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Introdução a Análise de investimentos

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Análise de Investimentos 
Unidade 01 – Introdução à Análise de Investimentos 
Prof. Guilherme Monteiro de Menezes 
 1 
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O principal objetivo de uma empresa é a maximização da riqueza de seus proprietários a 
longo prazo. Para se alcançar este objetivo, é necessária uma busca contínua do 
desenvolvimento de novos produtos, construção de novas fábricas, substituição de 
equipamentos obsoletos, modernização de processos produtivos etc, incorporando à 
empresa o “investimento”. 
 
“Investimento” é definido como o ato de aplicação de recursos que irão resultar em 
benefícios futuros compensadores. Como a capacidade de recursos é insuficiente para 
atender a todas as oportunidades, a administração da empresa vê-se obrigada a agir no 
sentido de decidir racionalmente quanto a alocação destes recursos. 
 
As tomadas de decisões a partir de juízos de valor, experiência anterior, intuição, têm 
colocado em risco o elevado aporte de capital exigido. Os métodos quantitativos de análise 
surgiram no sentido de enfocar objetivamente estas decisões. 
 
A EMPRESA 
 
A empresa sob o ponto de vista econômico-financeiro pode ser visualizada em seus 
aspectos internos através de seu balanço. Nele, é possível demonstrar de onde provêm os 
recursos financeiros e onde eles foram aplicados. O diagrama abaixo mostra de forma 
sintética o funcionamento de uma empresa. 
 
 
 BALANÇO PATRIMONIAL 
 
 
 ATIVO 
 
PASSIVO 
 Aplicação dos 
 Recursos 
 
Ativo 
Circulante 
Passivo 
Circulante 
 Origem dos 
 Recursos 
 
 
 
 
Ativo Fixo 
Permanente 
Exigível a 
Longo Prazo 
Juros 
 Lucro 
Operacional 
Patrimônio 
Líquido 
 
 
Dividendos 
 
Capital Próprio 
Capital de Terceiros Investimento 
Análise de Investimentos 
Unidade 01 – Introdução à Análise de Investimentos 
Prof. Guilherme Monteiro de Menezes 
 2 
 
 
No PASSIVO estão registradas as fontes ou origem dos recursos captados pela empresa. 
Estes recursos que provêm de diversas fontes são de dois tipos: 
 
 Financiamento e Empréstimos ou Capital de Terceiros 
 
Curto Prazo – registrado no Passivo Circulante 
Longo Prazo – registrado no Exigível a Longo Prazo 
 
 Capital Próprio – Patrimônio Líquido, que corresponde aos recursos aplicados pelos 
acionistas através da aquisição no mercado primário. O Capital Próprio da empresa 
é constituído do Capital Social (Ações Ordinárias e Preferenciais), Lucro Retido e 
Reservas. 
 
No ATIVO é registrada a aplicação dos recursos: 
 
 Ativos de Curto Prazo  Ativo Circulante 
Caixas e Bancos 
Contas a Receber 
Estoques etc. 
 
 Ativos de Longo Prazo  Ativo Fixo ou Permanente 
Instalações 
Equipamentos 
Prédios 
Veículos 
Terrenos etc. 
 
Pode-se então concluir que o capital é constituído de uma composição de diversas origens, 
e representa a Estrutura de Capital da empresa. Os agentes aplicadores de capital desejam 
receber, em contrapartida, uma remuneração pelo capital investido. Os financiamentos e 
empréstimos são remunerados pelo pagamento de Juros; os acionistas pelo pagamento de 
Dividendos. 
 
Do outro lado, o Ativo é a máquina impulsora que produz e gera recursos excedentes aos 
custos resultando no Lucro Operacional. Este lucro deve ser suficiente para pagar o custo 
dos recursos aplicados. Assim, o objetivo básico da empresa é o de sempre procurar uma 
situação em que os Ativos consigam gerar excedentes superiores às demandas do Passivo, 
ou seja, que obedeçam às condições seguintes: 
 
RENTABILIDADE DOS ATIVOS > CUSTO DE CAPITAL DA EMPRESA 
 
LUCRO > JUROS + DIVIDENDOS 
Análise de Investimentos 
Unidade 01 – Introdução à Análise de Investimentos 
Prof. Guilherme Monteiro de Menezes 
 3 
 
Quando a empresa está com a rentabilidade de seus ativos maior que o seu Custo de 
Capital, ela passa a gerar excedentes – são as “Reservas”, que são alocadas no Patrimônio 
Líquido e que, em última análise, pertencem aos acionistas. 
 
CUSTO DE CAPITAL 
 
Custo de Capital é, de uma forma estática, a ponderação do custo dos recursos aplicados, ou 
seja, é o custo do passivo da empresa. Como exemplo, se o passivo de uma empresa é 
composto de empréstimos e financiamento que custam 16% aa e os acionistas são 
remunerados a 12% aa sobre o Capital que aqui pode ser considerado igual ao Patrimônio 
Líquido, temos: 
 
Exigível 8.000.000 a 16% aa 
Patrimônio Líquido 4.000.000 a 12% aa 
 
Ponderação: 8.000.000 x 0,16 + 4.000.000 x 0,12 = 14,67 
 8.000.000 + 4.000.000 
 
Custo de Capital da empresa = 14,67% aa. 
 
 
CUSTO DE OPORTUNIDADE 
 
O Custo de Oportunidade corresponde a rentabilidade que a empresa estaria conseguindo 
obter por seus recursos se estes não tivessem sido deslocados para uma aplicação 
alternativa. 
 
Exemplo: Uma empresa resgata parte de seus recursos aplicados em CDB’s com 
rendimento de 10% aa para investir na aquisição de uma nova máquina para sua unidade 
industrial. Será necessário, então, que a empresa compare a rentabilidade dos CDB’s 
resgatados com os ganhos oferecidos pela nova máquina. 
 
A empresa tomará uma decisão correta se os ganhos oferecidos pelo investimento proposto 
forem maiores que o Custo de Oportunidade dos recursos alocados ao investimento, que 
neste caso são de 10% aa. 
 
 
TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE 
 
Uma empresa só deverá aplicar seus recursos se a rentabilidade oferecida por esta aplicação 
for superior a uma taxa determinada. Esta taxa que chamamos de Taxa Mínima de 
Atratividade tem como base o Custo de Capital e o Custo de Oportunidade da empresa. 
Quando uma empresa decide investir, ela irá buscar recursos em três fontes: 
Análise de Investimentos 
Unidade 01 – Introdução à Análise de Investimentos 
Prof. Guilherme Monteiro de Menezes 
 4 
 
Capital de Terceiros – através de empréstimos e financiamentos captados em 
bancos, instituições financeiras ou no mercado de capitais, através da emissão de 
títulos de curto prazo (ex: Commercial Paper) ou de longo prazo (ex: Debêntures). 
 
Capital Próprio – através de aumento de capital pela emissão de novas ações a 
serem subscritas pelos acionistas. 
 
Recursos Disponíveis internamente na empresa – que estão aplicados no mercado 
de capitais aguardando oportunidade de investimento. 
 
As duas primeiras fontes compõem o Custo de Capital e a terceira corresponde ao Custo de 
Oportunidade da empresa. Esquematicamente temos: 
 
 
 
 
 
   
 
 
 
 
  
 
 
 
 
Exemplo: Uma empresa está planejando investir US$ 100,0 MM em um novo projeto de 
exploração mineral. Os recursos necessários terão como fonte: 
 
Financiamentos Nacionais: US$ 20,0 MM a 12% aa 
Financiamentos Estrangeiros: US$ 30,0 MM a 8% aa 
Emissão de Debêntures: US$ 10,0 MM a 14% aa 
Emissão de Ações: US$ 15,0 MM a 10% aa (expectativa mínima dos acionistas) 
Recursos Disponíveis na empresa US$ 25,0 MM a 15% aa (aplicados no Mercado Financeiro) 
 
 Custo do Capital de Terceiros: 
 
(20,0 x 0,12) + (30,0 x 0,08) + (10,0 x 0,14) = 10,33% 
 20,0 + 30,0 + 10,0 
 
 Custo do Capital Próprio: 10% aa 
Capital de Terceiros 
Capital Próprio 
Recursos Disponíveis 
Internamente 
TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE 
CUSTO DE 
CAPITAL 
CUSTO DE 
OPORTUNIDADE 
Análise de Investimentos 
Unidade 01 – Introdução à Análise de Investimentos 
Prof.Guilherme Monteiro de Menezes 
 5 
 
 Custo de Oportunidade: 15% aa 
 
 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE: 
 
(60,0 x 0,1033) + (15,0 x 0,10) + (25,0 x 0,15) = 11,45% aa 
 60,0 + 15,0 + 25,0 
 
Conclusão: O projeto somente será atrativo se sua Rentabilidade for maior que 11,45% aa. 
 
 
CUSTO DE CAPITAL (EMPRESA) x CUSTO DE CAPITAL (INVESTIMENTO) 
 
Vamos considerar uma empresa que tem um Custo de Capital de 14,67% aa e esteja 
querendo investir em um projeto que possui uma rentabilidade de 12,50% aa. O projeto 
pretendido pela empresa exige investimentos da ordem de R$ 60.000,00 cujos recursos 
serão provenientes das seguintes fontes: 
 
 Financiamentos: R$ 40.000,00 a 10% aa 
 Recursos Próprios: R$ 20.000,00 a 12% aa 
 
Ponderação: 40.000,00 x 0,10 + 20.000,00 x 0,12 = 10,67% aa 
 40.000,00 + 20.000,00 
 
Custos dos Recursos para o investimento: 10,67% aa. 
 
Pergunta: Deve a empresa realizar o investimento? Se o custo de Capital da Empresa for 
considerado como a Taxa Mínima de Atratividade, o Investimento é inviável 
economicamente, ou seja, a empresa não deverá realizar o investimento, pois: 
 
Rentabilidade do Investimento < Custo de Capital da Empresa (TMA) 
 
12,50% aa < 14,67% aa 
 
Entretanto, se a Taxa Mínima de Atratividade considerada for o Custo Ponderado dos 
Recursos Alocados ao Investimento, o investimento passa a ser viável economicamente: 
 
Rentabilidade do Investimento > Custo dos Recursos do Investimento (TMA) 
 
12,50% aa > 10,67% aa 
 
Cabe a cada empresa decidir que critério utilizar na tomada de decisão, ou seja, que taxa a 
empresa deve adotar com Taxa Mínima de Atratividade. 
 
Análise de Investimentos 
Unidade 01 – Introdução à Análise de Investimentos 
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 6 
 
MOTIVOS PARA O DISPÊNDIO DE CAPITAL – INVESTIMENTO 
 
Aquisição de Ativos: geralmente para ampliação da capacidade de produção ou 
diversificação da linha de produtos 
 
Substituição de Ativos / Modernização: que poderá incluir a reconstrução, o reparo ou a 
inclusão de uma nova máquina, ou ainda, instalações novas. O conceito de modernização 
de equipamentos e instalações também é chamado de Revamping. 
 
Outras finalidades: que embora resultem em dispêndios de capital, não resultam em 
aquisição ou transformação de ativos tangíveis. Estes dispêndios incluem propaganda, 
pesquisa e desenvolvimento, serviços de consultoria, aquisição de softwares, 
desenvolvimento de novos produtos etc. Todos estes dispêndios visam, de uma forma ou de 
outra, benefícios futuros para a empresa. 
 
INFLAÇÃO 
 
Nos estudos de Análise de Investimento, normalmente não se trabalha com inflação e se 
utiliza uma moeda de poder aquisitivo constante. 
 
O impacto inflacionário, se previsto, deve ser aplicado a estes valores referidos a moeda 
constante. Assim, efeitos tais como defasagem de preços, variações de custos, oscilações 
cambiais, ganhos financeiros provocados pela inflação e outros efeitos, caso sejam 
previstos, ficam refletidos no estudo. 
 
 
TIPOS DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO 
 
 Alternativa Mutuamente Excludente: são aquelas que possuem a mesma função, ou 
seja, são concorrentes entre si. A aceitação de uma alternativa exclui a possibilidade 
de aceitação das outras. 
 
Exemplo: Uma empresa deseja comprar um computador, para informatizar o processo de 
desenvolvimento de novos produtos. Existem três propostas de três fabricantes 
concorrentes. A empresa, após análise criteriosa, irá escolher um dos fabricantes para 
fornecer o equipamento. 
 
 Alternativas Independentes: são aquelas que se distinguem entre si de tal modo que 
a aceitação de uma delas não elimina a aceitação das outras. 
 
Exemplo: Uma empresa está cogitando em investir US$ 1 MM e se depara com três 
alternativas de investimento: 
 
Análise de Investimentos 
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 - Investir na compra de novos equipamentos 
 - Fazer propaganda institucional da empresa 
 - Construir um novo refeitório para os empregados 
 
A escolha de uma das alternativas não impede a empresa de implementar também as outras 
alternativas. 
 
 
RACIONAMENTO DE CAPITAL 
 
Se uma empresa possui recursos ilimitados para investimento, é bastante simples tomar 
decisões. Todas as alternativas que forneçam retornos maiores do que um nível 
predeterminado (TMA) podem ser aceitas. Entretanto, as empresas só dispõem de uma 
quantia preestabelecida para investimento. Inúmeros projetos poderão disputar essa quantia 
limitada. A essa disputa pelos recursos escassos chamamos de Racionamento de capital. 
 
Exemplo: Suponhamos que uma empresa disponha de R$ 80.000,00 para investir no ano 
corrente e que existam cinco alternativas disputando esta verba. No quadro abaixo estão as 
alternativas, o volume de investimento necessário e um indicador de rentabilidade – a TIR 
Taxa Interna de Retorno (que será estudada mais adiante). 
 
ALTERNATIVAS INVESTIMENTO R$ TIR % AA 
A 20.000,00 38% 
B 40.000,00 35% 
C 50.000,00 30% 
D 10.000,00 26% 
E 30.000,00 25% 
 150.000,00 
 
A Taxa Mínima de Atratividade da empresa é de 20% AA (que neste exemplo é a taxa que 
a empresa obtém no Mercado Financeiro). A solução desta questão de Racionamento de 
Capital será determinar o conjunto de alternativas que resultem na maximização da Taxa 
Interna de Retorno do Investimento de R$ 80.000,00. 
 
No exemplo proposto, existem várias possibilidades de utilização da verba de R$ 80.000,00 
 
1) Rentabilidade Média: 32,75% aa 
 
ALTERNATIVAS INVESTIMENTO R$ TIR % AA 
A 20.000,00 38% 
B 40.000,00 35% 
D 10.000,00 26% 
Merc. Fin. 10.000,00 20% 
 80.000,00 
Análise de Investimentos 
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 8 
 
2) Rentabilidade Média: 31,50% aa 
 
ALTERNATIVAS INVESTIMENTO R$ TIR % AA 
A 20.000,00 38% 
C 50.000,00 30% 
D 10.000,00 26% 
 80.000,00 
 
3) Rentabilidade Média: 30,125% aa 
 
ALTERNATIVAS INVESTIMENTO R$ TIR % AA 
A 20.000,00 38% 
D 10.000,00 26% 
E 30.000,00 25% 
 80.000,00 
 
Outros conjuntos de alternativas poderão ser formados, mas provavelmente nenhum deles 
terá uma Rentabilidade Média maior que 32,75% aa. 
 
TIPOS DE DECISÃO SOBRE INVESTIMENTOS 
 
Existem dois tipos de decisão sobre investimentos, a saber: 
 
Aceitar / Rejeitar: exige simplesmente a aplicação de critérios de avaliação e a compara 
cão do retorno calculado com um padrão mínimo aceitável pela empresa – como por 
exemplo a TMA. Uma decisão Aceitar / Rejeitar é também utilizada na avaliação de 
projetos mutuamente exclusivos. 
 
Classificação: as alternativas são avaliadas segundo um critério predeterminado, como por 
exemplo, a TIR - Taxa Interna de Retorno. A alternativa com TIR mais alta será 
classificada em primeiro lugar e assim sucessivamente. Apenas as alternativas aceitáveis 
devem ser classificadas. Esta classificação é útil para avaliar as alternativas dentro de um 
esquema de Racionamento de Capital. 
 
 
DESENVOLVIMENTO DE DADOS PARA ANÁLISE DE INVESTIMENTO 
 
Para se avaliar alternativas de investimento é necessário determinar as saídas e entradas de 
caixa após a dedução do Imposto de Renda. Usa-se para isso Fluxos de Caixa ao invés de 
valores contábeis, já que esses fluxos é que afetam a capacidade da empresa em liquidar 
seus compromissos ou comprar ativos. Os valores contábeis que aparecem no 
Demonstrativo de Resultado não implicam necessariamente em desembolso efetivo naAnálise de Investimentos 
Unidade 01 – Introdução à Análise de Investimentos 
Prof. Guilherme Monteiro de Menezes 
 9 
época em que eles são registrados. Existem também outros registros contábeis que não 
envolvem qualquer pagamento, tais como as depreciações, provisões, exaustões etc. 
 
 
COMPONENTES PRINCIPAIS DE UM PROJETO DE INVESTIMENTO 
 
Para o desenvolvimento de uma Análise Econômica e Financeira de um Projeto é 
necessário levantar as seguintes informações: 
 
Informações sobre o Investimento: 
 Orçamento de Investimento 
 Investimento Líquido / Substituição de Equipamentos 
 Cronograma de Desembolso do investimento 
 Valor Residual / Vida Útil 
Informações sobre o capital de Giro 
Informações sobre as Receitas ou Benefícios gerados pelo Projeto 
Informações sobre os Custos Operacionais 
Informações sobre o regime Fiscal incidente sobre o Projeto para que possam ser 
calculados: 
 Depreciação e Exaustão 
 Tributos incidentes sobre as receitas e o Resultado do Projeto. 
 
 
 
ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO 
 
A atividade de execução de um orçamento de Investimento envolve equipes 
interdisciplinares de engenheiros, economistas e administradores. Este pessoal pesquisa, 
delineia, especifica e orça o projeto de investimento a partir de fontes disponíveis de dados. 
 
 
COMPONENTES DE UM ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO 
 
O Orçamento de Investimento compõe-se de: 
 
Custo Básico: corresponde principalmente ao valor de aquisição do equipamento, 
instalações etc. 
 
Custos de Instalação: são os custos necessários para fazer com que o bem adquirido ou o 
serviço contratado funcione. Exemplo: gastos com transporte, montagem, gastos com 
parada de produção, assistência técnica etc. 
 
Despesas Pré-Operacionais; referem-se às despesas com testes e start-up. Engloba 
matérias-primas para testes, energia, treinamento de pessoal etc. Este item de investimento 
Análise de Investimentos 
Unidade 01 – Introdução à Análise de Investimentos 
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 10 
é relevante nos casos de implantação de grandes instalações ou nos projetos com tecnologia 
mais sofisticada. 
 
 
TIPOS DE ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO 
 
Dependendo de sua finalidade, um Orçamento de Investimento pode ser enquadrado em um 
dos seguintes tipos: 
 
Orçamento Preliminar: é o orçamento feito na fase inicial de estudo de um projeto, como 
base para verificação de sua potencialidade. São obtidos pela correlação com projetos 
similares já realizados. Sua margem de erro varia na faixa de 25% – 40%. 
 
Orçamento para Estudo de Viabilidade: Engloba os casos em que as informações 
disponíveis permitem desenvolver orçamentos com precisão aceitável para execução de 
estudos de viabilidade. Os dados gerais do projeto são definidos tais como: capacidade da 
instalação, layout preliminar, especificação dos equipamentos principais etc. Sua margem 
de erro varia na faixa de 15% – 25%. 
 
Orçamento Detalhado: é o orçamento feito após o desdobramento do projeto em 
subunidades, e o conseqüente desenvolvimento do projeto detalhado de cada unidade. Esse 
orçamento serve de base para realizar, quando da implementação do projeto, o seu 
acompanhamento e controle. Sua margem de erro não deve ser superior a 5% – 10%. 
 
 
SUBSTITUIÇÃO DE EQUIPAMENTOS / INVESTIMENTO LÍQUIDO 
 
Investimentos em substituição de equipamento incorporam fatos adicionais ao Orçamento 
de Investimento. Estes fatos envolvem remoção do equipamento existente e a sua venda 
pelo valor de mercado. Neste caso, o Orçamento de Investimento deve deduzir do valor 
desembolsado com o equipamento novo a quantia líquida que for apurada com a venda do 
equipamento que está sendo substituído, acrescido do feito da tributação incidente sobre a 
venda, caso ocorra. 
 
Quando a venda deste equipamento é realizada por uma quantia diferente do valor contábil 
(*) constante nos livros, é necessário calcular o Imposto de Renda sobre a diferença. Esta 
diferença é chamada de Lucro ou Prejuízo não-operacional. 
 
(*) O valor contábil de um bem é o custo original corrigido monetariamente (não aplicável, 
quando se trabalha com moeda constante), subtraído da sua depreciação acumulada. 
 
Lucro (ou Prejuízo) operacional é entendido pela Legislação Tributária Brasileira como a 
diferença entre o preço de venda de um bem e o seu valor contábil. Assim temos: 
 
Análise de Investimentos 
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 11 
 
 
Exemplo de Venda com apuração de Lucro não-operacional 
 
O equipamento antigo com valor contábil de R$ 1.200,00 é vendido por R$ 2.000,00. 
Haverá então, um lucro não operacional de R$ 800,00 sobre o qual deverá incidir o Imposto 
de Renda. Considerando o IR com uma alíquota de 40% temos: 
 
800,00 x 0,40 = 320,00 
 
Exemplo de venda com apuração de Prejuízo não-operacional 
 
O mesmo equipamento é vendido por R$ 1.000,00. Haverá um prejuízo não operacional de 
R$ 200,00. Este prejuízo deverá gerar um crédito de IR que reduzirá o valor do 
investimento líquido em: 
 
200,00 x 0,40 = 80,00 
 
Se o equipamento novo custa R$ 5.000,00 o investimento líquido será: 
 
 Com a venda do equipamento antigo por R$ 2.000,00 
 
Inv. Líq. = 5.000,00 – 2.000,00 + 320,00 = 3.320,00 
 
 Com a venda do equipamento antigo por R$ 1.000,00 
 
Inv. Líq. = 5.000,00 – 1.000,00 – 80,00 = 3.920,00 
 
 
 
Resumo 
 
Equipamento Novo – Valor de Aquisição: R$ 5.000,00 
Equipamento antigo – Valor Contábil: R$ 1.200,00 
 
 
Hipóteses Preço de Venda Lucro / Prejuízo IR (40%) Inv. Líquido 
Com Lucro R$ 2.000,00 R$ 800,00 R$ 320,00 R$ 3.320,00 
Sem Lucro R$ 1.200,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 3.800,00 
Com Prejuízo R$ 1.000,00 (R$ 200,00) (R$ 80,00) R$ 3.920,00 
 
 
 
 
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 12 
 
 
CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO DO INVESTIMENTO 
 
Desenvolvido o orçamento de investimento, é feito o seu cronograma de desembolso que 
corresponde a uma distribuição escalonada dos valores de custo do investimento nos 
respectivos períodos de realização. A distribuição é feita com base em uma programação, 
que pode ser representada por um diagrama de barras ou uma rede PERT. 
 
Para elaboração do Cronograma de Desembolso é necessário ainda definir a periodicidade 
(mensal, trimestral, anual etc) e as condições especiais de pagamento vinculadas a algum 
equipamento específico. 
 
Caso a empresa não conheça com precisão as datas dos desembolsos, mas conheça o 
cronograma físico da implantação do projeto, é possível estabelecer uma curva teórica de 
desembolso que corresponde em média ao que ocorre na prática. Esta curva teórica tem o 
perfil de uma parábola invertida cuja área totaliza 100% do desembolso da obra. O quadro 
seguinte exibe um trecho da tabela: 
 
Tabela em Percentual (%) 
Períodos 1 2 3 4 5 6 Total 
1 100,00 - - - - - 100,00 
2 50,00 50,00 - - - - 100,00 
3 30,00 40,00 30,00 - - - 100,00 
4 20,00 30,00 30,00 20,00 - - 100,00 
5 14,29 22,86 25,70 22,86 14,29 - 100,00 
6 10,71 17,86 21,43 21,43 17,86 10,71 100,00 
 
 
Estas tabelas, que representam curvas normais aproximadas, podem ter diversos perfis. 
Cabe a cada empresa estabelecer o perfil ideal em função do tipo de projeto, equipamentos 
envolvidos etc. (Veja ANEXO I ao final da apostila) 
 
 
Exemplo: Um investimento de R$ 100.000,00 é composto de três atividades principais: 
 
 
Atividade Custo 
A – Terraplanagem R$ 20.000,00 
B – Construção do Prédio R$ 30.000,00C – Instalação dos Equipamentos R$ 50.000,00 
 
 
 
Análise de Investimentos 
Unidade 01 – Introdução à Análise de Investimentos 
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Cronograma Físico da Construção: 
 
 QUADRIMESTRES 
Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 
A – Terraplanagem xxx xxx xxx xxx xxx 
B – Construção do Prédio xxx xxx xxx xxx 
C – Inst. Equipamentos xxx xxx xxx 
 
 
 
Aplicando os percentuais sobre os valores de cada atividade temos: 
 
 QUADRIMESTRES 
Atividade Custo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 
A 20,0 2,8 4,6 5,2 4,6 2,8 
B 30,0 6,0 9,0 9,0 6,0 
C 50,0 15,0 20,0 15,0 
Total 100,00 2,8 4,6 5,2 4,6 8,8 9,0 24,0 26,0 15,0 
 2014 2015 2016 
 
 
Se a periodicidade do Fluxo de Caixa for anual teremos o seguinte cronograma: 
 
 
 
 
 
 
CAPITAL DE GIRO 
 
Para o propósito de elaboração e avaliação de investimentos conceitua-se Capital de Giro 
como a soma total dos recursos que a empresa necessita investir, em bases permanentes, na 
manutenção de estoques e de uma carteira de títulos a fim de que possa funcionar 
normalmente sem crises e interrupções. O Capital de Giro está representado pelos seguintes 
itens: 
 
 Estoque de matérias-primas, produtos semi-acabados e produtos acabados; 
 Crédito a clientes sob a forma de títulos a receber, adiantamento a fornecedores etc; 
 Recursos líquidos ou reserva de caixa e depósitos em bancos para pagamentos de 
despesas mensais. 
Ano Desembolso (R$ M) 
2014 12,6 
2015 22,4 
2016 65,0 
Total 100,0 
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Estes recursos adicionais são necessários no início do empreendimento e crescem ou 
diminuem conforme o volume das operações. Sob o ponto de vista financeiro, o Capital de 
Giro tem a mesma natureza do Capital Fixo, uma vez que cria uma necessidade financeira 
de longo prazo. Normalmente a estimativa do CG acompanha o orçamento dos custos do 
investimento. É importante notar que no final da vida útil do empreendimento, todo o 
Capital de Giro é recuperado retornando ao Caixa da empresa. 
 
Para se estimar o volume de Capital de Giro é necessário estabelecer principalmente: 
 
 Política de vendas (à vista, a prazo etc) 
 Volume de estoques; 
 Necessidades mínimas de caixa. 
 
 
RECEITAS 
 
As receitas do empreendimento são as entradas de caixa resultantes das vendas dos 
produtos ou serviços geradas pelo investimento. A Receita deve ser líquida, ou seja, após o 
pagamento dos impostos incidentes sobre as vendas, principalmente o IPI, ICMS, ISS, PIS / 
Cofins e outros. 
 
Convém salientar que para a Análise de Investimento o importante é o recebimento ou a 
entrada efetiva dos recursos no caixa da empresa. Assim, se o empreendimento prevê 
vendas a prazo, deve-se converter este faturamento em valores monetários na data do 
efetivo recebimento desta fatura. 
 
 
ECONOMIA GERADA PELO INVESTIMENTO 
 
Alternativas que têm somente custo e que não geram receita são analisadas de forma 
comparativa. A análise é feita sob a seguinte perspectiva: o que acontecerá com os custos se 
a empresa adotar a alternativa em estudo? Se esta alternativa for mais eficiente e tiver 
melhor rendimento do que a situação atual, ela irá ter custos menores e, portanto, irá gerar 
uma “Economia”. Esta “Economia” pode ser considerada como uma receita já deduzida dos 
custos operacionais. 
 
 
CUSTOS OPERACIONAIS 
 
Os Custos Operacionais (empreendimento) são as saídas de caixa resultantes do processo 
de produção tais como pagamento de mão-de-obra, gastos com aquisição de matérias-
primas, combustível etc. Estes custos podem ser classificados em dois tipos: 
 
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Custos Fixos: são custos que não dependem do volume de produção ou de vendas, são 
geralmente função do tempo e possuem características contratuais. Como exemplo típico 
temos os aluguéis. 
 
Custos Variáveis: estes custos variam diretamente com o volume de produção ou de 
vendas. Como exemplo, temos as matérias-primas, a mão-de-obra direta, as comissões 
sobre vendas etc. 
 
 
DEPRECIAÇÃO – VIDA ÚTIL – TAXA DE DEPRECIAÇÃO 
 
Os elementos que integram o ativo imobilizado (com exceção de terrenos e alguns outros 
itens), têm um período limitado de vida útil. Desta forma, o custo de tais ativos deve ser 
alocado aos exercícios beneficiados pelo uso no decorrer de sua vida útil. 
 
A diminuição de valores dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente 
nas contas de: 
 
Depreciação: quando corresponder a perda do valor dos direitos que têm por objeto bens 
físicos sujeitos a desgastes ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou 
obsolescência. 
 
Exaustão: quando corresponder a perda do valor, decorrente de sua exploração, de direitos 
cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nesta exploração. 
 
Embora existam várias fórmulas conhecidas de cálculo, a Legislação Brasileira permite que 
a depreciação seja calculada utilizando somente o Método Linear. Fórmula para cálculo: 
 
Depreciação = Invest. Inicial – Valor Residual 
 Vida Útil 
 
Valor Residual 
 
O Valor Residual refere-se ao que poderá ser apurado com a venda do Investimento Inicial 
após o término de sua vida útil. 
 
Vida Útil 
 
Uma dificuldade associada ao cálculo da depreciação é a determinação do período de vida 
útil do ativo imobilizado. A vida útil é afetada por fatores funcionais como a inadequação e 
o obsoletismo, resultantes do surgimento de substitutos mais aperfeiçoados. No Brasil, a 
depreciação dos bens do ativo imobilizado é facultativa. A Secretaria da Receita Federal 
determina taxas máximas e períodos de depreciação, embora não proíba o contribuinte de 
apropriar cotas inferiores às fixadas e nem proíba de deixar de depreciar. 
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Na prática, prevalecem as taxas anuais de depreciação consagradas pela jurisprudência 
administrativa, dentre as quais se destacam: 
 
 
Tipos de Ativo Alíquota anual Vida Útil 
Prédio e Construções 4% 25 anos 
Móveis e Utensílios 10% 10 anos 
Máquinas e Equipamentos 10% 10 anos 
Veículos / Ferramentas 20% 5 anos 
Ônibus 25% 4 anos 
 
Para alguns tipos de bens a lei permite coeficientes de depreciação acelerados. Tomando o 
coeficiente 1,0 como base para um turno de 8 horas temos: 
 
2 turnos de 8 horas  1,5 
3 turnos de 8 horas  2,0 
 
Estes coeficientes devem ser multiplicados pelas alíquotas de depreciação. Em caso de 
dúvida, a empresa deve solicitar uma perícia ao Instituto Nacional de Tecnologia ou outra 
entidade regional de tecnologia. Não se deve confundir a aceleração da depreciação por 
uso, para o qual não há necessidade de autorização especial e a aceleração por estímulo 
fiscal cuja autorização depende de aprovação prévia. Este incentivo fiscal pode resultar na 
elevação da alíquota de depreciação em até três vezes. 
 
TRIBUTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA – IMPOSTO DE RENDA / 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 
 
Para fins de cálculo do imposto devido a legislação brasileira não distingue entre lucro 
operacional e ganhos de capital (lucro não operacional); da mesma forma, não faz distinção 
entre o prejuízo operacional e a perda de capital (prejuízo não operacional) para fins de 
compensação de exercícios futuros.. Abaixo estão relacionados os vário tributosque 
incidem sobre o Resultado do Exercício.: 
 
Contribuição Social sobre o Lucro (CSSL): 
 
Base de cálculo = Resultado do Exercício 
Contribuição Social = 9% sobre a Base de Cálculo 
 
Imposto de Renda (IR): 
 
Base de cálculo = Resultado do Exercício 
Imposto de Renda = 15% sobre Base de Cálculo 
Adicional de 10% sobre a parcela da Base de Cálculo que exceder a R$ 240.000,00 
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O Anexo II apresenta um estudo mais detalhado sobre os percentuais de impostos que 
incidem sobre o Resultado do Exercício. 
 
 
COMPENSAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 
 
A Legislação brasileira, a partir de 1995, permite que o prejuízo apurado de um exercício 
fiscal seja compensado por prazo indeterminado. Existe, entretanto, a limitação de se poder 
compensar somente 30% do lucro do exercício, de cada vez, até que seja completado o total 
do Prejuízo a Compensar. 
 
Na prática, cabe a cada empresa decidir se deve ou não compensar o prejuízo de um 
exercício nos exercícios futuros nos estudos de avaliação de Projetos de Investimentos. 
Caso a empresa não faça a compensação, ela estará subestimando os Índices de Avaliação 
do Projeto. O exemplo comparativo será apresentado após o tópico “Estrutura do Fluxo de 
Caixa Operacional”. 
 
 
DESEMBOLSO DO IMPOSTO DE RENDA / CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 
 
O desembolso dos tributos incidentes sobre o Resultado do Exercício deve estar 
adequadamente representado no Fluxo de Caixa. A legislação tributária estabelece que a 
partir de 1993 / 19994 as empresas deverão pagar os tributos sobre o resultado no próprio 
exercício. Até então, os tributos eram desembolsados no exercício seguinte, em quotas ou 
em pagamento único. 
 
 
 
 
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO DA UNIDADE 01 
 
EXERCÍCIOS SOBRE FLUXOS DE CAIXA 
 
 
1 – Uma empresa comprou um ativo há 5 anos por R$ 200.000 e vem depreciando-o pelo 
Método Linear por 10 anos. Entretanto, a empresa está estudando a hipótese de substituí-lo 
por uma máquina nova mais sofisticada. O preço de compra de uma nova máquina é de R$ 
500.000 mais R$ 100.000 adicionais para sua instalação. Ela será também depreciada 
linearmente durante 5 anos, com valor residual nulo. Sabe-se ainda que a máquina usada 
pode ser vendida por R$ 100.000 e que a empresa paga 30% sobre o lucro apurado como 
Imposto de Renda. Deseja-se saber: 
 
a) Qual o Investimento Líquido que a empresa deverá fazer. 
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b) Considerar também a hipótese da máquina usada ser vendida por R$ 120.000 
 
c) Idem por R$ 80.000. 
 
Respostas: (a) R$ 500.000; (b) R$ 486.000; (c) R$ 514.000. 
 
 
 
2 – A Padaria “Pão Quente” está pensando em substituir um de seus fornos por um novo e 
mais sofisticado, que irá aumentar seu lucro. O novo forno custará R$ 54.000 e terá R$ 
4.000 de custos de instalação. A empresa deseja depreciar o novo forno, para o qual não se 
espera nenhum valor residual, pelo Método Linear, durante 8 anos. O forno antigo que foi 
comprado há dois anos por R$ 36.000 e que estava sendo depreciado também pelo Método 
linear durante uma vida de 10 anos, poderá ser vendido por R$ 40.000. A alíquota de 
Imposto de Renda é de 45%. Pede-se: 
 
a) Determinar o Investimento Líquido referente ao novo forno proposto. 
 
b) Determinar o Investimento Líquido se o forno antigo foi vendido pelo seu valor contábil. 
 
c) Idem por R$ 12.000. 
 
Respostas: (a) R$ 23.040; (b) R$ 29.200; R$ 38.440 
 
 
 
3 – Estabelecer o Cronograma “Trimestral de Desembolso” para o Projeto de Instalação de 
uma unidade industrial orçada em US$ 250.000,00. O Cronograma e os respectivos custos 
das atividades estão descritos a seguir: 
 
Cronograma de Construção: 
 
 
 TRIMESTRES 
Ativ Custo (US$) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 
A 80.000,00 XX XX XX XX XX 
B 30.000,00 XX XX XX XX XX XX 
C 20.000,00 XX XX XX 
D 70.000,00 XX XX XX 
E 50.000,00 XX XX XX 
 
 
 
 
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Respostas: 
 
TRIM DESEMBOLSO (US$) % 
1 11.430,00 4,57 
2 21.500,00 8,60 
3 25.920,00 10,37 
4 30.720,00 12,29 
5 25.860,00 10,34 
6 32.360,00 12,94 
7 46.210,00 18,48 
8 41.000,00 16,40 
9 15.000,00 6,00 
TOTAL 250.000,00 100,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXO I – CRONOGRAMA DE DESEMBOLSOS UNITÁRIOS 
– CURVA NORMAL – 
 
12 Períodos 
 
Per 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total 
1 100,00 - - - - - - - - - - - 100,00 
2 50,00 50,00 - - - - - - - - - - 100,00 
3 30,00 40,00 30,00 - - - - - - - - - 100,00 
4 20,00 30,00 30,00 20,00 - - - - - - - - 100,00 
5 14,29 22,86 25,70 22,86 14,29 - - - - - - - 100,00 
6 10,71 17,86 21,43 21,43 17,86 10,71 - - - - - - 100,00 
7 8,33 14,29 17,86 19,04 17,86 14,29 8,33 - - - - - 100,00 
8 6,67 11,67 15,00 16,66 16,66 15,00 11,67 6,67 - - - - 100,00 
9 5,45 9,70 12,73 14,55 15,14 14,55 12,73 9,70 5,45 - - - 100,00 
10 4,55 8,18 10,91 12,73 13,63 13,63 12,73 10,91 8,18 4,55 - - 100,00 
11 3,85 6,99 9,44 11,19 12,24 12,58 12,24 11,19 9,44 6,99 3,85 - 100,00 
12 3,30 6,04 8,24 9,89 10,99 11,54 11,54 10,99 9,89 8,24 6,04 3,30 100,00 
OBS: valores em percentual (%) 
 
 
 
 
 
 
ANEXO II – ALÍQUOTA DO IR E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 
EM FUNÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO A PARTIR DE 1999 
 
Resultado Exercício 
Valores em R$ 
Imposto de Renda + 
Contribuição Social 
Até 100.000 24,00% 
300.000 26,00% 
500.000 29,20% 
1.000.000 31,60% 
10.000.000 33,76% 
100.000.000 33,98% 
Acima de 500.000.000 34,00% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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BIBLIOGRAFIA 
 
CAMPOS, Breno de. Finanças I e Análise de Investimentos. Belo Horizonte: Apostila 
FDC, 2003, 101 pg. 
 
MENEZES, Guilherme Monteiro de, SANTOS, Raquel Maria Gherard dos, ANTÔNIO, 
Vânia Barroso de. Matemática Financeira para cursos em EAD. Belo Horizonte: Apostila 
PUC Minas, 2014, 212 pg. 
 
SAMANEZ, Carlos Patrício. Matemática Financeira – Aplicações à Análise de 
Investimentos. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 1999. 
 
VIEIRA SOBRINHO, José Dutra. Matemática Financeira. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2000

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