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Artigo Gesso

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO 
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA 
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, AGRÁRIAS E DA SAÚDE 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
GESSO: CARACTÉRISTICAS E UTILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
PLASTER: CHARACTERISTICS AND UTILIZATION IN CIVIL CONSTRUCTION 
 
 
Eduardo Junior Guia. E-mail: eduardoalt14@gmail.com1 
Karine Henrique Silva. E-mail: karinehenriquesilva@gmail.com¹ 
Tiago Gomes. E-mail: engtiago.gomes@outlook.com¹ 
 
 
Resumo: O gesso tem uma ampla utilização no nosso cotidiano, porém um dos maiores 
setores que se usa é o da construção civil, devido sua alta flexibilidade de uso. Neste sentido, 
a pesquisa tem o objetivo de apresentar as características principais do gesso, utilização na 
construção civil, origem, produção, principais propriedades, vantagens e desvantagens além 
do manuseio e reciclagem de resíduos gerados. Para isso, foi feito um levantamento 
bibliográfico. O estudo é de caráter básico, de abordagem qualitativa e se classifica como uma 
pesquisa exploratória. Como resultado, foi possível identificar a importância do gesso, 
principalmente na construção civil, pois possui diversas aplicações que podem melhorar e 
viabilizar a construção. 
Palavras-chave: Gesso. Gipsita. Construção Civil. 
 
Abstract: Plaster has a wide use in our daily life, but one of the biggest sectors that is used is 
the construction industry, due to its high flexibility of use. In this sense, the research aims to 
present the main characteristics of gypsum, use in construction, origin, production, main 
properties, advantages and disadvantages besides the handling and recycling of waste 
generated. For this, a bibliographic survey was made. The study is of a basic character, 
qualitative approach and is classified as an exploratory research. As a result, it was possible to 
identify the importance of gypsum, mainly in civil construction, since it has several 
applications that can improve and make feasible the construction. 
 
Keywords: Plaster. Gypsum. Construction. 
 
 
INTRODUÇÃO 
A atividade da construção civil apresenta grande relevância econômica no 
desenvolvimento do país, não apenas pelo elevado montante de recursos financeiros que 
circula pelo setor, mas também pelo seu potencial de gerar empregos e sua capacidade de 
influenciar os diversos segmentos industriais e de serviços. (BISPO; FRÓIS, 2017). 
 
1 Acadêmico da Universidade do Estado de Mato Grosso, campus de Tangará da Serra. 
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No segmento de construção civil, cada vez mais é buscado alternativas estratégicas e 
tecnológicas que viabilizem e aumente a produtividade do setor. Sendo assim, o gesso que 
inicialmente era utilizado principalmente em obras de arte e decoração se tornou um material 
de grande valor à construção, por suas grandes vantagens físico-químicas. 
O gesso é o principal derivado da gipsita, cuja maior reserva encontra-se no Brasil. 
Segundo Rocha (2007) o gesso é uma alternativa de material de construção de diversificada e 
prática aplicação, rapidez na execução, além de possuir propriedades de isolamento térmico, 
acústico, resistência a incêndio, baixo custo e principalmente de qualidade. 
. Além disso, o gesso se tornou uma grande alternativa para substituição de outros 
materiais, por possuir uma boa resistência, baixo custo e redução de uso de outros materiais 
que necessitam quando utilizados materiais convencionais. Possui vantagens na 
trabalhabilidade, rapidez, produtividade e tempo. 
Neste sentido, o objetivo geral deste estudo é de apresentar as principais características 
do gesso utilizado na construção civil com intuito de ampliar os conhecimentos sobre o uso, 
principais características, origem, produção, vantagens e desvantagens, principais aplicações 
como também o manuseio e reciclagem de resíduos gerados. Para atingir os objetivos 
propostos, a pesquisa utilizou a natureza básica, de abordagem qualitativa e pelo seu ponto de 
vista de seus objetivos, o estudo é uma pesquisa exploratória e como procedimentos técnicos, 
foi utilizado o levantamento bibliográfico. 
 
 
1 GIPSITA 
A matéria-prima natural do gesso é o minério chamado gipso, conhecido como 
“gesso natural” e encontra-se em terrenos sedimentares, depósitos evaporativos originados de 
antigos oceanos, sob a forma de Anidrite (anidrita) ou pedra de gesso (gipsita). Porém é 
constituído principalmente da gipsita que contém anidrita e minerais acessórios como calcita, 
dolomita e cloreto de sódio. (MUNHOZ, 2008). 
De acordo com Baltar, Bastos e Luz (2005) a gipsita pode ser utilizada na forma 
natural ou calcinada. A forma natural é muito usada na agricultura e na indústria de cimento. 
Enquanto que a forma calcinada – conhecida como gesso, possui várias utilizações na 
construção civil, como material ortopédico ou dental etc. 
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Quanto a sua origem, o mineral gipso ocorre em diversas regiões do mundo e possui 
um amplo campo de utilizações. Segundo Baltar, Bastos e Luz (2005) a gipsita (Figura 1) 
possui alta facilidade de desidratação e reidratação pois ela perde parte da água de 
cristalização durante o processo de calcinação e quando misturado com água, possui alta 
maleabilidade, podendo ser moldado e trabalhado antes de endurecer e adquirir consistência 
mecânica. 
 
Figura 1- Pedra de gipsita 
 
Fonte: SM GESSO, 2013. 
 
Dentre os maiores produtores de gipsita, destacam-se: Estados Unidos, Irã, Canadá, 
México e Espanha. O Brasil é o país que possui maior reserva mundial e o Pernambuco é um 
dos estados que possuem maior abundância de gipsita. (BALTAR; BASTOS; LUZ, 2005). 
 
 
2 PRODUÇÃO DO GESSO 
Para a utilização como aglomerantes ou na medicina, o gesso deve possuir 
propriedades adequadas para seu uso específico, portanto, o beneficiamento correto da gipsita 
é essencial e é feito de acordo com a necessidade de utilização. Na figura 2, é demonstrado 
este ciclo do gesso. 
 
Figura 2 – Ciclo do gesso 
 
Fonte: SINDUSGESSO, 2016 apud BISPO, FRÓIS, 2017. 
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2.1 EXTRAÇÃO DO GIPSO 
Primeiramente, a gipsita é obtida a partir da lavra subterrânea ou a céu aberto, 
utilizando métodos e equipamento convencionais. É comum o uso de explosivos à base de 
nitrato de amônia e óleo combustível. 
As empresas que utilizam a lavra subterrânea empregam o método de câmaras e 
pilares. Utilizado em alguns países e principalmente nos EUA, onde 20% das reservas são 
lavradas por este método. 
No Brasil, o método empregado é o de céu aberto através de bancadas simples. Este 
tipo de extração é recomendado para minerar corpos com grandes dimensões horizontais que 
permitam altas taxas de produção e baixos custos de produção. O acesso a lavra é feito por 
uma rampa única e são empregados equipamentos como: rompedores hidráulicos, mateletes 
hidráulicos, vagon drill, tratoresde esteira e pás mecânicas. (PERES et al., 2001 apud 
BALTAR; BASTOS; LUZ, 2005) 
 
 
2.2 CALCINAÇÃO 
De acordo com Munhoz (2008) a calcinação é o processo térmico que a gipsita é 
desidratada. A temperatura varia conforme o composto que deseja originar-se com 
propriedades e hidratações diferentes. No quadro 1, podemos verificar os compostos obtidos a 
partir da calcinação. 
 
Quadro 1 – Compostos a partir da calcinação 
Temperatura Calcinação Composto originado Características 
140ºC à 160ºC Hemidrato Solúvel 
160ºC à 200ºC Anidrita III 
Tem presa rápida, pode conter água 
de cristalização em baixo teor, com a 
umidade do ar transforma no 
hemidrato 
250ºC à 800ºC Anidrita II Baixa velocidade de hidratação 
Acima de 800ºC Anidrita I 
Fonte: NOLHIER, 1986; CINCOTTO, AGOPYAN & FLORINDO, 1988; SANTOS, 1998 apud MUNHOZ 
(2008) 
 
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A calcinação da gipsita pode ocorrer por fornos sob pressão atmosférica ou 
em autoclaves, obtendo-se os tipos conhecidos como gesso β e o gesso α, respectivamente, 
ambos com ampla variedade de aplicações industriais. Por sua diferenciação, o preço de 
hemidrato α é cerca de 6 vezes maior do que o do hemidrato β. (BALTAR; BASTOS; 
LUZ, 2005). 
Segundo Baltar, Bastos e Luz (2005) o gesso α é obtido quando a calcinação ocorre 
em equipamentos fechados a uma pressão maior que a atmosférica – autoclave, que pode ser a 
seco ou a úmido. O gesso nessas condições é mais homogêneo e menos poroso por conta da 
modificação da estrutura cristalina do gesso. Consequentemente, após a mistura com água 
obtém-se um produto mais duro, de maior resistência mecânica e menor consistência, 
possibilitando melhor trabalhabilidade com menor relação água/gesso. Este tipo de gesso 
caracteriza-se por apresentar cristais compactos, regulares e resistentes. 
Na autoclavagem a seco, é feito a catação manual com base no número de faces 
contaminadas, os com mais faces contaminadas (cerca de 1/3) é utilizado na fabricação de 
cimento e o material selecionado com maior pureza é reduzido manualmente com auxílio de 
uma marreta, a uma granulometria entre 7,5 e 20cm. Em seguida, é feito uma lavagem e segue 
para a etapa de calcinação a seco. O minério é moído e ativado pela adição de produtos 
químicos. 
Já na autoclavagem a úmido, a gipsita é moída e britada antes da calcinação. Forma-
se uma polpa com 45% de gipsita e 55% de água é formada e aquecida em tanque de 
preparação a 75ºC, por um sistema de serpentinas de óleo. Logo em seguida, a polpa que foi 
aquecida alimenta a autoclave, com temperatura de 108º à 120ºC, onde é feito a adição de 
químicos. 
Enquanto que o gesso β, conforme os mesmos autores, consiste nas etapas de catação 
manual, britagem, moagem e calcinação em fornos sob pressão atmosférica, operando a uma 
temperatura entre 125º e 160º. A água de cristalização é liberada rapidamente, formando 
cristais malformados e porosos, resultado em um produto que se caracteriza por sua forma 
irregular e natureza esponjosa dos cristais. Dentre os tipos de gesso β, destacam-se os de 
fundição – tipo A, e os de revestimento manual – tipo B, ambos produzidos no Brasil sem 
adição de aditivos químicos. Os dois são diferenciados pelo seu tempo de pega, controlado 
através da calcinação. 
 
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3 PROPRIEDADES DO GESSO 
O produto resultante do processo de calcinação da gipsita, pode apresentar diferentes 
características e propriedades que podem viabilizar seu uso como material de construção civil. 
 
 
3.1 ISOLAMENTO TÉRMICO E ACÚSTICO 
O gesso possui características que podem favorecer o isolamento térmico pois 
dificulta a passagem de calor. A porosidade concentra o ar seco e o guarda dentro de suas 
células o que faz com que proporcione maior conservação da energia, pois reduz as perdas e 
ganhos de calor. Além disso, o gesso apresenta alta resistência ao fogo. (BISPO; FRÓIS, 
2017). 
O isolamento acústico também é uma grande propriedade, pois de acordo com Bispo 
e Fróis (2017) as características de alta porosidade, leveza e baixa densidade faz com que 
impeça a transmissão sonora de um ambiente para outro, eliminando ruídos. Ainda, a 
utilização de alguns subprodutos do gesso como os revestimentos em drywall possibilita a 
incorporação de outros materiais como a lã mineral e lã de vidro no espaço interno das 
paredes, fornecendo uma barreira que amortece e limita a transmissão de ondas sonoras, 
causando o isolamento acústico e conforto térmico aos ambientes. 
 
 
3.2 ADERÊNCIA E TRABALHABILIDADE 
Quando o gesso entra em contato com a água, forma-se uma pasta de fácil 
trabalhabilidade e endurecimento rápido – apresenta superfície lisa e branca, com ótimo 
acabamento como revestimento, painéis ou adornos. (BISPO; FRÓIS, 2017). Para Melo 
(2013) a relação entre água-gesso influencia substancialmente as propriedades da pasta como 
tempo de pega inicial, tempo de pega final, consistência e resistência à compressão e a flexão. 
Por este motivo, o gesso possui facilidade no manuseio, fazendo com que ele seja moldável. 
Segundo Bispo e Fróis (2017) o gesso possui alta aderência, portanto, sendo utilizado 
como revestimento sem necessidade de chapisco. Porém, o gesso não é adequado para áreas 
externas pois quando entra em contato com água pode se dissolver. 
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Além disso, para Canut (2006) o uso do gesso é comum em superfícies verticais e 
teto por possuir uma boa ligação com diferentes substratos, como tijolos, pedras naturais e 
ferro, exceto madeira. Em superfícies metais, deve ser utilizado proteção contra corrosão 
devido ao pH neutro do gesso com a umidade do local pode promover perda de aderência. 
 
 
3.3 RESISTÊNCIA MECÂNICA 
As propriedades mecânicas são proporcionais a relação entre água-gesso, na medida 
que aumenta a porosidade. Além disso, o uso de aditivos pode influenciar a resistência, pois 
pode alterar a quantidade de água de amassamento, aumentando a resistência das pastas 
endurecidas de gesso. (CANUT, 2006). 
Para o autor, a fraca resistência do gesso comparado com o concreto e outros 
materiais cimentícios e também sua sensibilidade à umidade, fazem com que a utilização se 
limite ao acabamento de paredes e tetos, além de produção de artefatos. 
 
 
4 APLICAÇÕES DO GESSO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
A maior utilização do gesso é na construção civil – em diversas aplicações, porém o 
material também pode ser usado em outros segmentos. Para Melo (2012) além da construção 
civil, pode ser aplicado nas indústrias de cimento – cimento Portland; indústria de cerâmica – 
produção de moldes; área médico-odontológica – imobilização e próteses; indústrias de 
plástico e papel – carga mineral e diluente na fabricação e de enxofre; indústrias de vidro – 
fonte de cálcio; além de outras utilizações como giz escolar, indústria automobilística, 
fabricação de fósforo, indústria eletrônica, fabricação de cerveja, etc. Na figura 3, é mostrado 
o fluxograma onde demonstra as principais aplicaçõesdo gesso e da gipsita. 
A gipsita em sua forma natural, é muito utilizado na fabricação de cimento Portland 
– adicionado durante a moagem de 2 a 5% para retardar o tempo de pega do cimento; e na 
agricultura. 
Na agricultura a gipsita é utilizada como agente corretivo de solos como fonte de 
cálcio; como fertilizante em culturas específicas como amendoim, batata, legumes e algodão; 
como condicionador de solo para aumentar a permeabilidade, aeração, drenagem, penetração 
e retenção da água. (VELHO et al., 1998 apud BALTAR; BASTOS; LUZ, 2005). 
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Figura 3 – Aplicações do gesso 
 
Fonte: MELO, 2012. 
 
 
Na construção civil – sua principal aplicação, o gesso é obtido a partir de um minério 
com grau de pureza mínima de 75%. Através da calcinação o gesso β, pode ser do tipo A 
(fundição) e Tipo B (revestimento), como já explicado anteriormente. O gesso tipo α não é 
utilizado na construção civil pelo seu custo ser muito mais alto. A partir desses tipos do gesso 
β, podem ser obtidos diferentes produtos para utilização, como (BALTAR; BASTOS; LUZ, 
2005): 
 
- Pré-moldados: 
O gesso de fundição é utilizado para produção de pré-moldados de gesso simples ou 
como placas de gesso acartonado (drywall). 
O Drywall é uma expressão que significa “parede seca” e substitui as vedações 
internas convencionais. São aparafusadas em estruturas de perfis de aço galvanizado, onde 
não existe a necessidade de argamassa. (BISPO; FRÓIS, 2017). 
De acordo com Canut (2006) essas placas pré-fabricadas podem apresentar 
características diferenciadas como a resistência à água, reforçadas com fibras de vidro, 
texturizadas e acústicas. Basicamente, as chapas ou painéis são sistema de vedação composto 
por chapas leves em gesso montado sobre cartão (acartonado), estruturadas por perfis 
metálicos ou de madeira, fixas ou desmontáveis. O papel cartão traz resistência à flexão aos 
painéis de gesso. No mercado atual, encontramos as placas de padrão Standar (ST) feitas 
apenas de gesso, aditivos e cartão utilizados em áreas secas; as chapas resistentes a umidade 
(RU) onde o gesso recebe tratamento com hidrofugantes e as placas reforçadas (RF) onde o 
gesso recebe o reforço de fibra de vidro. 
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- Revestimento: 
 Utilizado para paredes e tetos com aplicação manual, geralmente como substituição de 
rebocos ou massas para acabamento. Segundo Sato et al. (2001) apud Canut (2006) 
proporciona um excelente acabamento final nas paredes e tetos de construções, dispensando o 
uso de outro material de acabamento. No teto, as placas proporcionam fechamento rápido de 
fácil execução e que permite acesso para manutenção de instalações elétricas e hidráulicas. 
 As placas de revestimento podem ser de produção artesanal ou em plantas modernas 
com máquinas automáticas com sistemas de alimentação de pasta. 
 
- Decoração: 
Na arquitetura de interiores o gesso possui duas funções. A decorativa através de 
molduras, frisos, florões, sancas, cimalhas, iluminação embutida, revestimento de colunas, 
frentes de lareira, captéis, além de perfis e bordas de janelas e portas como também 
rebaixamento de teto – tanto pela necessidade estética quanto para esconder tubulação hidro 
sanitária aparente no teto. No mercado, há opções de modelos prontos ou feitos sob 
encomenda para espaço e modelo solicitado. 
 
 
5 VANTAGENS E DESVANTAGENS 
Nesta seção, será discutido as principais vantagens e desvantagens da utilização do 
gesso na construção civil 
 
 
5.1 VANTAGENS 
O gesso apresenta diversas propriedades extremamente atraentes para a construção 
civil, principalmente na produção de revestimentos. 
Ele pode ser empregado sob forma de pasta, argamassa ou chapas, tanto para paredes 
como para tetos – sem função estrutural, e é um material fácil de cortar, perfurar, pregar ou 
aparafusar. Por obter endurecimento rápido proporciona rapidez na execução dos serviços, 
resultando em uma elevada produtividade. (INÁCIO, [2014?]). 
Além disso, é um aglomerante capaz de produzir produtos com boa capacidade termo 
acústico – como a madeira seca e o tijolo, devido à sua absorção de calor e boa resistência ao 
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fogo, protegendo bem as estruturas contra incêndio devido à grande quantidade de moléculas 
de água em sua composição. O di-hidrato por se decompor a baixas temperaturas, libera de 
1,5 a 2 moléculas de água por molécula de sulfato, formando uma névoa que retarda a 
propagação do fogo. (INÁCIO, [2014?]). 
Conforme Silva (2008) as pastas feitas à base de gesso apresentam boa plasticidade 
produzindo uma superfície endurecida lisa, proporcionando excelente acabamento que pode, 
muitas vezes, dispensar o acabamento final, como a massa corrida. 
Além disso, a autora ainda cita que possuem rápido endurecimento, possibilitando a 
agilidade na execução do revestimento e praticamente não retraem por secagem, diminuindo o 
risco de fissuração nas primeiras idades. Por apresentarem facilidade de absorção e perda de 
água, ainda contribuem no equilíbrio da umidade relativa do ar de ambientes fechados, 
principalmente climatizados. 
Importante explanar também que o custo do gesso na construção civil é menor 
devido ao baixo consumo de energia para sua fabricação em relação aos outros aglomerantes. 
Em seu processamento as temperaturas raramente atingem valores acima de 300°C, ao passo 
que na fabricação do clínquer do cimento Portland tais temperaturas atingem 1450°C e na cal 
entre 800 e 1100°C. Ainda, o gesso é um material com baixo peso por unidade de volume em 
condições normais, podendo reduzir sua densidade para mesma relação a/g (relação da 
quantidade de água pela quantidade de gesso) adicionando agregados leves como vermiculita. 
(SILVA, 2008). 
 Desta forma, há possibilidade de redução em relação ao custo das edificações feitas 
com gesso em decorrência de baixa densidade desse sistema, tornando fundações e estrutura 
da edificação mais econômicas já que se apresentam mais leves, bem como ocasiona uma 
diminuição nos prazos de execução da obra, possibilitando um menor tempo de mobilização 
do investimento e melhorando a relação custo/benefício. 
 
 
5.2 DESVANTAGENS DE UTILIZAÇÃO DO GESSO 
Em contrapartida, o gesso possui particularidades que limitam a sua utilização. Em 
geral, os problemas apresentados em elementos construtivos constituídos de gesso acontecem 
em decorrência do ambiente em que se está exposto, ou seja, em ambientes com presença de 
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umidade. Na figura 4, é mostrado um exemplo do rompimento do teto de gesso causado pela 
umidade. 
Figura 4 – Rompimento do gesso pela umidade 
 
Fonte: G1, 2014. 
 
 
A umidade contínua provoca o amolecimento do gesso ocasionando a perda deaderência e aparecimento de manchas. Este efeito ocorre pela alta solubilidade da gipsita, que 
em presença de água, dissolve-se. Este fenômeno pode ocorrer em revestimentos, placas ou 
qualquer outro elemento de gesso, restringindo sua aplicação exclusivamente para ambientes 
internos e secos. Além disso, a umidade excessiva, a má ventilação e ao fato do pH da solução 
dos poros do gesso ser próximo ao neutro favorece o crescimento de micro-organismos, 
principalmente fungos (bolor) e provoca a corrosão de qualquer elemento metálico que esteja 
em contato com o gesso. (SILVA, 2008). 
A autora ainda comenta que na presença de umidade, o gesso pode reagir com o 
cimento Portland, provocando manchas em contato com peças de aço carbono. As 
propriedades mecânicas também são minoradas pela ação da umidade. 
O gesso é solúvel em água, limitando sua utilização em ambientes internos, ou em 
ambientes externos com proteção. 
Além disso, outro obstáculo para o crescimento da utilização do gesso na construção 
civil deve-se à distância das jazidas em relação aos centros consumidores. Por ora, o gesso em 
si é relativamente barato, porém as despesas com transporte chegam até 100% do preço do 
material, mas, ainda assim, esse material é bastante viável economicamente. Sendo assim, 
mediante os problemas citados recomenda-se evitar o uso do gesso em ambientes sujeitos à 
umidade e caso isso seja inevitável, fazer uso de algum sistema de proteção 
impermeabilizante. (SILVA, 2008). 
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6 UTILIZAÇÃO DE POLÍMEROS COMO ADITIVOS 
São considerados aditivos os produtos que em pequena porcentagem são inseridos na 
composição final de um produto para modificar ou acrescentar alguma propriedade. Para 
Munhoz (2008) eles podem ter a função de retardadores ou aceleradores de pega, espessantes 
ou redutores de água, fluidificantes e impermeabilizantes. No gesso, muitas vezes, são 
utilizados polímeros como aditivos. Por exemplo, os derivados de silicone, os quais, 
incorporados na massa de gesso, produzem determinada impermeabilidade. 
Os polímeros podem ser de origem natural ou sintética. Os polímeros naturais são 
conhecidos desde que o homem primitivo utilizou produtos de origem animal ou vegetal, 
como madeira, fibras têxteis (lã), crinas, ossos, couros, borracha natural entre outros. 
De acordo com Munhoz (2008) os aditivos de polímeros apresentam baixo custo e 
densidade, como também facilidade de conformação em formas complexas. Porém, sua 
resistência mecânica é relativamente baixa, têm difícil reparação e possuem baixa resistência 
aos raios UV. A reação química que conduz a formação de polímeros é definida como 
polimerização. 
 Alguns aditivos são classificados em controladores de pega e interferem na 
velocidade da reação de hidratação, acelerando-a ou retardando-a, interferindo também no 
tempo de pega da pasta. No gesso, os aceleradores aumentam a solubilidade do hemidrato 
acelerando o processo de hidratação. Já os retardadores, como por exemplo, o bórax e o ácido 
cítrico, podem ampliar o período de indução causando o deslocamento da curva de hidratação, 
ou outros como a caseína e a gelatina, podem interferir na cinética da formação da 
microestrutura do di-hidrato. Além disso, a pintura de placas de gesso com aditivos orgânicos 
impermeabilizantes promove apenas um efeito temporário, não resolvendo o problema de 
absorção de água pelo gesso. (MUNHOZ, 2008) 
 
 
7 MANUSEIO DE RESÍDUOS E RECICLAGEM DO GESSO 
Uma boa gestão ambiental do canteiro de obras gera maior qualidade, produtividade, 
contribui para a diminuição de acidentes de trabalho, reduz os custos de produção do 
empreendimento e de destinação dos resíduos além de cumprir com as leis. Para o meio 
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ambiente, o grande benefício é a menor geração de resíduos e menor utilização de recursos 
naturais. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2009). 
Portanto, a gestão dos resíduos de gesso merece cuidados específicos, desde a 
escolha do material, passando pelo treinamento dos aplicadores e a utilização do produto, até 
a fase de coleta, segregação, transporte e destinação dos resíduos. 
 
- Coleta: 
Os resíduos de gesso devem ser coletados e armazenados em local específico nos 
canteiros, separados de outros materiais como madeira, metais, papéis, plástico, restos de 
alvenaria e lixo orgânico. Para o Ministério do Meio Ambiente (2009) a coleta seletiva ou 
diferenciada melhora a qualidade do resíduo a ser enviado para a reciclagem, tornando-a mais 
fácil. Sendo assim, o treinamento da mão-de-obra envolvida nas operações com gesso – 
incluindo os prestadores de serviços terceirizados – é indispensável para a obtenção de 
melhores resultados. Na figura 5, é ilustrado os resíduos de construção que podem reciclar. 
 
Figura 5 – Resíduos recicláveis 
 
Fonte: Ministério do Meio Ambiente, 2009. 
 
 
- Armazenagem: 
O local de armazenagem dos resíduos de gesso na obra deve ser seco. A 
armazenagem pode ser feita em baia com piso concretado ou em caçamba. Mas em ambos os 
casos, o local deve ser coberto e protegido das chuvas e outros possíveis contatos com água. 
(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2009). 
 
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- Transporte: 
O transporte dos resíduos deve obedecer às regras estabelecidas pelo órgão municipal 
responsável por meio ambiente e limpeza pública, inclusive no que diz respeito à sua 
adequada documentação. Os transportadores também devem ser cadastrados nos órgãos 
municipais. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2009). 
 
- Destinação: 
Há empresas que responsabilizam pela coleta dos resíduos nas obras, mediante o 
pagamento de uma determinada taxa por metro cúbico, e depois de triá-los e homogeneizá-
los, os vendem para os setores que farão a sua reciclagem. 
A Associação Drywall mantém em seu site a relação atualizada de empresas 
capacitadas a receber resíduos de gesso em operação nas principais capitais brasileiras. 
 
 
7.1 RECICLAGEM DO GESSO 
Após a separação de outros resíduos da construção, os resíduos do gesso readquirem 
as características químicas da gipsita. Desse modo, o material limpo pode ser utilizado 
novamente na cadeia produtiva. O Ministério do Meio Ambiente (2009) cita três setores de 
reaproveitamento, sendo eles: 
- Indústria cimenteira: o gesso é um ingrediente útil e necessário, que atua como 
retardante de pega do cimento; 
- Setor agrícola: é utilizado como corretivo da acidez do solo e na melhoria das 
características deste; 
- Indústria de transformação do gesso: reincorpora seus resíduos, em certa 
proporção, em seus processos de produção, porém é uma opção muito pouco utilizada, na 
prática. 
Na figura 6, é ilustrado o fluxograma de reciclagem do gesso. 
 
 
 
 
 
 
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Figura 6 - Fluxograma da reciclagem do gesso 
 
Fonte: MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2009. 
 
As ATTs são Áreas de Transbordo e Triagem. Estes três setores de reaproveitamento 
já foram largamente testados, sendo não só tecnicamente possíveis, como economicamente 
viáveis. Portanto, representam importantes contribuições à sustentabilidade da construção 
civil brasileira. 
 
 
8 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Neste artigo, demonstramos os diversos processos pelo qual a Gipsita sofre para que 
seja confeccionada o gesso que conhecemos, e buscamos as mais diversas utilizações da 
mesma, na construção civil. 
Neste tópico descreveremos os resultados desta pesquisa, com suas características, e 
pontos positivos e negativos da utilização do Gesso na construção civil. 
A Gipsita, como já foi dito anteriormente é um minério encontrada em terrenos 
sedimentares, podendo ser utilizado na forma natural, esta forma sendo bastante utilizada na 
agricultura e na indústria cimenteira, e na forma obtido através da calcinação da gipsita, que 
conhecemos como gesso paris ou simplesmente gesso, por possuir propriedades aglomerantes 
a gipsita é muito utilizada, tanto na forma natural como na calcinada e é sob esta forma que a 
exploraremos neste artigo. 
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Neste trabalho demonstramos os mais diversos benefícios da utilização do gesso na 
construção civil, com relação aos materiais normalmente empregados, por possuir boa 
resistência, baixo custo e redução no uso de outros materiais, principalmente na fase de 
acabamento, o gesso se tornou uma alternativa viável e de qualidade em determinadas áreas 
de atuação na construção civil. 
No processo de produção a Gipsita, para atender as necessidades precisa de correto 
tratamento o que pode ser observado na figura 2(ciclo do gesso), ao passar pela calcinação a 
mesma adquire propriedades que auxiliam no isolamento térmico e acústico, propriedades 
estas muito apreciadas na construção civil, por ter sua composição com alta porosidade o que 
dificulta a passagem de calor, fato este que dificulta a troca de calor com o ambiente externo, 
esta mesma porosidade somada a sua leveza e baixa densidade lhe atribui uma outra 
característica, a de ser um bom isolante acústico, se já não fosse o bastante o gesso não é 
inflamável, o que o torna excelente material para revestimentos. 
No momento de sua reidratação o gesso adquiri alguns dos seus atributos mais 
significativos, a trabalhabilidade e o seu rápido endurecimento além de superfície lisa, branca 
e de ótimo acabamento, outra característica é a sua alta aderência a diversas superfície. 
A aplicação do gesso se dá em diversas áreas, mas na construção civil é o seu ponto 
forte, podendo ser observada em várias etapas construtivas, mas principalmente em pré-
moldados, como gesso simples ou cartonado (drywall), podendo nesta última somar-se a 
outros compostos adquirindo características resistentes a umidade e maior resistência 
mecânica. Na utilização como substituto no revestimento de paredes e tetos, demostra como 
benefício um excelente acabamento final, assim dispensando outros compostos (como massa 
corrida) além de praticamente não retrair por secagem, diminuindo o risco de fissuração nas 
primeiras idades. Na decoração, sua utilização se tornou indispensável no embelezamento da 
arquitetura, como molduras, sancas e outros adornos. 
Outro benefício observado na utilização do gesso, é o seu baixo custo em 
comparação com outros aglomerantes, baixo custo este que se dá devido ao baixo consumo de 
energia para a sua fabricação. 
Como outros produtos empregados na construção civil o gesso tem as suas reservas, 
tais como a sua baixa resistência mecânica e a umidade, o que restringe a sua aplicação a 
ambientes internos e secos. 
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A umidade contínua provoca o amolecimento do gesso causando perda de aderência 
e aparecimento de manchas, A umidade excessiva, a má ventilação e ao fato do pH da solução 
dos poros do gesso ser próximo ao neutro favorece o crescimento de micro-organismos, 
principalmente fungos (bolor) e ainda provocam a corrosão de qualquer elemento metálico 
que esteja em contato com o gesso, na nossa região o grande obstáculo a uma maior utilização 
do gesso na construção civil seria a distância dos centros exploradores o que onera em muito 
o custo final do produto, ainda assim esse material tem vantagens econômicas. 
A reciclagem dos resíduos do gesso da construção civil, foi um dos tópicos 
abordados neste artigo e como pode ser observado, este material após separado de outros 
resíduos, readquiri as mesmas características químicas da Gipsita, o que o torna excelente 
matéria para a construção civil, levando em consideração as crescentes exigências de 
sustentabilidade nas atividades econômicas. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Como pode ser acompanhado no tópico anterior, podemos concluir que o subproduto 
do minério Gipsita, atende a diversas utilizações na construção civil com vantagens em 
relação aos materiais comumente empregados, e desvantagens ao serem empregados fora de 
seu limite de atuação. 
O gesso como vimos é um produto muito versátil, com fácil trabalhabilidade, elevada 
aderência, boa aparência, textura fina, baixa retração e boas propriedades térmicas e acústicas, 
além de baixo custo e com isso podendo ser amplamente utilizados na construção civil, com 
benefícios em relação aos outros produtos normalmente adotados para os mesmos fins. 
As desvantagens em relação aos outros materiais empregados na construção civil, 
são os de poder reagir com o cimento Portland, serem suscetíveis ao desenvolvimento de 
bolor, propiciarem a corrosão de metais ferrosos e serem destinadas unicamente a superfícies 
internas e secas, já que a umidade e a agua permanente altera as características do gesso, 
desvantagens estas que podem ser eliminadas ou diminuídas empregando a utilização de 
produtos selantes, o que o tornaria economicamente inviável, pois elevaria o custo do produto 
e com isso retirando a sua vantagem econômica. 
Por fim, concluímos que o gesso possui características que o tornam um bom 
substituto em diversas áreas da arquitetura, mas com área de atuação bem definida, podendo 
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ser empregado em área interna e seca com vantagens em relação aos demais materiais, mas na 
área externa não tendo a mesma eficácia. 
 
 
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