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Artigo de Reação O Jardim e a Praça

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Artigo de Reação – O Jardim e a Praça
Adotando-se a analogia realizada pelo autor entre jardim/praça e privado/público (respectivamente), como é possível relacionar a confusão de público e privado existente no absolutismo monárquico e o corporativismo contemporâneo?
As casas, no período das monarquias absolutas, continham o significado político de representação da dinastia governante. Por exemplo, casa dos Bourbons, uma das grandes dinastias europeias da era absolutista. Essa íntima relação do particular com o público reflete a centralização do poder político característica dos séculos e XVII XVIII, na qual os interesses privados do monarca influenciavam a administração da vida pública na sociedade europeia. Os “jardins” dos palácios, como representação de tudo que é particular, tornavam-se as “praças” públicas, símbolos dos interesses coletivos. Em comparação, a influência que as corporações possuem sobre alguns governos se assemelha a essa característica da Idade Moderna, pois os interesses empresariais (como os interesses dos monarcas) são privilegiados sobre os interesses público-sociais. Na contemporaneidade, os “jardins”, espaços particulares, isolados da coletividade de uma sociedade, simbolizam o interesse particular das grandes corporações associadas aos governos; por outro lado, as “praças”, espaços abertos a toda a sociedade, caracterizam os desejos das massas do Estado contemporâneo. Claramente, as distinções entre a organização estatal da monarquia absolutista e a aliança governamental-corporativista impedem a clareza na visualização das semelhanças; contudo, é inegável que o corporativismo confere grande influência da iniciativa privada sobre o bem público, da mesma maneira que os monarcas absolutistas e seus interesses pessoais interferiam na vida pública dos cidadãos à época. Dessa maneira, é possível, apesar da diferença de intensidade do vínculo público-privado das diferentes épocas, estabelecer um paralelo entre a união público-privada que ocorreu durante o absolutismo monárquico e a união público-privada que ocorre no corporativismo da sociedade hodierna. 
Jonas Barato

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