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Aurivar Fernandes Filho
Psicologia do desenvolvimento 
e da aprendizagem
0303
Sumário
CAPÍTULO 3 – O Desenvolvimento Humano e Aprendizagem: Piaget ...................................05
Introdução ....................................................................................................................05
3.1 Piaget e a Aprendizagem...........................................................................................05
3.1.1 Conceitos importantes para a Aprendizagem ......................................................05
3.2 Piaget e o Desenvolvimento Humano ..........................................................................11
3.2.1 Os Estágios de Desenvolvimento Piagetiano .......................................................11
Síntese ..........................................................................................................................18
Referências Bibliográficas ................................................................................................19
0505
Capítulo 3
Introdução
Você já imaginou como seria o processo de aprendizagem desvinculado do entendimento so-
bre o desenvolvimento do ser humano? Provavelmente, muitas das atividades planejadas pelo 
educador não atenderiam às necessidades dos alunos, pois os estágios de desenvolvimento dos 
indivíduos seriam ignorados, não é mesmo? Contudo, o desenvolvimento intelectual pressupõe 
uma engenhosa construção em que cada material, ou conhecimento adquirido, estabelece as 
bases para a solidificação do edifício (PIAGET, 1999).
Assim, o entendimento do desenvolvimento numa perspectiva cognitiva e intelectual, considera a 
evolução dos comportamentos e atitudes de cada faixa etária, concebendo o ser humano como 
sujeito ativo no processo de aquisição de conhecimento. Dessa forma, é possível observar como 
as crianças e os adultos resolvem problemas a partir de esquemas de ação ou pensamentos as-
similados ao longo de seu desenvolvimento.
Nesse contexto, surgem algumas questões: como acontece esse processo de solidificação, ou 
sedimentação, do exercício do desenvolvimento intelectual? Que elementos interferem ou auxi-
liam no processo? Qual é o papel do indivíduo e do ambiente no processo de desenvolvimento 
e aprendizagem? E como são estruturados os esquemas que organizam as ações do indivíduo?
Para responder a essas questões, investigaremos o conceito de desenvolvimento e de aprendi-
zagem conforme a perspectiva Piagetiana. Assim, teremos a oportunidade de compreender os 
elementos particulares da aprendizagem conforme o estágio de desenvolvimento, o ambiente no 
qual estão inseridos e linguagem dos alunos. 
3.1 Piaget e a Aprendizagem
Jean Piaget foi um biólogo e epistemólogo suíço que dedicou grande parte de suas pesquisas 
aos estudos em psicologia, mais precisamente ao pensamento infantil. Sua contribuição para a 
educação estende-se até os dias atuais, ao formular uma epistemologia genética que explica o 
processo de desenvolvimento intelectual desde a primeira infância até a idade adulta. 
Neste tópico, veremos as teorias formuladas por Piaget, bem como alguns conceitos essenciais 
da teoria genética da aprendizagem. 
3.1.1 Conceitos importantes para a Aprendizagem
Piaget procurou, por meio do método clínico e observando seus filhos, compreender como as 
crianças se desenvolviam e quais esquemas mentais utilizavam para resolução de problemas. 
(RAPAPPORT; FIORI; DAVIS, 1981, p. 52). Assim, foi criada uma Epistemologia Genética que 
reconhece a maturação neurofisiológica como parte importante do desenvolvimento e aquisição 
do conhecimento.
O Desenvolvimento Humano 
e Aprendizagem: Piaget
06 Laureate- International Universities
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
Mas por que Epistemologia Genética? A palavra epistemologia refere-se ao estudo 
do conhecimento e, como sua formação inicial foi em Biologia, Piaget utilizou os méto-
dos rígidos das ciências naturais. Porém, reconheceu a importância de outras ciências, 
tais como a filosofia e psicologia. Assim, a epistemologia genética não está ligada aos 
“genes”, mas ao estudo do desenvolvimento, de como o sujeito evolui de um conheci-
mento menor para outro maior, e dos “[...] processos que o indivíduo usa para conhe-
cer a realidade.” (RAPPAPORT; FIORI; DAVIS, 1981, p. 52).
NÓS QUEREMOS SABER!
Jean William Fritz Piaget nasceu em 9 de agosto de 1896 na cidade de Neuchâtel, 
e morreu em Genebra, no dia 16 de setembro de 1980. Sua formação inicial foi em 
Biologia e doutorou-se em Ciências. Contudo, Piaget se interessou pela Psicologia e 
desenvolveu muitas pesquisas na área. Foi professor de Psicologia e Filosofia na Uni-
versidade de Neuchâtel e fundou o Centro de Epistemologia Genética em Genebra.
VOCÊ O CONHECE?
A partir desse conhecimento, Piaget estruturou uma teoria interacionista, de acordo com a qual 
a interação surge como elemento principal no desenvolvimento humano.
Entende-se que estamos expostos a uma realidade externa, isto é, a objetos e pessoas externos as 
nossas vontades, e isso demandará determinados comportamentos ou respostas. Essa dinâmica 
incentiva uma criança, por exemplo, a utilizar esquemas ou estruturas mentais durante todas as 
etapas de desenvolvimento, até a fase adulta.
É importante entendermos que, conforme aborda Salvador (2000, p. 251), “[...] o ponto essen-
cial do construtivismo Piagetiano é que o sujeito vai construindo espontaneamente seus conhe-
cimentos por meio da interação com a realidade que o envolve.”. Em outras palavras, o sujeito, 
na sua relação constante com pessoas e objetos, depara-se com a necessidade de construir 
esquemas e, assim, possui um papel de protagonista na aquisição de conhecimentos.
Podemos dizer, portanto, que no sentido Piagetiano, o conhecimento é possível por meio de 
ações externas, como usar uma vareta para conseguir alcançar um brinquedo, e internas ou não 
visíveis, como o planejamento e a organização de uma festa. O sujeito lida com o mundo de 
forma ativa, construindo novas formas de atuar nele.
Outro ponto importante para a aprendizagem é a Hereditariedade. Para compreendermos esse 
conceito, devemos partir da premissa de que para o aparecimento de estruturas mentais, temos 
uma estrutura biológica prévia, com aspectos sensoriais e neurológicos que amadurecem em 
contato com o meio no qual nos encontramos (RAPPAPORT; DAVIS; FIORI, 1981).
Devemos compreender que a herança biológica tem um papel preponderante no desenvolvi-
mento da inteligência. É somente a partir da maturação neurológica e psicológica, em contato 
com o meio, que a criança desenvolverá estruturas cognitivas que permitirão sua adaptação aos 
desafios ao longo de seu crescimento.
Nesse sentido, percebe-se a relevância da questão biológica associada às características do am-
biente, como relacionamentos, cultura e comportamentos, que, conforme o estímulo oferecido, 
produzirão possibilidades de ampliar a estrutura cognitiva. Por meio dessa teoria, vemos que um 
07
ambiente rico em estímulos proporcionará a uma pessoa, independentemente da idade, maiores 
chances de lidar com a realidade ao seu redor. 
De que modo isso acontece? Imagine uma criança que resida em uma casa na qual todas as 
pessoas consideram a leitura importante no cotidiano e valorizam a comunicação. No decorrer 
da maturação neurológica, esse ambiente, rico em possibilidades de aprendizagem sobre o uso 
dos livros e o modo de se expressar, oferecerá maiores probabilidades de conhecimento e atua-
ção no mundo ao redor.
Figura 1 − Um ambiente com estímulos auxiliará na estruturação cognitiva.
Fonte: Shutterstock, 2015.
É preciso deixar bem claro que estamos falando de uma teoria interacionista, segundo a qual os 
fatores biológicos herdados e o meio influenciam a aprendizagem e o desenvolvimento!
Além disso, outro fatorde grande importância para a aprendizagem é o modo como o indivíduo 
organiza mentalmente os estímulos externos e internos por meio de Esquemas. Pense que, ao 
nascer, a criança possui uma herança biológica; porém, de forma caótica, ela não consegue 
reconhecer ou compreender o próprio comportamento, nem o mundo a sua volta. 
Logo de início, o bebê precisa alimentar-se e, para tanto, utiliza o reflexo de sugar o leite mater-
no. Logicamente, esse bebê não possui um “jeito” ou segue um método para sugar o peito da 
mãe e se alimentar do leite materno. Algumas mães chegam a relatar que seus filhos encontram 
certa dificuldade para “pegar o peito”, pois o que ocorre é um reflexo do ato de sugar. Mas, ao 
longo do tempo, esse ato reflexo serve de base para a criança lidar com a sua realidade, como 
sugar a mamadeira e a chupeta. Chamamos tal processo de esquema de sugar.
Para melhor entendermos o conceito de esquema, Salvador (2000, p. 250) explica que esquema 
corresponde ao “[...] aspecto organizativo de uma ação, a estrutura que permite que essa ação 
possa repetir-se e ser aplicada com ligeiras modificações – em situações distintas para conseguir 
objetivos similares.”. É o que acontece com o bebê, que passa a sugar tudo o que alcança.
Nesse sentido, podemos depreender que se realizam ações ou têm-se determinados comporta-
mentos justamente para resolver uma questão específica. E, a partir de uma conduta particular 
08 Laureate- International Universities
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
qualquer, o indivíduo desenvolve pequenos acréscimos para atender a novas exigências. No caso 
do bebê, o ato de sugar, inicialmente caótico, permitiu novas adaptações em relação à maneira 
de sugar e ao objeto que sugaria.
O conceito de esquema, portanto, se refere ao uso de um mecanismo – estruturado e adapta-
do – desde a infância, e que sofre modificações ao longo do tempo. Para melhor compreensão 
do tema, basta imaginarmos que um ato simples de uma criança, como guardar brinquedos em 
uma caixa, pode ser o mesmo utilizado por um adolescente ao organizar sua vida nos dias de 
prova no colégio, ou por um adulto que necessita organizar um evento com diversas atividades.
Ainda, essa organização ou esquematização de ações voltadas à interação com a realidade 
apresentada a um organismo atende a uma demanda de “perturbações” e necessidades exterio-
res. Tais perturbações requerem uma postura ativa do indivíduo diante das situações apresenta-
das ao longo do tempo. 
Dessa forma, os esquemas podem ser comparados a um guia ou manual a que o sujeito recorre 
para lidar com uma determinada situação, mas que não necessariamente atenderá a todas as 
situações. Continuemos a leitura e vejamos por que não atende a todas as situações! 
Piaget (1999) enfatiza a importância dos esquemas no que diz respeito à organização mental 
no processo de aprendizagem, comparando-o aos órgãos internos, que possuem a função de 
equilibrar nossas atividades biológicas e nossa vida mental, nos campos afetivo e cognitivo. De 
modo semelhante, na aprendizagem, os esquemas possuem a função de estruturar/organizar 
uma ação para que ela seja aplicada em situações diferenciadas, apontadas como esquemas 
de ação, ou em situações comuns “[...] às diversas repetições ou aplicações da mesma ação.” 
(PIAGET, 1967, p. 16 apud SALVADOR, 2000, p. 251), permitindo equilíbrio do organismo no 
meio em que está inserido. 
Nesse sentido, o equilíbrio ou equilibração – termo mais utilizado por Piaget, por tratar-se de 
um processo em constante dinamismo –, corresponde a um modo ou estruturação cognitiva que 
atenda às exigências do mundo externo. Dito de outra forma, há uma compensação frente aos 
novos desafios, representando um modo de sobrevivência.
Um exemplo desse equilíbrio seria o uso das tecnologias. Imagine que você utiliza um celular 
há um bom tempo, mas percebe que ele precisa ser trocado por um novo aparelho da mesma 
marca, pois não possui memória suficiente ou programas avançados. Ao comprá-lo, você per-
cebe que, mesmo sendo da mesma marca, existem algumas funções do antigo aparelho que 
não funcionam no novo. Assim, você precisará estruturar ou adaptar-se a essa nova realidade 
(novo aparelho), podendo ler o manual ou buscar vídeos explicativos na internet, elaborando 
um novo esquema de uso do aparelho. Desse modo, você aprenderá a usar suas novas funções 
e programas.
Agora imagine que em um mundo em constante mudança e com o surgimento de novas tecnolo-
gias, somos levados frequentemente a organizar as estruturas cognitivas para lidar com as novas 
exigências tecnológicas, não é verdade? Dessa maneira, podemos entender que essas equilibra-
ções permeiam toda nossa vida, solicitando-nos novos ajustes e modos de lidar com a realidade.
09
Figura 2 − Equilíbrio como fator importante na Aprendizagem.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Entenda que, de acordo com a teoria genética, a aprendizagem servirá como base para que o 
indivíduo possa ser estimulado a se equilibrar frente às mais variadas necessidades que possam 
surgir ao longo do caminho, sejam de ordem afetiva, social ou cognitiva. 
Os diferentes processos aos quais o indivíduo está exposto exigem maneiras diferentes de utilizar 
os esquemas já desenvolvidos em novas realidades e em diferentes períodos de maturação bioló-
gica e cognitiva. Dessa maneira, o sujeito é inclinado a resolver essas questões ao longo de seu 
desenvolvimento, tais como: ler, escrever, resolver contas, interpretar, aprender novos conceitos, 
simbolizar.
NÃO DEIXE DE VER...
Sugerimos que você assista ao filme alemão O enigma de Kaspar Hauser (1974), dra-
ma do diretor Werner Herzog. O filme narra a história de um homem que vivia em uma 
torre, onde mantinha poucas relações sociais. Após sair de lá, ele inicia a estruturação 
de novos esquemas ao buscar por equilíbrio diante da nova realidade que experiencia. 
A obra explicita as relações entre o ambiente e a maturação, sendo Kaspar Hauser um 
sujeito ativo.
Piaget aponta outro conceito que está intimamente relacionado a essas novas formas de lidar 
com a realidade: a adaptação. De modo simplificado, trata-se de um retorno do indivíduo ao 
equilíbrio, após ter precisado adequar-se a um novo meio. Nesse sentido, serão utilizadas as 
estruturas ou esquemas mentais já elaborados ou novos para uma situação diferenciada das 
demais. Assim, analisaremos a adaptação por meio de dois processos: a assimilação e a aco-
modação. Vamos lá?
A assimilação é o processo utilizado para responder a uma demanda ou necessidade de ree-
quilíbrio utilizando os esquemas mentais já elaborados. Para melhor compreender esse processo, 
acompanhe o caso de um aluno do Ensino Fundamental I.
10 Laureate- International Universities
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
CASO
João tem 12 anos e está no sétimo ano do Ensino Fundamental I. Ele já domina com destreza 
as quatro operações matemáticas formais (adição, subtração, multiplicação e divisão). A partir 
do seu aniversário, seus pais começam a lhe dar uma mesada, dizendo que ele deverá controlar 
o dinheiro a partir daquele momento, pois não mais lhe dariam dinheiro extra. Assim, João en-
tende que precisará utilizar o que aprendeu na escola para fazer o seu dinheiro render, usando 
as operações matemáticas de subtração e divisão para controlar seus gastos e determinar o que 
resta da sua mesada até o próximo mês. 
Observe que no caso de João, ele já possuía um esquema de operações matemáticas estabeleci-
do e os vivenciava no cotidiano. Porém, ao deparar-se com o elemento causador de desequilíbrio 
(não mais receberia dinheiro sempre que solicitasse), o garoto recorre a seus esquemas mentais 
sobre o entendimento da matemática para resolver o problema, acrescido de sua interpretação 
da situação. Nesse caso, houve uma assimilação das operações matemáticas à novanecessida-
de (precisaria controlar o que recebia dos pais até o próximo mês). Você se lembra de ter usado 
essa prática alguma vez? 
Se, por outro lado, o esquema (funções matemáticas) adotado por João não atendesse ou auxi-
liasse na resolução dos problemas, seria necessário ajustar ou modificar as estruturas cognitivas 
conforme a necessidade. Esse processo é denominado de acomodação, e auxilia o indivíduo a 
adaptar-se ao novo, exigindo a aprendizagem de novas competências.
Contudo, devemos deixar bem claro que ambos os processos (assimilação e acomodação) estão 
presentes na maioria dos processos de aprendizagem, permeando a vida de todos os indivíduos. 
E a tecnologia tem nos requisitado essa habilidade de adaptação com frequência, pois novos 
modelos de computadores, televisores e celulares surgem constantemente. Caso você compre 
um novo celular, mesmo que algumas funções do aparelho anterior permaneçam (assimilação), 
outras funções surgirão para melhorar a comunicação (acomodação). 
Figura 3 − A adaptação está presente no uso das tecnologias e em suas inovações.
Fonte: Shutterstock, 2015.
11
Desse modo, devemos entender que os conceitos apresentados estão envolvidos no processo de 
aprendizado segundo a Teoria Psicogenética da Aprendizagem. O sujeito, ativo nesse processo, 
está em constante busca por equilíbrio para adequar-se e atender às demandas do meio. Há 
uma construção/reconstrução do conhecimento teórico ao interagirmos com o meio, daí o uso 
do termo construtivismo.
Saiba que para professores e educadores é dada a responsabilidade da criação de um ambiente 
rico em estímulos físicos e sociais – significativos para os alunos – que possam ser assimilados 
ou acomodados por meio de experiências adequadas ao grau de maturação física e psicológica 
em que se encontram. 
Para compreendermos melhor o processo de aprendizagem, é importante conhecermos os es-
tágios de desenvolvimento conforme postulados por Piaget. Veremos também as formas através 
das quais o indivíduo interage com o ambiente, e estabelece esquemas mentais para lidar com o 
mundo que o cerca. Acompanhe a seguir o estabelecimento dessa teoria.
Como ocorre a incorporação do construtivismo nas escolas? Em algumas escolas, 
o entendimento sobre o construtivismo permitiu a criação de um método pedagógi-
co intitulado e fundamentado nos estudos de Piaget sobre o desenvolvimento infantil. 
Assim, o método reconhece o aluno como sujeito da aprendizagem, proporcionando 
atividades que estimulem a experimentação, a reflexão, que incentivem à pesquisa, a 
trabalhar em grupo etc. As atividades buscam adequar-se à realidade do aluno, de 
modo a prepará-lo para a resolução de problemas cotidianos.
NÓS QUEREMOS SABER!
3.2 Piaget e o Desenvolvimento Humano
O estudo do desenvolvimento humano foi alvo de muitas pesquisas da psicologia, no intuito de 
compreender as características, comportamentos e fenômenos psicológicos ligados às faixas etá-
rias. Alguns dos mais importantes teóricos, como Skinner e Freud, focaram em aspectos como a 
aprendizagem e a sexualidade, respectivamente, para a compreensão desse processo.
Saiba que um indivíduo possui características comuns a cada faixa etária de seu desenvolvimen-
to. É isso mesmo! A aprendizagem, segundo Piaget, acontece na interação do sujeito com o 
meio. Neste tópico, veremos como os estágios do desenvolvimento humano são apresentados, 
e como os profissionais da educação utilizam tais conhecimentos em seu favor no planejamento 
das atividades pedagógicas!
3.2.1 Os Estágios de Desenvolvimento Piagetiano
Sabemos que Piaget definia o desenvolvimento como “[...] uma equilibração progressiva, uma 
passagem contínua de um estado de menor equilíbrio para um estado de equilíbrio superior.” 
(PIAGET, 1999, p. 13), certo? Bem, tal conceito difere das linhas teóricas presentes na época. 
O Behaviorismo, por exemplo, reconhecia o indivíduo como submetido ao meio, ou a influências 
externas, ao passo que a Psicanálise privilegiava as estruturas internas. Assim, a epistemologia 
genética reconhece a maturação neurológica por meio de fases ou estágios, mas evidencia a 
atividade do sujeito como parte de sua busca por apropriar-se da realidade ou do mundo a sua 
volta (PIAGET, 2002).
12 Laureate- International Universities
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
O livro Piaget para iniciantes (1980), da editora Summus, foi escrito por Lauro de 
Oliveira Lima, considerado um dos maiores especialistas em Piaget do Brasil. A obra 
apresenta 30 artigos e ensaios para que o leitor compreenda o processo de desenvol-
vimento e aprendizagem infantil sob a ótica do teórico Piaget.
NÃO DEIXE DE LER...
A partir de seus estudos, Piaget percebeu que o desenvolvimento se dá por meio de fases ou 
períodos que apresentam determinadas características. Desse modo, as necessidades são orga-
nizadas e vão desde os reflexos inatos de um bebê (sucção e fechar a mão ao tocar um objeto) 
até iniciativas mais complexas como discutir, ler com senso crítico, entre outras. (RAPAPPORT; 
FIORI; DAVIS, 1981).
O primeiro estágio é o Sensório-Motor que compreende o período de 0 a 2 anos. Tal período é 
denominado por Piaget (1999, p. 17) como “[...] decisivo para todo o curso da evolução psíqui-
ca: representa a conquista através da percepção e dos movimentos, de todo o universo prático 
que cerca a criança.”. 
No bebê ou recém-nascido, as questões sensoriais e motoras estão ligadas à hereditariedade, 
ou simplesmente às necessidades primárias de sobrevivência ou instinto, como a amamentação 
por meio da sucção. Nessa fase, não existe uma separação entre “eu”, objeto e espaço. Todas 
as coisas são uma só, ou seja, “[...] o bebê relaciona tudo ao seu próprio corpo, como se fosse 
o centro do mundo.”. (PIAGET, 2002, p. 10).
Brinquedo e Infância − Um guia para pais e educadores em creche. Da autora Santa 
Marli Pires dos Santos (2006), é uma indicação para profissionais que trabalham com 
crianças de 0 a 3 anos de idade. O livro aborda conceitos Piagetianos de desenvolvi-
mento.
NÃO DEIXE DE LER...
Contudo, na medida em que há uma maturação neurológica e física, outros aspectos surgem 
como processo de aprendizagem, como a assimilação de comportamentos (chupar o dedo ou 
sugar o bico da mamadeira, por exemplo), até se formarem esquemas mais complexos, ao serem 
utilizados os sentidos e a coordenação motora (como segurar os objetos com intencionalidade).
Nesse sentido, a criança começa a estabelecer uma separação entre o que é o eu e o que é o 
objeto externo, atuando e interagindo com eles. De que modo isso acontece? A organização ca-
ótica sobre a realidade vai adquirindo significados, pois inicialmente o bebê não consegue fazer 
uma separação entre si e os objetos – um egocentrismo em que corpo e mundo externo são a 
mesma coisa. Porém, a partir do desenvolvimento de uma inteligência sensório-motora, o corpo 
surge como um objeto separado ou entre os demais objetos externos. (PIAGET, 1999).
A partir de suas experiências, por meio do tocar/explorar/sentir, o bebê reconhece outros ele-
mentos desassociados de seu corpo. Esse processo pode ser observado no primeiro ano, quando 
a criança começa a ter a noção de permanência de um objeto, ou seja, ela percebe que um ob-
jeto some, porém pode aparecer logo em seguida, pois a realidade é estável, ou seja, independe 
de sua percepção desse objeto aparecendo ou desaparecendo do seu campo visual. 
13
Isso pode ser facilmente identificado nas brincadeiras de esconde-esconde, ou quando um brin-
quedo some e a criança vai procurá-lo, o que anteriormente não ocorria, pois a criança logo se 
distraía com outras coisas. Desse modo, ela inicia o processo de construção de uma realidade 
exterior ao seu “eu”. 
Figura 4 − O ato reflexo ao pegar precede a maturação para atividades motoras complexas.
Fonte: Shutterstock,2015.
Como estamos tratando do aspecto sensório-motor, a criança inicia o processo de conhecimento 
do mundo através da exploração do que está ao seu redor e do deslocamento do próprio corpo, 
manipulando-o e experimentando-o. Há nesse período o reconhecimento de uma inteligência 
prática, isto é, a criança faz uso de sua ação e percepção para explorar o mundo, o que antece-
de o aparecimento da linguagem, para Piaget (1999).
O período sensório-motor é dividido em seis subestágios com suas respectivas atividades. Para 
melhor visualização, confira o quadro abaixo.
ESTÁGIOS ATIVIDADES COMUNS
1º Estágio
Reflexos Automáticos Inatos: morder, chorar, movimentos involuntários, 
acompanhar com os olhos um objeto.
2º Estágio
Reações Circulares Primárias: chupar o dedo quando estiver com fome e 
repetir a ação, assimilando esse comportamento.
3º Estágio
Orientação de atividades para meta externa: balançar um brinquedo e ouvir 
o barulho.
4º Estágio
Coordenação de esquemas sensório-motores para alcançar um fim externo: 
abrir uma tampa para pegar algo que foi escondido.
5º Estágio
Invenção de novos esquemas sensório-motores: usam objetos para pegar um 
brinquedo que está embaixo do sofá, pois o braço não alcança.
6º Estágio
Novos esquemas por meio da exploração mental: olhar para uma cadeira 
e para um objeto em cima de uma mesa. Depois, arrastar e usar a cadeira 
como meio para pegar o que deseja, sem treinamentos.
Quadro 1 − Subestágios do sensório-motor.
Fonte: Mussem et al, 1988.
14 Laureate- International Universities
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
Perceba que há uma maturação sensório-motora e uma interação do indivíduo com a realidade 
externa, observada pelo modo como a criança se apropria dos objetos externos e realiza ati-
vidades com uma intenção ou finalidade. Além disso, ela inicia a manipulação dos símbolos e 
reproduz ações por imitação. Mais ainda, inicia o processo de desenvolvimento da linguagem.
Entre 2 e 7 anos, acontece o segundo estágio, o Pré-Operatório. Sob o ponto de vista da lin-
guagem, a criança recita tudo o que está fazendo, enquanto realiza as suas atividades motoras, 
por exemplo, nas brincadeiras – denominada de fala egocêntrica. Paralelamente, a linguagem 
também adquire a função de socialização ou comunicação com as pessoas de uma mesma cultu-
ra. Nesse aspecto, esse período é considerado de transição, pois considera que, após essa fase, 
a criança iniciará a transição do pensamento dito em voz alta para o interiorizado. (RAPPAPORT; 
DAVIS; FIORI, 1981).
É nesta fase que se inicia o desenvolvimento mental, através do qual se torna possível o proces-
so de socialização e da ação conjunta (brincar, conversar etc.), possibilitando uma troca com 
outros indivíduos. Mais do que isso, ocorre a interiorização da ação por meio da aparição do 
pensamento. Assim, é importante apontar que, com o desenvolvimento da linguagem, a criança 
se depara com o mundo social e o universo interior (PIAGET, 1999).
Nesta fase, a criança inicia a elaboração de perguntas mais complexas em busca de respostas 
que atendam as suas necessidades de interação com o mundo ao redor. Nesse momento, surgem 
os inúmeros “Porquês?”.
Contudo, neste período ainda existe um egocentrismo muito presente, criando uma dificuldade 
para desarticular os sentimentos, falas, desejos e ações dos objetos inanimados, como bonecos e 
brinquedos, ou dos animais, havendo uma mistura entre o lúdico e o real. É possível, por exem-
plo, que a criança atribua, em suas brincadeiras, atitudes ou comportamentos seus aos bonecos 
com os quais brinca. 
Mesmo que se perceba uma fase de aproximação social com outras crianças, as atividades são 
realizadas em separado, utilizando somente o mesmo espaço. O aspecto central nesse período 
é o desenvolvimento da capacidade simbólica, que se manifesta nas brincadeiras típicas desse 
estágio. Por exemplo, dar nomes a objetos que possam ter uma utilidade à criança – cabo e 
vassoura que se transformam em um cavalo, por exemplo –, criados pela ausência do objeto real 
(simbolizado na fantasia do seu uso). 
Em suma, neste estágio acontece o desenvolvimento da linguagem e da função simbólica, os 
quais têm como consequência a socialização da ação, o desenvolvimento do pensamento a 
partir da interiorização da linguagem e o desenvolvimento da intuição (interiorização da ação).
Figura 5 − O lúdico se mistura com o real no Estágio Pré-Operatório.
Fonte: Shutterstock, 2015.
15
Quanto ao aspecto afetivo, a criança volta sua atenção para aquilo que mais lhe interessa – o 
desenvolvimento de sentimentos como simpatia, apatia e afeição e o surgimento de sentimentos 
de moralidade ditos intuitivos, como a obediência aos pais. Assim, a criança se aproxima daquilo 
que satisfará suas necessidades (PIAGET, 1999).
Entenda que Piaget também realizou experiências para avaliar as operações mentais. Ele obser-
vou a ausência do pensamento conceitual – conservação e invariância. Uma dessas experiências 
teve como objeto crianças em idade pré-escolar, e como método a observação por meio de 
provas clássicas: apresentava-se à criança duas bolinhas feitas com massa de modelar, em se-
guida, mudava-se a forma de uma das bolinhas (transformando-a em uma salsicha). A criança 
não entenderá que houve mudança na quantidade de massa de modelar usada para realizar a 
alteração da forma. (RAPPAPORT; DAVIS; FIORI, 1981).
Atente para o fato de que o desenvolvimento da linguagem e da inteligência está associado aos 
aspectos sociais e afetivos, e que o meio tem efeito importante na construção dos esquemas 
que a criança utilizará na resolução dos problemas futuros. O terceiro estágio é o Operatório 
Concreto (dos 7 aos 12 anos). Após o desenvolvimento de esquemas verbais e da linguagem, a 
criança passará a ter consciência a respeito da realidade externa, por meio de novos esquemas 
estruturados.
Note que o período está relacionado com a inserção da criança na escola, quando começa a 
apropriar-se de novos conhecimentos. Assim, a adaptação (assimilação e acomodação) atende 
a uma nova realidade, em que os estímulos externos solicitam uma ampliação na forma de lidar 
com o mundo. 
Na fase em questão, a criança que precisava de uma ação externa para a resolução de proble-
mas, agora consegue internalizar o que precisa ser resolvido, utilizando a lógica de tomar deci-
sões. Assim, as ações podem sofrer alterações, ou ainda, serem modificadas até que se chegue 
a uma conclusão final. Em outras palavras, “[...] uma ação pode voltar ao ponto de partida ou 
ser anulada através de uma operação mental.” (GOULART, 2005, p. 63).
Nesse período, percebe-se uma mudança quanto à linguagem egocêntrica, que tende a desapa-
recer para ceder espaço a um discurso que oferece uma conexão lógica das ideias. Além disso, 
é estabelecido o processo de reflexão antes da ação. (PIAGET, 1999).
Neste ponto, retomamos aos critérios de conservação de massa, peso e volume, tratados no pe-
ríodo pré-operatório. É importante entender as palavras de Chiarottino (1972, p. 21).
Piaget constatou que a conservação da substância aparece por volta dos sete-oito anos, a do 
peso por volta dos nove-dez anos e a conservação do volume por volta dos onze-doze anos. 
Ora, apesar destas diferenças cronológicas, diz ele, a criança, para justificar suas considerações 
sucessivas, emprega exatamente os mesmos argumentos que se traduzem por expressões verbais 
rigorosamente idênticas: “nós só esticamos” (a bolinha em salsicha) “não tiramos nem pusemos 
nada”, “é mais comprido, mas é mais fino” etc. Isto é indício de que tais noções não dependem 
só da linguagem [...] dependem segundo Piaget da coordenação das ações.
Nesse estágio, a criança consegue selecionar e agrupar objetos em séries e classes, os quais 
podem ser compostos e revistos. Mais do que isso, ela se apropria de conhecimentosmais com-
plexos e de uma organização lógica dá coerência ao seu pensamento. Desse modo, por meio 
de operações, conseguirá encontrar métodos para construir e intercalar novos elementos, funda-
mentados nos princípios de peso e volume (PIAGET, 1999).
Portanto, a criança já consegue desenvolver a noção de reversibilidade. Por exemplo, quando a 
mesma quantidade de água é colocada em recipientes diferentes, ela compreenderá que se trata 
da mesma quantidade, independentemente do recipiente. 
16 Laureate- International Universities
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
Essa é a característica principal desse estágio, pois os experimentos realizados por Piaget (men-
cionados acima) servem para evidenciar a forma como a criança pensa: de modo lógico e ope-
racional. Ou seja, os objetos estão diretamente ligados à realidade concreta ou palpável, e ela 
os utiliza para dar suporte ao seu pensamento.
Por conta disso, é comum que educadores utilizem objetos concretos, tais como frutas, materiais 
escolares etc. no ensino de matemática, pois tal prática possibilita à criança compreender ideias 
mais complexas e abstratas por meio de um objeto comum que possa ser operacionalizado. 
Figura 6 − Estágio Operatório-Concreto acompanha o acesso à escolarização ou alfabetização.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Por fim, tem-se o Estágio das Operações Formais (dos 12 anos em diante). A partir desse 
momento, o adolescente (não mais a criança) consegue se apropriar dos conteúdos e conceitos 
abstratos para lidar com necessidades que se apresentam de modo mais complexo, como amor, 
ética e justiça. Dessa maneira, adquirirá criticidade para concordar, discordar, discutir e propor 
novos conceitos, conquistando autonomia e passando a operar/agir de modo formal. (RAPPA-
PORT; DAVIS; FIORI, 1981).
Ainda assim, sua capacidade de resolução de problemas terá um amplo repertório de esquemas 
assimilados e acomodados ao longo dos estágios anteriores, nesse sentido, “[...] o conhecimento 
supera o próprio real para inserir-se no possível e ligar diretamente o possível ao necessário sem 
a mediação indispensável do conceito.” (PIAGET, 2002, p. 48).
O conhecimento possibilita o emprego de uma variedade de combinações possíveis de elemen-
tos para compreender um fenômeno ou atender a uma necessidade. Dessa maneira, o adoles-
cente alcança uma equilibração a ser seguida/mantida ao longo de sua trajetória como adulto. 
Mas, como isso acontece? O adulto ou idoso se adequará ao meio, realizando constantemente 
os processos de adaptação para aprender a lidar com a realidade externa. 
Como consequência, novos conhecimentos necessitarão ser assimilados, num processo de in-
teração com o meio que exigirá uma constante e contínua adaptação. Para tanto, basta pensar 
em quantos novos conhecimentos foram exigidos de você: é inegável que há uma dinâmica per-
manente de assimilação e acomodação, para lidar com as inúmeras situações práticas do seu 
cotidiano!, já que vivermos em constante interação com pessoas e objetos.
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Figura 7 − A adolescência e o Estágio Operatório Formal.
Fonte: Shutterstock, 2015.
A teoria de Piaget foi dividida em estágios porque o desenvolvimento cognitivo infantil 
pressupõe uma série de mudanças e alterações importantes e significativas, através 
das quais o sujeito busca alcançar o equilíbrio lidando com questões típicas de cada 
um deles. Dito de outra forma, há uma sequência lógica e subsequente no desenvol-
vimento, em que cada fase prepara o sujeito para a próxima, mediante maturação 
neurológica.
NÓS QUEREMOS SABER!
Mas qual é a importância das teorias de Piaget para educadores e professores? Bem, sua con-
tribuição é enorme no campo dos processos cognitivos. Compreender os estágios e utilizá-los 
como fonte de referência auxiliará no planejamento de aulas, atividades e metodologias que 
sejam inspiradoras para o desenvolvimento da aprendizagem infantil.
Os conhecimentos abordados neste capítulo contribuirão para a construção de atividades educa-
tivas nos campos social e psicológico. Imagine, por exemplo, o quanto seria importante para os 
profissionais que realizam trabalhos com crianças e adolescentes (assistentes sociais, psicólogos, 
operadores do direito, médicos, enfermeiros etc.) compreenderem os comportamentos de cada 
fase? Deste modo, o planejamento das atividades respeitaria as necessidades em cada estágio, 
auxiliando no processo de aprendizagem das pessoas envolvidas.
Além disso, há também a questão de ir além e preparar um ambiente que seja desafiador e que 
proporcione reflexões, atuando e aparelhando indivíduos para atuar na sociedade como um ser 
ativo em seu processo. (LEITE, 1995).
Síntese
•	 Piaget foi um epistemólogo que procurou, por meio do método clínico, observar o modo 
como as crianças se desenvolvem, e que métodos e esquemas mentais utilizam para a 
resolução de problemas.
•	 Segundo a Teoria Genética da Aprendizagem, o sujeito é ativo no processo de 
aprendizagem, e está numa constante busca por equilíbrio, adequando-se e recebendo 
influências do meio para, assim, estar apto a lidar com algo novo.
•	 De acordo com o conceito de aprendizagem de Piaget, conceitos como hereditariedade 
(aspectos biológicos), interação, esquemas (estruturas de organização), equilibração 
e adaptação (realizada pela assimilação e acomodação frente a um desequilíbrio) 
influenciam diretamente no desenvolvimento da inteligência.
•	 O desenvolvimento é uma forma progressiva de equilíbrio, passando de um estado de 
equilíbrio menor para um de maior equilíbrio, conforme as estruturas de cada estágio. 
•	 O desenvolvimento pode ser dividido em períodos que apresentam características que se 
modificam para atender a uma necessidade. 
•	 O primeiro estágio é o Sensório-Motor (de 0 a 2 anos), que é decisivo para a evolução 
psíquica, pois representa a conquista, através da percepção e dos movimentos, do que 
está ao redor da criança.
•	 Pré-Operatório (dos 2 aos 7 anos) é considerado um estágio de trânsito por se entender 
que após essa fase, a criança iniciará a transição do pensamento dito em voz alta para 
o pensamento interiorizado, e poderá ser considerada socializada
•	 O Operatório Concreto (dos 7 aos 12 anos) permitirá a estruturação de novos esquemas 
e uma conceituação a respeito da realidade externa, tendo como principal característica 
o desenvolvimento da noção de reversibilidade
•	 No estágio das Operações Formais (dos 12 anos em diante), o adolescente consegue 
se apropriar dos conteúdos e conceitos abstratos para lidar com as necessidades que se 
apresentam de modo mais complexo, como amor, ética e justiça. 
•	 Compreender os estágios e utilizá-los como fonte de referência auxiliará no planejamento 
de aulas, atividades e metodologias que sejam inspiradoras para o desenvolvimento da 
aprendizagem infantil. 
Síntese
1919
Referências
CHIAROTTINO, Zelia Ramozzi. Piaget: modelo e estrutura. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972. 
GOURLART, Iris Barbosa. Piaget: experiências básicas para utilização pelo professor. 21. ed. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
LEITE, Luci Banks (Org.). Piaget e a escola de Genebra. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1995. 
MUSSEM, Paul Henry. Desenvolvimento e personalidade da criança. Tradução de Auriphe-
bo Berrance Simões. Revisão técnica de Lia Renata Angelini Giacaglia. 2. ed. São Paulo: Editora 
Harbra, 1988.
PIAGET, Jean. Epistemologia genética. Tradução de Álvaro Cabral. Revisão da tradução de 
Wilson Roberto Vacari. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
______. Seis estudos de psicologia. Tradução de Maria Alice Magalhães de D’Amorim e Paulo 
Sérgio Lima Silva. 24. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999.
RAPPAPORT, Clara Regina; FIORI, Wagner da Rocha; DAVIS, Cláudia. Psicologia do desenvol-
vimento. São Paulo: EPU, 1981, v. 3.
______. Psicologia do desenvolvimento.São Paulo: EPU, 1981, v. 2.
SALVADOR, César Coll et al. Psicologia do ensino. Tradução de Cristina Maria de Oliveira. 
Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
SANTOS, Santa Marli Pires dos; CRUZ, Dulce Regina Mesquita. Brinquedo e infância: um guia 
para pais e educadores em creche. 8. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
Bibliográficas

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