Buscar

ESCOLA NEOLIBERAL

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

ESCOLA NEOLIBERAL
As origens do neoliberalismo devem ser buscadas no imediato pós guerra, na Europa e EUA, onde imperava o capitalismo. 
Foi uma reação teórica e política contra o estado intervencionista e de bem estar social.
Seu texto de origem, foi o “Caminho da Servidão”, de Friedrich August Von Hayek publicado na Inglaterra em 1944.
No início dos anos 70 o capitalismo dá sinais de crise cíclica de caráter estrutural. 
Entraram para os debates econômicos os termos: crise fiscal do Estado, crise do keynesianismo, crise estrutural do capitalismo, crise energética ou do petróleo, crise dos juros, crise da hegemonia norte americana. Todas as evidências das crises do capitalismo estavam postas. 
A crise inevitavelmente abriria espaço para o avanço das ideias neoliberais, já que o Estado, agente constitutivo da sociedade, entrou em crise.
As ideias contra o intervencionismo iam ganhando espaço nas mídias, e nos partidos políticos. 
Para os neoliberais, a origem da crise estava no poder exagerado dos sindicatos, que pressionavam por aumentos excessivo de salários e por maiores gastos sociais.
Essas forças corroíam os lucros dos empresários e patrocinavam a criação de pressões inflacionárias.
O remédio seria: manter um Estado forte, em sua capacidade de romper o poder dos sindicatos e no controle do dinheiro, mas mínimo em todos os gastos sociais e nas intervenções econômicas.
A estabilidade monetária deveria ser a meta suprema de qualquer governo.
Assim surgiu um conjunto de recomendações que logo ganharia a aparência de “receita de bolo” com alguns ingredientes indispensáveis como: 
estabilidade monetária; 
reforma fiscal; 
disciplina orçamentária (corte dos gastos sociais) controle dos juros e da base monetária;
reforma tributária;
contenção salarial;
 redução drástica dos gastos públicos;
 superávit primário;
privatização;
 desregulamentação;
abertura de mercados;
 liberdade para fluxos financeiros etc.
 Ou seja o mercado seria o eixo sobre o qual deveria girar toda a atividade econômica e social.
A primeira experiência de implementação da política econômica neoliberal foi no Chile, sob governo ditatorial.
Em 1979, Margareth Thatcher implementou na Inglaterra, considerada de todas as experiência, a mais audaciosa. O governo Thatcher foi o responsável por uma série de medidas como: elevação da taxa de juros, fim do controle dos fluxos financeiros, corte de gastos sociais e muitas outras, tendo como uma das consequencias o aumento no nível de desemprego.
 Em 1980 com Ronald Reagan nos EUA;
Em 1983, Khol na Alemanha e daí se espalhou por toda a Europa, e mais tarde por toda América Latina.
Em 1990 com Collor Brasil. 
O neoliberalismo ganhava a dimensão de uma ideologia hegemônica em substituição à hegemonia Keynesiana. 
Essa escola teve como principal autor Friedrich August Von Hayek, nascido em Viena-Aústria em 1899, economista adepto a teoria neoclássica, recebeu o prêmio Nobel de economia em 1974. 
O Caminho da Servidão, considerada a obra precursora do pensamento neoliberal.
O alvo da crítica de Hayek era o totalitarismo, nazismo, fascismo, socialismo e o estado de bem-estar social que era o pensamento keynesiano em ascensão, são parte de uma mesma base comum para o autor. 
A ESCOLA AUSTRÍACA
Hayek propôs um encontro a indivíduos e grupos empresariais engajados na “promoção das liberdades econômicas individuais” em Mont Pèlerin-Suíça para o combate ao Welfare State e New Deal.
 Nesse encontro discutiram e encaminharam em outros espaços internacionais a produção teórica do ideário neoliberal no intuito de cooptar intelectuais, acadêmicos e partidos a favor desse ideário. 
O grupo de Hayek argumentava que o novo “igualitarismo” desse período, promovido pelo estado do bem estar social, destruía a liberdade dos cidadãos e a vitalidade da concorrência, da qual dependia a prosperidade de todos.
Hayek atacou qualquer forma de intervenção do Estado na economia, e, afirmou que o Estado liberal, é a melhor escolha e saída para uma sociedade harmônica. 
Seu objetivo foi resgatar aquilo que estava perdido, isto é, o liberalismo. Defende o mercado como a única instituição que respeita a primazia do indivíduo e a liberdade de escolha do mesmo. 
Porém, reconhece que a sobrevivência do sistema concorrencial necessita de uma proteção jurídica.
Esta proteção pode ser de competência do Estado; porém, de forma limitada. 
Para ele, o Estado tem como função prover uma estrutura para o mercado e os serviços que este não pode fornecer.
É preciso assinalar que a referida obra de Hayek permaneceu adormecida por aproximadamente trinta anos, já que em seu ano de publicação, 1944, os países capitalistas começariam a viver o auge do crescimento econômico, “os anos dourados”, e a formação de um portentoso Estado do bem estar social na Europa e nos EUA. 
Foi na década de 1970 que os escritos Hayek ganhou relevância, visto que, foi preciso encontrar uma alternativa para sanar a crise capitalista.
 A longa expansão econômica, esgotou-se na década de 1970. Entre 1971 e 1973 houve declínio da taxa de lucro nos países centrais e redução do crescimento econômico.
Em 1974-1975, registra-se uma recessão generalizada, que envolve simultaneamente todas as grandes potências capitalistas.
Sintetiza-se uma estratégia articulada para saída das crises e retomada do crescimento econômico pelo capital: a reestruturação produtiva, a financeirização mundial e a ideologia neoliberal. 
Milton Friedman (1912 -2006), principal expoente e intelectual da mídia escola de Chicago. 
Economista liberal, norte americano, atuou no Departamento de economia da Universidade de Chicago, recebeu o prêmio Nobel de economia em 1976. 
Além de escritor sempre esteve presente na mídia, nos anos de 1970 e 1980 apresentou duas séries na televisão, Liberdade para escolher e A tirania no status quo. 
Contribuiu para a formação de economistas chilenos, e esteve no Chile no início dos anos 70, quando influenciou a politica econômica neoliberal adotada pioneiramente, naquele país.
ESCOLA DE CHICAGO
Defensor da economia de mercado e da liberdade econômica, em sua obra Capitalismo e liberdade publicada em 1962, expõem suas formulações sobre situações da sociedade capitalista. 
Para o autor as liberdades individuais só serão atendidas e reguladas por um sistema de mercado. 
Essa obra é considerada a síntese de seu pensamento, sua tese é discutir o papel do capitalismo competitivo, isto é, as organizações privadas, operando e movimentando um mercado livre. 
Friedman pouco utiliza o termo Estado e emprega mais o termo governo. Para ele o governo pode ter um mínimo de controle e poder, mas que não seja interventor e nem planificador. 
O papel do governo é o de realizar aquilo que o mercado não consegue fazer, ou seja, “[...] determinar, arbitrar e por em vigor as regras do jogo” (FRIEDMAN, 1988, p.33). 
O objetivo da intervenção do governo na sociedade segundo Friedman, era dar uma contribuição e evitar a estagnação, no intuito de manter o equilíbrio econômico. 
Friedman critica a intervenção governamental na educação, pois crê que não há uma troca nítida entre os beneficiados e o fomentador. 
Coloca-se a favor da educação para a população, já que sem um mínimo de alfabetização é impossível ter uma sociedade democrática e estável, porém estabelece critérios, defendendo a iniciativa privada no processo educativo, e repassando a responsabilidade com os custos da instrução à família.
 
Desse modo, o governo diminuiria seus gastos com o setor educacional, critica a ação do governo na oferta da educação pública.
 O eixo central da doutrina liberal é que o mercado pode gerar um consenso entre os indivíduos e regular suas relações individuais e sociais. 
A obra de Friedman também é reconhecida nos meios acadêmicos como uma expressão da corrente monetarista, segunda a qual as variações da atividade econômica não se explicam pelo volume de investimentos, mas principalmente pelas variações
na oferta da moeda. 
A intervenção estatal é vista como uma interferência desnecessária na vida econômica, na medida em que uma boa administração vinda da politica monetária encaminharia de forma satisfatória os problemas econômicos, principalmente quanto a às pressões inflacionárias.
 No que se refere à política internacional, Friedman defendeu a política cambial que fizesse o maior uso possível de taxas flexíveis determinadas pelas forças do mercado.
O monetarismo tem como um de seus pilares a tese de que as pressões inflacionárias decorrem em geral do desregramento do Estado, que, ao gastar mais do que recebe, produz um desequilíbrio que cedo ou tarde deverá ser combatido. 
Tal desequilíbrio deverá ser combatido, com a redução dos gastos do Estado, e não com a emissão de moedas para cobrir o déficit. 
Na medida em que os governos adotam o caminho mais fácil de emissão de moedas, o resultado é aumento da inflação. 
Neste sentido, o monetarismo é um ataque frontal as ideias de Keynes.
Um dos elementos do neoliberalismo ao lado dos processos de globalização e financeirização mundial era a busca da estabilidade monetária, como eixo central da política econômica.
Por meio da recomendação que vinha dos economistas do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). 
Objetivo era conter os gastos públicos e, nos países pobres e muito endividados, o receituário era:
 criação de um superávit primário nas contas públicas, para que esses governos enfrentassem seus débitos; 
abertura de mercados ao exterior;
 flexibilização das relações trabalhistas,
 privatizações; e
 desregulamentação financeira.
Estes países endividados e com crises inflacionárias deveriam fazer sua lição de casa, reduzir drasticamente seus gastos e jamais recorrer a emissões monetárias.
Fazer um programa de ajuste monetarista com redução dos gastos do governo, fazer um ajuste fiscal e uma reforma previdenciária e trabalhista, para eximir o Estado dos gastos sociais.
Assim, os países endividados realizaram com relativo êxito a lição de casa. 
No início do século XXI, os países latinos americanos, possuíam dívida externa sob controle. 
A inflação controlada, e os Estados na maioria dos casos, inclusive o Brasil.
Possuíam superávit primário e grande somas de reservas internacionais. 
Entretanto, alguns problemas persistem e outros foram agravados, como o aumento do desemprego e o baixo crescimento econômico.
O neoliberalismo veio responder a uma profunda crise pela qual o capitalismo vinha passando, buscando pacificar as lutas por conquistas das classes e negando os princípios de uma economia social-democrática, regulada, exaltando assim um mercado livre. 
A chegada da grande crise (que se deu no início dos anos 70), do modelo econômico do pós-guerra, em 1973, quando todo o mundo capitalista avançado caiu numa longa e profunda recessão, combinando, pela primeira vez, baixas taxas de crescimento com altas taxas de inflação.
A partir daí as ideias neoliberais passaram a ganhar terreno. 
 A ideologia neoliberal defende que a ordem social deve caminhar no sentido de estar aberta à operação do próprio mercado, valorizando a liberdade individual, bem como uma política econômica de competitividade e de adequação das estruturas sociais às novas tecnologias, cortando gastos sociais e buscando reduzir a inflação. 
Também faz parte do conjunto de políticas neoliberais, a privatização das empresas estatais, sob o argumento de que o Estado deve se eximir ao máximo de sua presença na sociedade e na sua gestão, restando a ele somente aquilo que não for de interesse da iniciativa privada. 
Uma síntese dos principais pontos de uma política de conteúdo neoliberal: 
O neoliberalismo enfatiza um papel dominante para o mercado e um papel reduzido para o Estado na alocação de recursos; 
 Para alcançar um ajuste fiscal e para aumentar a eficiência da economia, uma substancial porção do setor público deveria ser privatizada; 
 Liberação total de preços ou, nos setores controlados, promoção de reajustes que possibilitam a obtenção, por parte das firmas, de taxas de retorno positivas;
 Desregulamentação do setor financeiro, liberalizando o fluxo de capital externo; 
Liberalização do comércio, levando ao fim do programa de substituição de importações; 
incentivos ao investimento externo, buscando compensar o declínio no investimento privado e a diminuição dos recursos fiscais; 
Reforma do sistema de seguridade social, com a criação de fundos de pensão privados competitivos;
 Reforma do mercado de trabalho, buscando diminuir a rigidez das leis trabalhistas, adequando-as ao novo mercado existente.
 Constata-se, pelas características apresentadas, que pensar a política econômica a partir da doutrina neoliberal é diminuir o máximo possível a presença do Estado como regulador político, econômico e social. 
A tendência é o aumento da desigualdade social, a queda dos salários reais, o aumento do número de desempregados. 
Enfim, a exclusão de um número cada vez maior de pessoas, de um mercado cada vez mais competitivo.
Porém, as atuais crises que se fazem presentes nos países desenvolvidos e de base neoliberal levantam novamente dúvidas sobre a eficiência deste modelo bem como do papel do Estado na sociedade e de modo especial na condução da economia. 
Assistimos no final do século XX e início do século XXI o Estado socorrendo financeiramente bancos e empresas privadas, para evitar um prejuízo ainda maior para a economia. 
Pode-se afirmar, que, apesar de uma defesa quase unânime do modelo neoliberal, ele tem apresentado suas fraquezas e estas tem demonstrado a necessidade de buscar um novo modelo econômico e social que atenda, de forma mais efetiva, aos novos desafios que se apresentam principalmente em relação a exclusão de milhões de pessoas do próprio sistema.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais