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Fernando Pessoa o Ortonimo

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Contexto em que surge o MODERNISMO
Época de grandes mudanças e transformações; clima de euforia e de dinamismo, onde se canta a energia, a força, o Homem, à boa maneira futurista…
Grande progresso tecnológico e científico: muitas invenções – automóvel, electricidade, turbinas, fotografia, telégrafo, navegação aérea, cinema, máquina de escrever, máquina de costura…
Ideologias: crise do pensamento racional – reforço de atitudes filosóficas de pessimismo e de decadentismo, de cepticismo em relação à Razão, à Moral e à própria Ciência.
Novos valores, novos “pensadores” como: Freud, criador da Psicanálise e pioneiro na descoberta do inconsciente e do subconsciente; Einstein, com o novo modelo de compreensão do Universo, expresso na Teoria da Relatividade, que punha em causa muito do conhecimento científico até então inquestionável; Nietzsche, filósofo que põe em causa todos os fundamentos da moral e da conduta humana ocidental, como estando desajustada do mundo de então…
Agricultura: máquinas e químicos (adubos).
Banca: em franca expansão.
Arquitectura: novos materiais, como ferro e aço (ex: Torre Eiffel).
Comércio: aparecimento das primeiras grandes superfícies (ex: França).
Condição social da mulher – em franca mudança: as das classes médias já trabalhavam fora de casa e já estudavam em liceus e universidades; em muitos países já podiam votar!
Governos: têm por base o Sufrágio universal.
Literatura e pintura – desprezo pelas regras seculares, pelas tradições, pelas formas já gastas.
Para além da euforia do progresso, porém, surgiam simultaneamente graves problemas sociais tais como: crises cíclicas de superprodução; crises de habitação; grandes movimentos migratórios. Estes problemas originaram:
Revoluções, como a da Rússia, 1917;
Desenvolvimento de sentimentos nacionalistas e xenófobos – fascismos; 2 guerras mundiais.
Portugal no tempo de Pessoa
Ultimatum inglês (1890)
Republicanismo/ nacionalismo
Colónias africanas
Primeira Grande Guerra (1914-18)
Lenine e o operariado no poder (Rússia)
Greves do operariado
Fascismo (velho nacionalismo) – Estado Novo/ Ditadura
Os Principais “ISMOS” do MODERNISMO
1. FUTURISMO – movimento de vanguarda iniciado com o manifesto de Marinetti na revista Figaro ; em Portugal consistiu num escândalo programado com o fim de agitar o público e de desmistificar e acabar com os hábitos culturais obsoletos. Pretendia chamar a atenção para um novo conceito de vida, fazendo a apologia do mecanicismo da civilização. Algumas linhas futuristas:
Repúdio pelo passado e pelo tradicionalismo
Defesa da destruição do eu (sentimentalismo) na literatura
Culto da liberdade e da originalidade (abolição/ abuso da pontuação; libertação da sintaxe; desordem das imagens; pref.ª pelo nome; analogias…)
Exaltação da velocidade, da energia e da força
Literatura do ruído, do peso e do cheiro
2. SIMBOLISMO – movimento literário de origem francesa, cujo mestre e difusor maior foi Baudelaire. A estética simbolista vive do símbolo, isto é, das correspondências analógicas entre as sensações do mundo real e os sentimentos, fazendo o poeta a ponte entre visível e invisível, entre matéria e espírito.
Busca do eu profundo (inconsciente, subconsciente), somente captável através dos sonhos, devaneios, alucinações…
Poesia é arte pela arte
Busca e uma linguagem nova, capaz de exprimir o inexprimível, rica em: metáforas, alegorias, imagens, sinestesias, desconexões lógicas, musicalidade, palavras raras e sugestivas…
Preocupação obsessiva com a musicalidade / sonoridade das palavras
Pessimismo racionalista – Razão não mostra a verdade
Repúdio pela noção de tempo cronológico
Amor: ora espiritualizado (idealizado), ora satânico (carnal, violento, demoníaco)
3. SENSACIONISMO – vertente vanguardista que defende a exuberância abstracto-concreta das imagens; a única realidade da vida é a sensação; a única realidade em arte é a consciência da sensação. As ideias são sensações, mas de coisas não situadas no espaço e, por vezes, nem mesmo situadas no tempo.
4. INTERSECCIONISMO E CUBISMO – movimento artístico e que se iniciou em Paris, liderado por Picasso e Braque. Baseia-se na tentativa de representar numa superfície plana (tela) todos os aspectos vistos pelo artista ao contemplar um objecto em visão tridimensional. Na literatura, manifesta-se na intersecção de planos, muitas vezes contraditórios, como acontece em “Chuva oblíqua”. Segundo Óscar Lopes o interseccionismo pessoano é “uma mistura imaginífica ou frásica de fragmentos, de situações, percepções ambientais”.
5. PAULISMO – tendência estético-literária apresentada por F. Pessoa no poema “Impressões do Crepúsculo” ( ou “Pauis”), onde se podem verificar:
A confusão voluntária do subjectivo e do objectivo
A associação de ideias desconexas
As aberrações da sintaxe
Frases nominais, exclamativas
Maiusculação de certas palavras (profundidade espiritual)
Vocabulário expressivo de tédio, do vazio de alma, do anseio de “outra coisa”
 
	
PESSOA ORTÓNIMO – POETA PLURAL
 Poesia marcada pela procura incessante de uma verdade impossível de 
alcançar: a decifração do ser (= do existir)
	
o ser é um mistério indecifrável
* ao tentar desvendá-lo, confronta-se com a sua pluralidade:
um eu fragmentário
um eu reflexo, sombra (doutro ser)
um eu espectador de si mesmo
sujeito poético em inquietação permanente: “tudo é do outro lado”
(= além)
* necessidade do SONHO (embora o afaste da vida e dos outros)
poeta sofre a dor de pensar, pela sua lucidez – consciência de si, frustração – e pela consciência da caducidade da vida humana (= rio)
anseia a inconsciência/ vida instintiva – o ideal: ser “consciente inconsciente”; assim, está constantemente entre: 
consciência/ inconsciência
sentir/ pensar
sinceridade/ fingimento
fingimento = expressão transfigurada da emoção; sinceridade intelectual
amor: apenas sonhado ou idealizado (renúncia ao amor sensível) – incapacidade de se entregar

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