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Poliarquia

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Poliarquia: Participação e Oposição (em inglês: Polyarchy: Participation and Opposition) é um livro escrito pelo cientista político Robert Alan Dahl em 1972, traduzido para o português em 1997. A obra trouxe grandes repercussões nesta área do conhecimento, e o termo poliarquia aqui cunhado teve ampla aceitação entre os cientistas políticos da atualidade.
Tendo por base as definições ideais de democracia existentes na história do pensamento político, Dahl prefere o termo poliarquia para designar melhor o estágio mais avançado em que, na sua opinião, este ideal se concretizou.
Para tal conclusão o autor adota duas categorias de análise, quais sejam: a da inclusão (participação) e a da competição. Estas categorias definiriam o quão democráticas as sociedades analisadas seriam de fato. A participação diz respeito à extensão da participação política da população de um Estado-nação. A competição se refere à existência de disputas pelo poder no interior desta sociedade ou se é assegurado hegemonicamente por um único grupo.
Trabalhando com tais variáveis, Dahl, nos limites de seu livro, caracteriza quatro formas de governo:
 Hegemonias fechadas: regimes em que o poder não seja disputado e a participação política limitada;
 Hegemonias inclusivas: regimes sem disputas de poder, mas com ampliação da participação política;
 Oligarquias competitivas: regimes com disputas de poder e participação política limitada;
 Poliarquias: regimes com disputas de poder e ampliação da participação política;
Robert A. Dahl quer, ao desenvolver o livro Poliarquia, responder à questão da transformação de um regime fechado em um poliárquico, ou melhor, saber quais as condições que favorecem ou impedem tal transformação.
Primeiramente, será necessário, portanto, conceituar os termos que serão utilizados no trabalho para melhor desenvolvê-lo, a começar pelos já utilizados: regime fechado para Dahl é o oposto de uma poliarquia que seria constituída por um alto grau de competição pelo poder político e uma grande parcela da população participando das decisões tomadas por este poder político. No mais, os conceitos serão clareados na medida em que as idéias se desenvolverem
De início temos que democratização e desenvolvimento da oposição pública não são, para Dahl, idênticos. Para explicitar tal opinião o autor fará uma exposição dos pressupostos que assume:
 A democracia pressupõe um governo responsivo em relação a seus cidadãos, estes politicamente iguais. Importante neste item destacar que a democracia constitui-se num sistema hipotético – ideal - que será tido como critério de avaliação de regimes com relação à aproximação ou não a este “limite teórico” que é a democracia para Dahl.
 Os cidadãos são detentores de oportunidades plenas de:
 formular preferências;
 expressar individualmente ou coletivamente a outros e aos governos estas suas preferências;
 ter suas preferências igualmente consideradas na conduta do governo, ou seja, consideradas sem discriminação decorrente do conteúdo ou da fonte da preferência;
Para essas três oportunidades existirem para um grande número de pessoas, as instituições da sociedade devem fornecer pelo menos oito garantias:
 Liberdade de formar e aderir a organizações
 Liberdade de expressão
 Direito de voto
 Elegibilidade para cargos públicos
 Direito de líderes políticos disputarem apoio e, consequentemente, votos
 Garantia de acesso a fontes alternativas de informação
 Eleições livres e idôneas
 Instituições para fazer com que as políticas governamentais dependam de eleições e de outras manifestações de preferência.
A conexão entre garantias e oportunidades são evidentes segundo Dahl.
Numa escala construída com base nestas 8 garantias para a efetivação das oportunidades, como citado acima, será possível uma análise comparada entre regimes dividida em duas dimensões. Por um lado são garantias para que se conteste as condutas de um governo segundo a amplitude da oposição pública e da competição política. Por outro, tais condutas podem ser efetivas para parcelas maiores ou menores de uma população, constituindo esta a dimensão da inclusividade.
Considerando estas duas dimensões, a da competição política e da inclusividade nela permitida, Dahl coloca o direito ao voto como pertencente a ambas. Tendo direito ao voto somente alguns dos cidadãos, isto poderá levar a uma maior contestação política; o aumento, no entanto, do número de cidadãos portadores de tal direito significa um regime mais inclusivo. Ainda assim, vê a variação destas duas dimensões como relativamente independentes entre si no curso da história, mostrando exemplos em que uma dimensão tenha se desenvolvido anteriormente a outra.
Sob seu ponto de vista, no entanto, é mais democrático um regime que seja menos inclusivo e mais tolerante à contestação do que a contestação sendo restrita ou inexistente ainda que a inclusão seja praticamente plena. O exemplo que tem em mente muito provavelmente é o da União Soviética que detinha um regime hegemônico, fechado à contestação e, mesmo assim, com grande parcela da população participando da condução desta política. O que ocorre, no entender de Dahl, é que a participação apenas legitima a administração de políticas que já foram deliberadas, não há espaço para que se conteste de fato os abusos por parte do regime nem que se lhes dê outro rumo. Além do mais, com um alto poder de manipulação, na medida em que se restringem, por exemplo, fontes alternativas de informação, uma população poderá muito bem não estar fazendo pleno uso de suas faculdades decisórias e sim apenas outorgando aquilo que lhes é imposto.
O autor, então, atenta para o fato de sua análise ser limitada na medida em que sua escala seja classificatória e não relacional podendo por isso desconsiderar algumas nuances. Assim faz a escolha por uma terminologia mais adequada à realidade que seja a da poliarquia em detrimento da democracia já que esta jamais teria se concretizado plenamente. Seus limites práticos estariam expressos no esquema classificatório entre hegemonias fechadas (regimes que careçam quase ou totalmente de oposição pública e, portanto, de competição pelo poder político), inclusivas ou não (tendo alta ou baixa taxa de inclusão da população na política desses regimes), oligarquias competitivas (regimes em que a participação seja restrita a uma pequena parcela da população, mas que seja altamente tolerante à oposição pública e permita assim a competição política) e poliarquias (regimes que alcançaram graus substanciais de inclusão tanto quanto de competição políticas). Estas quatro classificações expressam as linhas gerais de regimes que Dahl quer discutir analisando suas transformações. Elas seriam casos extremos em que a região média entre eles conteira provavelmente a maior parte dos regimes existentes. Os termos devem então ser considerados como úteis, ainda que arbitrários.
Após este trabalho de conceituação e tipificação, a questão inicial adquire novos elementos e poderá ser formulada da seguinte maneira: Que condições favorecem ou desfavorecem a democratização de um regime hegemônico? O que aumentam as chances de contestação política neste regime? O que favorece a constituição de uma poliarquia, ou seja, de um regime competitivo e inclusivo?
Qualificações
É preciso considerar a democratização como um processo histórico. No caso do ocidente, como constata Dahl, o percurso recorrente foi de oligarquias competitivas para poliarquias, ou quase-poliarquias.
A análise do autor, é preciso ressaltar, foi tomada a partir do Estado-nação. As unidades sub-nacionais têm sim relevância na consideração do grau de democratização de um regime, mas pelos limites da obra só serão consideradas na medida em que sofrerem mudanças por conta da classificação da unidade nação.
Hipóteses
Dahl sugere nesta seção algumas hipóteses com que irá trabalhar no desenvolvimento de seu trabalho. São elas:
 O avançoda poliarquia aumenta o número de indivíduos, grupos e interesses cujas preferências deverão ser levadas em conta nas decisões políticas. Isso abre precedentes para que haja conflito no poder e também que os grupos que o detêm sejam substituídos. Quanto maior o conflito maior será o esforço de cada parte em negar à outra a oportunidade de participação nas decisões políticas e, assim, maiores serão as dificuldades para a tolerância.
 Quanto maior o conflito maior a tendência dos governos restringirem a participação de seus opositores na política. A tolerância entre as partes será mais difícil na medida em que se tenha um maior conflito e com a oposição, precisando do controle do estado para suprimir os governantes.
O autor parte assim para a formulação de axiomas a partir destas suas hipóteses.
Axioma I:
 A diminuição dos custos da tolerância propicia uma maior chance de sua efetivação para com a oposição por parte do governo. Suprimir a oposição pode também ser muitos custoso, ou melhor, ter graves consequências para o governo e sua estabilidade. É preciso levar isso em consideração para contra balancear com os custos da tolerância.
Axioma II:
 Um governo será tolerante com altos custos de supressão. Desta forma sistemas poliárquicos dependem de um novo axioma:
Axioma III:
 Com custos da supressão maiores que os da tolerância maior a possibilidade de um regime competitivo.
Desta forma podemos sintetizar: Tolerância menos custosa significa maior segurança para o governo. Supressão mais custosa significa maior segurança para a oposição. É preciso, portanto, caminhar para um sistema de garantias mútuas e com alto grau de contestação e participação.
O capítulo coloca, então, duas questões tendo em vista todas as considerações até agora levantadas:
 Como garantir uma segurança mútua entre governo e oposição?
 Antes o autor quer saber: Qual a importância da poliarquia?
O principal interesse de pesquisa da Easton é elaborar uma abordagem analítica de sistemas como um meio central de entender como funcionam os sistemas políticos. Nos últimos anos, ele se transformou em restrições estruturais como um segundo elemento principal subjacente aos sistemas políticos. Ele escreveu sobre a influência da estrutura política sobre vários aspectos da vida política, sobre o estado e o desenvolvimento da ciência política e sobre a socialização política das crianças. Na vanguarda das revoluções comportamentais e pós-comportamentais na disciplina da ciência política durante os anos 50 e 70, Easton forneceu a definição de política mais amplamente utilizada da disciplina como a alocação autorizada de valores para a sociedade. Ele é conhecido pela sua aplicação da teoria dos sistemas ao estudo da ciência política

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