a lei nº 9.784/99, art. 2º, parágrafo único, XI, expressamente proíbe a “cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei”.
Ampla defesa e contraditório: como consectários do princípio maior do devido processo legal, em todos os processos restritivos de direito, o contraditório e a ampla defesa devem ser obrigatoriamente assegurados.
Recorribilidade das decisões administrativas: as regras básicas relacionadas à possibilidade de que aos interessados seja assegurado o direito de recorrer das decisões administrativas que lhes sejam contrárias se encontram disciplinadas na Lei nº 9.784/99, que, em seu art. 56, dispõe que “das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito”.
Economia processual: a lei nº 8.443/92, que institui a Lei orgânica do TCU, contém dispositivo que representa, de modo inequívoco, o princípio da economia processual. Dispõe o art. 93 da mencionada lei que “a título de racionalização administrativa e economia processual, e com o objetivo de evitar que o custo da cobrança seja superior ao valor do ressarcimento, o tribunal poderá determinar, desde logo, o arquivamento do processo, sem cancelamento do débito, a cujo pagamento continuará obrigado o devedor, para que lhe possa ser dada quitação”.
Formalismo moderado: no momento em que se dá ao processo, ou às formalidades processuais, importância maior que ao fim buscado pelo Estado, perde-se a racionalidade do processo e o resultado é a ineficiência estatal.
Verdade material: é de se esperar que a denominada verdade formal esteja em perfeita harmonia com a verdade material. Caso se constate eventual descompasso entre uma e outra, no entanto, os responsáveis pela condução do processo administrativo devem decidir com base na verdade material.
Publicidade: “as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública”.
Motivação: não mais se admite decisões sem a expressa indicação das razões de direito e de fato utilizadas para a formação da convicção do gestor público. A observância do princípio da motivação ao processo administrativo se encontra disciplinada pelo art. 50 da Lei nº 9.784/99.
Lealdade e boa-fé
Processo da lei nº 9.784/99
Processo administrativo previsto na lei nº 9.784/99 e outros processos administrativos
Vê-se que não há um único processo administrativo e, em inúmeras situações, para um único processo, a lei admite diferentes procedimentos, como o que ocorre com a licitação, em que cada modalidade constitui procedimento distinto.
Com a pretensão de estabelecer, ao menos no âmbito da Administração Pública federal, regras a serem observadas na condução de outras modalidades processuais para as quais não existisse legislação específica, foi aprovada a Lei nº 9.784/99. Caso exista legislação específica, os processos por ela disciplinados observarão aos critérios da Lei nº 9.784/99 somente em caráter supletivo. Esta regra se encontra prevista na própria Lei nº 9.784/99, que, em seu art. 69, expressamente prevê que “os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei”.
Âmbito de aplicação da lei nº 9.784/99
O art. 1º da Lei do Processo Administrativo dispõe que as regras nela previstas são aplicáveis “no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração”. Estabelece ainda o §1º deste mesmo artigo que “os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da união, quando no desempenho de função administrativa”
Não obstante a lei defina que seu objetivo é disciplinar o processo administrativo no âmbito da Administração Pública federal, ela vai muito mais além. Na Lei do Processo Administrativo são definidas regras aplicáveis a praticamente todas as atividades administrativas, e não necessariamente relacionadas ao processo administrativo. Regras básicas relacionadas à anulação, revogação e convalidação dos atos administrativos, por exemplo, que não mantêm pertinência direta com o processo administrativo, estão previstas na mencionada Lei nº 9.784/99.
Direito e deveres dos administrados
A Lei nº 9.784/99 adota o princípio da oficialidade, segundo o qual cumpre à Administração Pública impulsionar o processo. Não obstante a regra da oficialidade, a lei determina que o impulso oficial deve ocorrer “sem prejuízo da atuação dos interessados”. Desse modo, não obstante a condução do processo seja atribuição da Administração, a lei fixa regras que conferem encargos (deveres) e direitos aos administrados.
Instauração e condução do processo
Nos termos do art. 5º, o processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado. 
Caso a instauração do processo decorra de provocação do interessado, esta deverá ser formulada por escrito, salvo casos em que for admitida solicitação oral.

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