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RADIOLOGIA DO ABDOMEN

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Diagnóstico por Imagem – Radiologia de Abdomen
André Felipe Breda
RADIOLOGIA DO ABDOMEN
Diagnóstico radiográfico das massas abdominais
	→ Sinais Radiográficos – Massas
		. Reconhecer o aumento da opacidade radiográfica e o deslocamento das vísceras abdominais adjacentes
		. Massas com margens bem circunscritas podem ser facilmente identificadas
		. Efeito das Massas:
			- Massas vistas discretamente podem ser reconhecidas pelo deslocamento das		vísceras adjacentes.
	O conhecimento da anatomia radiográfica é a chave para identificação
		→ Quais órgãos estão presentes em que região do abdome
		→ Guiar-se pela origem da massa e pela visualização das estruturas normais
Delimita-se
	→ Abdome Caudal
	→ Abdome Médio
	→ Abdome Cranial
E lateralmente
	→ Abdome Dorsal
	→ Abdome Ventral
Logo:
	→ Crânio – Dorsal
		. Quadrado e lobo hepático lateral direito
		. Cabeça do Baço
		. Fundo do estômago
		. Glândula Adrenal
		. Rins
		. Ovário direito
	→ Crânio – Ventral
		. Lobo Hepático direito e esquerdo
		. Corpo e pilóro do estômago
		. Vesícula Biliar e Ducto Biliar
		. Pâncreas
	→ Abdome Central
		. Porção direita do pâncreas
		. Corpo e cauda do baço
		. Linfonodos mesentéricos
		. Trato do Intestinal (Parte do IG e todo ID)
		. Ovários (depende da espécie ou animal)
		. Corno Cranial do útero
	→ Abdome Caudal – Dorsal
		. Linfonodos sublombares
		. Cólon descendente e reto
		. Ureteres terminais
	→ Abdome Caudo – Ventral
		. Bexiga Urinária
		. Útero
		. Próstata
		. Testículos Retidos
		. Trato Genital
	→ Abdome Cranial – Direito – Dorsal
		. Piloro
		. Lobo hepático direito
		. Pâncreas
		. Vesícula Biliar e Ducto Biliar
		. Rim e Adrenal
	→ Abdome Cranial – Esquerdo – Dorsal
		. Lobo hepático esquerdo
		. Corpo e fundo do estômago
		. Baço
		. Glândula Adrenal esquerda
	→ Abdome Central – Dorsal
		. Pâncreas
		. Baço
		. Rim Esquerdo
		. Linfonodos Mesentéricos
		. Trato Intestinal (ID principalmente)
		. Ovário
		. Útero
	→ Abdome Caudal – Dorsal
		. Bexiga Urinária
		. Próstata e Trato Genital Rudimentar
		. Útero
		. Cólon Terminal e Reto
		. Linfonodos Sublombares
Preparação do Paciente:
	→ Análise
		. Máxima informação sobre o estudo
		. Anamnese
		. Exame físico
		. Exames complementares (Hemograma, Bioq)
	→ Procedimentos
		. Jejum
		. Limpeza do Trato Digestivo (Enema)
		. Micção (em alguns casos não)
	→ Pode ser decidido a realização dos procedimentos ou não dependendo da urgência do caso
Figura: Efeito Massas abdominais, Fígado empurrado sentido ventral, fundo de Estômago repleto, bexiga repleta, efeito massa empurrando as alças intestinais sentido cranial
Espaço Peritoneal
	→ Visualização das vísceras/margem serosa
		. Gordura – Opacidade das interfaces dos tecidos moles
	→ Perda da visualização das vísceras/margem das serosas
		. Pouca gordura abdominal – animal jovem, edemaciação
		. Compressão Abdominal – Massa Intrabdominal
Efusão Peritoneal – Não se denomina Ascite por incertezas diagnósticas
	→ Naturalmente a efusão peritoneal não é determinada radiograficamente
		. Transudato – Hipoproteinemia
		. Transudato Modificado – Falha Cardíaca Direita
		. Exsudato – Células Inflamatórias
		. Outras – Urina, Hemorragia, Quilo, Bile, etc.
	→ Sinais Radiográficos
		. Perda de visão visceral/detalhes das margens serosas
		. Aumento de volume – Parede abdominal ventral e pêndulosa
Pneumoperitônio
	→ Etiologia
		. Ferida Penetrante Externa
			- Trauma
			- Iatrogênica
				~> Abdominocentese
				~> Laparotomia – Pode persistir por 19 dias
		. Ruptura de vísceras Internas
			- Trato Gastrointestinal – Mais comum
			- Trato Urinário
	→ Sinais Radiográficos
		. Aumento dos detalhes das vísceras/detalhe da margem das serosas
		. Visualização das estruturas abdominais, que normalmente não são visualizadas
		. A opacificação dos gases intrabdominais pode confundir a visualização das 			 estruturas do TGI
	→ Visão do Diafragma na radiografia pelo deslocamento do fígado (prova – bem provável)
	→ Diagnóstico
		. Posição Radiográfica – Horizontal ao raio
		. Posição do animal permite facilmente a visualização do acúmulo dos gases na área
		. Decúbito Dorsal: Acúmulo dos gases na área do fígado, diafragma e gordura falciforme
		. Decúbito Lateral Esquerdo: Acúmulo dos gases no quadrante cranial direito observando o fundo do estômago
Peritonite
	→ Sinais Radiográficos
		. Perda da visão das vísceras/detalhes da margem das serosas
		. Superfície Peritoneal pode aparecer granular (depende da evolução – não é regra)
		. Regional ou Generalizada, intestino delgado moderadamente dilatado - Gás
		. Pode ou não ter ar peritoneal livre
	→ Etiologia
		. Perfuração de vísceras internas – TGI, TU, TBiliar
		. Ferida Penetrante Externa
		. Pancreatite
Carcinomatose
	 Processo neoplásico disseminado no peritônio
	→ Sinais Radiográficos
		. Perda de visão visceral/ marginação serosa
		. Efusão Peritoneal ou não associada
		. Superfície peritoneal pode apresentar granular
		. Pode reconhecer o tumor primário associado à massa abdominal
		. Pode haver deslocamento de órgãos ou não
Fígado
	→ Tamanho Normal
		. Técnica de mensuração não é absoluta
		. Pode variar devido conformação de paciente, fase respiratória, idade
		. Margens do fígado podem não ser bem visualizadas – tamanho indicado pela posição ou órgão adjacente (Estômago e Rim direito)
	→ Sinais Radiográficos
		. Podem ser interpretados através de um simples sinal, porém não é conclusivo
		. A ocorrência natural de gás no interior do estômago pode auxiliar na identificação da borda caudal. O fígado mantém dentro do arco costal.
	→ Incidência lateral: Margem caudo-ventral localizada dentro da borda da cartilagem costal, com pequeno segmento atravessando.
	→ Incidência ventro-dorsal: Estômago está perpendicular à coluna cruzando o abdome.
	→ Eixo Gástrico: Incidência lateral, linha estendendo através do eixo do estômago da junção fundica a porção pilórica.
	→ Normal: Linha paralela à costela e ou perpendicular à coluna.
Hepatomegalia
	→ O aumento do tamanho do fígado pode resultar de insuficiência cardíaca (congestão passiva), Síndrome de Cushing (hiperadrenocorticismo), diabetes mellitus, neoplasia primária ou secundária, inflamação, formação de abcesso ou cisto, hiperplasia, doenças infiltrativas, como lipidose ou amiloidose ou ainda ingurgitação com bile.
	→ Generalizada
		. Deslocamento do Estômago – Caudalmente, Dorsalmente e para a esquerda
		. Alterações do eixo gástrico – Fígado arredondado (Corpo em antro piloro deslocado caudalmente)
		. Deslocamento caudal do Rim direito (podendo ou não ultrapassar o Rim esquerdo)
	→ Extensão do fígado fora do arco costal (nem sempre)
		. Pode ser influenciada pela fase da respiração
		. Massa Hepática Excessiva – Fígado delimitado pelo diafragma cranialmente e caudalmente pelo estômago
	→ Focal
		. Lobo do fígado pode estar aumentado isoladamente ou secundário a massa intra-hepática
		. Pode resultar de massa focal, massas dentro do abdome cranial
		. Deslocamento das vísceras abdominais – Estômago, Duodeno, Rim direito, etc.
	→ Solicitar gastrografia para visualizar a localização exata do estômago.
Microhepático
	→ Um fígado cirrótico tem seu tamanho reduzido devido à formação de cicatriz. Um fígado de tamanho reduzido pode ser congênito ou pode estar associado a anomalias vasculares portais congênitas adquiridas. Isso ocorre particularmente em raças de pequeno porte com desvios portossistêmicos extra-hepáticos. Um fígado com tamanho reduzido é frequentemente mais fácil de ser avaliado com precisão em radiografias simples do que um fígado aumentado.
	→ Generalizada
		. Estômago localizado mais cranial e mais dentro do diafragma do que o normalmente
		. Alteração do Eixo Gástrico – Fígado menor, piloro deslocado cranial com relação ao fundo
		. Massa hepática reduzida – Fígado delimitadopelo diafragma cranialmente e estômago caudalmente
		. Pode ou não apresentar a bioquímica sérica alterada.
Fígado Normal
	→ Forma e Margens
		. Bem visualizado caudo-ventral adjacente ao aspecto da gordura falciforme
		. Forma das margens tem que ser angular
		. Margens arredondadas são vistas em doenças infiltrativas e/ou congestão sistêmica venosa
		. Margens irregulares vistas em casos de cirrose e massa intra-hepática
	→ Opacidade
		. Normal – Superfície do tecido uniforme
		. Diminuída – Infecção
			- Gás dentro do parênquima hepático
			- Gás dentro do ducto biliar
			- Gás dentro da vesícula bilar ou em sua parede
		. Aumentada – Difusa ou focal – parênquima mineralizado
			- Usualmente forma benigna potencialmente vem associada com neoplasia
Baço
	→ Tamanho: Avaliação Subjetiva
	→ Esplenomegalia Generalizada
		. Aumento Difuso - Manutenção da forma característica. Pode estar associado a alteração da margem. Muitas causas potenciais: Infiltrativa, infecciosa (Erlichiose), vascular, neoplasia, etc.
	→ Esplenomegalia Focal
		. Perda da forma característica
		. Associação: Neoplasia, hematoma, hiperplasia nodular, abcesso
		. Efeito Massa: Dependendo da localização
			- Cabeça do baço – deslocamento do fundo do estômago cranial e à direita
			- Corpo e cauda do baço – deslocamento variável do intestino delgado
	→ Posição Normal: Cabeça do baço está sempre bem ancorada no ligamento gastroesplênico – Quadrante cranial esquerdo, caudal e lateral a grande curvatura do estômago e cranial e lateral ao rim esquerdo. Corpo e cauda do baço com localização variável – Parede abdominal ventral e flanco esquerdo.
	→ Deslocamento
		. Aumento dos órgãos adjacentes
		. Mal posição gástrica – Estômago pode movê-lo em virtude do ligamento gastroesplênico
		. Torção Esplênica – Rotação do baço com o pendículo vascular, aparência clássica de “C invertido”, pode estar associada a alguma lesão como por exemplo Torção Volvo Gástrica por existir o ligamento gastroesplênico no baço.
Imagem: Torção Esplênica
Pâncreas
	→ Anatomia normal
		. Pâncreas normal não é visto radiograficamente
	→ Considerações anatômicas
		. Corpo – Piloro e Duodeno proximal
		. Porção direita – Duodeno descendente
		. Porção esquerda – Grande curvatura do estômago
	→ Pancreatite
		. Estágio Inicial: Na radiografia pode parecer normal
		. Sinais Radiográficos: Identificação de peritonite regional e ou formação de massa inflamatória dentro do pâncreas. Infiltrado regional no quadrante cranial direito e efeito massa na região do pâncreas.
		. Deslocamento do Duodeno Descendente
		. Gás localizado e dilatação do Duodeno Descendente
	→ Neoplasia Pancreática
		. Massas pequenas geralmente não identificadas (Ex: Tumor das Céls das Ilhotas)
		. Sinais Radiográficos: Apresentam-se melhores devido ao efeito resultante das massas sobre o Duodeno, Estômago e/ou deslocamento colônico.
		. Com a propagação regional do tumor, pode ocorrer infiltração em vísceras adjacentes.
	→ Pancreatite Infecciosa
		. Aparência similar das Pancreatites e Neoplasias Pancreáticas
		. Podem ser vistas grandes massas granulomatosas que podem incorporar as vísceras adjacentes.
		. Etiologia: Bacteriana, fúngica

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