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Resolução dos Casos Concretos Condenado pela prática do crime de furto por 2 anos e 7 meses, JOÃO, que já possui uma condenação pelo crime de lesão corporal culposa, com extinção da pena pelo seu cumprimento há dez anos, vinha cumprindo sua nova pena em regime semi-aberto, quando regrediu de regime pelo cometimento de falta grave. Passado o cumprimento de mais de um terço de sua pena, JOÃO requereu seu livramento condicional ordinário, nos termos do CP, art. 83, I que lhe foi negado sob os seguintes fundamentos: 1) possui maus antecedentes e 2) cometimento de falta grave. Analise, fundamentadamente, as teses defensivas de JOÃO em sede da Vara de Execuções Penais, objetivando a concessão da referida medida penal. Como João é reincidente e já cumpriu 1/5 da pena, ele está apto para o livramento condicional. O cometimento de falta grave não é obstáculo para a cessão do benefício, segundo a súmula 441 do STJ João foi denunciado como incurso no art. 157, § 2º, I, do CP. Instaurado o incidente de insanidade mental, o laudo constata que o réu é portador de doença mental de natureza psicótica, e ao tempo da ação era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Esclarecem os peritos que o réu necessita de medicação antipsicótica, devendo manter-se sob acompanhamento e tratamento psiquiátrico ambulatorial, não havendo necessidade de internação em hospital de custódia e tratamento. A prova produzida demonstra a autoria. Em alegações finais, o Ministério Público requer a absolvição, face a inimputabilidade, com a imposição da medida de segurança de internação, pois o crime praticado é punido com reclusão, a periculosidade é presumida, e o art. 97, do CP, constitui norma cogente. De acordo com os estudos em sala de aula, o que pode ser alegado em defesa de João? Segundo o laudo, João era considerado inimputável no momento em que praticou o fato típico. Segundo a dosimetria da pena, o desconhecimento da lei é considerado uma circunstância atenuante, portanto a defesa poderia usar os laudos e recomendações dos médicos peritos e a atenuante presente no caso, para abater a pena para uma detenção e tentar submeter o réu a um tratamento ambulatorial. JOÃO MARIA, pai de ANATÉRCIA, SEMPRÔNEA e CAIO, todos menores impúberes, foi condenado por estupro de vulnerável, afigurando-se como vítima, sua filha ANATÉRCIA. Na sentença condenatória o Juiz o julgou incapaz de exercer o poder familiar. Passado o período legal após o cumprimento da respectiva pena, JOÃO MARIA conseguiu sua reabilitação e dois meses depois está sendo acusado pelo crime de furto simples. Diante da situação narrada, pergunta-se: JOÃO MARIA voltará a exercer o poder familiar sobre seu(s) filho(s) em decorrência da reabilitação a ele concedida? Não. De acordo com o artigo 95 do CP, embora João Maria tenha cumprido todos os requisitos, se for condenado por decisão definitiva pelo crime de furto, será reincidente, e, a menos que a pena a cumprir seja a de multa, terá sua reabilitação revogada, e como consequência, a incapacidade para o exercício do poder familiar. PEDRO e CALVINO têm em comum o benefício da extinção da punibilidade em relação as suas pretéritas condenações transitadas em julgado. O primeiro foi beneficiado pela Anistia, enquanto o segundo pelo Indulto. Consultando os processos do Tribunal de Justiça, depreende-se que essas duas pessoas possuem novas condenações, assim observadas: PEDRO foi condenado por Tráfico de Drogas (Lei 11343/2006), enquanto que CALVINO foi condenado por Latrocínio consumado. Diante do caso acima narrado, indaga-se: PEDRO e CALVINO são considerados reincidentes? Resposta justificada Calvino é considerado reincidente, uma vez que o indulto é uma forma de extinção da sentença condenatória, é algo que vem após a condenação transitada em julgado e ainda mantém os efeitos secundários da condenação. Pedro foi beneficiado pela Anistia, portanto todos os efeitos da condenação são extintos, portanto o mesmo é considerado réu primário. Reza o CP, art. 114, I que quando a pena de Multa foi a única cominada ou aplicada, o prazo prescricional é de dois anos. No entanto, conforme disposto no inciso II do indigitado artigo, caso a pena de Multa for alternativa ou cumulativa cominada ou cumulativamente aplicada com pena privativa de liberdade, a prescrição da multa ocorrerá no mesmo prazo estabelecido por aquela pena mais grave. ADALBERTO foi condenado a uma pena de um ano pelo crime de furto, que foi substituída por uma restritiva de direitos, pena esta que foi cumulada com uma pena de multa. Passados dois anos da publicação da sentença condenatória recorrível, o Tribunal ainda não decidiu sobre o único recurso que foi interposto pela defesa, que após este lapso temporal sustenta a ocorrência da prescrição, uma vez que a pena de Multa não foi cumulada com uma pena privativa de liberdade, mas com uma pena restritiva de direitos, razão pela qual, o referido prazo prescricional opera-se em dois anos e não em quatro. Pergunta-se: assiste razão à tese defensiva? Há duas sentenças no caso concreto, multa e restritiva de direitos. De acordo com o art 114, I só há a prescrição em dois anos, se a pena de multa for a única aplicada. Portanto a defesa não tem razão. SÃO PAULO - Uma farmácia foi assaltada quatro vezes pelo mesmo ladrão em São Carlos, a 229 km da capital paulista. Nesta quinta-feira, ele foi preso. As câmeras de segurança da farmácia gravaram a ação. O vídeo mostra o assaltante chegando à farmácia e pedindo um xarope à atendente. Em seguida, ele anuncia o assalto com uma faca e pede todo o dinheiro no caixa. Ele fez dois assaltos seguidos à farmácia: na manhã de quarta-feira e nesta quinta-feira. ” O cara virou meu sócio. Todo dia ele vem sangrar meu caixa. Eu não aguento mais “ desabafou o dono da farmácia, Paulo César Castilho. Atos Henrique Pinto, de 26 anos, acabou preso. (Fonte: Jornal O Globo, 08/04/2011). Analisando a reportagem acima, podemos dizer que Atos responderá pelos crimes de roubo, em qual modalidade de concurso de crimes? Explique, inclusive se haverá exasperação ou cumulação das penas Uma vez que o réu agia da mesma forma sempre com o mesmo intuito, caracteriza-se um crime continuado. Na primeira fase da dosimetria penal, o juiz deverá fixar a pena-base no máximo permitido, não cabendo a cumulação das penas e nem exasperação uma vez que os crimes foram idênticos. O Juiz da Décima Vara Criminal da Comarca da Capital do RJ condenou ANACLETO a uma pena privativa de liberdade que foi substituída por uma pena restritiva de direitos de perda do seu automóvel Gol, ano 2010 (CP, art. 43, II), que fazia parte de seu considerável acervo patrimonial. Em fase de Execução da Pena, ANACLETO vem a falecer, ocasião em que o Estado vem a se habilitar em seu inventário judicial. Em defesa, ANATÉRCIA, viúva de ANACLETO, sustentou a inconstitucionalidade da referida atividade estatal trazendo como fundamento constitucional que a pena estaria passando da pessoa do condenado. Considerando a situação hipotética, indaga-se se assiste razão à defesa de ANATÉRCIA e qual(is) o(s) princípio(s) a ser(em) invocado(s) ? Uma vez já sido transitada em julgado e estando na parte executória da pena, não há mais como recorrer. Anartécia só teria razão se seu marido falecesse durante o processo. João Inácio, 27 anos, mora com seu tio, Franklin Galvão, 63 anos, há exatostrês anos. A Residência em que se dá a referida coabitação é situada numa área nobre da cidade do Rio de Janeiro. Em viagem de férias, pelo sul da Bahia, neste último verão, junto com seu referido sobrinho, Franklin Galvão sentiu falta de seu relógio de ouro. Chegando ao Rio de Janeiro, João Inácio, mostrando-se arrependido, confessou a um amigo seu que foi ele quem subtraiu o relógio de seu tio objetivando o vender para comprar drogas, fato este que realmente aconteceu no âmbito de seu passeio pelo sul da Bahia. O amigo de João Inácio, advogado criminalista, sugeriu-lhe contar todo o ocorrido ao seu tio, mostrando seu real arrependimento, até porque se trata de fato penal que desafia ação penal pública condicionada à representação. Considerando o caso acima, indaga-se se assiste razão ao advogado amigo de João Inácio. Responda fundamentadamente. Sim, o advogado tem razão. Em virtude da presença de interesse público e privado no caso, o interesse privado se sobressai deixando o interesse público em segundo plano. Não importa onde ocorreu o crime. ANACLETO SOARES subtraiu para si coisa alheia móvel mediante violência contra a pessoa. Por se tratar de réu primário, com bons antecedentes, maior de dezoito e menor de 21 anos, o juiz, atento aos ditames do art. 59, do Código Penal, fixou a pena-base no mínimo legal (quatro anos de reclusão), desconsiderando, no cálculo da pena intermediária, a atenuante da menoridade prevista no art. 65, do Código Penal. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre o tema, responda de forma objetiva e fundamentada se o magistrado agiu corretamente de acordo com a jurisprudência majoritária. A jurisprudência majoritária entende que a pena não pode ficar abaixo do mínimo legal estipulado no tipo penal. É importante frisar que o Superior Tribunal de Justiça, pacificando tal entendimento, editou a súmula 231 Carlos foi condenado pelas práticas de lesão corporal grave (art. 129, §2º, I, do CP), à pena de 02 anos de reclusão, e furto simples (art. 155, do CP), às penas de 01 ano de reclusão e 10 D.M., em concurso material. Há possibilidade de fazer incidir pena alternativa em qualquer das condenações? Qual o regime prisional a ser fixado, considerando que Carlos é primário, de bons antecedentes e menor de 21 anos? Fundamente No crime de lesão corporal não, a lei veda a substituição da pena quando ocorre violência ou grave ameaça contra a pessoa. Mas no caso de furto simples sim, ele poderá receber a substituição da pena. Então, o regime a ser cumprido será o aberto pois Carlos detém todos os requisitos a serem analisados pela dosimetria da pena. Jonas foi condenado às penas do art. 302 da Lei 9503/97 (CTB), em concurso formal próprio, por ter atropelado, na direção de veículo automotor, cinco pessoas que estavam paradas num ponto de ônibus. Considerando que Jonas já possuía em suas anotações criminais condenação transitada em julgado por crime de Latrocínio na forma tentada, cuja pena fora totalmente cumprida há dois anos, o juiz que o condenou pelos novos crimes cometidos, não substituiu sua pena privativa de liberdade definitiva por restritiva de direitos sob a fundamentação de se tratar de réu reincidente. Considerando o caso hipotético, analise a decisão do magistrado quanto ao seu fundamento. A decisão judicial não foi concisa, uma vez que a lei só impede a substituição da pena ao reincidente quando há crime doloso ou se a reincidência tenha ocorrido na prática do mesmo crime, o que não aconteceu em nenhum dos casos. JONATAS, 28 anos, aproveitando -se do caos que se instalou no Estado do Espírito Santo, por conta da manifestação d e greve da polícia militar, subtraiu de uma grande estabelecimento empresarial varejista, na cidade de Vitória, uma televisão de 40 polegadas. Sua atividade ilícita foi filmada por câmeras da Prefeitura e p assada em Programa Jornalístico de grande audiência nacional. O jovem, envergonhado perante seus familiares, deliberadamente no dia seguinte devolve a res furtiva, sendo processado criminalmente pelo seu ato. O Juiz, no momento da aplicação da penal criminal, entendendo que ao caso concreto nenhuma pena seria necessária ao réu, considerando a vergonha que este passou, deixou de aplicar a pena tendo em vista que o CP, no seu art. 5 9 preconiza que o juiz estabelecerá conforme seja “necessário” e “suficiente” para reprovação e prevenção do crime. Considerando o caso acima, aponte, fundamentadamente, a legalidade da decisão judicial. Não agiu corretamente o magistrado, porque diante do princípio da inderrogabilidade a pena deve ser aplicada, podendo no caso apenas reduzir a pena, mas não deixar de aplicar nenhuma sanção. Até porque só é possível o perdão judicial quando houver expressa previsão legal, o que não é o caso no crime de furto. Ricardo cometeu um delito de roubo no dia 10/11/2007, pelo qual foi condenado no dia 29/08/2009, sendo certo que o trânsito em julgado definitivo de referida sentença apenas ocorreu em 15/05/2010. Ricardo também cometeu, no dia 10/09/2009, um delito de extorsão. A sentença condenatória relativa ao delito de extorsão foi prolatada em 18/10/2010, tendo transitado definitivamente em julgado no dia 07/04/2011. Ricardo também praticou, no dia 12/03/2010, um delito de estelionato, tendo sido condenado em 25/05/2011. Tal sentença apenas transitou em julgado no dia 27/07/2013. Nesse sentido, tendo por base apenas as informações contidas no enunciado, responda aos itens a seguir. A) O juiz, na sentença relativa ao crime de roubo, deve considerar Ricardo portador de bons ou maus antecedentes? O juiz deverá considerar bons antecedentes. B) O juiz, na sentença relativa ao crime de extorsão, deve considerar Ricardo portador de bons ou maus antecedentes? Na hipótese, incide a circunstância agravante da reincidência ou Ricardo ainda pode ser considerado réu primário? O juiz deverá considerar maus antecedentes. Sim, pois o réu cometeu outro crime anteriormente e sua sentença ter sido transitado em julgado e durante cinco anos ter praticado outro crime (extorsão). C) O juiz, na sentença relativa ao crime de estelionato, deve considerar Ricardo po rtador de bons o u maus antecedentes? Na hipótese, incide a circunstância agravante da reincidência o u Ricardo ainda pode ser considerado réu primário? O juiz deverá ainda considerar maus antecedentes. No caso incide o agravante de reincidência, visto que ele praticou vários tipos de crimes dentro de um período de cinco anos.
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