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Caso 3 ZTA, 59 anos, portadora de Diabetes Mellitus, foi internada no Hospital apresentando intensa dispnéia, tonturas e mal estar geral. Acompanhante referiu que a pacientes está apresentando anorexia, náuseas, vômitos escuros, poliúria e dor abdominal há 5 dias. ExamesValores obtidos Valores de referência Uréia 171 mg/dL Creatinina 4.02 mg/Dl Potássio 6.2 mEq/L Glicose 708 mg/dL PH 7.06, pO2 133 mmHgm pCO2 7.3 mmHg, Bicarbonato 2.1 mEq/L Sumário de urina: Glicose 2+, cetonas 2+, hb 1+, cilindros hialinos e granulosos (alguns). Fisiopatologia da diabetes A insulina é secretada pelas células beta, que formam um dos quatro grupos de células nas Ilhotas de Langerthans no pâncreas, que é um hormônio anabólico ou de armazenamento. A insulina estimula do armazenamento de glicose no fígado sob forma de glicogênio e, no tecido adiposo, sob forma de triglicerídios, bem como o armazenamento de aminoácidos no músculo para energia. Essas vias, que também são potencializadas pela alimentação. A insulina inibe a degradação dos triglicerídios, do glicogênio e das proteínas, bem como a conversão dos aminoácidos em glicose (gliconeogênese). Essas vias estão aumentadas no jejum e nos estados diabéticos. A conversão de aminoácidos em glicose e da glicose em ácidos graxos ocorre primeiramente no fígado. A principal função da insulina é promover anabolismo, ou seja, armazenar os nutrientes ingeridos através de alterações enzimáticas, produzidas principalmente no fígado, tecido muscular e adiposo. No fígado, a insulina estimula o armazenamento de glicogênio. No músculo, promove a síntese de proteínas e glicogênio, e no tecido adiposo, o armazenamento de triglicérides, estimulando a lípase lipoprotéica e o transporte de glicose, e inibindo a lipólise intracelular. O glucagon, um hormônio secretado pelas células alfa das ilhotas de Langerhans, quando a concentração da glicose sanguínea cai, tem a função de aumentar a concentração da glicose no sangue, um efeito exatamente oposto ao da insulina.A insulina e o glucagon, em conjunto, mantêm um nível constante de glicose no sangue por estimular a liberação de glicose a partir do fígado.Os efeitos do glucagon são: ● A quebra do glicogênio hepático (glicogenólise) ● Gliconeogênese aumentada no fígado Praticamente todas as formas de diabetes mellitus são provocadas por uma redução da concentração circulante de insulina (deficiência de insulina) e por uma redução na resposta dos tecidos periféricos ao hormônio (resistência a insulina). Essas anormalidades provocam alterações no metabolismo dos carboidratos, lipídios, cetonas e aminoácidos. O Diabetes Mellitus é um grupo de doenças caracterizado por altos níveis de glicose sanguínea (hiperglicemia) resultantes de defeitos na secreção de insulina, ação da insulina ou ambos. Também estão presentes anormalidades no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras. As pessoas com diabetes têm organismo que não produzem ou não respondem à insulina, necessário ao uso e armazenamento de combustíveis corpóreos. Normalmente, uma determinada quantidade de glicose circula no sangue. A principal fonte dessa glicose é a absorção do alimento ingerido no trato gastrintestinal e a formação de glicose pelo fígado a partir das substâncias ingeridas. A insulina, o hormônio produzido pelo pâncreas, controla o nível de glicose no sangue ao regular a sua produção e armazenamento. No estado diabético, as células podem parar de responder à insulina ou o pâncreas pode parar totalmente de produzila. O metabolismo dos carboidratos, demonstrado pela curva de tolerância à glicose, revela marcantes variações de dia para dia em algumas pessoas idosas. Em geral, seus níveis glicêmicos são ligeiramente mais altos, com um pico mais elevado e um retorno mais demorado aos níveis de jejum, comparandoos aos de pessoas jovens. Isto sugere uma diminuição de tolerância à glicose. A função na tolerância à glicose associada ao processo de envelhecimento leva a um aumento nos níveis de glicose. É uma questão de debate se esta tolerância prejudicada à glicose resulta de produção insuficiente de insulina ou de ação deficiente. O tratamento da intolerância à glicose no idoso usualmente envolve modificações da dieta, exercício e agentes farmacológicos. A elevação da osmolaridade serica prova a saída de fluido do compartimento intra para o extracelular, carreando eletrólitos como o potássio, cloro e fosfato. Uma vez no espaço intravascular , esses elementos são eliminados em grande quantidade na urina devido a diurese osmótica consequente a hiperglicemia. Na cetoacidose há uma situação paradoxal em relação ao potássio e fosfato: apesar de uma grande perda urinaria e grave espoliação corporal destes elementos, os seus níveis séricos mantemse normais ou aumentados., como ocorre com o paciente. São basicamente três motivos: 1depleção de insulina predispõe a saída de potássio e fosfato das células, 2 a hiperosmolaridade extrai a agua e potássio das células em troca da saída de potássio e 3 a acidemia promove a entrada de H+ nas células em troca da saída de potássio. O paciente refere frequentemente poliuria, polidipsia ou polifagia, associados a astenia e perda ponderal, principalmente nos dias anteriores a instalação do quadro. Náuseas e vômitos por gastroparesia são frequentes e contribuem para a espoliação do paciente. Dor abdominal por atrito entre os folhetos do peritônio desidratado e por distensão e estase gástrica, pode estar presente e ser intensa(não sei se isso causa, mas acredito q o sangue no vomito pode ter vindo daqui). Alterações no nível de consciência, incluindo o coma podem ocorrer em níveis muito elevados de glicemia, o que pode justificar a tontura, dispneia e mal estar geral do paciente. A ureia e creatinina podem se elevar pela desidratação (azotemia pre renal). Paciente apresenta um caso de acidose metabólica (pH 7,06) e bicarbonato baixo ( 2.1). Como a paciente é diabética somado com o achado da glicemia bastante elevada (708) e presenca de cetonas e glicose na urina, podemos suspeitar que isso é um caso de cetoacidose diabética. O paciente apresenta também pCo2 baixa o que indica alcalose respiratória como mecanismo compensatório. Conceito de Cetoacidosediabética (CAD): A cetoacidose diabética acontece quando os níveis de açúcar (glicose) no sangue do paciente diabético encontram‐se muito altos. A insulina é responsável por fazer com que a glicose que está na corrente sanguínea entre nas células do nosso corpo e gere energia. Quando há falta de insulina, duas situações simultâneas ocorrem: o nível de açúcar no sangue vai aumentando e as células sofrem com a falta de energia. Para evitar que as células parem de funcionar, o organismo passa a usar os estoques de gordura para gerar energia. Só que nesse processo em que o corpo usa a gordura como energia, formam‐se as cetonas. (Isso justifica o achado de cetonas ++ no paciente, pois a via alternativa de produção de energia vai gerar esses corpos cetônicos. E esses níveis altos vão ser tóxicos para o SNC o que pode ser um dos motivos que levou a perda de consciência do paciente. FISIOPATOLOGIA: A CAD resulta da deficiência profunda de insulina, seja ela absoluta ou relativa, e do excesso de hormônios contra‐reguladores, como glucagon, cortisol e catecolaminas. Nesta circunstância, tecidos sensíveis à insulina passam a metabolizar principalmente gorduras ao invés de carboidratos. Através da oxidação, os ácidos graxos são convertidos em acetil‐CoA. Quando a produção de acetilCoA ultrapassa a capacidade de utilização hepática, a substância passa a ser convertida em corpos cetônicos (CC). A hiperglicemia presente na CAD é causada por diminuição da utilização periférica de insulina, aumento da secreção hepática de glicose e diminuição de sua excreção. A elevação da osmolaridade serica prova a saída de fluido do compartimento intra para o extracelular, carreando eletrólitos como o potássio, cloro e fosfato. Uma vez no espaço intravascular , esses elementos são eliminados em grande quantidade na urina devido a diurese osmótica consequente a hiperglicemia. Na cetoacidose há uma situação paradoxal em relação ao potássio e fosfato: apesar de uma grande perda urinaria e grave espoliação corporal destes elementos, os seus níveis séricos mantem‐se normais ou aumentados., como ocorre com o paciente. São basicamente três motivos: 1‐depleção de insulina predispõe a saída de potássio e fosfato das células, 2‐ a hiperosmolaridade extrai a agua e potássio das células em troca da saída de potássio e 3‐ a acidemia promove a entrada de H+ nas células em troca da saída de potássio. O paciente refere frequentemente poliuria, polidipsia ou polifagia, associados a astenia e perda ponderal, principalmente nos dias anteriores a instalação do quadro. Náuseas e vômitos por gastroparesia são frequentes e contribuem para a espoliação do paciente. Dor abdominal por atrito entre os folhetos do peritônio desidratado e por distensão e estase gástrica, pode estar presente e ser intensa(não sei se isso causa, mas acredito q o sangue no vomito pode ter vindo daqui). Alterações no nível de consciência, incluindo o coma podem ocorrer em níveis muito elevados de glicemia, o que pode justificar a tontura, dispneia e mal estar geral do paciente. A ureia e creatinina podem se elevar (como é o caso do paciente) pela desidratação (azotemia pre renal). A paciente apresentou episódios de vômitos escuros que indica a presença de sangue no vômito. Quando se vomita sangue, este pode aparecer de cor vermelho escuro ou vermelho brilhante. Podese observar apenas sangue ou este pode sair misturado com os alimentos. Quando a cor do sangue se apresenta amarronzada, significa que esse sangue foi digerido pelo TGI. Sabese que a diabetes pode apresentar sintomas gastrointestinais. Na porção superior TGI estas complicações podem se manifestar como dispepsia, dor abdominal, náuseas, vômitos e anorexia. Podemos sugerir então que a diabetes está causando os episódios de vômitos e pode dizer que (1) o vômito excessivo causou algum dano no TGI que está fazendo a paciente vomitar sangue, ou (2) que a diabetes deixou a paciente susceptível à algum patógeno que está lesando o seu TGI superior e causando os episódios de vômito com sangue.
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