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AÇÃO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS NO NOVO CPC

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CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE PALMAS
Direito Processual Civil V
Professor: Geraldo Cabral
Acadêmico: Eduardo Dantas Torres 
Turma:
AÇÃO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS NO NOVO CPC
 O presente estudo tem a finalidade de apresentar um breve resumo sobre a ação de restauração de autos, analisando brevemente os artigos que a regulamentam. 
 É uma ação com procedimento regulado pelos arts. 712 a 718 do Novo CPC tem como objetivo a restauração dos autos - físicos ou eletrônicos - que por algum motivo tenham desaparecido.
 Existem vários motivos que levam ao desaparecimento dos autos, por exemplo: fenômenos naturais, tais como alagamentos e incêndios, ou atos humanos que deteriorem os autos, como a perda desmotivada dos autos em arquivos desorganizados, o desvio e/ou destruição dolosa, podendo ser tanto em processos físicos como eletrônicos. 
 Preceitua o art. 712, caput, do Novo CPC que qualquer das partes do processo que era representado documentalmente pelos autos desaparecidos poderão ingressar com ação de restauração de autos, bem como o Ministério Público que possui legitimidade ativa. Excepcionalmente, o terceiro juridicamente interessado, também terá legitimidade ativa para ingressar.
 Salvo na excepcional hipótese de o procedimento ser instaurado de ofício pelo juiz, o autor da ação de restauração de autos deverá apresentar a petição inicial nos termos dos arts. 319 e 320 do Novo CPC.
 O autor deverá instruir sua petição inicial com os seguintes documentos: certidões de atos constantes do protocolo de audiências do cartório onde haja corrido o processo; cópia das peças que tenha em seu poder; qualquer outro documento que facilite a restauração, o que pode significar praticamente a juntada de cópias “capa-a-capa” quando o advogado da parte mantém em seus arquivos cópias ao menos dos atos processuais principais.
 Estando em ordem a petição inicial, o juiz determinará a citação do réu, que no prazo de cinco dias deverá contestar o pedido, cabendo a ele exibir as cópias, contrafés e mais as reproduções dos atos e documentos que estiverem em seu poder. Não cabem exceção de incompetência - a competência é absoluta - nem reconvenção - a ação tem natureza dúplice sendo cabível o ingresso de exceções de suspeição e impedimento, hipóteses que raramente ocorrem.
 Se o desaparecimento dos autos ocorrer após a produção de prova no processo principal, o art. 715 prevê determinados aspectos procedimentais para a restauração dos autos.
 
 Serão reinquiridas as mesmas testemunhas, que poderão ser substituídas quando houver impedimento na repetição da oitiva. Por exemplo, no caso de falecimento da testemunha, da parte de sua capacidade de depor ou de sua não localização.
 Caso não exista certidão ou cópia do laudo, se possível será realizada uma nova perícia, de preferência pelo mesmo perito, a repetição da perícia não é impositiva, e sua necessidade será avaliada pelo juiz.
 Caso já tenha sido proferida sentença, a cópia que o escrivão ou o juiz eventualmente tenha será juntada aos autos e valerá como original com isso, inova o CPC de 2015 unicamente no ponto em que dispõe que a cópia poderá ser fornecida pelo escrivão. 
 O processo de restauração de autos deve ser extinto por meio de sentença, e no caso de aparecimento superveniente dos autos originais a extinção deverá ocorrer por meio de sentença terminativa fundada na perda superveniente do interesse de agir, cabendo o processo principal prosseguir nos autos originais, sendo os autos da restauração apensados.
 A ação de restauração de autos deve ser proposta no mesmo juízo em que tramita o processo cujos autos desapareceram. Apesar da omissão legal, tratando-se de processo incidental é aplicável o art. 61 do Novo CPC, sendo essa competência absoluta, de natureza funcional, sendo que, se o processo estiver em trâmite, será competente o órgão jurisdicional pelo qual esse tramitava no momento de desaparecimento dos autos.
 No tocante às verbas de sucumbência, deve-se aplicar a teoria da causalidade, devendo ser responsabilizada pelo pagamento a parte responsável pelo desaparecimento dos autos. 
 Por fim, as alterações trazidas pelo Novo Código de Processo Civil, flexibilizaram a medida de restauração de autos. Além de adequar e atualizar o procedimento à prática forense, o novo diploma priorizou mais a finalidade do que a forma, contemplando os princípios da economia processual e da instrumentalidade das formas.

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