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DROGAS DE ABUSO DROGAS DE ABUSO CONCEITO O PORQUÊ DAS DROGAS DE ABUSO HISTÓRICO BENZODIAZEPÍNICOS MACONHA HAXIXE CONCEITO American Psychicatric Association (APA) DROGA DE ABUSO Substância com um padrão mal-adaptativo de uso levando a prejuízo ou sofrimento clínico significativo, evidenciado pelo menos três características: CONCEITO Tolerância Abstinência Redução ou abandono de atividades sociais, recreativas e/ou ocupacionais em razão do uso continuado de tal substância “ABUSO” Termo usado para caracterizar o uso impróprio de substâncias prescritas ou uso de substâncias não prescritas referidas na literatura internacional como “misuse drugs” O PORQUÊ DAS DROGAS DE ABUSO BIOQUÍMICA DO PRAZER VIA DOPAMINÉRGICA MESOLÍMBICA Mecanismo Neuronal de RECOMPENSA e PRAZER DOPAMINA TODAS as DROGAS DE ABUSO aumentam sua LIBERAÇÃO ou inibem sua RECAPTAÇÃO no núcleo ACCUMBENS O PORQUÊ DAS DROGAS DE ABUSO O PORQUÊ DAS DROGAS DE ABUSO BIOQUÍMICA DO PRAZER P R A Z E R em INTENSIDADE INDESCRITÍVEL DROGAS DE ABUSO Provocam uma DISPONIBILIDADE MACIÇA de DOPAMINA no núcleo ACCUMBENS produzindo O PORQUÊ DAS DROGAS DE ABUSO BIOQUÍMICA DO PRAZER D E P E N D Ê N C I A DROGAS DE ABUSO PRAZER e RECOMPENSA de INTENSIDADE IMPOSSÍVEL de se obter na ausência da droga GRANDE DIFICULDADE em retornar à VIDA NORMAL, sem o uso da DROGA H I S T Ó R I C O O uso de DROGAS com finalidade TERAPÊUTICA, RELIGIOSA RECREACIONAL e mesmo CULTURAL existe de os primórdios da HUMANIDADE H I S T Ó R I C O BELADONA Atropa belladona ATROPINA (+) Hioscina + (-) Hioscina Escopolamina Largo uso terapêutico uso na Grécia e Roma antigas e Idade Média como analgésico e uso religioso e reacreativo como alucinógeno H I S T Ó R I C O Hioscina e Escopolamina Doses elevadas produzem delírios de levitação “Vôo das Bruxas” H I S T Ó R I C O MANDRÁGORA Hyosciamus niger Hioscina e Hiosciamina Uso Terapêutico, Religioso e Recreacional Egito – 1500 a.C Uso como analgésico Grécia Antiga – Sacerdotisas do Oráculo de Delfos usavam Mandrágora durante suas profecias Idade Média – Também fazia as “bruxas voarem” H I S T Ó R I C O TABACO Nicotiana tabacum NICOTINA Uso religioso entre os índios da América Central desde 1000 a.C. Exploradores espanhóis levam o tabaco para a Europa – Século XVI Século XX – Dependência endêmica à NICOTINA H I S T Ó R I C O H I S T Ó R I C O H I S T Ó R I C O H I S T Ó R I C O H I S T Ó R I C O H I S T Ó R I C O MORFINA Papaver sominferum ÓPIO Morfina + Codeína + Papaverina Já era conhecido e usado na antiguidade: sumérios – 6000 a.C. Usado como analgésico e alucinógeno no oriente Guerra do Ópio – Em 1839 a dependência do Ópio ameaçava tão seriamente a população chinesa, que o imperador chinês proibiu o tráfico de Ópio. Sentindo-se prejudicada pela perda desse lucrativo mercado, Inglaterra declarou guerra à China H I S T Ó R I C O 1898 – HEROÍNA – Substituto da morfina que não causa dependência 1912 – Descoberto que a HEROÍNA causa dependência mais rapidamente que a morfina e EUA proíbem seu uso terapêutico H I S T Ó R I C O MACONHA e HAXIXE Uso religioso e terapêutico desde 3000 a.C. Comida preferida do Deus indiano Shiva Bolinhas de Shiva Bolinhas de Maconha Proibida nos EUA em 1937 H I S T Ó R I C O LANÇA-PERFUME CLORETO DE ETILENO Produzido pela Bayer a partir de 1922 Proibido em 1961 Teve largo uso recreativo em bailes de Carnaval no Brasil Sua inalação produz desde pequenos zumbidos nos ouvidos até severas alucinações que pode durar de 30 segundos a 10 minutos, dependendo da quantidade inalada H I S T Ó R I C O BENZOADIAZEPÍNICOS Lançados em 1961 – Clordiazepóxido - como alternativa “segura” aos barbitúricos Ansiolíticos Sedativos Hipnóticos Anti-Convulsivantes Relaxantes musculares Família com mais de 30 compostos diferentes BENZOADIAZEPÍNICOS BENZOADIAZEPÍNICOS Mecanismo de Ação Atuam seletivamente sobre o subtipo A dos receptores do GABA, que é distinto do sítio ligante do GABA, aumentando a afinidade do GABA pelo receptor, o que resulta em aumento da frequência de abertura dos canais de cloreto BENZOADIAZEPÍNICOS Toxicidade Tolerância e dependência após cerca de 6 meses em uso terapêutico Superdosagem – Sono prolongado sem depressão respiratória ou cardiovascular Tentativa de suicídio “segura” Perigo - Associação com álcool e/ou outros depressores do SNC pode causar depressão respiratória grave e risco de morte Vantagem – Flumazenil – Antagonista eficaz BENZOADIAZEPÍNICOS Golpe do “Boa Noite Cinderela” Golpe relativamente frequente em festas, boites, bares ou qualquer local propício, onde alguém lhe oferece uma bebida ou adiciona na sua bebida alguma substância que altera o seu nível de consciência permitindo o roubo e/ou abusos sexuais Rape drugs Flunitrazepan (Rohypnol®) é o mais comum Incapacidade de reação Amnésia anterógrada BENZOADIAZEPÍNICOS BENZOADIAZEPÍNICOS – ANÁLISES TOXICOLÓGICAS Na bebida CCD HPLC-MS Fonte: Clarck´s Analitycal Forensic Toxicology, 2008 MACONHA e HAXIXE MACONHA e HAXIXE Cannabis sativa / Cannabis indica MACONHA, BASEADO, ERVA, MARIJUANA, GRASS SKANK HAXIXE Folhas e inflorescências secas com média de 8% de ativo Resina extraída da Cannabis Variedades híbridas de Cannabis com média de até 33% de ativo MACONHA e HAXIXE Cannabis sativa / Cannabis indica Inflorescência e Folhas FITOCANABINÓIDES Raízes e Sementes Ausência de Fitocanabinóides Fitocanabinóides ∆-9 Tetrahidrocanabinol (THC) Canabinol (CBN), Canabidiol (CBD) Tetrahidrocaanbivarin (THCV) MACONHA e HAXIXE MACONHA e HAXIXE Uso Romênia (3000 a.C) – 1ª evidência de uso Índia (2700 a.C.) – Uso religioso Marihuana Tax Act of 1937 (EUA) Uso recreativo Uso medicinal Formas de Uso Inalação da fumaça IngestãoMACONHA e HAXIXE Efeitos Comportamentais Sensação de relaxamento Alteração da percepção do tempo – “tudo mais lento” Aumento da percepção sensorial Aumento da autoconfiança e criatividade Redução da coordenação motora Redução da memória de curto prazo Redução da capacidade cognitiva Redução do desempenho nas atividades MACONHA e HAXIXE Efeitos Medicinais Anti-emético Anti-convulsivante Analgésico Orexígeno (Larica) Efeitos de Longo Prazo Redução da capacidade cognitiva a longo prazo Exacerba sintomas da esquizofrenia MACONHA e HAXIXE Mecanismo de Ação 1990 – Descoberta de receptores endocanabinóides (CB) no SNC e tecidos periféricos Receptores CB1 e CB2 CB1 – SNC CB2 – Tecidos Periféricos Canabinóide endógeno – Anandamida ∆-9 THC aumenta a atividade dopaminérgica da via mesolímbica, aumentando a liberação de dopamina no núcleo accumbens MACONHA e HAXIXE Tolerânica, Dependência e Abstinência Tolerância – Desemvolvimento rápido para a maioria dos efeitos dos canabinóides Dependência – Relacionada ao aumento da liberação de dopamina no núcleo accumbens Abstinência Poucas evidências – T1/2 muito longa Aumento do fator de liberação de Corticotropina – marcador de estresse MACONHA e HAXIXE Toxicologia Absorção Inalatória – 3 a 10 minutos Via oral – 1 a 2 horas Biodisponibilidade Inalatória – 27% Via oral – 2 a 14% 90% de conjugação com lipoproteínas Acúmulo de THC nos tecidos adiposos MACONHA e HAXIXE Toxicologia Absorção Inalatória – 3 a 10 minutos Via oral – 1 a 2 horas Biodisponibilidade Inalatória – 27% Via oral – 2 a 14% 90% de conjugação com lipoproteínas Distribuição Volume: 1 a 3,4 L/Kg MACONHA e HAXIXE Distribuição Acúmulo de THC conjugado a ácidos graxos, podendo atingir 10.000x a concentração plasmática Canabinóides atravessam a placenta e também aparecem no leite materno podendo atingir 8,5x a concentração plasmática Biotransformação Oxidação principalmente pelo CYP2C Cerca de 100 metabólitos já identificados Principal metabólito ativo 11-OH-THC MACONHA e HAXIXE Identificação DROGA PURA Triagem - Testes Colorimétricos Testes baseados na reação com o grupamento fenólico dos canabinóides Embora inespecíficos, são os testes mais usados para triagem de canabinóides Outros compostos fenólicos eventualmente presentes na droga podem comportar-se de maneira análoga, funcionando como interferentes MACONHA e HAXIXE Teste de Fast Blue B Sal Fast Blue B → Cloreto de Di-O-Anisidina Tetrazolio Solução de Sal Fast Blue B 0,25% em água destilada, recém-preparada Preparo da amostra → Extrair cerca de 100 mg de amostra com 10 mL de éter de petróleo Ensaio → Transferir 5 gotas (250 μL) do extrato etéreo para papel de filtro e deixar evaporar o solvente. Adicionar 5 gotas do Reativo de Fast Blue B Cor VERMELHO-PÚRPURA → POSITIVO para canabinóides MACONHA e HAXIXE Mecanismo de reação → O sal de Fast Blue B reage com o grupamento fenólico dos canabinóides formando um produto de coloração vermelho-púrura MACONHA e HAXIXE Teste de Duquenois-Levine Reagente de Duquenois-Levine → Vanilina Solução etanólica de Vanilina 2% Preparo da amostra → Extrair cerca de 100 mg de amostra com 2 mL de solução etanólica de Vanilina 2% Ensaio → Transferir o extrato etéreo para tubo de ensaio e deixar escorrer pela parede do tudo 2 mL de HCl concentrado Anel AZUL-VIOLÁCEO → POSITIVO para canabinóides MACONHA e HAXIXE Mecanismo de reação → Com ácido clorídrico concentrado o íon carbânion terciário e, mais tarde, o íon carbânion ciclo hexenil são formados pelo deslocamento do íon hidreto, ocorrendo em equilíbrio com p-dimetilamino benzaldeído na presença de ácido clorídrico concentrado. A mudança de cor deve-se à desprotonação do grupo dimetilamino MACONHA e HAXIXE Interferentes O Teste de Fast Blue B parece apresentar maior seletividade para canabinóides do que o Teste de Duquenois- Levine O uso concomitante de ambos os testes melhora a qualidade do resultado MACONHA e HAXIXE Identificação MATRIZES BIOLÓGICAS Urina ∆-9 THC livre → Mais difícil Metabólitos ácidos conjugados com ácido glicurônico → THCCOOH Fezes ∆-9 THC livre oriundo da bile MACONHA e HAXIXE Extração da Matriz Biológica MATRIZES BIOLÓGICAS Urina Hidrolisar os glicuronídeos com KOH e extrair os canabinóides livres com solvente orgânico: hexano Fezes Extrair os canabinóides livres com solvente orgânico: hexano MACONHA e HAXIXE Métodos de Análise Cromatoplaca Aplicar a amostra do resíduo com auxílio de um capilar e eluir em heptano:butano:ácido acético glacial (90:9:1) Controles: Branco de urina Urina contaminada com 25 ng/mL de THCCOOH Distância percorrida pela fase móvel: 8,5 cm MACONHA e HAXIXE Revelação: Deixar secar e nebulizar com dimetilamina e após nova secagem, nebulizar com Reagente de Fast Blue B 0,1% O THCCOOH aparece como uma banda ROSA a cerca de 3 cm do ponto de aplicação Cuidados Analíticos O THCCOOH é fotolábil e termolábil, motivopelo qual o ensaio deve ser realizado imediatamente após a extração A degradação do metabólito acontece por descarboxilação MACONHA e HAXIXE MACONHA e HAXIXE Considerações Canabinóides são compostos típicos de Cannabis e assim, a presença de THCCOOH é marcador INEQUÍVOCO de exposição ao THC A excreção de THCCOOH apresenta correlação com a excreção de creatinina. Resultados negativos com concentração de creatinina inferior a 20 mg/dL podem significar que a urina foi intencionalmente diluída para alterar o resultado da análise MACONHA e HAXIXE Considerações A adição intencional de substâncias oxidantes ou redutoras na urina podem provocar a degradação do THCCOOH, alterando o resultado da análise O período de detecção pode variar conforme a dose e o padrão de uso do indivíduo: 24 horas → Maior probabilidade de detecção 72 horas → Detecção ainda possível em alguns casos 30 dias → Detecção ainda possível em usuários “pesados” 60 dias → Negativo mesmo para usuários “pesados” MACONHA e HAXIXE Outros Métodos de Análise Imunoensaio Técnica simples e rápida utilizando anticorpos de reconhecimento de THCCOOH com kits comerciais disponíveis Técnica apenas para triagem pois além de ser apenas qualitativa, sofre influência de variações de pH e força iônica MACONHA e HAXIXE MACONHA e HAXIXE Outros Métodos de Análise Cromatografia CG-MS LC-MS Métodos confirmativos e de quantificação Até 25 ng/mL → Uso ocasional ou exposição ambiental 50-100 ng/mL → Uso habitual moderado Acima de 100 ng/mL → Uso habitual pesado
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