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Capitulo 19

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Capitulo 19
Qual a diferença entre erro simples e delírio? Explique.
O erro simples é atribuído, a coincidências ocasionais ou fortuitas, a força de relações consistentes de causa-efeito aceitar ingenuamente as impressões de nossos sentidos como verdades indiscutíveis. Os erros são possíveis de serem corrigidos pela experiência, pelas provas e pelos dados que a realidade oferece. Já o delírio é, quase sempre, um juízo falso; o seu conteúdo é impossível. O delírio é uma produção associal, idiossincrática em relação ao grupo cultural do doente. Geralmente se trata de uma convicção de um só homem.
O que são ideias prevalentes e sobrevalentes?
São ideias que, por conta da importância afetiva que têm para o indivíduo, adquirem predominância enorme sobre os demais pensamentos, conservando-se obstinadamente em sua mente: “Não consigo pensar em outra coisa” é um exemplo de queixa típico de quem experimenta essas ideias. As ideias prevalentes fazem sentido para o paciente. As pessoas que têm ideias prevalentes ou sobrevalentes identificam-se plenamente com elas e colocam a sua personalidade totalmente a seu serviço. São levadas por motivações afetivas pessoais.
Defina delírio segundo a concepção de Jasper. Como pode ser identificado clinicamente?
Segundo Jasper o delírio é o juízo patológico falso, sendo assim o delírio é um erro de ajuizar que tem origem mental, sua base é mórbida pois é motivada por fatores patológicos. Jasper descreveu três características básicas para identificação em clínica.
1°: Quando o doente apresenta uma convicção extraordinária a sua crença é total, não se pode colocar em dúvida a veracidade do delírio.
2°: O delírio é impossível de ser modificado pela experiência, prova da realidade, argumento lógico, plausível, é irremovível. 
3°: O conteúdo é impossível, sabe-se que alguns pacientes podem eventualmente delirar o seu delírio, entretanto, cabe ressaltar que o delírio é de fato um ajuizamento falso.
Quais as dimensões do delírio?
O delírio tem várias dimensões, que servem como indicadores de sua gravidade, e são eles: 
- Grau de convicção: é o grau que determina até que ponto o paciente está convencido da realidade de suas ideias delirantes.
- Extensão: Quando envolve diferentes áreas da vida do paciente.
- Bizarrice: É o distanciamento das convicções culturalmente compartilhadas pelo grupo social de origem do paciente, tem valor diagnostico importante para se identificar a esquizofrenia.
- Desorganização: Verifica-se até que ponto as ideias delirantes são consistentes internamente, tem lógica própria e em que grau são sistematizadas com ordem interna.
- Pressão ou preocupação: Quando o paciente está preocupado e envolvido em suas crenças delirantes, o quanto ele se sente pressionado pelo delírio.
- Resposta afetiva ou afeto negativo: Quando a crença delirante abala ou toca afetivamente o paciente quando ele fica assustada, ansiosa, triste ou irritada em consequência do delírio.
- Comportamento desviante: Verifica –se o quanto o paciente age em função de seu delírio e em que medida ele pratica atos estranhos, perigosos ou inconvenientes a partir de suas ideias delirantes.
Estabeleça a diferença entre delírio primário e secundário.
O fenômeno primário, é psicologicamente incompreensível, não tem raízes na experiência psíquica do homem normal; por isso é impenetrável, incapaz de ser atingido pela relação intersubjetiva, pelo contato empático entre entrevistador e entrevistado.O verdadeiro delírio expressa uma quebra radical na biografia do sujeito, a transformação qualitativa de toda sua existência, sua pessoa se modifica, sua personalidade sofre verdadeira transmutação. Já o delírio secundário é externamente ao primário, diferindo deste por não se originar de alteração primária do pensamento, do ajuizar, mas de alterações profundas em outras áreas da atividade mental (afetividade, consciência, etc.), que indiretamente fazem com que se produzam juízos falsos. É fruto de condições psicologicamente rastreáveis e compreensíveis.
Classifique os delírios de acordo com sua estrutura
Os delírios são classificados em simples que são ideias que se desenvolvem em torno de um só conteúdo, de um tema único, geralmente de um único tipo como temas religioso, persecutório, por exemplo. Delírios complexos ou pluritemáticos que são aqueles que englobam vários temas ao mesmo tempo, com múltiplas facetas, envolvendo conteúdos de perseguição, místico-religiosos, de ciúme, de reivindicação, entre outros e delírios não-sistematizados que são delírios sem concatenação consistente. Os conteúdos e os detalhes dos delírios não-sistematizados variam de momento para momento
Caracterize o processo sequencial no desenvolvimento do delírio conforme os pressupostos de Klaus Konrad.
Konrad dividiu a Evolução do delírio em cinco estágios, e pela seguinte ordem:
- O Trema: É a tensão causada antes de surgir a ideia delirante, o paciente fica em um clima ameaçador, difuso e indefinido.
-Fase Apofânica: Estágio de manifesto, apresenta uma tensão acumulada, o indivíduo vivencia a revelação se sentindo de forma passiva no centro do mundo, observado por todos.
-Fase Apocalíptica: É uma fase desorganizada após a revelação, vivencias ameaçadoras, perda de sensação de continuidade de sentido do mundo.
- Fase Da Consolidação: Certa estabilidade, cristalização, com elaboração intelectual em torno do delírio. Há desorganização e reorganização.
- Estado Residual: Perda de impulso e afetividade, o paciente não confia mais e nem se relaciona com os demais, busca isolar-se.
Quais os mecanismos constitutivos ou formadores do delírio? Caracterize-os.
Os mecanismos que constituí o delírio são:
Interpretação: É a distorção radical na interpretação dos fatos e vivencias, há múltiplas interpretações e apesar de ser delirante há uma certa lógica.
Intuição: Quando o indivíduo percebe uma nova realidade irredutível, não busca provas que legitimam seu delírio.
Imaginação: É associada a interpretação.
Afetividade: Apresenta catatimia que é a distorção do conteúdo das percepções, pensamentos e lembranças devido a experiências, angústias ou desejos carregados de emoções e de afetos.
Memória: São as recordações delirantes.
Alteração da consciência: O indivíduo apresenta ansiedade intensa e confusão de pensamento.
Alterações sensoperceptivas: Construído por experiências alucinatórias ou pseudo-alucinações, desenvolve a temática e a experiência gerada pela atividade alucinatória.
Quais os mecanismos de estabilização/ manutenção do delírio?
Os mecanismos de estabilização do delírio são a inercia em mudar as ideias, pobreza de comunicação interpessoal, comportamento agressivo.
Classifique o delírio de acordo com seus conteúdos.
Delírio de perseguição: O indivíduo acredita que está sendo perseguido por pessoas conhecidas ou desconhecidas, eles acreditam que essas pessoas querem envenena-las, prende-las, por exemplo, vale ressaltar que a perseguição é o tema mais frequente dos delírios.
Delírio de referência: O indivíduo apresenta a tendência dominante a experimentar a tendência dominante a experimentar fatos cotidianos fortuitos, objetivamente sem maiores implicações, como referência a sua pessoa. 
Delírio de mecanismo: Um mecanismo psicológico particularmente importante na formação dos delírio e perseguição e de referência é que Freud denominou de projeção: inconscientemente, o indivíduo “projeta” para fora de seu mundo mental no mundo externo, ideias, conflitos, temores e desejos.
Delírio de relação: O indivíduo constrói conexões significativas entre os fatos normalmente percebidos, surgem geralmente sem motivação compreensível.
Delírio de influência e controle: O indivíduo vivência intensamente o fato de estar sendo controlado por forças, pessoas ou entidades externas. 
Delírio de grandeza: O indivíduo acredita ser extremamente espacial dotado de capacidade e poderes. Assim o delírio é dominado por ideias de poder e riqueza.
Delírio Mítico ou religioso: O indivíduo afirma ser um novo messias,um Deus, Santo ou até um demônio, os delírios religiosos frequentemente apresentam aspectos grandiosos, enfatizando a própria importância do sujeito que delira.
Delírio de ciúmes e infidelidade: O indivíduo se vê traído pelo cônjuge de forma vil e cruel. Normalmente quem tem esse tipo de delírio é extremamente ligado e emocionalmente dependente do ser amado. Pacientes com intensas atividades delirantes do tipo ciúmes não raramente cometem violência física ou mesmo homicídio contra o suposto traidor.
Delírio erótico: Aqui o indivíduo afirma que alguém com destaque social ou de muita importância para o mesmo está totalmente apaixonado por ele e irá abandonar tudo para que possam se casar. Ocorre normalmente em mulheres, e frequentemente a pessoa escolhida é o médico. Normalmente são sintomas isolados.
Delírio de conteúdo depressivo: São os delírios os que tem temática de colorido marcadamente triste, como ruinas, miséria, culpa ou auto-acusação, doenças e mesmo o desaparecimento de partes do corpo. São tipos de delírios intimamente ligados a estados depressivos profundos.
Delírio de ruina: O indivíduo vive em mundo repleto de desgraça.
Delírio de culpa: O indivíduo é culpado por tudo de ruim que acontece.
Delírio de negação de órgãos: O indivíduo experimenta profundas alterações corporais, relata que o corpo está destruído ou morto.
Delírio hipocondríaco: O indivíduo acredita em convicção extrema que tem uma doença grave, incurável e irá morrer brevemente. Só consegue-se diferenciar de uma ideia hipocondríaca não-delirante com exames médicos.
Delírio de reinvindicação: O individuo afirma ser vítima de terrível injustiça, descriminação, e por conta disse se envolve em intermináveis disputas judiciais.
Delírio de invenção ou descoberta: O indivíduo afirma ter descoberto oi inventado a cura para a AIDS, por exemplo. 
Delírio de reforma: O indivíduo sente-se destinado a salvar, redimir, revolucionar o mundo ou sua sociedade.
Delírio cinestopático: O indivíduo acredita que existem animais dentro de seu corpo.
Quais as possíveis causas e teorias etiológicas do delírio? Argumente sua resposta com pressupostos teóricos.
Mesmo sendo o delírio um dos fenômenos mais centrais da psicopatologia, não há uma única teoria que explique satisfatoriamente sua etiologia.
 Como estabelecer um diagnóstico diferencial entre ideia prevalente e delirante? E entre ideias obsessivas e delirantes?
As ideias prevalentes constituem-se de importâncias afetivas que o indivíduo atribui sobre os demais pensamentos, normalmente são levados por motivos afetivos pessoais em contrapartida a ideia delirante é a convicção absoluta certeza subjetiva impossibilidade de modificação e caráter associal. As ideias obsessivas são estranhas e absurdas percebidas pelo indivíduo, o mesmo apresenta certa crítica a tais ideias, e tem dificuldade em se livras delas, já a ideia delirante se trata da ausência de crítica ao caráter absurdo do juízo em questão.
Como estabelecer um diagnóstico diferencial entre:
Delírio e alucinação
O delírio é caráter ideativo e interpretativo, e a alucinação apresenta um caráter predominante com experiência sensorial.
Mitomania e ideias delirantes
Mitomania é a tendência patológica de mentir e criar mitos voluntariamente e consciente, manipula historias, cria fabulas, aventuras, porém tudo falso. A Mitomania se subdivide em maligna que é quando a história inventada tem a intenção e tentativa de prejudicar alguém, e a vaidosa quando o indivíduo inventa a história para impressionar os outros. Todas são prevalentes em transtornos de personalidade. A ideia delirante segue o mesmo raciocínio, não se diferenciando em nada.
Pseudologia fantástica e ideias delirantes
 A pseudologia fantástica é caracterizada pelo o indivíduo que mescla realidade com fantasia e tende a acreditar nas mesmas, anseia pela estima dos demais, são teatrais, sugestionáveis, apresentam comportamento de se auto enganar e autossugestões. As ideias delirantes compartilham das mesmas características.

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