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DA NACONALIDADE 1. Elementos Gerais: O direito à nacionalidade é fundamental e personalíssimo, porém disponível pois reconhece-se o direito à mudança de nacionalidade. A nacionalidade é o vinculo de natureza política-jurídica entre o individuo e um Estado. É quase sempre um requisito de cidadania. 2. Espécies de Nacionalidade: Originária Secundária 2.1. Originária Obtém no momento do nascimento. Diz-se nato de um Estado aquele que já nasce com direito à nacionalidade, ainda que o nascimento tenha se dado em território estrangeiro. A nacionalidade originária não é resultado de um ato de vontade do individuo, por isso também é chamada de nacionalidade involuntária. Critério para atribuição da nacionalidade: a. Ius soli (territorialidade): aquele que tenha nascido no território do Estado b. Ius sanguinis (sanguinidade): o que interessa não é o local de nascimento, e sim o vínculo sanguinio do individuo com um nacional do Estado (pai/mãe; avô/avó; bisavô/bisavó) 2.2. Secundária É a nacionalidade voluntária - é decorrente de um processo de naturalização. A naturalização é o ato discricionário por meio do qual um Estado outorga a um estrangeiro, mediante requerimento formal a condição de nacional. Depende de manifestação expressa da vontade do individuo. A aquisição de uma nacionalidade por naturalização implica a perda da nacionalidade originária, exige a renúncia expressa da antiga. 3 . Perda da Nacionalidade Voluntária (perda-mudança) O individuo pode renunciar à nacionalidade originária e adquirir uma nova por naturalização. Essa renúncia, porém não é ato que depende apenas da vontade do individuo. Mais do que uma renúncia tem se uma mudança de nacionalidade. Trata-se de uma perda-mudança e não de uma perda renúncia. Involuntária (perda-punição) Cassação da nacionalidade; A cassação é motivada pela prática de atos que atentem contra a segurança do Estado, contra a ordem politico-institucional 4. Sistema Brasileiro 4.1. Brasileiros Natos a. Os nascidos da Rep. Fed. do Brasil ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país. - ius solis b. Os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira desde que qualquer deles esteja a serviço da Rep. Fed. do Brasil. - ius sanguinis c. Os nascidos no estrangeiro de pai ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição competente ou venham a residir no Brasil e optem em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade pela nacionalidade brasileira. - ius sanguinis Os filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro, porém não registrado em repartição competente no país de ocorrência do nascimento, poderão ser registrados no Brasil por seus pais. Trata-se de um registro provisório, que garante ao titular enquanto menor o mesmo tratamento conferido ao brasileiro nato. Atingida a maioridade o titular deverá fazer a opção pela nacionalidade brasileira 4.1. Atribuição da Nacionalidade pela Adoção Situação atípica Brasileiro nato - desde o momento do nascimento - ato de natureza declaratório - apresenta efeitos retroativos (ex tunc). No Brasil a sentença de adoção apresenta efeitos constitutivos isto é não retroativos (ex nunc) Não há menção clara a cerca da condição do adotado 4.2. Brasileiros Naturalizados a. Naturalização Ordinária É ato discricionário e seus requisitos gerais são (art. 112 Estatuto do Estrangeiro): Capacidade civil; registro permanente residência por período contínuo não inferior a 04 anos - e mais breve nos seguintes casos: a. 01 ano para estrangeiro que tenha filho ou cônjuge brasileiro, ou tenha prestado ou possa prestar serviços relevantes ao Brasil, a juízo do MJ b. 02 anos p. estrangeiros recomendado por sua capacidade profissional, cientifica ou artistica. c. 03 anos quando proprietário ou titular de quota ou ações em sociedade destinada, principal e permanentemente à produção industrial ou agrícola. Além dos casos de redução do período de residência a lei também prevê sua eliminação: O cônjuge de diplomata brasileiro em atividade, desde que o casamento tenha sido celebrado há mais de 05 anos O estrangeiro que tiver prestado serviço a representação brasileira - diplomática ou consular - por pelo menos 10 anos ininterruptos. Em ambos os casos a naturalização pode ser requerida após 30 anos de estada no território brasileiro. O estrangeiro que tenha vindo residir no Brasil antes de atingida a maioridade e haja concluído curso superior em instituição de ensino brasileiro. Sua naturalização poderá ser requerida até 01 ano depois da formatura. Os originários de países de língua portugueses, exige-se 01 ano de residência ininterrupta e idoneidade moral. domínio da língua portuguesa falada e escrita capacidade econômica suficiente à manutenção do naturalizado e de sua familia bom procedimento inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação em virtude da prática de crime doloso com pena superior a 01 ano boa saúde - é dispensada quando o estrangeiro já reside no Brasil há mais de 02 anos. b. Naturalização Extraordinária Não é ato discricionário Estrangeiros de quaisquer nacionalidades são tratados de modo uniforme basta que tenham mais de 15 anos ininterruptos de residência no Brasil e não haja condenação penal A concessão de naturalização no Brasil - seja na forma ordinária ou extraordinária envolve os poderes Executivos (1ª fase) e o Judiciário (2ª fase). 1ª fase - O requerimento assinado pelo naturalizando deve ser feito ao MJ porém a apresentação pode ser feita Departamento de Policia Federal. Caso não preencha todos os requisitos o requerimento será arquivado, é cabível pedido de reconsideração à autoridade no prazo de 30 dias, mantido o arquivamento pode recorrer ao MJ em igual prazo. Favorável a decisão o MJ concede formalmente mediante portaria publicada no Diário Oficial da União, após a publicação é emitido o certificado de naturalização que é remetido ao juízo federal do domicilio do interessado p. entrega formal em audiência pública. O prazo p solicitação de entrega do certificado é de 12 meses a partir da publicação. 2ª fase - durante a audiência a autoridade judiciária discorrerá sobre a naturalização, o naturalizando deve demonstrar o domínio do idioma nacional, renuncia expressamente à sua nacionalidade de origem , assumir compromisso de cumprir os deveres de brasileiro. 4.2.1. Certificado Provisório de Naturalização - (*) no caso de adoção Estrangeiros sem capacidade civil que não podem requerer a própria naturalização - trata-se do certificado provisório de naturalização. So pode ser beneficiado pela naturalização provisória o estrangeiro que tenha se estabelecido de modo permanente no território brasileiro durante os 05 primeiros anos de vida. O certificado expira em 02 anos após o seu titular atingir a maioridade 4.3. Perda da Nacionalidade no Brasil Perda voluntária - atinge o nato e o naturalizado - ocorre quando o brasileiro adquire de modo espontâneo outra nacionalidade - salvo o reconhecimento de outro nacionalidade originária (dupla nacionalidade). O brasileiro que perde a nacionalidade voluntaria pode reaver sua condição. Trata-se de "reaquisição" da nacionalidade - retoma sua condição de brasileiro nato. A autoridade competente para decidir a reaquisição é o Presidente da Republica - porém a competência declarar a perda e a reaquiSIção da nacionalidade foi delegado ao MJ Perda Involuntária - (situação de cancelamento de naturalização) apenas alcança o naturalizado que se envolve em atividade nocivaao interesse nacional. A cassação só ocorre após processo judicial 5. Portugueses no Brasil Os portugueses residentes no Brasil poderão ter os mesmo direitos de brasil. naturalziado sem que tenha que passar por um processo de naturalização e abrir mão da nacionalidade originária. A reciprocidade de tratamento é assegurado pelos países por meio de um tratado. Para requerer o estatuto da igualdade: Direitos Civis: não tem prazo para requerer Políticos: mínimo de 03 anos de residência com visto permanente (o visto tem prazo de 05 anos - tem que renovar a cada 05 anos) (*) Regra: o beneficiário do estatuto da igualdade não pode ser extraditado SALVO se o requerente é o país de sua nacionalidade. ................................................................................. Saída Compulsória do Estrangeiro Formas de retirada compulsória: Repatriação Deportação medidas unilaterais não há nenhum tipo de dialogo formal, dependem unicamente das autoridades e das normas internas Expulsão Extradição ato bilateral requer pedido formal feito por um Estado a outro 1. Repatriação e Deportação 1.1. Repatriação Consiste no retorno de alguém ao seu país de origem. Tal providencia esta relacionada aos casos de não admissibilidade do estrangeiro, quando não preenche todos os requisitos exigidos por um país. Impedimento da entrada do estrangeiro sem autorização para ingressar no território nacional que ainda esteja em área de aeroporto, porto ou fronteira. Está relacionado à irregularidade - diz respeito a não admissibilidade 1.2. Deportação Consiste na retirada compulsória do estrangeiro que ingressa ou permanece irregularmente no território nacional. Está relacionado à irregularidade - diz respeito ingresso e permanência irregular. Não é crime e sim infração. A deportação é pena ou sanção por tal ato infracional. Não gera efeitos permanentes Considerações gerais: Competência executória para as duas medidas (repatriação / deportação) é do Departamento de Policia Federal do Ministério da Justiça. São procedimentos administrativos. 1.3. Expulsão É a retirada coercitiva do estrangeiro cuja presença é considerada nociva para o Estado que o acolhe, em virtude de atos que atentam contra a segurança nacional ou a ordem pública, o individuo é declarado persona non grata, indesejado ou indigno. Tal medida não e aplicada ao nacional pois isso configuraria o banimento. Competência p. expulsar: Poder Executivo. - Mediante decreto é do Presidente da Republica - porém a competência decisória foi delegada ao Ministro da Justiça, e o ato que oficializa a expulsão ou a revoga é uma portaria ministerial. Não pressupõe um processo judicial, porém é imprescindível o inquérito de expulsão cuja instauração é pelo Ministro da Justiça que pode fazer de oficio ou mediante solicitação fundamentada. A condução do inquérito cabe ao Dep de Policia Federal. Porém trata-se de procedimento administrativo. Diante o cometimento de fatos mais graves será instaurado o inquérito sumário, o prazo é de 15 dias p. conclusão. O MJ a fim de assegurar a conclusão do Inquérito poderá determinar a prisão do estrangeiro por 90 dias admitida renovação de igual período. Quando o inquérito resultar de ato de expulsão - poderá ser objeto de pedido de reconsideração - , no prazo de 10 dias a contar da publicação, porém não será possível se o inquérito for sumário. O pedido será dirigidao ao Presidente, devendo ser endereçado ao MJ por força do decreto 3.447. A expulsão gera efeitos permanentes. Impedimentos a expulsão: a. Extradição inadmitida; b. cônjuge brasileiro, desde que o casamento tenha sido celebrado há mais de 05 anos; c. filhos brasileiros sob a guarda do expulsando e que dependa dele economicamente; d. (*) união estável e guarda compartilhada (deve ser analisado o caso concreto); 1.4. Extradição Extradição é a entrada mediante requerimento formal, da parte de um Estado a outro, de uma pessoa acusada ou condenada pela prática de um crime grave. Cooperação judiciária. Relações formais entre governos envolvidos. O STF é competente para julgar a extradição passiva Uma das condições à concessão da extradição é que o crime tenha sido cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado. Características: a. Bilateralidade b. Reciprocidade c. Discricionariedade d. Pedido fundamentado na prática de um crime grave; Impedimentos à Extradição estão relacionados: a. Competência da justiça brasileira b. Nacionalidade Brasileira c. à pratica de crime político d. à violação a princípios fundamentais do processo penal. O estrangeiro que tenha cônjuge/filhos brasileiro pode ser extraditado do Brasil. 1.4.1 Entrega ao Tribuna Penal Internacional Essa instancia é competente para julgar os mais graves delitos de transcendência internacional: crimes contra a humanidade; genocídio; crimes de guerra e agressão. Também é competente para julgar crimes contra a administração da justiça. A CF veda a extradição de nacionais, mas tal proibição não alcança a entrega. Caso as autoridades pátrias entreguem um brasileiro ao TPI, ele não será colocado sob uma jurisdição estranha pois se trata de uma jurisdição internacional da qual o Brasil participa voluntariamente. 1.5. Asilo É um instituto que consiste no acolhimento do estrangeiro impossibilitado de permanecer no seu país de origem por razões de ordem política. O Estado de origem do requerente não deve ser necessariamente o da sua nacionalidade. que motivaram a concessão, o Estado concedente pode suspendê-la. Espécies de asilo: a. Territorial: ingressa irregularmente b. Diplomático: buscado junto às repartições oficiais, normalmente quando o individuo não dispõe de tempo nem meios hábeis para deixar o território do Estado que o persegue. 1.6. Refúgio Acolhimento do estrangeiro Normalmente está relacionada à guerra civil, catástrofes naturais, etc... O refugio econômico ainda não tem guarida no sistema internacional No Brasil o pedido é apreciado em primeira instancia pelo Conselho Nacional dos Refugiados (CONARE). Da decisão denegatória cabe recurso ao MJ no prazo de
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