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QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO – UM MODELO PARA DIAGNÓSTICO, AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE MELHORIAS BASEADO NO DESDOBRAMENTO DA FUNÇÃO QUALIDADE Rozane Alves, M.sc. Professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE Cascavel -PR, Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina Osmar Possamai, Dr. Professor Doutor Titular da Universidade Federal de Santa Catarina – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção - Florianópolis -SC Abstract This abstract refers to the development of a model capable in evaluating and planning action improvement in the quality life at work. The model has as the characteristic the fact of being wide-ranging, because it starts with the diagnosis of organization and only then goes to specific aspects related to the Quality Life at Work as the survey of the work necessities, the preference necessities, the team formation, the ideas output to attend the necessities and the utilization of the matrix connection of the Implication of the Quality Function to stablish connections between people’s necessities with the organizational elements which will supply the priorities for the elaboration of the action plan. The model was applied to a small confection company in Cascavel City, Paraná State. Keywords: model, quality, improvement. 1- INTRODUÇÃO As organizações, com suas características, impõem condições de trabalho aos seus funcionários, possuem um estilo gerencial predominante, adotam um modelo de gestão, com base em seus valores, que refletem em suas políticas, influenciando no desempenho e condições de trabalho dos funcionários. Através de um diagnóstico, pode-se descobrir quais as características que predominam na organização, para posteriormente verificar como essas características interferem na vida e no trabalho das pessoas e então poder planejar ações de melhorias e implantá-las por ordem de prioridade. Os investimentos em melhorias na Qualidade de Vida no Trabalho, quando não são diagnosticados os problemas e planejadas as mudanças, podem representar para as empresas um custo, sem os benefícios que são esperados com a implantação de um programa deste. Portanto, este estudo teve como objetivo geral desenvolver um modelo para avaliação e planejamento de ações de melhoria na Qualidade de Vida no Trabalho baseado na metodologia do Desdobramento da Função Qualidade. Como objetivos específicos apresentam-se: determinar os fatores organizacionais e pessoais que se vinculam a QVT; estabelecer as características principais da organização que podem influenciar na QVT; estabelecer correlações entre elementos organizacionais e pessoais no contexto da QVT. 2 – REFERENCIAL TEÓRICO A divisão do trabalho, provocada pela revolução industrial e sua preocupação excessiva com as partes e com a eficiência estimulou ambientes competitivos e não cooperativos, de acordo com DE MASI (1999), os trabalhadores autônomos foram transformados em camponeses subempregados e dependentes, submetidos a uma disciplina paramilitar, sob a supervisão de chefes hostis e ritmo estressante de trabalho em longas jornadas. Com a industrialização e sua preocupação excessiva com a eficiência ocorreu a desumanização do trabalho. Para FROMM (1975), a tecnologia é utilizada para controlar o comportamento dos trabalhadores tornando-os dóceis e controláveis, porém, este controle excessivo faz com que eles se sintam incapazes, ansiosos e frustrados levando-os à indiferença ou à hostilidade. Com a utilização em massa das máquinas, o trabalho passou a ser relacionado com palavras como alienação, exploração e estresse. A alienação acontece nas relações de trabalho da sociedade moderna e para CODO (1985:8) “ o homem alienado é um homem desprovido de si mesmo”. O saber operário lhes foi tirado com a divisão entre trabalho manual e intelectual afirmam CODO, SAMPAIO e HITOMI (1993). O trabalho passa a ser de acordo com CODO (1985), fonte de exploração de um homem pelo outro. Na produção artesanal, DE MASI (1999) lembra que o trabalho era realizado em casa, onde emoção e afetividade, produção e reprodução, homem e mulher conviviam no mesmo espaço. Os ambientes de trabalho tornaram-se altamente masculinizados, frios e racionais. Para MOSCOVICI (1999:10) “A produtividade é concebida em termos quantitativos do fazer, e não do ser”. A valorização do fazer leva o homem a perder sua identidade aumentando sua ansiedade. O ser expressa-se nas atividades espontâneas, nas emoções e nos sentimentos que fluem naturalmente. A mecanização do trabalho excluiu o ser deste ambiente. Estressado pelas exigências do trabalho, sente-se vazio por não conhecer sua individualidade e suas necessidades. Contrapondo-se a esses valores que predominaram até hoje, surgem valores como o estético, a subjetividade, a flexibilidade, o atendimento das necessidades individuais, preocupação com a ética nos negócios, a emoção e a criatividade no trabalho para resolver problemas complexos. A busca do equilíbrio entre o ter e o ser, para DE MASI (1999) é um sinal dos valores femininos que estão surgindo nas organizações, promovendo uma maior preocupação com a Qualidade de Vida, compreendendo que os valores tradicionais não são mais suficientes para atender as demandas do público interno e externo da organização. A busca de significado para a vida e para o trabalho, deve considerar o estabelecimento de princípios e o viver e decidir de acordo com estes princípios. De acordo com BENDALY (1998:199) “Além de sentir que o trabalho tem um significado para elas, as pessoas querem acreditar que estão contribuindo para uma organização que funciona de acordo com princípios de que possam se orgulhar” A concepção de trabalho na era pós industrial não é a mesma da era industrial. Cresce a preocupação e busca da realização pessoal no trabalho, de saúde, do equilíbrio entre tempo dedicado ao trabalho e à família e uma valorização das relações sociais entendendo que o tempo livre também é produtivo, porque nele se pode criar. 2.1 - ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DEJOURS (1994) considera como organização do trabalho, a divisão do trabalho que é a divisão das tarefas, a repartição , a cadência , o modo operatório prescrito e a divisão dos homens constituída pela divisão das responsabilidades, hierarquia, comando e controle Atuando em nível de funcionamento psíquico, o sentido e o interesse do sujeito podem ou não ser estimulados em função do modo como o trabalho é organizado. Já a divisão dos homens estabelece relações entre as pessoas e desperta sentimentos como amor e ódio, amizade, solidariedade e confiança. Por condições de trabalho, entenda-se as pressões físicas, mecânicas, químicas e biológicas no posto de trabalho, tendo como preocupação o corpo, onde estas pressões podem ocasionar desgaste, envelhecimento e doenças. Segundo DEJOURS (1994:24) não se pode ignorar que “o organismo do trabalhador não é um motor humano, na medida em que é permanentemente objeto de excitações, não somente exógenas, mas também endógenas; o trabalhador não chega ao seu local de trabalho como uma máquina nova. Ele possui uma história pessoal que se concretiza por uma certa qualidade de suas aspirações, de seus desejos, de suas motivações, de suas necessidades psicológicas, que integram sua história passada. Isso confere a cada indivíduo características únicas e pessoais; o trabalhador em razão de sua história dispõe de vias de descarga preferenciais que não são as mesmas para todos e que participam na formação daquilo que denominamos estrutura da personalidade”. Para WISNER (1994), existem três fontes que são as causas dos males na saúde do trabalhador. A primeira é o desconhecimento de aspectos relativos à força de trabalhoe inadequação dos métodos de trabalho à essa nova força de trabalho, aspectos como sexo, idade, raça, estado de saúde, grau de instrução são importantes. A segunda fonte é a preocupação excessiva com o alcance das metas de produção programadas que forçam os trabalhadores a ritmos desgastantes de produção. E a terceira fonte é o desconhecimento dos engenheiros e desenhistas em relação às características e necessidades fisiológicas e psicológicas a respeito do homem. Toda a atividade, inclusive o trabalho, segundo WISNER (1994) possuem pelo menos três aspectos, o físico, o cognitivo e o psíquico, podendo cada um deles gerar uma sobrecarga. 2.2 - AS ORGANIZAÇÕES E SUAS CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES O estudo das organizações considera que elas possuem modelos de gestão baseados em linhas de pensamentos de organizações vistas como um sistema aberto ou organizações vistas como máquinas, de acordo com MORGAN (1996), estes enfoques influenciarão seus estilos de liderança, seus valores predominantes. Atribuindo ao atendimento das necessidades humanas uma importância. As suas características predominantes tendem a influenciar a organização do trabalho e a valorização do homem. Os reflexos destas características estarão nas políticas de gestão de pessoal, e poderão ser percebidas na Qualidade de Vida na organização. As teorias até então construídas para gerir as organizações tinham como objetivo reduzir as incertezas e não de aceitá-las. O determinismo, a simplicidade e a objetividade que cercaram a ciência são trocados pela incerteza, complexidade e a subjetividade nos dias atuais. Toda a simplicidade do mundo mecânico, sucumbe à idéia que começa a prevalecer na ciência. A idéia de que nada mais pode ser considerado como entidades isoladas, mas que o universo é constituído por correlações e interconexões, CREMA (1989). Diante desta nova concepção de ciência e de mundo, as organizações passam a ser compreendidas como sistemas abertos, em função dos ambientes instáveis, possuem padrões de interação e conectividade, reconhecem a existência de contradições e de conflitos, utilizando-os para aprendizado e inovação, apresentam um alto grau de diferenciação e de integração. Para BOOG (1994), o paradigma denominado mecanicista é decadente, mais ainda é dominante, o novo paradigma denominado de holístico surgiu no início do século XX e vem crescendo pouco a pouco abrangendo todas as áreas da atuação humana. O paradigma holístico pressupõe que a empresa é um sistema dinâmico e orgânico, estruturada em unidades de negócios, onde a abertura e a franqueza prevalecem, onde a participação e a transparência dos objetivos e metas a serem alcançados é amplamente divulgada, a comunicação é em todos os sentidos e o estilo gerencial é descentralizado e participativo. Ao contrário do que ocorre nas organizações onde o paradigma mecanicista prevalece estimulando a competição, não existe delegação porque presume-se que com ela se perde poder, nos conflitos vencem os mais fortes. Assim, de acordo com este novo paradigma, compreende-se as organizações de forma diferente da visão mecanicista, e sendo elas como sistemas auto organizáveis, acredita-se que no seu interior estão os recursos e o potencial necessários para sua evolução. 3- MODELO PROPOSTO O modelo idealizado parte de um diagnóstico da empresa onde procura-se identificar suas características, nesta fase realiza-se entrevistas com os proprietários, gerentes e funcionários para conhecê-los, entender os valores que prevalecem na empresa, o estilo gerencial, as políticas relativas ao pessoal e alguns indicadores como de clima, rotatividade e faltas no trabalho. Na segunda fase acontece o levantamento e a priorização das necessidades dos funcionários, pode-se utilizar para realizar este levantamento uma entrevista estruturada, as necessidades serão priorizadas para que nas fases seguintes a equipe possa utilizá-las. A terceira fase consiste em formar a equipe que trabalhará junto nas fases seguintes, esta pode ser composta por cinco ou seis pessoas de áreas diferentes da empresa e terão como principal objetivo a geração de idéias para atender as necessidades dos funcionários, a equipe poderá utilizar o brainstorming para gerar as soluções. Na quarta fase o moderador e a equipe definirão os processos, métodos ou pessoas que contribuirão para atender as necessidades. Na quinta fase é construída a matriz de correlação entre as necessidades e os procedimentos gerados e finalmente na sexta fase elabora-se o plano de ação que conterá as metas e um cronograma para auxiliar na implantação dos métodos ou processos que auxiliarão na melhoria da Qualidade de Vida dos funcionários no trabalho. 4- APLICAÇÃO DO MODELO O modelo foi aplicado nas seguintes Fases: - FASE DO DIAGNÓSTICO A aplicação do modelo foi realizada em uma pequena fábrica de roupas em Cascavel/PR. A empresa possuía nove funcionárias na área de produção, uma gerente de produção e dois sócios proprietários. Dentre as caraterísticas encontradas houve um misto de características mecânicas e orgânicas. Das características predominantemente mecanicistas encontrou-se a centralização nas decisões principalmente naquelas relativas ao planejamento demonstrando que os funcionários não são pagos para pensar, mas para executar as ordens, a unidade de comando e de direção, a hierarquia clara e definida, uma visão paternalista dos funcionários não permitindo que os mesmos atinjam a maturidade e se tornem autônomos, mas dependentes de seus superiores. Observou-se uma clara divisão nas atividades da produção, com cargos bem definidos e pessoas trabalhando em seus postos com tarefas bem segmentadas. As decisões relativas ao lucro da empresa são consideradas como responsabilidade única e exclusiva dos proprietários, nem mesmo a gerente quis falar sobre o assunto. Em relação às características orgânicas da empresa pode–se perceber que existe uma boa abertura para expor problemas e uma livre comunicação independentemente do cargo ocupado, o incentivo ao diálogo e à confiança foram citados como sendo algo freqüente na empresa. Os proprietários afirmam que o sucesso da empresa é baseado na sua capacidade de aprender. E afirmam que a empresa existe para crescer e se desenvolver, para ter vida longa, que a qualidade dos produtos é essencial, que estar atento aos acontecimentos externos, ser competitiva e ter o foco no consumidor é importante. Quanto ao estilo gerencial, o predominante foi o democrático, a gerente possui um bom relacionamento com as funcionárias, comunicando metas, ajudando quando elas necessitam e não impondo suas opiniões. Não existem políticas definidas de treinamento e desenvolvimento, de avaliação de desempenho, de remuneração. Os proprietários afirmaram, porém que no ambiente de trabalho e no relacionamento entre as funcionárias é comum encontrar inveja, fofoca, desconfiança, competição e ciúmes. Em relação a pesquisa das características das funcionárias encontrou-se algumas informações importantes para a fase seguinte de levantamento e priorização das necessidades. - FASE DO LEVANTAMENTO E PRIORIZAÇÃO DAS NECESSIDADES Nesta fase elaborou-se uma entrevista estruturada dividida em cinco fatores, remuneração, relacionamento com a gerente, trabalho em si, ambiente físico de trabalho e relacionamento com as colegas. E verificou-se que os fatores priorizados que contribuiriam para a melhoria na QVT seriam: Em remuneração que incluía salários e benefícios encontrou-se, melhorias no salário, plano de saúde, bolsas de estudos e prêmios por produção, projeto escola. Em relação ao segundo fator pesquisado relacionamento com a chefia ou supervisão não houve nenhum item priorizado. O fator trabalho em si apresentou o seguinte resultado: possibilidadede promoção, possibilidade de crescimento e variedade da tarefa. No quarto fator pesquisado – ambiente físico do trabalho o resultado observou-se a necessidade de treinamento para exercer a função. No quinto fator pesquisado – relacionamento com os colegas não foram selecionados nenhum item. - A FORMAÇÃO DA EQUIPE A equipe foi formada por quatro pessoas que trabalharam na geração das idéias para solucionar os problemas definidos e priorizados na fase anterior. A equipe se reuniu duas vezes com o objetivo de encontrar soluções para resolver os problemas. - DEFINIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS As idéias que foram anteriormente geradas passaram por uma seleção para serem utilizadas na fase seguinte. Nesta fase percebeu-se que algumas das idéias geradas contribuíam para mais de uma necessidade. De acordo com o trabalho da equipe os procedimentos definidos foram: NECESSIDADES SUGESTÕES Melhorias nos salários plano de cargos e salários, um sistema de remuneração por habilidades, aumentos gradativos de salários; Plano de saúde plano de saúde com custos divididos; Bolsas de estudos para as funcionárias ajuda de custo 50% ; Projeto escola convênio com escola; Possibilidades de promoção Instrumento formal de avaliação por metas de produção; Prêmios por produção Melhoria nos índices de premiação Treinamento para exercer a função cursos de atualização na empresa; treinamento inicial; calendário de cursos; Possibilidade de crescimento cursos de treinamento; Variedade da tarefa Rodízio em diferentes máquinas - ELABORAÇÃO DA MATRIZ DE RELAÇÃO Na fase da construção da matriz de relação entre as necessidades e os procedimentos, o moderador iniciou a reunião já com a lista dos procedimentos selecionados e com a matriz construída, esta reunião teve duração de uma hora. Coube a equipe responder as seguintes perguntas para cada necessidade: pode este procedimento atender a esta necessidade? Se sim, qual a relação existente entre eles? Assim o moderador repetia a pergunta para a necessidade seguinte até chegar na última necessidade que era a variedade da tarefa, anotando sempre as relações existentes entre as variáveis. Depois de julgadas todas as relações existentes, a reunião acabou e o moderador continuou o trabalho calculando os escores absolutos e relativo de cada procedimento que auxiliariam na fase seguinte de elaboração do plano de ação. A matriz de relação pode ser vista na tabela 1 a seguir. Tabela 1 - Matriz de relação entre as necessidades e os procedimentos Necessidades levantadas PR O C ED IM EN TO G ra u de im po rtâ nc ia pl an o de c ar go s e sa lá rio s Si st em a de r em un er aç ão po r h ab ilid ad es M el ho ria s no s sa lá rio s Si st em a de a va lia çã o de de se m pe nh o Pr om oç õe s po r t em po Co nv ên io co m em pr es a se gu ra do ra Aj ud a de cu st o pa ra re al iz ar c ur so s C on vê ni o co m e sc ol a de su pl et iv o Es ca la gr ad at iv a do s Ín di ce s de p re m ia çã o cu rs os d e at ua liz aç ão n a em pr es a R od íz io d as fu nc io ná ria s Melhorias nos salários 3,71 @ @ @ @ @ # # # @ # @ Plano de saúde 3,57 # # @ Bolsas de estudos 3,14 @ @ # Projeto escola 3,0 @ @ Promoções 3,71 @ @ @ # * @ @ @ Prêmios por produção 3,14 @ @ @ @ * Treinamento para a função 3,14 * @ @ * @ @ @ Possibilidades de crescimento 3,14 @ @ @ @ @ * @ @ Variedade de tarefas 3,0 * @ * @ @ Escore absoluto 149 154 33 152 79 36 109 121 71 111 150 Escore relativo 4º 1º 11º 2º 8º 10º 7 5º 9º 6º 3º Legenda das relações: @ forte, * média, # fraca - PLANO DE AÇÃO O plano de ação auxilia na condução das ações a serem desencadeadas provenientes do levantamento das necessidades na fase dois. Possibilita ainda um acompanhamento das ações a fim de que não caiam no esquecimento e deixem de ser realizadas. O plano foi feito a partir da matriz de relação com algumas adequações. Quadro 2 – Plano de ação PROCEDI- MENTO ESCO- RE RE- LATI- VO META QUANTIFICADA CRONOGRAMA Sistema de remuneração por 1º Implantar um plano para pessoal da produção em um ano Primeira fase em julho de 2001, segunda fase habilidades em janeiro de 2002 Sistema de avaliação de desempenho 2º Criar instrumentos que sejam compatíveis com o novo sistema de remuneração e divulgar a nova forma de avaliação Deverá estar pronta em janeiro de 2002 Rodízio das funcionárias 3º Iniciar o treinamento para o rodízio de todas as funcionárias da produção em janeiro de 2001 Início em janeiro de 2001 Convênio com escola de supletivo 4º Formar todas as funcionárias que ainda não concluíram o ensino fundamental Início em janeiro de 2001 Cursos de atualização na empresa 5º Verificar quais as necessidades de cursos e iniciar uma programação com pelo menos um curso por mês na empresa para todas as funcionárias Início em janeiro de 2001 Ajuda de custo para realizar cursos 6º Elaborar uma tabela de ajuda de custo de acordo com os interesses da empresa em áreas específicas, e uma programação dos cursos que serão oferecidos pelas diversas instituições e suas respectivas datas Fazer a programação para o ano de 2001 até início de fevereiro Escala gradativa nos índices de premiação 7º Elaborar uma escala gradativa dos índices dos prêmios considerando o sistema de remuneração Até janeiro de 2002 Convênio com empresa seguradora para plano de saúde 8º Procurar uma empresa seguradora e escolher um plano que seja adequado às necessidades das funcionárias e da empresa, verificar com todas as fornecedoras de plano de saúde em dois meses Cotação em 1 mês e contrato e divulgação do plano em 1mês, a partir de fevereiro de 2001. 5 - CONCLUSÃO A sobrevivência e desenvolvimento das empresas depende de como elas farão a gestão de seu pessoal, ao mesmo tempo de sua capacidade de aprender enquanto organismo vivo. A idéia de exploração que pairava e de divisão entre capital e trabalho comprometeu a Qualidade de Vida dos Trabalhadores e, em muitas ocasiões, fez com que as pessoas atribuíssem a ele um significado de sofrimento e dor. Entretanto, o trabalho pode ter um significado diferente deste, contribuindo para o desenvolvimento, crescimento e satisfação dos trabalhadores e para sua dignidade enquanto cidadão. É também através do trabalho que ele terá experiências que realmente façam com que se sinta ser humano e não ser irracional. As mudanças na organização do trabalho possibilitando a ele liberdade para organizar seu próprio modo de fazer e dando a ele a chance de planejar, organizar e tomar decisões sobre as tarefas que normalmente faz. O homem é um ser que possui necessidades e estas devem ser reconhecidas e respeitadas na organização do trabalho. Para a empresa, o resultado esperado é uma melhoria nos índices de rotatividade e absenteísmo, com redução dos custos, e envolvimento dos empregados no alcance das metas garantindo a participação. A humanização do trabalho, representada pela melhoria nas relações entre chefias e subordinados através da preparação das chefias que, muitas vezes, não possuem equilíbrio emocional e não foram ensinados à liderar pessoas. Pelas relações harmoniosas entreindivíduos e organização e valorizando a melhoria das relações interpessoais com comunicação fluente, cooperação, participação nas decisões e nos lucros. Como ponto forte deste modelo pode-se verificar o fato dele ser abrangente, iniciando por um diagnóstico das características da organização que busca conhecer os valores que prevalecem na organização. Por ter sido baseado na metodologia da QFD é fácil de visualizar as relações existentes entre as necessidades e os procedimentos, priorizando ações que as organizações deverão investir para melhorar a QVT de seus funcionários, além de facilitar a confecção do plano de ação. Como ponto fraco, o modelo deixou a desejar justamente na parte relativa aos custos e correlação dos procedimentos, que contribuiriam para analisar o assunto de forma mais ampla e sinérgica. 6- REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENDALY, Leslie. Organização 2000: novos caminhos para empresas e equipes em uma economia globalizada. São Paulo: Futura, 1998. BOOG, Gustavo G. Os novos paradigmas do mundo dos negócios. In BOOG, Gustavo G. ( organizador). Manual de treinamento e desenvolvimento ABTD. São Paulo : MAKRON Books, 1994. CODO, Wanderley. O que é alienação. São Paulo : Brasiliense, 1ªed. 1985. CODO, Wanderley; SAMPAIO, José Jackson Coelho e HITOMI Alberto H. Indivíduo trabalho e sofrimento Uma abordagem interdisciplinar. Petrópolis:Vozes,1993 CREMA, Roberto. Introdução à visão holística: breve relato de viagem do velho ao novo paradigma. São Paulo : Summus, 1989. DE MASI, Domenico. O futuro do trabalho, fadiga e ócio na sociedade industrial. Rio de Janeiro : José Olímpio; Distrito Federal : UNB, 1999 DEJOURS, Christophe; ABDOUCHELI, Elisabeth; JAYET, Christian. Psicodinâmica do trabalho, contribuições da escola Dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento e trabalho. São Paulo : Atlas, 1994 FROMM, Erich. A revolução da esperança, por uma tecnologia humanizada. RJ : Zahar, 1975 MORGAN, Garret. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 1996. MOSCOVICI, Fela. Renascença organizacional, a revalorização do homem frente à tecnologia para o sucesso da nova empresa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1999 WISNER, Alain. A inteligência no trabalho: textos selecionados de ergonomia. São Paulo: Fundacentro, 1994.
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